sábado, 19 de novembro de 2022

Seja aquela voz!

O mundo, que pena, perdeu-se nos seus próprios pecados!
As vozes, gritam impropérios por tantos homens bonecos
Não existe mais verdade nos corações, duros por tão frios
E a poesia, coitada, moribunda, neles não faz mais eco

Não há mais amor... os sonhos se perderam entre sombras
O canto de paz foi trocado por gritos tristes de quase pavor
Orações deixaram de ser rezadas e heresias se fizeram lei
Talvez agora, só na voz dos anjos se ouça a palavra amor.

Os olhares deixaram de admirar os campos, ficaram vazios,
Perdidos num árido deserto povoado por uma inerte multidão
Que vai gritando, vai perdida, como se não tivessem direção

De repente uma voz grita bem alto: Deus onde é que estou?
Todos riem, zombam... falam de Deus com bravo rancor
E se enfurecem... quando a voz diz: Deus, dá-me teu amor.

José João
19/10/2.022

2 comentários:

  1. Simplesmente BRILHANTE. Sem dúvida um poema muito bonito que me fascinou ler.
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    Feliz fim de semana … (14 anos)
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Um soneto simplesmente maravilhoso.
    Acho que já tinha comentado. Reveja o spam :)
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    Atenção:-🍾 Hoje deveria ser feriado Nacional... 🥂
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    Beijos
    Bom fim de semana

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