segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um olhar... bastaria um olhar apenas

Ah! Se teus olhos a mim dissessem: te amo
Buscaria estrelas... iria onde nunca fui
Faria versos gritados ao som do tempo
Em melodias com a própria voz do vento

Ah! Se teus olhos a mim dissessem: te amo
Seria o que nunca fui, seria, te juro, até poeta
Me faria poemas a desmanchar-me a teus pés
Seria todo teu, seria a poesia mais completa

Me bastava apenas um olhar, pra que palavras?
Seriam tão pequenas que não não diriam nada
Deixariam, na verdade, minha alma mais calada

Mas um teu olhar apenas, só um teu olhar
Invadiria minha alma e ela alegre gritaria
Dou-me a ti, me toma, só por ti eu viveria.

José João
15/10/2.018

Um desesperado grito da alma.

Deixa-me, grita minha alma em desespero
Para a tristeza, fria, cheia de poteagudas
Farpas de dor, de arestas afiadas de solidão
Que brincavam de fazer cicatrizes novas,
Doloridas, pelo prazer de apenas causar dor.
As lágrimas correm avulsas no rosto pálido
Que se entrega ao desespero de contocer-se
Para que fingidos sorrisos o enfeitem, mintam
Que a dor não está doendo. A vontade de chorar
Se faz tão forte que um convulsivo tremor
Faz que os soluços se despedaçem no tempo
Como fragmentos de gritos presos na garganta
Porque é tanta dor que até o chorar se faz pouco,
Tão pouco que o pranto, como gritos da alma,
Se alvoroçam em ser mais, mas coitados...
Não passam de pequenas gotas de lágrimas
A gotejarem quase lentamente como se a dor
Lhes tivesse causado, como fez na alma,
Um desmaio cheio de dolorida angustia.

José João
15/10/2.018

Cacrícias de Deus.

Dei-me ao tempo e ao prazer de sentir,
Mesmo em lágrimas, os adeus ditos,
Entrego-me ao pranto por eles causados
Mas ainda assim me faço todo ouvidos

Lhe escuto em silêncio e a ele me entrego
Na ânsia da saudade que sei, vai chegar
Assim faço versos, ainda que tristes
Preparando a alma para um outro chorar

A ausência a se fazer um eterno esperar
Daquilo que se sabe, não vai mais voltar
Como haver saudade sem haver um adeus?

Adeus, grito ao tempo num aceno choroso
E deixo que o pranto me marque meu rosto
Como fossem as lágrimas, ternas carícias de Deus.

José João
15/10/2.018

domingo, 14 de outubro de 2018

Tão distante, mas ...como ser eu... sem ti?

Quem dera houvesse dentro de te um pedaço de mim,
Como dentro de mim existe um pedaço de ti.
Que me leva no valsar da vida em sonhos ternos,
Que não me faz sentir saudade pela falta de mim
Porque sempre estou repleto de ti... quem me dera!
Me entrego que minha alma te carregue no colo,
Que te faça meu alento, meu melhor pedaço de mim.
Não importam saudades ou distâncias... os sonhos
Me permitem estar perto e até me descobrir em ti...
Saber-me contigo, saber-te dentro de mim, rio-me e,
Se perdi sorrisos por saudade de ti, chorei prantos
Por vontade de ti, essa vontade que me faz
Implorar ao tempo que não se faça distante...
Perecebi que esse pedaço de ti, dentro de mim
Me faz que... eu sem você... não seja mais eu.

José João
12/10/2.018


O que só sei sentir

Eu sei que meu canto é triste e minha alma chora
Essa dor que sinto. Sei já não tenho lágrimas
Pra chorar essa dor de agora! Foram tantas dores
Que chorei, foram tantos prantos, que já nem sei
Se ainda tenho como chorar, a não ser nos versos,
Que mesmo tristes, insisto em falar. Não sei...
Se minha alma ainda pode me fazer contar
Essa tanta dor que sinto, mas... sei que se calar,
Tristezas, angustias e o silêncio vão me afogar...
E será bem pior assim, prefiro me sentar no nada,
Sentir saudade, chorar sozinho num sussurrar
Que só eu e a alma escutamos e, deixar... deixar
Que o tempo tome conta do que pode acontecer...
Só sei que essa dor, essa que minha alma chora...
Só sei sentir, chorar e... não sei dizer.

José João
14/10/2.018

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Apenas um instante.

Porque as histórias de amor são... tão tristes?
Porque sempre a saudade insiste em chegar?
Porque a eternidade é tão curta para quem ama?
Ningém escuta a alma quando ela quer chorar!

Parece loucura dizer que a eternidade é curta,
Mas para quem ama, todo tempo é muito pouco
Deixar dentro da gente o que se foi pra sempre
Pra sentir esse "eternamente" se há de ser louco!

Há quem diga, juro, vou te amar por toda vida,
Mas as vezes a vida faz coisas que não se quer
E nunca se está pronto para o que der e vier.

As vezes o tempo diz o que não se quer ouvir
E se há eternidade quando é vedadeiro o amar
Só a saudade se faz eterna num mesmo chorar.

José João
12/10/2.018

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Eu, o tempo e a solidão

Por um momento apenas me deixa
Encostar a cabeça em teu colo e... chorar.
Não precisa que chores comigo...
Não precisa que digas nada, fica em silêncio,
Apenas ouve meus soluços gritando saudades
Que nunca se foram, gritando em palavras
Mudas tudo que a alma sente e... chora.
Deixa-me que te declame meus versos
Obececados pela vontade de contar histórias
De amor, de contar sorrisos, de contar sonhos.
Apenas me ouve, deixa-me falar de saudade,
Esse milagre que faz estar o que já não existe,
O que se foi, o que não volta mais...  mas está
Dentro da gente como pedaço do tempo
Como vontade de viver, de lembrar, chorar,
Sorrir, depende do momento que ela chega. 
Deixa-me, por um momento, te sentir perto,
Como se fosses o que preciso para me ouvir...
Preciso do teu silêncio porque assim, contigo,
Me sinto livre para os prantos...não fosses tu,
Solidão, como eu me ouviria!?

José João
09/10/2.018

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Só sei mentir, não sei ser poeta.

Rio-me as gargalhadas quando me dizem poeta,
Eu! Poeta?! Se nem ao menos sei o que é poesia
O que seria poesia! Um tipo de lágrima, de pranto?
Algum grito da alma, fingindo que é um canto?

Ou poesia seria... uma conversa com a solidão?
Eu? ... talvez eu seja um... contador de histórias
Que escreve com palavras rotas qualquer tristeza,
Que vai buscar saudades perdidas na memória

Mas eu...poeta! Quem me dera eu fosse. Poeta!
De mim as poesias fogem, talvez me achem pouco
Por apenas achar que para amar é preciso ser louco

Não sei o que é poesia, não sei o que é ser poeta
Como se só sei chorar não sei dizer o que sinto?
Os poetas contam sua dor e eu... pra elas eu minto

José João
08/10/2.018

Quem dera me ouvissem!

Vejo o amor como poesia e o escrevo em versos,
Coisa minha, de quem ama, se entrega...
Sou assim mesmo, pleno quando eu amo, mas...
Nem sempre me entendem, algumas vezes,
As poesias que faço nem têm resposta...
Mas até entendo, poesias de amor são "chatas",
As vezes apenas se ouve ... por ouvir, 
E o silêncio do que não é dito fica no tempo,
Marcando a alma, que, atonita, se pergunta:
Não ouviram a poesia que fiz? - Ouviram,
Diz a vontade de ser ouvido, mas como disse,
Poesias de amor são tão "chatas"! Muito.
Assim me calo,  o que sinto declamo em silêncio
Minha verdade fica muda dentro de mim.
Porque não ouvem as poesias com a alma?
Se pelo menos ouvissem e dissessem: ouvi,
Aí a poesia se faria verdade, se faria festa
E a alma saberia que ouviram o que ela disse.
Mas sempre é o silêncio a resposta. Que pena!
Quem dera as almas respondessem as poesias
Que a minha grita, quase em desempero!

José João
08/10/2.018

sábado, 6 de outubro de 2018

Medo de amar outra vez.

É um silêncio dentro de mim! Não me ouço...
É um soluço infantil em lágrimas de desgosto
Um não-sei-o-que de desencanto em roto canto
A molhar-me o rosto com frio e desvairado pranto

Versos molhados, perdidos de rimas, chorando
Saudade infinda, de apenas de ontem, a martirizar
A alma, coitada, perdida no nada a se peguntar
Deus, que fazer se essa dor de agora nunca passar?

O adeus dito ontem com um gosto amargo de sempre
A fazer que a vida se perca em pedidos dementes
Para que essa dor não deixe a infeliz alma doente

Sim, doente. doente porque foi tanto a entrega
Que se fez de criança deitada num colo a sonhar
Agora, quem sabe, lhe deixe essa dor medo de amar!

José João
06/10/2.018

Como não chorar?

Hoje o dia amanheceu triste, cheio de lágrimas,
De saudade e de adeus. Os sonhos se pederam,
A noite se fez vazia, sem ser noite para sonhar
Mas para apenas chorar. As horas se arrastaram,
Ficaram lentas, quase não passavam, e uma angustia,
Dessas que até a alma chora, brincava de espantar
O sono que parecia morto, enquanto a insonia,
Como se estivesse bêbada, gritava no silêncio,
Como louca desvairada, chamando a solidão.
Mais tristezas, provocando prantos e falando
Que chorar é preciso quando se estar assim...só.
O pensamento, como se estivesse lento, pesado,
Não ia além de mim  mesmo, coitado, buscava
Momentos vividos e só encontrava eu... triste,
Sentado no vazio escuro da noite a perguntar-me:
Porquê. Sem respostas, encostava a fronte no adeus
Que ainda me sussurrava e, aos ouvidos da alma.
Para me dizer que os amanhãs... serão ainda...
Bem mais doídos e, sentado no tempo, espero
Apenas que tenha lágrimas para tanto.

José João
06/10/2.018

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Versos vazios ...

As vezes me esqueço de mim, do que fui,
De momentos que vivi, sorrisos, promessas
Que fiz, que ouvi, todas perdidas no tempo,
Menos algumas que me chegam sem pedir
Ou que talvez nunca tenham ido, ficaram
Dentro de mim para não serem esquecidas
E me martirizam, me angustiam, me fazem
Chorar em silêncio, perdido na solidão
Que me escreve no rosto nomes que esqueci,
Mas, em mim, ficaram as dores que nao foram.
Escrevo histórias em poesias tristes, até pensam
Não serem minhas, sejam verdades fingidas
Em sorrisos falsos, mentiras cheias de verdades
Quando fingir é mais que ser... é também viver.
 Deixo que o vazio me tome conta, me faça
repleto do que não sei mais dizer... nem viver.
Corro entre os sonhos que sonhei um dia
Quando eram cheios de mim, de verdades,
Tantas que se faziam poesias completas
Declamadas pela alma... hoje, as tristezas
Se fazem versos cheios de mim... assim...
Vazios.

José João
05/10/2.018