segunda-feira, 26 de junho de 2023

Minhas loucuras... embelezar o belo!!!

 Escrevi notas musicais e as calquei nas nuvens
Queria deixa-las divinas, únicas, para o anjos
Mas o vento as roubou de mim e se foi ao tempo
Depois as ouvi numa fonte, a cachoeira e o vento

Esculpi flores, pintei jardins, gorjeei com pássaros
Brinquei de desenhar a solidão com longos cabelos
Maquiei a saudade, lhe pus longos e belos cílios
Para as lágrimas ficarem transparentes como lírios

Até ao pranto dei nova forma, lhe fiz como uma fonte
Em que a água brilha cristalina, correndo lentamente
Como se não tivesse pressa, como se fosse sem ir
Brincado de cantar, de bailar, de sonhar e de sorrir

Depois juntei tudo em uma poesia com versos rimados
Cheios de mim, cheios da inocência da poesia pura
Me fiz parte da primavera, me vesti todo de natureza
E cantei ao mundo o que achava ser, dele, a beleza.

José João
235/05/2.023

domingo, 25 de junho de 2023

Minhas verdades e mentiras são... verdadeiras... juro.

Rio, às gargalhadas de uma alegria triste, triste!!
E das tristezas alegres, dessas rio despudoramente
Aí me perguntam quem sou, rsrs quem sou!!?
Um pedaço de mim é poeta, outro pedaço é gente.

Invento ladainhas que nunca nem foram oração
Conto histórias fingidas que podem ser verdadeiras
E minhas mentiras! Verdadeiras verdades que minto
Prantos e dor... esses, sempre finjo que não sinto

Gosto de rir do tempo, da vida, até mesmo de mim
Aprendi a ser o que sou, um pedaço da poesia completa,
Um pedaço da poesia que ainda não fiz, ainda sem versos
Me faço até, tanto da mentira quanta da verdade, o inverso

Sou a alegria esfuziante da primavera que ainda não veio
Sou o cantar alegre de um pássaro que voa livre ao tempo
Sou a canção que a cachoeira canta num tom maior
Sou quem canta em dueto, em qualquer nota, com o vento

Sou a maior mentira, juro, que ninguém nunca escreveu
Sou uma verdade tão verdadeira que nunca ninguém viu
Sou um pedaço do tempo cheio de histórias esquecidas
Sou quem declama poemas fingidos que nunca ninguém ouviu

José João
25/06/2.023

Como é difícil...

Como é difícil caminhar num caminho sozinho.
Como é difícil caminhar num caminho
Como é difícil um caminhar sozinho
Como é difícil... ser sozinho.
Como é triste caminhar um caminho sozinho
Como é triste caminhar num caminho
Como é triste caminhar sozinho
Como é triste... ser sozinho
Como dói caminhar um caminho sozinho
Como dói caminhar num caminho
Como dói um caminhar sozinho
Somo dói ...ser sozinho
Como é difícil viver a vida sozinho
Como é difícil viver a vida
Como é difícil viver
Como é difícil ... ser sozinho
Viver sozinho... é o mesmo que não viver
Viver sozinho... é o mesmo que morrer
É estar vivo... sem saber o que é viver.
Como é difícil... ser sozinho.

José João
25/06/2.023


Hoje... um poeta sem poesia.

Hoje não tem poesia, não tive tempo pra elas.
Tive que catalogar as saudades... são tantas!!
Conferir as lágrimas que ainda não chorei,
As que já chorei, não sei, nem lembro quantas.

Tive que pensar uma outra roupa para solidão,
Alguma coisa que não a faça tão fria, tão sombria,
Nem sempre ela é assim, às vezes ela é amiga
Nos ouve calada, até mesmo com uma sutil alegria

Ainda tem as tristezas, e  elas não são poucas,
Estão atiradas no tempo, tenho que junta-las,
Pelos momentos, dar um nome a cada uma delas
Cada tristeza, cada momento. Como lembra-las?

E os sorrisos!  Alegres e tristes, juntos num canto
É uma algazarra! São gritos e gemidos misturados
Os sorrisos alegres gritam em desmedida euforia
Os sorrisos tristes, coitados, se fazem de gemidos

Ainda tenho que encontrar um pranto que esqueci,
Se recusou chorar uma tristeza que achou pequena
Disse que merecia uma tristeza, das que doem na alma
Tive, com um outro pranto, fingir que era uma dor amena

Hoje, não tenho tempo para poesia, nem saberia começar!
Ainda tenho que cerzir alguns pensamentos que estão rotos,
Estão perdidos entre os ontens, o hoje e alguns amanhãs,
Tenho que buscar esses pedaços de vida, não posso deixa-los soltos...

José João
25/06/2.023

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Só o tempo ensina a ouvir com o coração.

 Hoje sou apenas minha sombra, olhos cansados,
Ombros curvos, voz reticente, passos trôpegos
Vagando no tempo levando as tantas recordações
De momentos que guardo como fossem orações

As vezes rio com sorrisos cansados e até caducos,
Sorrisos que havia esquecido de sorrir... coitados,
Ficaram velhos, cabelos brancos como os meus,
Até lágrimas antigas de momentos nunca chorados

Se perderam dentro do tempo, ficaram esquecidas,
Hoje, velhas, já não sabem o caminho dos olhos
Se escondem num cantinho da alma e lá ficam
Tristes e por um motivo para chorar... mendigam.

O canto dos pássaros perdeu a nitidez, a beleza,
As flores me parecem sem perfume, talvez a idade
Até a primavera não é a mesma, parece mais triste
Talvez porque  o belo eu via com olhos da saudade

Mas não reclamo, a vida é feita pelos tantos momentos,
E tem-se que louvar o que nos faz o passar do tempo
Aprende-se a escutar o silêncio, a ouvir pelo coração
E aquilo que dói se aprende a mandar embora, até a ilusão.

José João
22/06/2.023

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Poesia, saudade, solidão e pranto

 Vem, conversa comigo. Se queres choro contigo.
Te faço que seja uma oração cada lágrima que choras
De que vale teu silêncio? Como calar poderias?
Deixa que te console, deita em meu colo, eu sou a Poesia

Se vais contar ao mundo a dor que a poesia recita
Como farás sem mim? Que farás sem minha verdade?
Sou eu quem te trás do  tempo até os detalhes vividos
Não podes falar da tua vida sem mim, eu... a Saudade

Está bem, já que estão juntas a saudade e a poesia
Não estaria tua história completa sem mim, Não e não
Se queres que a poesia te recite versos feitos de vida
Tenho que estar presente, sou a tua amiga Solidão

Sendo assim, também me proponho estar nos versos
Eu, que me faço fonte a correr nos olhos como encanto
Sou quem dá brilho no olhar vazio que busca o horizonte
Como falar em poesia, solidão e saudade, sem mim? O Pranto!!

José João
18/06/2.023


segunda-feira, 12 de junho de 2023

Eu e a folha branca de papel

Uma folha de papel, branca, de um branco divino
Se deita em minha frente, entre dadivosa e carente,
Como, se ansiosa, esperasse que lhe beijasse a  face
Com doçura, como fazem os amantes... ternamente

Mas como, macular tão precioso e inocente rosto
Sem causar nenhum dano, deixa-la mais pura ainda?
Ah! Se eu fosse um poeta! Desses que brincam de pecar!!
Desses que parecem anjos, acomodam o céu dentro do mar.

Ah! Eu fosse um poeta assim!! Na inocente folha branca
Escreveria um poema com o doce perfume de um lírio,
Com a beleza inocente da mais pura de todas as saudades,
Um poema etéreo, sem tempo, sem corpo e sem idade

Mas sou apenas um escrevedor de versos parido ao tempo
Desses, que os versos saem tortos, sem a métrica completa
Não teria a ousadia de macular tão inocente dádiva divina
Portanto, que essa folha seja beijada por verdadeiros poetas.

José João
12/06/2.023

VOLTE AMANHÃ

 
- Quem é? 
- Sou eu. Sua vizinha da direita.
- O que você quer? Estou ocupado.  
- Queria pedir uma coisa.
- O que você quer pedir? - 
- Queria lhe pedir uma poesia.
- Estou ocupado. Não tenho tempo de escrever poesias
  Aliás, muito ocupado. Estou arrumando minha gaveta,
  Está uma desordem.
- Posso arrumar para você enquanto faz minha poesia.
- kkkkkkkkkkk(gargalhada irônica) você? !!
 arrumar minha gaveta! kkkkkkk
- Eu, já não consigo! Eu que sei onde coloco tudo.
  Aqui, nesse canto da gaveta estavam meus versos,
  Inacabados, mas estavam aqui. Nesse lado, juro,
  Estavam as saudades, dede as antigas até as de ontem.
  Aqui, no meio, estavam as lágrimas, antigas, novas,
  Inclusive tinha umas de ontem que ainda iria chorar.
  Tinham rimas de amor, de solidão, de lágrimas.
  Onde estão minhas coisas?!! Minhas estrelas cadentes!?
  Onde estão? As flores!! Orquídeas, jasmins, lírios ...
  Mas ninguém abre essa gaveta! Só eu. SÓ EU!
- Sr. poeta! O Sr, ainda está aí?
- Claro que estou! E você ainda não foi embora?
- Estou esperando minha poesia.
- NÃO VOU ESCREVER POESIA! JÁ DISSE.
  Ontem que tinha lágrimas na minha gaveta,
  Saudades, tristezas, rimas soltas, flores, lírios, orquídeas
  Momentos de solidão! Tudo isso estava aqui guardado
 Você não veio aqui pedir poesia... agora que tudo se foi,
 Acho até que se foram nas tantas poesias que já escrevi,
 Você vem me pedir poesia!! Volte amanhã, quem sabe
 Esta noite minha alma me traga algumas dessas ...
Necessidades de um... poeta.

José João
07/06/2.023

Como ave de arribação

Há uma tristeza nos olhos e o olhar se perde ao longe,
Talvez, nem sei, mas acho que é de chorar que preciso.
Pergunto à alma porque tanta dor... mas ela não responde
Calo, pensamento perdido no nada, como pássaro indeciso

Que se perdeu do ninho, canta triste por não saber voltar
Perdeu a rota, sumiram as flores que povoavam o caminho
Tristonho, olhando sem nada ver, não se permite mais voar
Então, canta o gorjeio mais doído por estar assim tão sozinho

No céu azul, nuvens como algodão, se vão brincando ao vento
Que sussurra uma canção como fosse um lamentoso pranto
E o pássaro, com lágrimas nos olhos, faz dueto com seu canto

Que mais resta a quem perdeu a rota e caminha sem horizonte?
A quem o pranto lhe toma a voz e o mundo se faz plena solidão?
A quem restou só lágrimas e os sorrisos se fizeram aves de arribação?

José João
12/06/2.022


quinta-feira, 8 de junho de 2023

Ontem, hoje e amanhã.

Comecei essa poesia ontem, parei aos prantos,
Fiz um verso com lágrimas outro fiz com cantos
Aí parei... chorei... cantei... chorei... então parei
De chorar? Não. De escrever o que já não sei

Hoje recomecei, até que o pranto veio mais leve
Chorei uma lágrima aqui, outra ali, depois o pranto
Não cantei, apenas sonhei que chorava loucamente
Acordei, já é quase amanhã. Que triste desencanto!!

Quase amanhã??!! A ele vou me entregar todo e tanto
Que se lágrimas me vierem aos olhos como farta fonte
Não vou parar, vou deixar cair meu prazeroso pranto

Depois, por tanto chorar, vou me ater a um doce encanto
Vou parar, descansar, e depois de amanhã, já repousado
Vou fabricar lágrimas, inventar fontes e chorar meu pranto.

José João
07/06/2.023

As vezes o sorriso é um pranto

Quem disse que se chora apenas e sempre por tristeza?
Ou que sorrir seria sempre por alegria? Quem disse?
As vezes choro por uma alegria que não sei de onde vem
Outras, sorrio por uma tristeza que em mim não se contém

As vezes se chora por  uma tristeza que nem é tristeza
É uma saudade, dessas saudades tão gostosas de sentir
Que chegam com risos, com lágrimas, em terna euforia
Apenas risos, ou apenas lágrimas para tanto não bastaria

Quando é de se chorar apenas e somente por tristeza
Dessas que doem, que secam as lágrimas, mas ficam
Paro, descanso e choro outra vez, isso com certeza.

É que para a tristeza, os risos e as lágrimas são iguais
Rir por estar triste ou sorrir com lágrimas nos olhos
O que é mais triste ainda, mas... são coisas tão naturais!

José João
07/06/2.023

terça-feira, 6 de junho de 2023

Sentir... ou a doce arte de fingir?

 Ah! Não fosse a poesia... o que seria de mim?
Com ela, desde muito, aprendi a adoçar a tristeza,
Aprendi a matar a sede da alma com lágrimas
Aprendi a viver com a solidão as tantas incertezas.

A vida é cheia delas, os amanhãs cheios de dúvidas
As vezes são como se fossem lindas primaveras
Outras parecem outono com folhas no chão caídas
Outras são como inverno chorando lágrimas perdidas

Ah! Não fosse a poesia! Como fingir uma alegria?
Essa em que o gargalhar não passa de uma lágrima
Que cai dos olhos enquanto ele triste e mudo sorri

Essas minhas loucas poesias que me ensinam mentir
Mentir contando as verdades que a alma diz sentir
Entre risos e lágrimas na doce arte de saber fingir

José João
06/06/2.023

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Hoje não tem poesia.

Parecia loucura! As poesias indo, correndo de mim
Como se eu as tivesse ofendido, não as quisesse comigo.
Se foram, olhando para trás como se tivessem medo 
Fiquei parado, não as segui... fico eu com meu segredo.

Não sei porque hoje as tantas poesias se fizeram assim!!
Distantes, arredias, fugindo de entre meus pensamentos 
Indo ao vento, sem nem ao menos se fazerem rascunhos
Não quiseram e não sei porque contarem meus momentos

Há de haver uma razão! Mas qual? Juro que ainda não sei
Tinha ao meu dispor, o lápis, o papel e algumas lágrimas
Tinha até algumas saudade que por elas ainda não chorei

Mas se foram, me abandonaram, ficaram perdidas no dia
E eu!! Juntei palavras, versos, alguns até mesmo inacabados, 
Guardei-os numa gaveta mágica e... hoje, não tem poesia.

José João
05/06/2.023


sábado, 3 de junho de 2023

Apenas uma noite. Noite!!??

O lápis caído sobre a mesa... como se estivesse cansado,
O papel em branco, deitado inerte, esperando um carinho
Que o lápis como se dormindo preguiçoso nega-se a fazer
E o poeta, perdido dentro de si mesmo, nada sabe escrever

Busca histórias, olhando triste, a luz trêmula do candeeiro, 
Lá fora, a chuva sobre a palha, parece cantar uma canção
Não se sabe se de saudade, mas parecem lágrimas perdidas
E o poeta aguçando a alma... jura que isso é coisa da solidão

A noite, a chuva, uma casa de palha, um candeeiro, silêncio,
Dentro da casa ouve-se apenas um som: um coração chorando.
O poeta desperta. Alma, lápis e papel parece que estão cantando

Sem pontos, sem acentos, sem métricas, vem chegando a poesia
Se deita confortável na folha de papel, como fosse uma oração.
Ao poeta, parece que é tão simples... escrever com o coração.

José João
03/06/2.023