quarta-feira, 29 de abril de 2015

Hoje não sei escrever poesia

Hoje bateram em minha porta, alguém pedindo poesia.
- Mas que dia para pedir poesia!!?? - Volte amanhã...
(Gritei) sem levantar de onde estava.( Estava sentado
Na porta da tarde lembrando palavras que não disse).
Ontem ela se fez repleta em mim, perfume, olhares, beijos,
Senti tudo isso como se ela estivesse bem perto.
Até a brisa insistia em lhe tomar a voz e sussurrar baixinho
Coisas que só eu sabia ouvir, sentir e por tanto chorar...
E ninguém veio me pedir poesia!
Ontem rezei a oração mais bela que aprendi rezar,
Cada conta do rosário era uma letra do seu nome
As palavras faziam festa na poesia que escrevia pra ela,
Saiam aos borbotões as vezes até mesmo atropelando
Minha vontade de em silêncio buscar sua imagem divina.
Tudo era tão ela que até esqueci as horas, o tempo
E ninguém veio me pedir poesia!
Hoje essa tanta dor da ausência, essa carência 
Que me sufoca, que me toma sem me deixar pensar,
Em que cada palavra é uma blasfêmia por essa
Tanta angustia que me faz prisioneiro de mim mesmo
Preso nessa tristeza mais triste qualquer tristeza
Vêm me pedir poesia! VOLTA AMANHÃ ...
Hoje não estou para escrever poesias...


José João
29/04/2.015

Poesia... a mulher dos meus sonhos

A poesia me domina, é como fosse a mulher
Dos meus sonhos. A quem devo o milagre
De minha própria existência. Ah! Essa poesia!
Essa mulher inocentemente promiscua e sempre fiel,
Que me toma nos braços, escreve meus anseios,
Minhas saudades e angustias, que nas noites frias
Se debruça sobre qualquer papel a me ouvir, serena,
Calma, cheia de palavras e sonhos, tristes (as vezes)
Mas sempre puros, repletos de sentimentos,
Quase todos gritados pela alma e sempre verdadeiros.
Essa minha companheira que não consegue me ver
Chorar sozinho e, quase sempre em desespero,
Se faz mensageira dos meus desejos e vontades
E vai ao mundo procurando outros corações,
Para que eu, através dela, (da poesia) os habite.
Conhece todos os meus anseios, dores e carências,
Sabe dos meus momentos tristes, de solidão...
Escreve como ninguém minhas saudades...
Sabe de todos os adeus que disse ou que ouvi,
Sabe todos os meus segredos e comigo, se choro,
Chora com minhas próprias lágrimas.

José João
29/04/2.015

O caminho para onde estás.

A onda branca carinhosamente vinha até a areia
Buscando minhas lágrimas, que a muito ali estavam
Chorando tua ausência, e um caminho para o sol,
Que lá no horizonte, em colorida melancolia,
Pintava o céu cor de por do sol, cheio da saudade
Que tua ausência me fazia sentir. Pensamentos voavam,
Iam entre angustias e aflições, uma vontade de chorar
Me tomava a voz, e um sussurro, assim como um grito
Silencioso, que a alma grita só pra ela - e para o coração -
Chamava teu nome que se perdia dentro de mim,
Me tomava todo, e uma vontade descabida de sorrir
Insistia em vir cheia da alegria de teu olhar, aquele olhar
Que gritava te amo...num falar que só minha alma
Sabia entender. Uma brisa cheia de ti, do teu perfume,
Brincava de me fazer carícias, num inocente festejar, 
Como se ali estivesses e meu pranto não precisasse 
Mais chorar. Mas esse caminho que o sol deita no mar!
Que faz os amantes se fazerem dementes imaginando
Rotas impossíveis onde a saudade se faz tanto
Que a vontade de buscar é maior que a vontade de viver.

José João
29/04/2.015


terça-feira, 28 de abril de 2015

Meus trapos de sonhos

Meus sonhos ficaram pendurados no tempo,
Feito trapos balançando ao vento, nos varais perdidos
Da saudade com o cheiro da angustia triste que o vento
Insiste em trazer como se teu perfume se tivesse perdido.
Minhas lembranças, todas elas, dos olhares, dos beijos
Ficaram puídas, rotas, como retalhos de renda fina
Que se desmanchavam ao menor volteio de uma brisa leve
E se faziam pedaços incoerentes de uma vontade morta
Pela tanta solidão que vinha se enfeitando de primavera
Para me enganar a alma que chorava em silêncio, 
Ajoelhada, rezando sua própria dor que não passava nunca.
Minhas lágrimas pareciam bandeiras em meus olhos,
Tremulando vadias ao tempo, ao vento, alheias até mesmo
À minha vontade de chorar, elas soltas, se faziam vivas, 
E como loucas, corriam em meu rosto fazendo caminhos
Para a tristeza passar matando os sorrisos que, teimosos,
E mesmo tristes, teimavam em vir, na vã tentativa 
De enganar a alma, que já sem prantos, esforçava-se
Para chorar... como se assim a dor doesse menos.

José João
28/04/2.015






sábado, 25 de abril de 2015

Acho que não soube pedir

O que eu te pedi? Tu lembras? Não era tanto,
Na verdade era tão pouco! Pedido de uma alma
Que, não sei porque, já tinha medo da solidão...
Pedi apenas que me ensinasses a amar, 
Que me ensinasses a me entregar, sem medo...
Mas também sem lágrimas, que meus dias
Fossem cheios de histórias alegres, dessas
Que a gente diz que são histórias felizes.
Te pedi sonhos verdadeiros, sonhos cheios
De vida, poesias escritas por dois corações...
Lembra? Poesias repletas de nós dois, sim,
De nós dois, numa doação perfeita onde a vida
Se escrevia em um verso, infinito e eterno.
Não disse o nome dela, porque o nome...
O que importa um nome? Pedi apenas
Que fosse ela, a que me soubesse cativar...
A que eu me entregasse todo, pleno e sem medo,  
E o que me dás?! Um sonho impossível e...
Uma saudade triste.

José João
25/04/2.015




sexta-feira, 24 de abril de 2015

Sou réu...confesso.

Existem verdades que ficam, marcam, se fazem dor,
Se fazem mais que saudade, pedaços vivos
Da gente que se perdem no tempo, mas dentro de nós...
Ficam guardados, bem dentro da alma... para sempre.
Essa minha verdade, vive dentro de mim 
Como se fosse um segredo que me consome,
Que me toma o tempo, o pensamento, 
Vai buscar momentos divinos que vivi, que senti,
Que gritam dentro de mim como uma oração
Que ora se faz dor, ora se faz saudade,
Se faz até desespero, por fazer me sentir
Tão pouco. Perdas, e confesso, minha a culpa.
Hoje sou o condenado e o próprio condenador.
Me perco dentro do remorso dos meus erros,
Mas não peço clemência pela dor que sinto,
Deixo que ela me tome toda e grite alto,
Dentro do silêncio que me toma, que mereço...
E que minha alma chore (é justo) as lágrimas
Que fiz chorar, sentindo a tristeza de que minha
Ausência talvez  nem esteja sendo sentida

José João
24/04/2.015





quinta-feira, 23 de abril de 2015

A dor de não ter feito

Quanta falta de ti! Quanta saudade! Saudade...
Saudade dos beijos que não trocamos,
Dos beijos que não te dei, que deixava para depois
Como se os amanhãs fossem meus, eu...dono do tempo.
Quantas palavras não ditas! quantos segredos calados!
Quanto silêncio quando deixei para dizer depois
O que tanto querias ouvir! Quanto deixei para depois!
Hoje sinto saudade de tudo que não fizemos...e tudo
Por minha culpa. Como dói o arrependimento
Do não ter feito! É muito mais que dor...é remorso...
É uma carência maior que todas, apenas sonhar 
Os momentos que poderia ter vivido, sentido...
Isso aumenta tua falta, inunda minha vida de vazios,
Como dói tua ausência nos abraços que não me deste
Porque deixava para depois. Sinto saudade
Dos carinhos e beijos que trocamos, mas os tantos
Que não nos demos fazem mais falta ainda...
Da maneira mais dolorosa aprendi que somos tão pouco...
Que o arrepender-se por não ter feito dói muito mais
E a saudade deixa de ser saudade para ser tristeza
Porque sempre vai ficar faltando alguma coisa em nós


José João
23/04/2.015




terça-feira, 21 de abril de 2015

Apenas mais um...vazio

   Hoje, lá na distância do tempo vejo meus sonhos,
Agora tão distantes e tão impossíveis, tão longe
E tão vagos como se fossem pedaços mortos
De momentos que tão intensamente vivi.
Muito, muito distante vou buscar, como fossem sombras,
Fragmentos de nós dois, restos perdidos de mim,
Lembranças que agora talvez nem interessem mais.
Não me encontro mais nos momentos que foram nossos,
Só encontro meu próprio fantasma e de tudo que fomos.
Mas ainda meus olhos suspiram entre alegres e tristes
Nas lágrimas que choram por nós dois, ou talvez
Apenas por mim, no lamentar do que agora sou.
Nem tento mais me procurar, seria em vão...
Os sorrisos se perderam, a alegria se foi há muito,
Se encheu de tristeza, se misturou com angustias,
Se perdeu entre as minhas tantas perdas e se foi
Como mais uma, cabisbaixa, em sussurros inaudíveis, 
Lamentosos, deixando só mais um vazio entre tantos.


José João
21/04/2.015









sábado, 18 de abril de 2015

Histórias ou poesias?

Não sei escrever poesias, apenas conto histórias,
Histórias que se acomodem nos corações carentes,
Que se tornem melodias nas almas tristes,
Que se façam grito e eco ao mesmo tempo
Para que nunca passem despercebidas, perdidas,
Entre os amantes que, como eu, talvez chorem,
Sozinhos, suas dores. Minhas histórias ou verdades,
São contadas em versos sem rima, sem métrica,
De palavras soltas, livres, sem medo do começo
Ou do fim do verso, onde a alma esvoaça liberta,
Gritando suas vontades, prazeres e até angustias.
Ah! Essas minhas histórias! Algumas inacabadas
Ficam como rascunhos que nunca serão terminados,
Porque a história não tem fim, apenas se fez saudade.
Não sei sonhar poesias, sei apenas contar histórias,
Algumas sentidas em outros corações, choradas
Com lágrimas que não são minhas, gritadas
Pelo desespero de outras almas. Minha histórias...
Algumas verdadeiras verdades fingidas, outras...
São mentiras mentirosas que a solidão escreveu,
Fosse eu um poeta, saberia fingir a dor...essa dor
Que talvez... até nem seja minha, ou será?

José João
18/04/2.015




Perdi

Não sei como, nem onde, só sei que perdi. Perdi.
Procurei com o desespero da dor da perda
Dentro de mim, sufocando lembranças e sonhos.
Procurando entre velhos guardados...encontrei retratos,
Alguns amarelados, outros roídos como se o tempo
Estivesse, de proposito, querendo apagar rastros
Deixados entre os tantos olhares mortos e sorrisos...
Sorrisos antigos, já sem razão, sem sentido...
Aqueles que os donos já nem existiam mais.
Procurava na gaveta, gaveta mágica dos poetas,
Onde eles guardam recordações, versos inacabados,
Sorrisos tristes. Guardam beijos, olhares perdidos,
Há quem diga que a gaveta mágica do poeta
Não existe. Existe sim, mas só o ele sabe abri-la,
Mas não estava ali o que tanto procurava (lágrimas).
A dor aumentava, sangrava a alma, espremia o peito,
A voz era apenas um sussurro, e nem eu mesmo sabia
Se eram rezas ou blasfêmias. As horas pareciam
Correr como se quisessem passar na frente dos dias...
E eu...com uma demência quase louca..procurava
O que talvez nem encontre mais.

José João
18/04/2.015






quarta-feira, 15 de abril de 2015

Porque acham a saudade apenas triste?

Ah! Essa minha tão bela saudade triste! Cheia de ti.
Dos teus sonhos...dos nossos momentos, anseios...
Ah! Essa tão bela saudade de ti! Me deixa os olhos
Brilhantes, vivos, úmidos, molhados, chorados,
Encharcados com tua imagem a falar de nós dois,
E eles gritam silenciosamente teu nome e brincam,
De cada lágrima fazem uma carícia como se tuas mãos
Deslizassem em meu rosto dizendo te amo...afinal
Pra que palavras para dizer de nós, de nossas almas?
Sempre estavam disponíveis pra nós. Ah! Saudade!
Me toma nos braços, me invade sem que eu peça,
Vai até lá dentro de minha alma, se acomoda... 
E, sem cerimônia, de lá te traz toda, me deixa repleto de  ti...
Como se nenhum adeus tivesse acontecido. Ah! Saudade!
Que me deixa vivo, que diz que tenho história...
Que me faz viver todos os momentos que me deste.
Não sei porque acham a saudade apenas triste!
E não bela. Não sei porque dizem que a saudade dói...
A mim, ela faz chegar como sonhos os momentos que vivi,
E até me abraça com o carinho que um dia senti.

José João
15/04/2.015


A história do vazio de mim

As vezes uma vontade de chorar, copiosa e descabida
Me chega sem avisar, sem razão, sem que eu queira,
Chega apenas por chegar, e choro...mesmo
Sem querer chorar. Outras vezes é uma tristeza...
Mais triste que qualquer tristeza, dessas que faz
Até minha carência, talvez por pena de mim, pedir
Para a saudade me abraçar, me trazer sonhos
Que possam me fazer lembrar momentos que já vivi.
As vezes é tão grande a vontade de querer voltar
Que me ponho a fazer rota entre as estrelas...
Imaginando caminhos que talvez nem levem a lugar
Nenhum, buscando horizontes sem estradas pra chegar.
Ah! Quantas vezes a solidão se fez maior, muito maior
Do que eu podia suportar! Quantas vezes cai em prantos,
Em lágrimas vivas, sem mais te-las pra chorar...
Quantas vezes meus olhos secaram vazios, vagos,
Sem nada para olhar, sem nem sonhos pra sonhar!
Apenas contando tristes a história do vazio de mim.


José João
15/04/2.015



segunda-feira, 13 de abril de 2015

Eu... tudo que sobrou de mim

Sou eu a incoerência de mim mesmo e dos momentos,
Dos desencontros e angustias que me tomam e me seguem,
Sou eu a incoerência viva na vontade de querer ir
E não ter lugar pra chegar, de querer ficar e não ter
Onde estar. Sou eu quem em desespero corre por caminhos
Perdidos, sem horizontes, para fugir dos adeus que deixaram
Dolorosas saudades, mas por onde vá elas vão comigo.
Sou quem se fechou num mundo feito apenas de mim (loucura)
Na vã tentativa de me fazer completo, guardado das coisas
Lá de fora, onde apenas solidão e tristeza se faziam vivas,
Mas fui eu a quem elas, mais cruéis ainda, encontraram.
Fui quem se fez pranto nas tantas  tardes de primavera,
Molhando com minhas lágrimas as flores sorridentes
Que os outros achavam inocentes e belas...e eu... triste.
Sou eu, aquele homem de voz reticente, olhar vago...
Passos lentos, como se o tempo lhe pesasse nos ombros,
E os sonhos, que ficaram como resto da vida que um dia viveu,
Se fizessem  pesados fardos que a alma carrega só.
Sou quem estende um olhar molhado de dor para a vida
Pedindo uma migalha que seja, um resto de qualquer 
Esperança que a alma carente tanto implora.


José João
13/04/2.015

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Saudade... a maneira perfeita de ti amar

Que a ausência me negue tua presença...
Que a solidão me tome todo nas noites mal dormidas,
Que a tristeza me invada, desde a alma até os olhos,
Chorando lágrimas como fossem palavras sussurradas
Cheias de ti, te buscando nos velhos e caducos sonhos
Que ainda me fazes sonhar, quase perdidos no tempo,
Mas em cada fragmento uma doce lembrança tua.
Que angustias me façam chorar em copioso pranto
Essa falta que me sufoca dentro do vazio de mim,
Ainda embriagado pela ilusão de te sentir perto.
Que me aconteça tudo isso, mas nunca vou deixar
Tua saudade ir de dentro de mim, vou deixa-la aqui,
Que se faça repleta dentro minha alma só tua.
Nunca permitirei que o tempo entre nós se faça distância,
Vou te guardar carinhosamente dentro de mim,
Obedecendo as ordens de um coração carente de ti,
De uma alma que te fez sua própria eternidade,
E assim fazem da saudade de te uma outra história
De amor, dessas que só a perfeição sabe cuidar.

José João
09/04/2.015



quinta-feira, 9 de abril de 2015

Já nem sei se é mesmo dor.

Ah! Essa minha dor! Maior que qualquer dor,
A minha não é dor alheia, aquela que dói menos,
Essa é só minha, maior que todas, é essa que destrói
A própria vida, que estingue até os raros fragmentos
De sonhos que se faziam pedaços de momento risonhos,
De momento vividos entre alegrias e risos, entre esperanças
E desejos. Ah! Essa minha dor que sentem medo de sentir!
Tanto sentem que não amam. Dizem que chorar a perda
De um amor maior que qualquer amor, é sentir uma dor
Maior que qualquer dor. A minha é infinita mas, menor,
Infinitamente menor que o amor que senti. Por isso
Vale a pena. O destino faz a troca justa, a cada segundo
Que se vive um amor intenso como vivi, chora-se por anos
Mas...se não o vivesse, fosse talvez maior minha tristeza,
Meu vazio, sem nada para contar, sem nenhuma saudade
Para sentir, e o silêncio cheio de vazios por não ter
Uma história que ao meno me fizesse lágrimas ao lembrar.
Na verdade essa dor que sinto é diferente, cuida de mim,
Nunca vem sozinha, traz a saudade que me põe no colo,
Me fecha os olhos e me faz ir lá, bem distante, no tempo
...viver outra vez...mesmo estando aqui, de frente
Para a solidão, para a tristeza, e essa dolorosa ausência


José João
08/04/2.015


terça-feira, 7 de abril de 2015

Será que essa dor é só minha?!!

Não só os sonhos se fizeram restos. Eu também...
Me fiz resto de mim quando esperanças e ilusões
Se perderam entre os dias, se fizeram vazias,
Indo a lugar nenhum porque os sonhos estavam mortos.
Me fiz silêncio, perdido nos acordes de uma canção
Que a alma balbuciava sem ter voz para cantar,
Os sorrisos se perderam na dureza de tristezas vivas,
As lágrimas se faziam farpas, expulsas pelos olhos
Ora como queixumes, ora como blasfêmias
Que as palavras não ousavam ou não podiam dizer
Para que a alma não pecasse ainda mais, e inocente,
Pudesse em solenes orações rezadas, pedir clemência
Pela tanta dor que uma eterna carência lhe fazia chorar.
As perdas se fizeram fantasmas, os tantos adeus
Se fizeram rosários de perdidas contas, sem conferir
Os ais que cada saudade deixou, e cada lágrima
Caída, correndo no rosto, era um reza nova,
Que em desespero meus olhos choravam 
Como se dissessem para a alma: Estou gritando
...espera... talvez um dia ouçam nossa prece.

José João
07/04/2.015



quinta-feira, 2 de abril de 2015

O vazio que tua ausência faz

Chove lá fora, a chuva parece cantar um choro triste,
O vento  se desmancha em lamentos, voando solto
Sem nenhum lugar pra ficar, perdido, feito andarilho
Que não sabe em que horizonte chegar.
Nas portas e janelas a saudade pede para entrar,
Dizendo trazer histórias que não posso esquecer,
Mas a casa está cheia, não tem mais lugar,
A solidão se fez dona dela, trouxe a tristeza,
A angustia, até a desilusão, que quase nunca chega,
Está comodamente sentada na soleira,
Sem permitir nem a entrada da esperança, que lá fora,
Aos gritos, diz que minha alma precisa muito dela.
Uma ausência densa, cheia de martírio e muitos ais,
Desses ais doloridos que a alma, pela dor da perda,
Grita desesperada em lágrimas, prantos e blasfêmias,
Acorda o silêncio que, preguiçoso, dormia entre as horas,
E estas para não acorda-lo  se arrastavam lentamente,
Vagarosamente como se não fosse preciso passar
Para chegar um outro amanhã...que talvez nem precisasse vir,
Porque essa dor, parece não ser  de ontens nem  de  amanhãs,
É a dor de sempre, dessas que se orgulha de ser eterna


José João
02/04/2.015



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Saudade é um amar diferente


Chega  a ser mórbida essa tristeza que sinto,
Que me invade, que me toma,. que me suga da alma
Esperanças, sonhos e até a vontade de fazer-me vivo.
Quando a saudade  se faz mais dor que mesmo saudade,
Quando as lágrimas escondem os horizontes que meus olhos
Insistem, em neles, ir buscar tua imagem que a alma diz
Divina. Quando paro, caído no desespero da angustia,
Só teu nome sei rezar como oração, ou como vida.
Não sei onde te buscar, te encontrar...não sei
Mas te deixo dentro de mim como se fosses para sempre
Minha verdadeira história, a única que vivi plenamente.
Vivo no rastro dos teus passos que se perderam de mim,
Na ansiedade da eterna busca de te buscar nos sonhos
Que sonhei ou que ainda vou sonhar. Nas lembranças
Perdidas que não sei onde deixei, ou onde perdi...
E assim vou...indo por estradas cheias de solidão,
De desejos perdidos, de esperanças mortas...
E do silêncio que tua ausência deixou como castigo,
Para uma alma que o crime foi apenas amar tanto.

José João
01/04/2.015