quinta-feira, 1 de maio de 2025

... e se forem mentirosas as minhas mentiras?

 Quantos sonhos sonhei!!! Sonhos coloridos!!
Sonhos em preto e branco, perdidos no tempo.
Sonhei acordado quando a insônia me tomava
Sonhei, em sono profundo, e até já não lembro

Foram tantos os sonhos, alguns, não esqueci.
Rosário de estrelas douradas dourando o céu,
Barcos voadores em estranhas rotas, isso vivi
Duas luas azuis e sol transparente, isso eu vi

Naveguei por rios que levavam  flores a chorar
Chorando, pediam: rio, não me leva para o mar
Caudaloso, extenso e sem paradas nem ouvia
Continuava indo, indiferente, sem nem escutar

Sonhei em palácios de elegantes e belas damas
Leques de seda, fios dourados em ouro trançados
Lenços finos, bordados e em lavanda perfumados
Não sei porque sonhei mas ainda são lembrados

Meus sonhos, quem sabe, sejam minhas loucuras?
Loucuras que só pode se dizer apenas em prosas.
Quem sabe se são mentiras as mentiras que conto
Ou são verdadeiras minhas mentiras mentirosas?

José João
01/05/2.025

quarta-feira, 30 de abril de 2025

A eternidade de um... para sempre

Para sempre, poderia ser um beijo? Sim, um beijo!
Um beijo que continuaria vivo até além do tempo?
Ou seria um: eu te amo...  a ecoar até o infinito?
Para sempre!  O que seria esse... para sempre?
Seria levar um nome, como oração, muito além
Dos amanhãs? Será que seria um sonhar acordado?
Mesmo nas noites, na noite de amanhã, na de depois...
Todas as noites até ... chegar na eternidade...
Não nessa eternidade que nem reconhece o tempo,
Mas na eternidade de cada momento... de cada
Segundo que ficaria como marca eterna de vida!
Finalmente, alguém sabe o que seria: para sempre?
Seria um pedaço completo de vida que se vive
Num segundo infinito, quando se ouve: te amo?

José João
30/04/2.025

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Quem somos nós no espaço?

Não sei. Mas que existe um Deus, disso eu sei.
Há quem diga que somos poeira de estrelas,
Estrelas gigantes, imensas, que explodiram 
Pedaços de nós que... podemos ver ao vê-las?

Há quem diga que viemos de toscas amebas
Despejadas no tempo, hoje postas em altares.
Me ponho a pensar, finalmente quem somos?
 Com certeza, ainda assim, fruto de milagres

Acredito que somos um milagre mais perfeito.
Seria mais fácil para Deus, apenas transformar
Os homens dizem? Na natureza nada se cria...
Tudo se transforma, isso é apenas mudar, trocar

Deus é muito para fazer tão pequeno milagre!
O pó, se for das estrela, foram por ele criadas
A vida, em apenas um sopro!! Que maravilha!
Ele pode dar vida, criar, fazer crescer do nada. 

O que os faz desprezar tanto os feitos de Deus?
Se perderem em pensamento pobres e dispersos?
Em fazer der Deus, um simples transformador?
Eu acredito... é Deus, o arquiteto  do Universo

José João
23/04/2.025

Agora... lembro quem sou eu.

 Um outro dia esqueci quem sou, não fosse a poesia,
Até hoje, juro, ainda não teria lembrado de mim
Ela que se lembrou quem sou, disse o que eu fazia
Falou tão ternamente, disse mais ou menos assim,

Tu és aquele da gaveta mágica, que guarda as flores
Que guarda também saudades, pensamentos, ilusões
A gaveta do poeta, Lembra? Onde guarda estrelas,
Versos inacabados, tristezas, dores, cantos e orações

Onde guardas o tempo, o vento os sonhos doirados
Aquelas palavras em desordem, nem parecem poesias
A gaveta que só você sabe abrir com o toque do coração?
Onde estão guardados os beijos que nunca foram dados?

Você é aquele que pinta horizontes com a cor do pranto
Que se a dor é forte ri com os olhos... sorrisos fingidos.
Faz que a noite, se você quiser, componha versos e cantos
És esse poeta que deixa sonhos e solidão no tempo cerzido.

José João
22/04/2.025

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Senhoras palavras, hoje... se enganaram

 
As palavras saíram correndo loucas, alucinadas
Por acharem que ia escrever uma poesia triste
Correram e levaram com elas todos os sorrisos
Deixaram lágrimas, um adeus dito e mais nada

Mas coitadas delas, não havia tristeza em mim
Só um olhar triste lembrando uma saudade alegre
Uma saudade que logo logo se faria riso festivo
Iluminando rosto e alma em uma poesia assim

Escondi as lágrimas que as palavras deixaram,
Busquei sorrisos que ainda estavam guardados,
Um olhar risonho desses que trazem os recados

Vindos da alma dizendo: hoje não tem tristeza
Assim a poesia se fez, os versos não choraram
Então senhoras palavras, hoje... se enganaram

José João
17/04/2.025

terça-feira, 15 de abril de 2025

Confidências dos Flamboyants

 
Não sei porque os flamboyants falam comigo
Me mostram  suas flores vermelhas e alegres,
Falam da beleza natural em eloquente silêncio
Parece que há muito tempo já somos amigos

Suas folhas verdes e leves dançam ao vento
Num valsar sutil e solto como fossem plumas,
As flores parecem rir em contagiante alegria
Embalam-se com a brisa em terno movimento

Porque são tão meus amigos os flamboyants?
A ponto de me fazerem íntimas confidências?
E dizem que aos outros escondem as evidências.

Disseram que, como eu. gostam de estrelas cadentes
Se dizem parecidos nas suas fortes cores vibrantes
Até afirmam que por isso os chamam de flamejantes

José João
15/04/2.025