quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Porque ainda não sei se...

 Ah! Já caminhei por tantos caminhos que nem sei,
Estradas, veredas, em alguns deixei meus rastros
De outros trouxe dores, de poucos, muita saudade
Todos esses momentos parecem ter a mesma idade

Me perdi no tempo, perdi as rotas por onde passei
Sei que em muitos, meus rastros foram de prantos
E se perderam sugados pela marca de outras dores
Alguns, me escreveram na alma verdades e encantos

Hoje percorro outros caminhos, cheios do que vivi
Levo cantos, palavras e versos que ainda não escrevi
Tenho até poesias escritas com o que há muito senti

Guardo como se fossem de ontem, porque ainda não sei
Se serão emoções diferentes das que um dia já senti
Ou serão apenas lágrimas novas chorando o que já chorei

José João
16/09/2.021

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Agora... o tempo é o poeta

Quantas vezes minhas lágrimas molharam as poesias!!
Quantas vezes a solidão, sem cerimônia, se fazia rima!!
Já escrevi versos perdidos de mim, em poesias vazias
Até já fiz do pranto, para meus versos, matéria-prima

Quanto já chorei sentindo a dor sufocante de uma saudade!
Sentindo o peito arfar no desejo de gritar apenas um nome!
Até quis fazer de cada momento um instante de eternidade
Mas apenas consegui prantos, tudo se vai e a dor não some.

Hoje as poesias não são mais minhas, são todas do tempo,
Ele me escreve em contos e versos até desenha meu sonho
E a tudo isso, por tanto que já perdi, deixo, não me oponho

A ele empresto lágrimas, sorrisos tristes, olhares vadios,
Lembranças perdidas, silencio, versos ainda não escritos
Empresto, até a triste perfeição do meu distante olhar vazio.

José João
15/09/2.021

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Amar... por sempre amar

 Não há de ser o medo de amar que me afaste do amor,
Não há de ser o medo de chorar que me faça não amar,
Vou falar sempre, mesmo que minha voz perca o calor
E, se me faltar, ensinarei as lágrimas ao amor se confessar

Se um dia o tempo encher minha voz de reticências,
E as palavras se fizerem sussurros, sem querer sair 
Não calarei meu grito, minha alma saberá como falar.
Falarei como os olhos, ensinarei meu olhar a sorrir

Não há de nada me fazer perder a vontade de ser amante
De me entregar em devaneios puros e inocentes, sem temor
De me deixar servo cativo dessa majestade... o amor

Se depois de tanto, se depois de tudo, me perder no tempo
E, por isso, sem que queira, ele me cercar de solidão
Continuarei amando na saudade que vem morar no coração

José João
10/09/2.021