sexta-feira, 31 de maio de 2013

Muito além dos prantos

Teu perfume passou furtivo em meus pensamentos,
Não sei quem o trouxe, se a saudade ou a carência,
Não aquela carência desesperada de tua presença
Mas a carência louca de viver, o que não consigo
Se não estás perto, pelo menos, dentro de minha saudade.
As horas se arrastam lentas e cada uma com um pedaço de ti
Umas com o gosto de teus beijos, outras com o calor dos abraços...
Algumas com a ternura do teu olhar, mas todas elas cheias de ti.
Até meu silêncio te chama em constante ansiedade...
Minha alma se abraça comigo murmurando teu nome
Como se fosse uma oração completa,  fosse um milagre de viver.
As paredes!? Fazem lembrar de ti, guardaram o eco de tua voz,
Ficam imóveis, como se o menor movimento os fizesse fugir,
Correr com o vento entre cercas e quintais a procura de ti,
O travesseiro! Esse coitado, se desmancha nas fronhas...
Que até já perderam a cor por tantas lágrimas, 
Choram abraçados tentando lembrar os sonhos que sonhaste.
Eu, vou buscar os sonhos que ainda não sonhei contigo.
Sonhos impossíveis de sonhar, desses que nos faz a tristeza
Ir além, muito além de apenas lágrimas e prantos, muito além.


José João
31/05/2.013




Estranha ... essa minha saudade!

Saudade estranha é essa saudade que sinto de ti!
Quando me olhas, me falas, me vês e não sabes
Quando tão perto que até teu perfume fala comigo
Estranha essa saudade, essa vontade, esse castigo

Meus olhos gritam desesperados e não percebes
Meu coração pulsa chamando teu  nome, não ouves
Minhas mãos procuram desculpas para tocar as tuas 
Ficam tremulas, suadas, inocentes, carentes e nuas

Saudade estranha  que sinto, mesmo se estás perto
Se nossos olhares se cruzam meus olhos desmaiam
Ficam crianças perdidas que sonham e nada falam

Vontade, carência, saudade, essa vontade de estar!
Essa vontade de ser, pelo menos, um teu pensamento
Mesmo breve ...num piscar de olhos...e me contento


José João
31/05/2.013




quarta-feira, 29 de maio de 2013

Meus versos, minhas lágrimas

Cada lágrima que meu coração chora é um verso na poesia,
Nas poesias inacabadas as lágrimas se fizeram prantos,
Os olhos buscaram sonhos perdidos entre meus restos,
Não pude termina-las eram tristes não tinham encantos

Cada olhar que vai e se perde no vazio é um grito da alma
Que alucinada, grita desesperada, um nome que aprendeu
Desde quando dele se fez amante, numa entrega toda e plena
E agora chora chamando em vão o nome que nunca esqueceu

Cada poesia é um pedaço de minha saudade que vai por aí,
Um história perdida no tempo, história que ninguém quer ler
Afinal, é só um pedaço de mim, a quem interessa saber?

Assim escrevo versos completos, inacabados, sem rimas
Escrevo adeus,  escrevo minhas angustias, escrevo saudades
Escrevo minhas dores fingidas, mentiras e minhas verdades


José João
29/05/2.012





terça-feira, 28 de maio de 2013

O crepúsculo é um adeus diferente

Quando um amor se vai  é como se fosse o crepúsculo,
Melancólico, indo lento e triste como se fosse lágrimas
A se prenderem no rosto do céu  querendo não ir
É um adeus que dói na alma, mas amanhã...amanhã...
Outro crepúsculo chega, chora outra vez...e vai
Nunca são iguais, sempre se pensa que cada um é mais belo,
Quem se lembra do primeiro por-do-sol que viu?
Mas quem esquece o primeiro amor que viveu?
A diferença é que os crepúsculos, apesar de belos,
Se fazem assim, comuns. Por se fazerem tantos, 
Se renovarem a cada dia,  e o amor custa tanto a passar, 
Se faz tristeza, se faz dor, se faz angustia para depois 
Se fazer saudade, uma saudade dolorosa que até a alma chora, 
Depois, vem uma saudade amena, terna, se consegue até sorrir.
Esse por-do-sol foi mais belo que o de ontem - se diz -
Apesar de tristes, melancólicos sempre queremos ver,
Mas o amor! As vezes vem o medo de se amar outra vez,
Tudo volta, as recordações das lágrimas, dos sonhos...
Custa tanto passar  dor de um adeus de um amor verdadeiro.
Quem dera a tristeza de um adeus fosse a tristeza
Melancólica de um crepúsculo! Que amanhã será mais belo.


José João
28/05/2.013






segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quando os ontens não passam

Ah! O passado! As vezes, até parece, que não passou!
Quantos ontens se queria  fossem tantos amanhãs!
Quantos momentos parecem que foram sonhos,
Desses sonhos que se precisa viver sempre.
Ah! Esses ontens que chegam  em momentos,
Em fragmentos, em fotografias presas no tempo.
Ah! Esses ontens que agora escondem sorrisos
Que não se viu, que escondem palavras que não se disse,
Que guardam as lágrimas que neles não foram choradas
Por que o destino quis assim, e só hoje permite o pranto.
Esses ontens! Que permanecem na lembrança, como relíquias!
Esses ontens que se misturam com saudades e remorsos,
Com ansiedades e medos, incompreensível até, mas...
Se misturam com ternura, saudade e angustias.
Quantos beijos, abraços, vontades e desejos ficaram
Lá dentro, escondidos nos ontens e hoje fazem  falta?!
Tanto que até  a alma as vezes sente o gosto dos beijos
E faz lembrar, entre sorrisos tristes, que os amanhãs
Começaram ontem, e o que ficou, volta em saudades
Que  faz reviver o que se viveu  e chorar o que perdeu.


José João
27/05/2.013








Perdoa se meus olhos te mentem.

Perdoa se meus olhos choram, se minha voz emudece.
Quando todas as minhas horas são vividas contigo.
Perdoa se minha alma só grita teu nome em silêncio,
Se todos os meus pensamentos são teus e não sabes.
Perdoa se não sei dizer: Te amo. Se não sei gritar teu nome,
Só sei chama-lo baixinho nos meus sonhos impossíveis.
Perdoa se só meu travesseiro sabe de minha maior verdade.
Se só nas noites, sozinho em meu quarto, te falo de amor.
Perdoa. Perdoa se de joelhos teu nome é minha oração,
A mais fervorosa oração que um dia aprendi  rezar.
Perdoa se me calo dentro de mim, se me deixo ficar assim,
Parado na frente do tempo te olhando passar, ti olhando ir.
Perdoa se só nos meus sonhos te afago os cabelos,
Te olho nos olhos e sem nada dizer. Digo: Te amo...
Se só nos meus sonhos tuas mãos me percorrem o rosto
Buscando os detalhes, e em silêncio, sentindo o gosto de mim.
Perdoa se meus beijos ficam na imagem que tenho de ti
Quando minha alma carente te busca em meus segredos.
 Perdoa por ti amar assim, por ti querer assim...me perdoa
Por esse nosso tão meu segredo. Segredo que nem sabes...
...Se existe. Enfim, perdoa se meus olhos te mentem,
Perto de ti eles fingem, não dizem o que sentem.



José João
27/05/2.012





sexta-feira, 24 de maio de 2013

De onde vem minha saudade?

Não sei os caminhos por onde chega a saudade
Nem sei se neles ela deixa perfumes ou rastros
Talvez nem sejam caminhos, sejam rotas no tempo
Ou quem sabe ela venha em volteios com o vento

Não sei como ela se faz, tanto passageiro e estrada,
Partida e chegada, se faz sonhos, cantos e prantos
Se faz dona da alma, das lágrimas, dos pensamentos
Se faz dona de sorrisos tristes, dona dos tormentos

Se faz noite caminhando preguiçosa sem querer passar
Se faz dor, angustia, se faz gritos que não se quer gritar
Se faz de escandaloso silêncio, de vontade de chorar

A saudade se faz viva, entra na alma e se deixa ficar
Lembrando baixinho um adeus que não se quis dizer
Mas é essa saudade que embora doída me ajuda viver


José João
24/05/2,013






segunda-feira, 20 de maio de 2013

Os versos de minha história

Minha história, minha tão simples e estranha história,
Contada em versos inacabados e por lágrimas molhados,
Por versos completos mas que não contam todas as dores
Por gritos da alma chorando, desesperada, seus temores

Contada por palavras que nem em sonhos aprendi dizer
Mas invento outras, conto minha história, digo o que sinto
Conto minha vida em canções com versos pobres, sem rima
Mas verdadeiros, falando dores que dizem ser minha sina

Talvez um dia essa poesia nem faça mais sentido pra mim
Ou, quem sabe, fique como uma oração na alma guardada
 E eu esperando um milagre... que essa dor tenha um fim

Minha história, as vezes conto pra mim mesmo em silêncio
Me mostro cicatrizes que os tantos adeus na alma deixou
Me mostro a tristeza que, como a saudade, comigo ficou


José João
20/05/2.012








sexta-feira, 17 de maio de 2013

A dor de ser sozinho

Choro sozinho minhas alegrias e tristezas, minhas angustias,
Decepções. Choro sozinho todas as minhas dores.
Não tenho com quem dividir, ou entregar todo, um meu sorriso.
Meu amigo é o meu ombro que se encosta no travesseiro
E passivamente me deixa descansar...ou até chorar.
Minhas mãos se entrelaçam nas noites, qualquer noite,
E finjo que uma é  a mão de um amigo qualquer,
A me dizer: Coragem. Estou aqui. Assim engano a alma.
Aprendi a conversar com a solidão. Aprendi a ser meu amigo, 
Canto pra mim, faço confidências de mim a mim mesmo,
Como se elas fossem de outro, até troco meu nome!
Aprendi a ser só, aprendi a fazer tudo sozinho, mas a dor
Essa que qualquer solidão traz...não choro só, não posso,
Busco a alma para chorar comigo, e juntos choramos.
Sorrir! É muito difícil, e sorrir pra que? Ninguém vê?
Até mesmo desaprendi  sorrir, sei cantar, poucas canções,
Aprendi mais aquelas que falam de adeus, de lágrimas,
Quando converso comigo contando os sonhos que sonhei,
Contando das dores que ainda sinto pelas tantas perdas,
Quando converso comigo e me ouço atentamente, percebo.
Talvez eu esteja ficando louco. falar sozinho! É loucura!
Então choro, aí não me sinto louco, me sinto apenas triste...
E sozinho como sou.


José João
17/05/2.013





Hoje, a dor doeu mais que sempre

Hoje, mais que nunca, minha alma grita em desespero incontido
Enche meus olhos de lágrimas, o coração de angustias, e chora,
Desesperadamente, chora uma dor que não sabe de onde vem
Uma saudade dolorida que chega, e a alma não sabe de quem

O mundo em volta fica denso, sem cor, os olhos ficam sem brilho
A voz emudece em suspiros perdidos que nada querem dizer,
Ou pelo menos não se entende o que dizem, é uma falta de tudo
Sem nada faltar, a alma querendo gritar e a dor mandando parar

E eu... querendo chorar como nunca ainda chorei e... nem sei
Se teria tantas lágrimas, para chorar tanto como preciso agora
É uma dor que me toma até os sonhos e... os manda embora

Não sei se é dor, angustia ou saudade, nem sei o que sinto
Mas sei que dói, sinto na carne essa dor como nunca doeu, 
Tomara o tempo diga pra a alma o que hoje me aconteceu


José João
17/05/2.013



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Minha alma faz e os olhos pagam

Revendo velhos guardados, desses que se fazem relíquias,
Que se escondem na alma e lá ficam como se esquecidos,
Encontrei um olhar que pensava perdido, um olhar triste
E uma lágrima que ainda chorava o adeus de quanto partiste

Bem escondido, num canto da alma, bem perto do coração
Encontrei um pedaço da saudade de um sorriso que não dei,
Mais atrás um pouquinho, a saudade do gosto de um beijo...
E num outro canto, vazio, lá ficavam as lágrimas que chorei

Essa minha alma e esse seu hábito de guardar coisas antigas!
De sempre dar um jeitinho de me fazer busca-las no tempo
E fazer que sinta como se fossem de ontem as dores vividas

Minha alma faz um mistura de dores, dores antigas, novas
Todas misturadas, e quando vêm, vêm todas de uma vez
E são os olhos que pagam em lágrimas tudo que a alma fez


José João
15/05/2.013



terça-feira, 14 de maio de 2013

Enquanto houver estrelas vou te amar

Não sei se minhas noites em claro foram noites perdidas.
Não sei se  dormir seria melhor que chorar tua saudade
Ver as estrelas se esconderem, tímidas, na madrugada
Levando os sonhos que agora se fizeram apenas nada

Talvez seja melhor que dormir. Pode parecer loucura...
Quem sabe pela dor minha alma em delírio demente
Te busque entre os momentos que um dia existiram?
Melhor assim, deixar vivo o que meus olhos já viram

Dormindo me esqueço que o mundo era só eu e você
Esqueço até que a vida era vivida e valia a pena viver
Acordado sinto na alma essa saudade gostosa de ser

Me proponho sentir, em cada noite, essa vontade de ti
Brincar com as estrelas e em cada uma ver teu olhar
Assim consigo, nessa doce loucura, sempre te amar


José João
14/05/2,013




domingo, 12 de maio de 2013

Uma dor diferentre

Há uma dor dentro de mim que ainda não sei nomear,
Não sei se é dor de dor, dor de saudade, dor de chorar
Nem mesmo sei se é dor, carência talvez, quem sabe?
Uma coisa que explode, que dentro de mim já não cabe

Não sei se é dor de tristeza dessas que consome a gente
Traz lágrimas, leva sonhos, traz lembranças e tormentos
Que sufoca, maltrata, nos faz criança chorando confusa
Dor que fica no cio e sem nenhum pudor, da alma abusa

Na verdade não sei o que sinto, é essa vontade de chorar
É uma tristeza tão triste que não sei nem de onde vem
Só sei que ela chega, fica e faz que me sinta  ninguém

Não sei como pode a alma sentir dor assim! Tão descabida,
Dor sem ter nome, sem saber do começo nem até onde vai
Nem sei se é dor, sei que fica presa na alma e dela não sai


José João
12/05/2.013


Minha alma não sabe esquecer

Não queria sonhar mais nada, e nem recordar momentos,
Gostaria  que estivessem bem além do tempo e de mim,
Além de todas as recordações que se possa viver ou sentir,
Que estivessem além até do próprio esquecimento.
Como queria que nada parecesse de ontem! Nada.
Que os costumes e hábitos se fizessem coisas perdidas 
Que os sussurros,  os olhares inocentes  e os maliciosos também
Se fizessem perdas sem deixar saudades, sem deixar nem restos,
Esses que ficam como fragmentos, mas se fazem completos
Quando a solidão trazendo consigo a angustia instem em ficar
Lembrando que tudo foi verdadeiro, que existiram em verdades,
Em verdades vivas, no calor dos corpos, no gosto dos lábios...
No prazer da alma. Os dias se farão meses, se farão anos 
Mas sempre a dor vai parecer dor de uma saudade de ontem.
Não queria mais sentir nada, nem vontade de lembrar,
Talvez se tudo se fizesse apenas vazio a alma chorasse menos,
Mas não. Tudo  está preenchido com lembranças, tristezas...
Até o vazio se encheu de solidão, os olhos de lágrimas,
A alma de cicatrizes...e a vida...essa se encheu de incertezas
E  alma se treme toda por pensar que a dor de ontem
Cruelmente e por prazer se fará a dor de sempre.


José João
12/05/2.012

sábado, 11 de maio de 2013

De tanto sonhar...

O amor que hei de encontrar um dia
Será belo, terna luz divina a brilhar
Será lindo como o céu...a brisa...o mar
De voz doce e meiga...celestial melodia

O amor que um dia hei de encontrar
Povoa meus sonhos...me faz sempre sonhar
Cabelos cor da noite, da noite mais luzidia
Perfume da aurora brincando de acordar o dia

Ah! Amor,  que me faz sonhar mais que existir
Me faz parar o tempo esperando acontecer
Me faz sonhar a maneira mais linda de viver

Deus. Meu bom Deus. Quanto mais vou esperar?
- Filho, vês aquela sombra no horizonte a esvair-se?
Sonhaste tanto e ela passou sem que a visses


José João
08/03/2.011
Reedicão

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O prazer de ter amado um dia

...Se um dia, de mim perder-se a luz, na escuridão
Das noites frias, e a solidão tatear-me o rosto,
A procura talvez das rugas novas que nasceram,
Criadas pelas dores que ficaram desde muito,
Ou de lágrimas que dos olhos transbordaram,
Vou atentar-me ao momento de ver chegar
A tênue claridade madrugal e nela esconder-me.
Não por medo dos fantasmas, que nas noites,
Entre sonhos mortos e carências vivas, se fazem
Sombras a vagar entre os vazios que enchem a alma,
Vazia, que ficou, pela perda ou por doloridos adeus
Gritados com os olhos fitos nos lábios trêmulos,
De onde as palavras  lívidas, quase desmaiadas,
Se permitiam apenas balbuciar o que só a alma podia ouvir.
Se um dia, de mim perder-se a luz, na escuridão
Das noites frias, e a angustia cariciar-me o rosto
Com sutis beijos molhados por tristeza infinda,
Vou buscar, lá dentro de mim e ainda vivo, o prazer
Por ter  loucamente amado um dia.


José João
09/05/2.013



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Minhas estrelas.

Roubaram minhas estrelas, todas as minhas estrelas
Agora minhas noites ficaram escuras, longas e tristes
Não tenho mais estrelas para brincar de nomear
Não tenho mais as estrelas que me ajudavam chorar

Agora, nas noites fico só, sem ter amigos pra falar
Não tenho quem me ouça como as estrelas ouviam
Não posso mais ver minhas lágrimas nelas refletidas
Roubaram de mim minhas estrelas, velhas amigas

O que faria para te-las comigo! Todas aqui, de volta
As vezes me vem um raio de luar com recado delas
E a ele pergunto triste: Que foi que fizeram com elas?

Ele me responde que elas estão lá, no mesmo lugar
E que posso, mesmo nas noites frias, outra vez te-las
Que basta me afastar das solidão para voltar a vê-las


José João
07/05/2.012






terça-feira, 7 de maio de 2013

Meus olhos

Meus olhos risonhos um dia brincaram com as estrelas,
Buscaram o brilho delas para refletir um outro olhar
Que como raio de luar brincava entre jardins floridos
E me olhava, e sorria, e corria dentro de minha alma
Em doces sonhos alegres, como arco iris colorido.
Meus olhos já brincaram de ir buscar desenhos,
Nas mais belas nuvens que brincavam de brincar,
Indo ao sabor do vento se fazendo desenhos novos,
Leves, soltos, com gosto de liberdade, de inocência
A enfeitar o céu e trazendo sonhos distantes,
Sonhos que os olhos preferiam ver, tão perfeitos eram,
Ou tão real era a beleza que pareciam mesmo sonhos.
Meus olhos! Viram as flores invejarem um perfume
Que vestia o vento como se fosse magia, e o vento...
Orgulhoso, volteava em serenos volteios lentos,
Para perfumar todas as flores com o perfume dela.
Meus olhos! Já viram o mar a chorar em seus pés
Querendo beijá-los, e a areia se fazia orgulhoso caminho
Como se pedisse em doce sussurro: Por favor me pisa.
Ah! Esses meus olhos que um dia viram tanta beleza!
Esses meus olhos que um dia lhe falaram de amor!
Esses mesmos olhos agora choram tristes...por que
Toda essa beleza se fez saudade, se fez essa dor.


José João
07/05/2.012



O que a alma guardou

Vazios,  todos vazios, momentos, coração e alma.
Se abraçam na imensidão do nada em que ficaram
E juntos se deixam ficar dentro do mesmo tormento
Só os momentos não choram, brincam com o tempo

Os sonhos se perderam entre os deboches da vida
Que sorri irônica das tantas perdas, hoje saudades
Fazendo o tempo passar lento entre todas as dores
Que foram ficando trocadas pelos perdidos amores

A solidão se perde aflita sem saber nem quem é
As vezes se vê uma angustia, outras vezes carência
As vezes se perde no olhar vazio própria demência

Até a poesia se perde nos versos tristes, molhados
Feitos entre prantos caídos que com ela se deitam
Entre as dores que alma deixa como seus guardados


José João



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ridículo é não saber chorar

Minhas lágrimas! Quem por elas vai se interessar? Quem?
Sei que a ninguém interessa, mas essas lágrimas tristes
Que choro agora, é minha alma que aflita chora uma dor
Que talvez tantos já sentiram mas por vergonha a alma colou

Não me escondo pelo ridículo medo de me acharem ridículo
Por que estou chorando. Deixo minhas lágrimas voarem nuas
Indo ao mundo sem  pudor, volteando entre tristezas e poesias
Que se façam orações inocentes, livres podem até ser heresias

Não vou castrar minha alma pelo que acham que não devo,
Não vou suprimir dos meus olhos a vontade que agora têm
Se querem chorar, que chorem ... choro com eles também

Ridículo seria sentir essa dor sem chorar, sem a alma gritar,
Ridículo eu seria, se ouvisse de ridículo alguém me chamar
E por isso não me permitir chorar. Ridículo é não saber amar.


José João
06/05/2.012
                                                                     



sábado, 4 de maio de 2013

De onde vem a tristeza que sinto

Acho que sei agora de onde vem a tristeza que sinto
Talvez da saudade de um mundo que nunca existiu
Talvez da saudade daquele sorriso que não pude ver
Ou saudade de um amor que morreu antes de nascer

Saudade dos que nasceram para amar e não deixaram
Dos adeus que em silêncio foram dados antes do tempo
Saudade de um mundo que só existe em minhas poesias
Saudade dos que queriam sentir o amor e não amaram

Saudade de minhas tristezas que agora se fazem alegres
Por que o adeus dito foi só até a alma amar outra vez
Não esse adeus que se faz sempre, que de eterno se fez

Saudade das vidas que muitos queriam e não puderam ter
Saudade dos que nem sei se ainda existem, dos que amam
Tristeza por todos aqueles que não podem e querem viver


José João
04/05/2.013
(reedição)


quinta-feira, 2 de maio de 2013

A vida como ela é

Um dia amei, muito, era jovem e o amor! Ah! O amor!
Era aquele vulcão em erupção constante, queimando...
Se o amor tivesse cor, seria vermelho cor de sangue.
Era uma paixão avassaladora tomando o pensamento
Fazendo uma saudade a cada minuto. Ah! o amor
O jovem amor, pulsando forte num coração ousado,
Desafiando tristezas, desafiando solidão...até o tempo
Mas um dia o amor acabou... logo outro renasceu..
Não dava tempo de chorar, nem de saber ...
Se toda aquela volúpia da alma era mesmo amor,
Um dia amei, muito, era um rapaz de meia idade...
E o amor...ah! O amor, as vezes se fazia tão sublime
Era um calor suave que se fazia vontade, desejos
Um amor que se fazia por momento, nem tão calmo
Nem tão ousado, como vulcões em erupção,
Era um amor terno, não era aquele amor cor de sangue
Era um amor forte, mas já temia o tempo ...a solidão
O adeus já doía mais, mas tinha sempre a quem amar,
Mas as vezes ficava dúvidas...teria sido mesmo o amor?
As vezes os hábitos nos confunde.
Um dia amei, muito, já era um senhor e o amor!
Ah! Esse amor, tão doce, tão terno, até mesmo sublime,
Não era esse vulcão em erupção, nem ousado...
Se cor tivesse seria da cor de um sonho, desses sonhos
Que só a idade sabe colorir. Mas esse amor! Esse amor!
Que era mesmo amor, que deu tempo de sentir,
Se fez adeus e se foi. A solidão deixou de ser temor
Para se fazer verdade, e o senhor que foi jovem,
Que foi rapaz de meia idade vai buscar esses momentos
Para lembrar que um dia foi feliz e...sonhar


José João
02/05/2.013
..








quarta-feira, 1 de maio de 2013

Meu coração é quem chora.

Cala coração, por favor cala, se teu pulsar são lágrimas...
Chora baixinho, chora sem que ouçam, sem que vejam,
A Ninguém importa tua dor de agora, de que vale gritar?
Ninguém quer saber dos teus prantos, nem te ver chorar

Acalma tua ansiedade e espera, aprende a sofrer calado
Sufoca tuas dores, te faz de vaidoso, chora escondido,
Confere com a alma as tantas lágrimas que vão precisar
Eu? Eu apenas empresto os olhos para poderem chorar

Mas, coração, não é justo. Desde quando não és meu?
Desde quando te entregaste todo, pobre e tolo coração.
Agora contigo aos prantos acham que quem chora sou eu!

Eu, que me escondo das dores fingindo sorrisos fingidos
Fazendo todas as minhas verdades mentiras verdadeiras
Me usas agora para chorar pelos teus amores perdidos?!


José João
27/04/2.013

O poeta chora e dizem que sou eu

Se um dia alguém disser que me viu chorando - É  MENTIRA -
Nunca choro, não tenho tempo nem olhos para isso. Chorar! Eu!!
Não fabrico lágrimas, nem prantos, até acho que chorar é ridículo
Eu não acredito. Um homem chorar! Será que isso já aconteceu?

Não sei o que são lágrimas, dizem ser coisa da alma que fica triste,
Que o pranto é um terço desses que se reza, sozinho e contrito,
Dizem que cada lágrima é uma Ave Maria que se chora por perdão
Orações, pedidos de perdão, lágrimas? Um homem? Não acredito

Nunca chorei e nunca hei de chorar. Lágrimas! Nem sei o que são
Até achava que fossem o suor dos olhos quando estavam cansados
Por tanto estarem abertos, ficavam assim... pelo suor, molhados

Duvido que alguém já me viu chorar. Não tenho tempo para isso
- Mas já vi você chorando. Pra chorar você tem até a hora certa
Eu? Eu não. Aquele  não era eu. Era o outro eu, era... o poeta.


José João
27/04/2.013