domingo, 26 de junho de 2022

Quem dera eu fosse a voz da humanidade!!

Brinco de pintar o horizonte com cores que só eu sei,
De esculpir flores em nuvens, enfeitar a saudade com beijos,
De brincar com as palavras em versos cheios de verdades
Ou de fingidas histórias que insisto em fazer verdadeiras.
Eu!!! Alinhavo pedaços de sorrisos em qualquer papel...
Faço que a palavra tenha outro sentido, brinco de fazer isso.
Até já fiz a brisa cantar ladainhas em volteios inocentes.
Converso com as flores, lustro suas pétalas macias...
Guardo seu perfume em caixinhas de musicas coloridas...
Posso fazer tudo isso. Lustro estrelas, até as mais distantes.
Prendo as estrelas cadentes em folhas de papel, só pra mim.
Posso esculpir uma lágrima no rosto alegre do palhaço,
Ou um sorriso se o rosto precisar fingir que está risonho.
Eu! Posso fazer o impossível, posso parar o voo da gaivota
No fim de um verso e no outro, falar da beleza da primavera,
Do flamboyant florido, do Lírio apaixonado pela Azaleia.
Posso tudo. Sabem que sou eu? Não? EU SOU A ARTE,
E VOCÊS OS ARTISTAS QUE USO PARA FICAR VIVA.

José João
26/06/2.022

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Aprendi a sorrir com os olhos

A tristeza me ensinou sorrir... sorrisos diferentes,
Sorrir chorando não é fingir, é mesmo chorar,
É como gritar com os olhos, quando as lágrimas
Correm no rosto, é como fossem palavras silenciosas
Que só a alma sabe dizer... num copioso silêncio.
Sorrir com os olhos! Ah! Quantas vezes já fiz isso!!
As vezes a saudade vinha lentamente com o por do sol,
As lembranças fervilhavam na alma carente... sozinha...
Aí os olhos, solidários, sorriam brilhantes num olhar vago
A se deixar ir no tempo, de carona com o pensamento
Indo buscar até mesmo detalhes que ficaram perdidos.
Até gargalhar meus olhos sabem, se perdem no tempo...
Gargalham como fosse o gorjear de um pássaro alegre...
Riem tanto que choram, as lágrimas deslizam no rosto,
Umas se perdem ao vento, outras se fazem caminhos...
Algumas se dão ao luxo de salgar a alma com beijos.
Mas triste mesmo, é um sofrido soluço de uma saudade
Que os olhos, espantados, se derramam em pratos...
Mas tantos que nem fingir sabem... choram mesmo.

José João
20/06/2.022

É assim que te amo

Te amo, tanto, que tua falta me sufoca a alma, que grita
Dentro de mim tua ausência, que me faz as lágrimas
Escreverem teu nome em meu rosto como carícias,
Essa vontade que me invade, que te traz pra mim,
Apenas me diz o quanto te amo. Tudo em volta
Tem teu perfume, parece que o tempo me sorri
Com teu sorriso, que a brisa tem a sutileza suave
De tuas mãos brincando de desenhar em meu rosto
Palavras gritadas em silêncio que só a alma ouve.
Te amo com a certeza de nós dois, te amo
Dentro dos sonhos que me fazes sonhar, te amo...
Te amo no silêncio que me permito para te sentir mais,
Para ouvir teu ofegar quando nós dois, numa entrega
Sem pecados, nos damos um ao outro na imensidão
Do que nos fizemos ser. Te amo e, a cada amanhã,
Te amo mais, muito mais e, se há de o céu
Querer proteger esse meu querer, um dia ele terá
Que crescer para pode cobri-lo.

José João
20/06/2.022

Retalhos de versos e... de mim

Qual pássaro no chão caído
Gorjeando prantos doloridos
Se fez minha pobre alma aflita.
Dentro de mim a solidão aplaude os versos
Que a tristeza recita, a angustia pede bis,
Mas tristeza diz um sonoro não,
Quer os versos chorando dores novas,
Chorando prantos tristes, ainda que belos...
É com eles que a alma canta a saudade que sente,
Aí então, escrevo versos loucos, de rimas soltas,
Escrevo versos tristes de prantos frios,
Escrevo versos amargos com palavras rotas
Mas ainda assim trazem  o doce perfume
Que me afaga o corpo, que abraça minha alma
E me veste com o sabor de amor eterno,
Meus beijos ficam na imagem que tenho 
E nos versos... minha alma carente busca,
No íntimo de mim, bem dentro dos meus segredos
O que nem sabia mais lembrar.

José João
20/06/2.022