sexta-feira, 22 de julho de 2022

O rosto e o pranto

Meus versos, algumas vezes, são lágrimas da alma
Chorando saudades tristes, lembranças quase perdidas,
Detalhes esquecidos que um dia até já foram história
E as palavras... se fizeram poucas para serem ouvidas

Minhas poesias, pedaços da alma, escrevo com prantos
Com palavras molhadas, encharcadas de dor e de mim
Costuradas pelo tempo, soberbo alfaiate das minhas ilusões
Que até um dia foram sonhos, hoje, são loucas alucinações

Sento no tempo, perdido na noite, olhando sem nada ver
Vou buscando lágrimas, saudades, pedaços de pensamentos
Já madrugada, busco o pranto... só com ele sei escrever

Não preciso de papel, seria pouco e eu ... escrevo a gosto
Como fosse preciso fazer um poesia completa em cada verso 
E qual melhor cenário que o pranto escrevendo no meu rosto?

José João
22/07/2.022

terça-feira, 19 de julho de 2022


 
Por Tanto, Prefiro Cético Calar

Porque essas tantas perguntas?
Tantas respostas sem serem ditas?
Por acaso minhas mentiras são verdadeiras?
Como posso gritar ao mundo se não tenho voz?
Calar é só o que posso fazer, porquê?

Parece que ontem tinha a voz livre
Toda verdade era dita sem medo
Perdeu-se no tempo a força do dizer
Caminhava entre as palavras soltas
Contando histórias que todos sabiam

Perdi a força de falar para o mudo
Tudo que aprendi um dia, juro que perdi,
Passo agora o tempo vendo o que não sei,
Contando o que mandam que conte
Como se calar agora fosse ser herói

domingo, 10 de julho de 2022

Um verso, uma palavra e as tantas verdades

O que não cabe em um verso?
dor
Mas nos meus versos sempre tem
lágrimas
Porque é neles que sei escrever
saudades
Também no mesmo verso mostro
prantos
São versos curtos que contam
angustias
E ela não dita, no tempo se faz
silêncio
Não se ouve, não se vê que triste
solidão
Quem mais fica a esmo, perdida?
alma
Que busca terminar suas aflições 
rezando
No verso menor, a palavra mostra
verdades
Dor, lágrimas, saudade e prantos,
Angustia, silêncio e solidão,
Almas rezando... são verdades
Que quase ninguém vê.

José João
10/07/2.022

A embriaguez dos meus versos

Quantas vezes fugi pra dentro da poesia! Quantas vezes!
Contando alegrias que nunca senti, fingindo histórias
Que nunca vivi! Sentindo carícias que nunca existiram.
Quantas vezes busquei rimas no nada, como se o nada
Estivesse cheio de saudades mortas ou lembranças perdidas.
Ah! Os versos! Quantos de mim fugiram! Rimas alinhavadas
Em lágrimas soltas, em palavras rotas, em versos incompletos
Porque o pranto insistia em ser a maior verdade da poesia.
E assim, na verdade que se fazia ser, tomava conta das palavras
E a poesia não se queria fazer toda de pranto... e nem podia
Ia embora de mim como se fosse uma brisa fugidia que preferia
Ir em volteios leves a lugar nenhum que ser toda pranto...
E eu... desenhava nos lábios um arremedo de sorriso,
Balbuciava pensamentos inaudíveis, como são os pensamentos
E fingia que eram versos que... nunca se fizeram completos
E eu, a poesia fingida que insistia em não me fazer seco de versos
Íamos ao tempo como bêbados, com pensamentos embriagados
Contando mentiras, como se viver fosse apenas isso... um mentira.

José João
10/07/2.022