sexta-feira, 1 de abril de 2022

Vai, meu grito... vai

 Vai meu grito, voa e vai... que o silêncio se fez mudo,
Fecunda as pedras que elas parirão teu eco,
Estupra o vento, se for preciso, mas vai...
Voa, meu grito, que o espaço é todo teu
E está aberto, são tantos os caminhos...
E tu, meu grito, antes de longe estiveste perto
Eu até ouvi quando do meu peito saíste.
Vai, meu grito, como o pranto que te fiz ser,
Como a dor que me faz chorar, vai... não para...
Vá até o infinito... se for preciso.
Vai, meu grito, gritando a angústia 
Que se faz verdade dentro de mim e da alma
Como se as tantas perdas estivessem vencendo
A vontade de não chorar... mas os olhos...
Esses em límpidos clarões reluzentes
Se enchem de um brilho demente... de tão carente
E, as lágrimas já tanto choradas,
Neles se fazem presentes, como presentes da dor,
Dessa dor que faz meu peito gritar,
Se prendendo na alma e querendo ficar,
Como fosse parte de mim.
Não sei se tenho outro grito para gritar
Talvez o silêncio desperte e só me faça chorar
Buscando lembranças ou sonhos distantes
Que o tempo, por displicência, esqueceu de apagar.
Vai, meu grito, que o espaço é infinito
E o tempo é eterno. Talvez algum dia possas chegar...
Onde... sinceramente, não sei mas... sei que estás por aí


José João
01/04/2.022


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