sexta-feira, 28 de junho de 2019

Eu e o mundo.

"Todos os dias vou bem longe...
lá longe em meus pensamentos.
Tanto pra trás, quanto pra frente.
Pra me perceber entendendo quem de fato sou.
Porém a busca é incessante.
A busca jamais descontinua..."
Vou até o infinito, onde chegam os pensamentos,
Vou me buscando em horizontes, em alguns
Me encontro chorando, em outros rindo.
Vou comigo mesmo fazendo rastros
E deixando outros, as vezes é preciso voltar
Para buscar o que vamos precisar lá na frente.
Me percebo em mim e no que me cerca...
E, nessa percepção, me faço forte...
Levo o que preciso para não me cansar...
Não me sentir fadigada, portanto levo
Sempre comigo, sorrisos, carinhos,
Um abraço amigo, uma mão estendida,
Uma palavra de amor, tudo isso
disponível, é uma carga sem peso,
Fácil de carregar e... doar.
Todos o dias vou longe, muito longe

Maida  Gurgel
José João
28/06/2.019

quarta-feira, 19 de junho de 2019

... a poesia se escondeu de mim

É noite, a insonia não me permitiu sonhar,
O silêncio é gritante, é voraz e a saudade...
Fica gritando um nome que o tempo não apagou.
Levanto, a luz fraca de uma vela apenas diminui
A escuridão. Procuro uma poesia perdida na noite,
Lápis, papel e eu. Sento, olho a chama da vela,
Meus dedos brincam com o lápis, o papel deitado,
Procuro um pedaço de mim, olho para os lados...
Ia começar um verso quando me surpreendo ao ver
Um sorriso triste sobre a mesa, nos olhamos e...
O sorriso...continuou triste, mais para o lado,
Algumas lágrimas abraçadas me chamavam
Para chora-las, mas não queria chorar, queria
Apenas escrever uma poesia, a noite permitia
Mas... o sorriso triste deitado sobre a mesa,
As lágrimas abraçadas pedindo olhos 
Para serem choradas, como se não bastasse,
Um pedaço de angustia pulando e gritando
Estridente que queria ser sentido, o mais
Díficil foi ver a saudade sentada a meu lado,
Olhar triste fixo em mim se sentindo carente
E a solidão,  com um olhar brilhante e devasso,
Como se estivesse no cio se fazia espaço
E tomava o tempo, as palavras e a razão.
Assim, só pude descrever o que eu via
Não pude fazer minha poesia... nessa noite

José João
19/06/2.019

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Um causo de amô.

- Ô cumpade, pra donde ocê vai tão dipressa?
- Ô cumpade, tô indo imbora, nun guento mai
É um furmigamento  nos peito, uma dô qui num dói,
É uma farta de ar, mermo livre no tempo,
Num sei cumpade, vou andá pru mode vê
Se tudo isso passa, num guento mai cumpade,
Os óio é todo tempo moiado, um ardume.
- Cumpade ocê devi de tá muito duente,
Lá na capitá tem um dotô qui pode ajudá,
Cumpade querendo nós vai lá.
- Priciso de dotô não cumpade. U qui vô dizê?
Uma dô qui num dói, um chorá sem chorá,
Um andá sem rumo, sem vuntade de nada,
Uma lerdeza na mente, uma farta de tudo
Sem nada fartá, é uma dô dismiolada
Qui mi tira o tino, é uma tristeeeza, cumpade
Qui inté parece um caminho cumprido, sem fim.
- Cumpade, ocê senti dô nas perna? Nos braço?
Ocê sente dô no corpo todo?
- Num sei não cumpade, que raio de dô é essa,
Cumpade num intende, é uma dô qui num dói
As vês cumpade achu que é arma que dói,
Qui qué chorá cum meus oio, só pode
- Cumpade, a arma da gente num dói i num sente.
- É cumpade pode de sê, num sei não,
Se num sê, cumpade, é uma duença istranha
Qui da vuntade de corrê, de gritá
Tão istranha, cumpade, qui si os outro ri
Num achu graça não, parece tudo bestêra,
As pessoa ri de besta qui são, prá qui ri?
- Ih cumpade, qui qui é isso? As pessoa ri sim.
- Pro mode quê, cumpade? Qui qui é ingraçado?
- A vida, cumpade, a vida.
- Mai qui vida danada, cumpade, danada de tristi,
 Uma vuntade de ficá só... sem dizê nada...
Mas cumpade, o mais pió  é qui num tem um lugá
Onde di eu pudê i i num sinti isso.
Parece qui é dentro deu cumpade, e sabe duma acoisa,
Cum certeza se fosse uma muié chorava.
- Será cumpade?
- Cum certza cumpade, as muié pra isso
É mais macho que nóis.
- Sei não cumpade. mais cumpade vá pra casa,
Dê umas bitoca na cumade Zefinha,
Conte umas prosa pra ela, cumpade qui gosta tanto dela.
- Ah, cumpade, a Zefinha foi imbora, foi imbora, cumpade.

José João
16/06/2.019

domingo, 16 de junho de 2019

Parindo encantos

Quero cavalgar meus sonhos,
Romper fronteiras, sem limites,
Sem portão e sem porteiras.
Quero cavalgar além dos meus pensamentos,
Ir bem longe, sem nunca chegar,
Mas sempre indo, como faz o vento.
Abrir o ventre da história
E escrever meu nome em suaves
Labaredas ardentes... que não queime
Mas que marque e fique sempre.
Não quero ser muito, nem ser mais,
Não quero ser pequeno nem ser pouco,
Quero ser apenas a medida certa
Nas emoçoes que meu sentimento despertar.
Quero preencher os espaços vazios
Sem causar dor nem prantos
Não abortar versos nem cantos
Quero apenas parir encantos
Numa gestação que não seja precoce
Mas que se fecunde a cada instante.
Quero ser uma poesia única
Que ninguém entenda ou decifre...
Que apenas aceite...
E nas poesias que parir
Se confundam e jamais saibam
Se são verdadeiros os meus fingimentos
Ou se são mentiras as minhas mentiras.

AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postagem oficial: 18/03/2.024
(16/02/2.019

sábado, 15 de junho de 2019

Cada lágrima tem o perfume dela

Lá vem a solidão como se fosse amiga,
Chega no silêncio de mim e do tempo
Se entrega plena, solta a me festejar
Dói, grito, mas calo, não posso chorar

Vem lentamente e sem nenhum pressa
A saudade, perco a voz num murmurar
Minha alma se agita em tremores lívidos
Mas... outra vez calo... não posso chorar

Não quero mais lembrar que amei um dia
Quero a liberdade de ser livre... ser solto
Não posso chorar, o que minha alma faria?

Se chorar, coitada de minha pobre alma,
Embora saiba que cada lágrima seria bela
Mas cada uma delas traria o perfume dela

José João
15/06/2.019

terça-feira, 11 de junho de 2019

Vale a pena esperar o amanhã

A vida, se fez pra mim uma estrada, longa estrada,
Um caminho sem margens, as vezes até sem chão,
Retas compridas que muitas vezes me cansavam
Os olhos a distância entre mim e o horizonte...
Tão distante que até ficava enfadonho caminhar,
Outras vezes as curvas, tantas, que não me permitiam
Ver o que viria... mas continuava, não se pode parar.
Quantas vezes, nessa estrada, lágrimas e chuva
Se confundiam em meu rosto, se misturavam
Como se tudo fosse pranto que eu precisasse chorar.
Quantas vezes as estrelas e eu nos fizemos amigos
Quando em noites frias a solidão se fazia parte de mim!
Caminhei entre saudades, dores, angustias e sonhos,
Entre carências e, as vezes, perdido... sem rastros
Para seguir por ter perdido a rota e, as estrelas,
Se esconderem dentro de noites vazias que vivi.
Um dia aprendi, a vida se renova a cada dia,
Não se tem que correr, apenas se tem que viver,
Cada dia é um pedaço de estrada, cada amanhã
É uma esperança, que vale se esperar e... viver

José João
11/06/2.019

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Meus sonhos... são como folhas no outono

Meus sonhos... são assim como folhas no outono
Levadas pelo vento, o tempo, como ventania
De verão, os slevou também, para onde? 
Não sei, mas para muito além de mim
Onde só o pensamento chega... onde ...
Só as lágrimas vão. Pra lá foram as folhas,
Histórias, lágrimas... como se o outono
Quisesse esconder da primavera as tristezas
Que não alegram as flores... como é a vida.
Assim fiquei sem hisstórias, sem lágrimas,
Olhos vazios procurando em horizontes perdidos
Poesias inacabadas, poesias sem dono...
Poesias que nunca ninguém esceveu...
E dentro delas me colocar como rima perdida
Ou mesmo como uma opalavra solta, sem sentido,
Ou até mesmo como um folha de outono caída
Rolando na poeira, sem beleza, muda, entdrisstecida,
Chorando sua dor sem ser percebida


José João 
09/06/2.019

sexta-feira, 7 de junho de 2019

A poesia que não fiz

Hoje as palavras correm, fogem dos versos
Estes se perdem sem métrica, sem rimas
Ficam vazios, sem alma, outros inacabados
Como se a dor e solidão os tivessem calados

Eu, calado ou perdido dentro de mim, não sei,
Num silêncio que não gosto de ouvir ou sentir
Brinco com os olhos que inistem em gritar,
Com lágrimas, como se assim pudessem falar

Sinto uma saudade diferente, estranha, doída
Mas as palavras se foram perdidas no tempo
Como se na poesia não encontrassem alento

Sento no meio do nada, a alma nada me diz
Me busco, me procuro, não sei, me perdi...
E fugiu de mim a poesia que chorei e não fiz.

José João
07/06/2.019

sábado, 1 de junho de 2019

Dei tudo... até meus prantos

Que queres ainda de mim? Não te basta a dor?
Essa dor que deixaste, que choro, que sinto.
Que queres ainda? Já são teus os meus prantos,
Saudades e lágrimas, desespero, choro... não minto

O que mais podes querer? Em silêncio pergunto
Respostas me veem a vulso, meus sonhos? Será?
Meus pensamentos?! Que tempo tenho para pensar?
Tudo ficou aí, vim apenas com a tristeza e o vagar

Levo somente pedaços de mim num verso vazio
Desses que as lágrimas nos olhos declamam
Abraçadas com a saudade como se tivessem no cio

O que poderia ainda ter para dar? Prantos... já dei
Sonhos? Ah! Quantos sonhos! Até acordado sonhei 
Mas todos foram tomados, nem com os sonhos fiquei.

José João
01/06/2.019

...culpa da solidão.

As vezes a solidão é tão incoerente! Insiste
Em perguntar o que não se tem resposta...
E um silêncio fica dentro da gente, calando
O tempo, calando a alma, calando o pensamento,
Fazendo um olhar perdido se perder no nada, 
Como se nada mais tivesse para ser visto.
As palavras, que seriam tristes, como se fossem
Lágrimas faladas, se calam e, só sussurros,
Como se fosse a voz do vento, triste, reclamando
Das folhas que não querem leva-lo além, e ali,
Num sonolento bordejar ... sem pressa de ir,
Fica, assim com ficam as lembranças, os prantos
A saudade, a dor da perda, o vazio da ausência.
Aí, lentamente, como se tivesse medo de despertar
Um sono ou espantar um sonho... vem a poesia.
Vestida de palavras tristes, com versos molhados,
E rimas perdidas, sem  presunção de ser bela,
Quer apenas mostrar o que a alma sente...
Culpa da solidão, teimosa e incoerente!

José João
01/06/2.019