quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Depois que aprendi amar...

As vezes me pergunto quem eu era
Antes de saber amar. Pergunto também
Como eu era antes de chorar saudades,
Não tenho respostas ... não lembro!
Talvez eu fosse um qualquer, sem ontens,
Sem amanhãs, vivendo o vazio do momento.
Andando sem ter onde chegar, indo sem rumo,
Sem chegar a lugar nenhum. Não lembro...
É como se não tivesse vivido antes de amar,
Como se não tivesse histórias pra contar...
Uma lacuna do tempo que nem posso lembrar.
Ah! Mas depois que aprendi amar...
Tudo criou sentido, até a ansiedade da espera,
O adeus passou a ser coerente, único
Em cada história, a saudade se fazia livros
Escritos por cada adeus. As lágrimas
Passaram a ter lógica, razão de ser...
Ah! Depois que aprendi amar, imagine
Chorar passou a ser a voz da alma
Deixou de ser ridículo, ficou uma pintura...
O luzir das lágrimas ...depois que aprendi
Amr, fiquei convencido... agora sei o que é pranto.
O que é viver, o... que é ser história...

José João
31/10/2.019

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Porque é tão salgado meu pranto?

Me vem em lágrimas as poesias que faço
Entre palavras soltas perdidas de mim
Como se elas fossem histórias contadas
Com apenas começo, sem meio e... sem fim

O olhar se perde num tempo distante, onde
Só pensamentos e saudades podem chegar
Grito em silêncio a tanta dor que eu sinto
Mas um mundo surdo não me pode escutar

Caminho sem rumo por onde nunca passei
E me vem aos olhos, em úmidos sorrisos,
Lembranças perdidas mas que até já chorei

Se sabiam que iria chorar mais que tanto 
Porque não me fizeram doces as lágrimas?
Porque me fizeram tão salgado o pranto?

José João
30/10/2.019

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Quem disse que liberdade é apenas poder voar?

Qual pássaro que voa triste ao sabor do vento
Em que o gorjeio nada mais é que triste pranto
Se vai sem rumo... lhe basta qualquer lugar 
Por tão triste nem a primavera lhe alegra o canto

Voa em liberdade mas não vai a lugar nenhum
Sobrevoa  montes, rios, jardins e não vê beleza
Lhe dói no peito a dor da perda da companheira
Que em blafêmia até culpa mesmo a natureza

Que liberdade se tem no sonho para sonhar!
Que liberdade voar na poesia e até poder criar
Uma história e... dentro dela se fazer ficar!

Mas que fazer se for verdade uma história triste?
Como o pássaro que triste voa sem querer pousar?
Ledo engano, dizer que liberdade é apenas poder voar!

José João
24/10/2.019

A alma livre de um poeta triste

Minha alma, mesmo livre, nasceu chorando
Por tantas dores vindas e não sei de onde
Pergunto ao tempo em orações que invento
Clamo em prantos mas ninguém responde

Dou-me ao pensar no vazio de mim mesmo
Busco em sonhos, em momentos que nem sei
Que talvez tenha vivido, que perdi, ou que fui
Pedaços de mim perdidos nas dores que já chorei

Corro por horizontes que minha tristeza inventou
Crio saudades infindas com elas brinco de amor
Faço recortes do tempo para saber quem eu sou

Não quero parir versos nem cantos, só encantos
Assim minha alma em cantar ao mundo, insiste
Mas, como entender o canto livre de uma alma triste?

José João
24/10/2.019

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Chorar por amor é diferente

Não sei se é tristeza o que sinto
Mas sei que chorar não é preciso
E, se por acaso, apenas minto
Por ser meu pranto tão indeciso

Talvez seja meu mal, a solidão,
Ou quem sabe seja só a saudade
Fazendo que eu viva uma ilusão
Me fazendo sorrir por caridade

Entre essas tantas dores me perdi
Mas será que chorar não é preciso?
Foi só o que fiz dizendo que vivi

Chorei sorrisos, lágrimas e prantos
Chorei em versos, em poesias e cantos
Mas por amor, foi o meu maior encanto

José João
23/10/2.019

sábado, 19 de outubro de 2019

Minha alma e eu

Oh alma minha que de tão triste chora,
Porque te perdes nesse doloro pranto?
Finge não ser dor, a dor que sentes agora
Mente pra mim, faz-me que seja canto.

- Fiz-me voz e por te gritei ao tempo
Sonhei os sonhos que querias ter sonhado
A voz se perdeu em eco levado pelo vento
E dos sonhos não resta um a ser lembrado

Alma minha não me culpe pelo que sentes
Olhei com teus olhos o que me permitiste
Agora a dor é a mesma, não são diferentes

Meus olhos choram a dor que sentimos
É o mesmo, o pranto que nós choramos
É a mesma angustia que tu e eu gritamos.

José João
19/10/2.019

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Coisas de um velho poeta!!

Ah! O velho poeta! 
Chorou a dor de tantos adeus ouvidos...
Uns ditos em silêncio, outros em lágrimas...
Alguns em acenos, outros, os mais doídos,
Chorados com a alma. Quanto pranto!
Quantas palavras mudas ficaram presas
Em soluços que deram som ao pranto!
Quantas noites a luz para a escuridão
Era feita apenas pelo brilho da tristeza
Nos olhos... tristes, vazios, escondidos
Na solidão de um pranto gritando momentos
Que desde muito eram apenas saudade... 
Ah! Mas o velho poeta sorria chorando
Nos versos onde ele bem sabia fingir...
Escrevia saudades risonhas nas poesias,
Brincava com as palavras em rimas soltas,
Em alegrias rotas, em angustias loucas
E... tecia uma história fingida com...
Gosto de tristeza na boca.

José João
14/10/2.019

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Sem medo de amar

Todos os dias eu amo, sempre mais e mais.
Todos os diss quero ser livre para isso,
Para me entregar sem medos e sem reservas,
Correr entre meus sonhos, alegres, tristes...
Mas quero a liberdade de sonhar, chorar...
Se for preciso, chorar é apenas um detalhe
Mas é quando sou eu mesmo, é quando
Toda a verdade da alma florece nos olhos
E me faz único, quando sou lágrimas
Sou minha maior verdade, sou eu brincando
De me dizer as coisas que ninguém diz...
De me ouvir em silêncio como se fosse
Uma confissão de mim pra mim mesmo.
Mas quero ser livre para amar, para dar
O melhor de mim, mesmo que me custe
Alguns amanhãs cheios das titezas
Dos ontens que, por ventura, vivi.

José João
10/10/2.019