sábado, 29 de dezembro de 2012
Feliz 2.013
Conseguimos, vencemos mais essa etapa, mais um ano que
conseguimos fazer de história, cada um de nós com a sua
própria, mas sempre história. Sabemos que essas história,
muitas escritas com risos, lágrimas (muitas de felicidade),
saudades, de realizações e de lutas. Neste ano novo que
está vindo, tomara nos encontre sorrindo e com força
suficiente para conseguirmos ainda mais conquistas. Que
todos os sonhos sejam realizados e que Deus sempre esteja
do nosso lado, não para nos tirar os obstáculos do caminho,
mas para nos ajudar a tanspô-los com a certeza de vitória.
Queridos amigos que 2.013 se faça um ano de sonhos,
que sejamos abençoados pelos anjos divinos, que entrem
em nossos corações e no dê discernimento, inteligência e
espirito de justiça e bondade. Tudo isso para sabermos
dizer o certo na hora certa, para podermos dar um sorriso
sem pedir outro de volta, para sabermos dar um pouco
de nós. As vezes é tão fácil dar um pouco de felicidade,
uma palavra, um sorriso sincero, de coração aberto. As
vezes, amigos, com tão pouco se dá uma felicidade muito
grande e a recompensa, as vezes é um sorriso tão simples,
tão singelo, que nossos olhos riem cheios de lágrimas de
tanta felicidade.Engraçado, quando damos, maior felicidade
não é de quem recebe... é nossa, quer ver? Experimentem.
Queridos se nos fizermos dignos das coisa de Deus,
Ele nos dará. Eu sei que todos são. Sendo assim um beijo,
e que nossa religião seja nossa consciência e a vontade de
fazer o próximo feliz. Meus amados, para todos, 2.013
beijos vezes 1000000000000000000000000000000000
Assim talvez entendam o tamanho do meu carinho por
todos vocês. É amor mesmo e um MUITO FELIZ 2.013.
São os votos desse aprendiz de poeta
José João
28/12/2.012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
O tempo traz de volta
O tempo, desde há muito, rumina histórias
Mais ainda as tristes, para treze-las de volta,
Aquelas todas que fazem o pranto ser mais vivo,
Saltar dos olhos como submisso escravo cativo
As dores que o tempo rumina e voltam sempre
Se fazem angustias, guardadas dentro da gente
Machucando, fazendo sofrer, sufocando a alma
Fazendo dela apenas uma triste sombra demente
Ah! O tempo! Sempre indo mas sem nunca passar
Deixando saudades, lembranças, sonhos perdidos
Que ficam dentro da gente como momentos vividos
Tudo se faz vazio, como se os sonhos esquecidos
Nunca tivessem, em tempo algum, sido sonhado,
Não fosse o tempo mansamente te-los ruminado.
José João
28/12/2.012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Só você
Se me dessem as estrelas talvez não as quisesse
Jardins, flores, o próprio mar, não os queria
Há quem quisesse, disso sei, e sei muito bem
Mas pra mim, não, com eles o que eu faria?
Se me dessem o último rio, caudaloso e extenso,
Se me dessem a última sombra do pior deserto
O mais belo luar que nunca ninguém sonhou ver
Até horizontes se me dessem perguntaria: Pra quê?
Noites, campinas, montes verdejantes, tudo já vi
Estradas em flores eco do vento cantando amores
Todas essas belezas, tudo isso, creiam, já senti
Todos esses encantos, que todos vivem pra ver
Até a beleza da madrugada, do inocente sol nascer
Trocaria tudo isso, amor, por um pouquinho de você
José João
26/12/2.012
Já nem sei quem és
Agora como viver se tudo se perdeu pra mim?
Até os sonhos se foram sem nada me dizer
Tua saudade me acorda, me manda chorar
Mas tudo se faz tão pouco. Que posso fazer?
Nem sei mais onde possa caminhar... olhar
Chega um momento que tudo se faz sem cor
Até os prantos se desbotam em meu rosto
E o gosto das lágrimas fica gosto de dor
Que posso agora, se só o adeus ficou aqui?
Dentro do peito, como uma história sem ter fim
E o amor, talvez tenha morrido dentro de mim
Tanto te pedi, gritei: Por favor fica, não se vá
De joelhos, lembro ainda, chorei aos teus pés
Te foste, saudade ou dor? Já nem sei quem és
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Procurando histórias
O vento da madrugada me sopra o cheiro do amanhã
Que ainda, todo tímido, se esconde atrás das estrelas
Uma chuva fina parece cantar uma valsa desconhecida
E a noite, passando lenta, se fazendo rainha envaidecida
Manda que o tempo atrase o amanhã que quer chegar,
Assim a dor fica mais doída e a solidão mais completa
Deitada comodamente num coração triste que aflito grita
Com a alma, que se desmancha em prantos por tão aflita
O amanhã, com gosto de lágrimas e cheiro de saudade,
Chega procurando histórias que a noite não deixou ficar
Se fez desperta, e acordada, não permitiu nenhum sonhar
Assim ficaram todos os momentos, perdidos num sempre,
O amanhã ficou sem histórias a não ser os prantos caídos
Que ficaram consolando a saudade pelos sonhos perdidos
José João
25/12/2.012
Quem nunca ouviu um adeus?
Adeus, quem não ouviu? Ninguém vive sem dize-lo um dia.
E a cada um, vai parte de nós, se morre um pouco mais
Ah! Se o tempo parasse, se a voz não falasse nessa hora!
Se nunca fosse preciso ficar, nem partir, ter que ir embora!
Quem não chorou num adeus, vendo o vazio sem nada falar?
Ouvir ou dizer, calar ou chorar, gritar em silêncio essa dor
Sentir o tremor das mãos, a falta de voz, um querer não estar
E a alma, coitada, em silêncio gritando: Por favor não se vá
Quem nunca chorou um adeus, com certeza, nunca viveu
Não sentiu a dor da ausência sendo chorada pela saudade
Que vai viver dentro da gente, talvez como única verdade
Adeus, uma dor que ninguém quer sentir mas... é preciso
Um pedaço que fica dentro da gente e nos faz incompletos
Embora nos deixando, do outro, para sempre... repletos
José João
25/12/2.012QuQu
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Um pedaço de ti
Meus sonhos, todos eles, ficaram repletos de nós
Os momentos se fizeram pedaços completos de ti
A seguir-me onde for, até nos horizontes tu estás
Como se tudo me mostrasse o que sempre serás
O vento volteia em canções teu nome chamando
Olho as estrelas e lá também teu nome está escrito
Raios de luar brincam, na noite se fazem tua sombra
Como se dissessem que estás de mim até o infinito
Me tomaste e me fizeste meu menor pedaço de mim
Me viraste ao avesso, me fizeste de morada, de abrigo
Te foste, fiquei, mas não importa, de chorar eu não ligo
Só não sei como em mim entraste, e em mim te deixaste
Já não há mais nada de mim nos momentos que passo
Mas há sempre um pedaço de ti nas poesias que faço
José João
23/12/2.012
Por que dói tanto um adeus?
Por que choramos quando ouvimos a palavra adeus?
Por que as lágrimas caem e o coração bate forte?
Por que dói tanto dentro da gente?! Fere a alma,
Deixa um vazio onde até a vida se sufoca em prantos.
Fica aquele não-sei-o-que dentro de nós, dolorido,
Silencioso, sufocante, aquela tristeza mais triste
Que qualquer tristeza a nos fazer ir em caminhos
Que nem sabemos se existe, a fazer a alma
Buscar estradas, buscar sonhos, procurar rastros
Que não ficaram. Porque dói tanto um adeus?
Por que fica esse todo desespero a nos tomar?
Até o ar que entra em nosso peito se faz flecha
Pontiaguda a fazer sangrar até o pensamento
Que chora todas as saudades que ficaram.
As coisas mais comuns se fazem tantas e vivas...
Até os detalhes que seriam pedaços insignificantes
Se fazem lembranças fortes e dores completas.
Fica em cada um, um pedaço do outro gritando: Porquê?
E a distância aumenta em cada palavra que se diz
Ou mesmo no silêncio que nos fica na alma.
Porque dói tanto um adeus?
José João
23/12/2.012
Feliz Natal
Queridos, que a felicidade se torne amiga intima de todos,
que a ternura do natal e a compaixão dos anjos se instale
nos corações e se perpetuem. Que a luz divina, a luz da
bondade, seja o lume a nos indicar o caminho do amor,
e da bondade, tão raros hoje em dia. Amigos, saibamos
plantar agora a colheita do futuro. Vamos regar nosso
presente com amor, com paz, com carinho e sobretudo
com compaixão. Que este natal nos ensine a ser como é
o sândalo. Que não tenhamos vergonha de dizer: Te amo.
Assim, queridos, desejo a todos um natal cheio de paz, de
amor, de ternura, um natal feliz em que o amor seja maior
que qualquer presente. Um beijo em todos os corações, e
meus sinceros agradecimentos a todos que me honraram
com suas visitas. Vou guardar a todos como a poesia que
nunca nenhum poeta escreveu, tal é a perfeição de seus
corações. OBRIGADO.
São os votos desse humilde amigo
José João
sábado, 22 de dezembro de 2012
Um livro que ninguém lê
Minha vida, um livro de páginas passadas, marcadas
De lágrimas, de risos, de amores perdidos, de saudades,
De páginas completas, outras em branco ou inacabadas,
Algumas escritas agora, outras em páginas já amareladas
Escrito em capítulos sem ordem de chegada das dores
Posso chorar dores antigas, dores que ainda vou sentir,
Depende apenas do momento quando chega e me toma,
Chorar qualquer das dores vividas, a alma nunca reclama
Um livro de histórias, as vezes absurdas, outras previsíveis
Quase sempre choradas, escritas, contadas em risos fingidos
Atrás de onde lágrimas e prantos, sempre ficam escondidos
Um livro atirado num canto preenchendo um espaço vazio
Espaço que mesmo assim se faz incompleto, de nada se faz,
Como fossem folhas perdidas que ninguém quer ler mais
José João
22/12/2.012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
A solidão acabou de chegar
Sentado na beira do tempo olhando o nada que vai,
Caminhando sem caminhar, indo pra nenhum lugar,
Como meus pensamentos, perdidos no vazio de mim
Ficando ao léu, indo sem rumo, num mundo sem fim
Deixo os sonhos moribundos se pensarem vivos,
Correrem entre horizontes que já nem são mais,
São apenas imagens guardadas na mente perdida
Que insiste em se dizer sã, que insiste em ter vida
Me chegam os momentos em fragmentos avulsos
Uns em pequenos pedaços, outros repletos de fim
Uns histórias completas, outros pedaços de mim
Lá, bem muito atrás, calada, aflita, sentada na noite
A saudade, cabisbaixa, me acena um tímido olá
Mas a solidão por tão apressada acabou de chegar
José João
20/12/2.012
Um nome
Meus sonhos, acalentados por uma voz desconhecida
Sempre vinha nos meus sonos gritando dores e nomes
Não sei quais fantasmas povoavam meus pensamentos
Mas estavam sempre ali, em mim, e muito bem atentos
Traziam do passado, do esquecimento, tristes momentos
Que me chegavam, na alma, como chicotadas cortantes
Fazendo chagas, feridas duras, cruas, sangrando prantos
Chorados por momentos, agora mortos, já sem encantos
Meus fantasmas traziam saudades que já foram choradas,
Lágrimas antigas, que borraram velhos versos inacabados,
Dores, angustia, medos que se fizeram de velhos guardados
Que mistério é a noite! Nela fantasmas também se perdem
E numa noite, num sonho, ouvi um nome, bem alto gritado
Aí lembrei um beijo, um olhar, até esqueci de já ter chorado
José João
20/12/2.012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Ah! se o tempo fosse como o vento!
O tempo não é o vento, e pensamentos não são com folhas
Que o vento leva pelos caminhos ou por perdidas estradas,
Os pensamentos se prendem fortes, na alma, como saudade
E o tempo se cala, de mudo se faz, e ficam apenas os nadas
Esses nadas que, dentro da gente, só nos deixam carentes
Cheios de vazios, desses vazios que só a solidão sabe cuidar
Trazendo fantasmas que há muito haviam se perdido no tempo
Mas os pensamentos não são folhas, e o tempo não é o vento
Que leva folhas, perfumes, sussurros, canções, leva até beijos,
O tempo deixa, saudades, lembranças, sonhos, deixa dores
Deixa os vazios, cada um do tamanho do adeus que se sentiu
Pouca coisa o tempo leva, na verdade, quase não leva nada
Ficam sonhos, saudades, os arrependimentos, e como doem!
Se o tempo fosse como o vento não seria essa dor tão danada.
José João
19/12/2.012
Uma palavra apenas
Não é preciso que diga palavras difíceis, nem bonitas
Basta apenas que sejam sinceras, diga palavras fáceis,
Dessas que saem alegres, pulando de dentro do coração
Palavras simples que a alma ouve como uma terna canção
Pode até dizer essas palavras comuns que todos falam,
Essas palavras que todos dizem e se perdem no tempo
Palavras soltas, em gritos, em sussurros, pouco importa
Até essas palavras que fácil são levadas embora pelo vento
Pode dizer palavras assim, não me importo.Vamos, diga...
Não precisa buscar palavras, dessas que a vida não entende
Palavra que por qualquer adeus se troca, se vai, se vende
Basta qualquer uma palavra, qualquer que venha de você
È tanto, seria como um hino que o mundo canta pra mim
Seria um doce sonhar para quem sabe... que nunca vai te ter.
José João
19/12/2.012
A magia dos poetas
Até a morte se dobra àqueles que esconderam seus túmulos
Com a beleza do canto parido por seus corações: A poesia
Até o tempo se esquece de esquecer, e se faz de arauto
Daqueles que sabem fazer com letras as mais belas magias
O poeta faz de suas dores, fantasias, brinca de fazer versos
Com a própria vida, brinca de fazer dos maiores absurdos,
Mero acontecer. Pára os rios, banha na água de ontem
Que o rio guardou só para o poeta poder ser, estar e viver
Esses poetas que pintam no papel os mais belos horizontes
Desenham flores nas nuvens, esculpem poemas sem cinzel
Fazem rosários de estrelas, riem brincando de anjos do céu.
Mágicos, pintam o universo sem precisar de tinta nem pincel
Pintam suas cicatrizes na alma com a mesma cor dos prantos
Que choram rindo na poesia que fazem das dores... encantos
José João
19/12/2.012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Histórias de mim
Desenho minha história sonhando musicas que não ouvi
Crio minhas emoções ouvindo canções que não existem
Corro com as nuvens na loucura do meu mundo vazio
Brinco de rezar orações olhando as flores em pleno cio
Canto com a chuva chorando lágrimas que já nem sei
Se são minhas, se são da alma, se lágrimas que já chorei
Ou se são lágrimas novas, mas não lembro de ter chorado
Lágrimas novas?! Se as chorasse teria sim, me lembrado
Conto para as estrelas minhas noites vazias, conto de mim
Das saudades, das lembranças, das minhas verdades fingidas
Dos prantos que chorei sorrindo das tantas dores sentidas
Ouço do tempo o que parecem histórias contadas pra mim
Vêm em suspiros, outras vezes sussurros, em voz tão baixinha
Que até custo crer que essas dores são mesmo só minhas
José João
17/12/2.012
Nunca mais
Uma lágrima, um sorriso, um adeus e uma saudade
Dois corações que se vão por caminhos contrários
A cada passo mais distantes estarão, olhos molhados...
Apenas lembranças ficarão entre seus tantos guardados.
Lembranças do perfume dos beijos no sabor dos lábios
Lembranças dos momentos que, agora passado, ficaram
Lá atrás, num tempo em que tudo se dizia eternamente
Como se o passado e o sempre fossem sempre o presente
Mais lágrimas, um sorriso sem gosto, amarelo e triste,
Apenas rascunho de um riso riscado nos lábios sem cor
A alma chorando um adeus, de joelhos gritando essa dor
A saudade, ambígua, fica com um e com o outro se vai
Aos dois se faz de amiga, chora com eles dores iguais
E sabe: Esse dois corações não se encontrarão nunca mais
José João
17/12/2.012
Hoje, quero apenas...
Hoje não quero escrever, nem versos, nem poesias.
Hoje quero apenas buscar sonhos mortos, lembrar,
Ir buscar saudades antigas, revirar gavetas fechadas
Buscar as histórias que no tempo ficaram guardadas
Hoje não quero, nem sorrir, nem chorar, nem ouvir
Hoje quero ser apenas só, como se fosse uma letra,
Somente uma letra do verso que ninguém quis fazer
Naquela poesia que nenhum poeta soube escrever
Quero buscar desejos perdidos...os velhos guardados
Que a alma insiste em esconder no escuro, trancados
Quem sabe por medo ou... deles ter se envergonhado?
Não quero escrever, versos, nem poesias, nem cantos
Quero estar só, como pássaro que desgarrado voa
Como nuvem perdida que vai só, calada, nua e à toa
José João
17/12/2.012
sábado, 15 de dezembro de 2012
Tudo passa
O tempo brincando de ficar no mesmo lugar que nós dois
Como se a vida quisesse fazer nossos momentos eternos.
Nosso espaço, um mundo de sonhos, de beleza infinda
Como nunca, em nenhum tempo, havia existido ainda
Nossos corações pulsavam como apenas um coração
Na alegria incontida de um gritar risonho, eloquente
Como se tudo, em volta, fosse silêncio e só nós dois
A ouvir da alma o grito de uma vontade tão ardente
O tempo parava como se fosse pecado ir em frente
Ficava olhando nós dois e até se sentindo carente
Fazia um olhar de bondade se deixando pra gente
Cada amanhã se fazia de eterno, de sempre, de mais...
Mas tudo, não sei porque, um dia passa, segue e vai
Como se fosse preciso, como se amar fosse demais
José João
15/12/2.011
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Prefiro sentir saudade
Ontem vivi sonhos que, hoje adormecidos, me calam
A saudade me faz viver em dores os prazeres de ontem
E este e os amanhãs se fazem em mim tão parecidos
Que viverei os amanhãs como os ontens foram vividos
Mas não reclamo a dor que agora a vida me permite
Amei, vivi as emoções que fazem viver ter um sentido
Tenho histórias pra contar, tenho saudades para sentir
Vivi. Quem pode se dizer vivo, sem nunca ter sofrido?
Sofrer...mas a quem ama ou amou o que é mesmo sofrer?
Se amar é fazer sempre de cada instante uma eternidade
Sofre quem nunca amou, quem não sabe o que é saudade
Saudade é apenas a alma insistindo viver o que já passou
È preferir viver os ontens que dentro dela ficaram vivos
Por medo, talvez, de amanhã ser mais doída uma outra dor
José João
12/12/2.012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Todo grande amor...
Tudo parecia eterno como se o mundo fosse de nós dois
Como se o tempo parasse e a nós se fizesse de cativo.
Os caminhos, os mais distantes, cruzaram em nossas vidas
Se fizeram estradas de sonhos cheios de imagens coloridas
Que poesia poderia ser mais bela que a história de nós dois?
Quais sonhos poderiam ser sonhados sem vazios pra depois?
Nossos momentos se faziam eternos na ternura de cada olhar
Para que palavras? Nossos olhos falavam nosso jeito de amar
Até a perfeição gritava ao mundo: Perfeito é esse jeito de viver.
Tudo era canção a envolver, a embalar nossas almas e corações
Que nosso mundo explodia na beleza eterna de nossas emoções
Nosso amor escrito em versos, em divinas canções angelicais
Se perdeu na distância de um adeus. Só a saudade agora existe
Mas dizem: "Todo grande amor só é bem grande se for triste"
José João
11/12/2.012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Milagre
Milagres, milagres existem e se fazem ficar para sempre
Os milagres contam histórias da vida, de amores, da alma
Se fazem belos, se fazem tristes, se fazem encantos, orações
Se fazem melodias, se fazem ternura morando nos corações
Uma lágrima caindo no rosto contando um adeus, é milagre
Um adeus voando ao tempo dito no silêncio de um momento,
Se fazendo um grito ecoando na alma como a fazer-se vida
Deixando saudades, deixando essas tantas dores tão doídas
É um milagre. É um milagre buscar sonhos que eram perdidos,
Buscar num passado distante, pedaços, fragmentos deixados
Para trás, restos de desejos que um dia se fizeram proibidos
Viver como eu vivo é um milagre, viver sozinho assim comigo
Por ter amado tanto, ter da própria existência se esquecido
Milagre, mas o meu maior milagre... é viver sem estar contigo
José João
10/12/2.012
Participação na 4ª Antologia da ALAF
Queridos amigos, seguidores e visitantes. É com muita
alegria que comunico a todos minha participação na
4ª Antologia Poética da ALAF - Academia de Letras e
Artes de Fortaleza, parceria com a Literarte-Associação
Internacional de Escritores e Artista, da qual faço parte.
O lançamento do livro será em Janeiro de 2013 na bela
cidade de Fortaleza.Abaixo deixo as poesias selecionadas
para que relembrem. Obrigado.
Link da Literarte: http://sitedoescritor.ning.com
* * * * * *
Sonhos, apenas sonhos
Sonhei. Tive a coragem de sonhar, ousei sonhar
Todos os sonhos que minha alma quis, os mais bonitos.
Sonhei flores, jardins, sonhei estrelas, até cadentes
Sonhei cores, arco-iris, sonhos de momentos infinitos
Te fiz flor no meu jardim dos sonhos, te fiz princesa
Nos palácios de rubis, esmeraldas, safiras, todas belas
E tu, meu sonho, mais bela que todas, reinando única
Como fada colorida num mundo mágico de aquarela
Parei rios para lavarem teus pés, fiz tranças de nuvens
Enfeitei teus cabelos, subi montes para gritar teu nome
Queria reza-lo como oração bem mais perto do céu
E brinquei como vento esvoaçando teus cabelos ao léu
Rainha, princesa, dona de mim. Sonhei todos os sonhos
Que pude sonhar contigo, brinquei de magia com a lua
Busquei querubins, fadas madrinhas, até anjos busquei,
E te fiz de todos os sonhos o sonho mais lindo que sonhei
Te sonhei nas noites enluaradas, te sonhei nas madrugadas,
Te sonhei entre astros multicoloridos brincando de voar
Te sonhei em todos os meus sonhos, neles te fiz divina
Apenas hoje aprendi que sonhar assim também faz chorar.
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Chorando sem chorar
Canto para esconder o que vai dentro de mim
Faço poesias, elas fingem alheias a dor que sinto
Escrevo sonhos que nem sei se ainda vou sonhar
Nos meus versos, até para as verdades... eu minto
Não sei se sou poeta, talvez apenas um fingidor
Que ri alegre, chorando uma saudade triste
Que canta ao tempo fingindo cantar um amor
Mas bem sabe, na alma, é só tristeza que existe
Rio as gargalhadas dos prantos que vou chorar
Se me vem um pranto triste faço pose no olhar
Faço que ele se sinta um ator a se apresentar
Acho, foi apenas uma vez, não sei, faz tanto tempo
Uma dor doeu tanto que a alma se pôs a gritar
Desde esse dia jurei nunca mais chorando... chorar.
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José João
10/12/12
domingo, 9 de dezembro de 2012
Coisas da vida
Andava entre pesadelos e meus mórbidos fantasmas,
Gritava blasfêmias em orações que não rezava, ironizava
Meus passos bêbados tropeçavam na calçada dura, fria
Onde até a alma, por tantas angustias, de mendiga se fazia
Chuva fina a fazer-se lágrimas em tristes noites escuras
E eu com passos incertos caminhava na noite fria e nua
Brincava de mistérios com as sombras deitadas no chão,
E bêbado, na chuva, banhava com lua na lama da rua
Um dia um caminho, desses caminhos que descem do céu
Um vulto, rosto e riso divino, beijo de anjo então foi que vi
Que foi nesses braços onde a vida começa que eu renasci
Nesse começo em que a alma grita alegre: Estou viva. Vivi
A vida se faz história como se tudo começasse apenas dali
Assim renasci, mas um dia com teu adeus, outra vez eu morri.
José João
09/12/2.012
sábado, 8 de dezembro de 2012
De muito além
Não sei quais caminhos me trouxeram até aqui.
Veredas sem rastros deixados por ninguém
Estradas perdidas sem margens e sem chão
Ou sonhos adormecidos, loucura sem razão?
Quais desconhecidos caminhos me trouxeram?
Fiz rastros por entre estrelas? Ou apenas voei?
Percorri labirintos e neles um dia me encontrei
Na imensidão de um mundo de onde não sei
Talvez seja um intervalo, elo perdido no tempo
Um ponto comum entre dois mundos distintos
Uma cria divina parida no amor de dois infinitos
Dois universos que do amor se fizeram refém
Entre nuvens se esconderam e até hoje existem
Invisíveis por serem constelação de muito além
José João
09/11/2.012
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Folhas
O outono parece ter sido ontem e já é natal
Onde será que estão as folhas que se foram?
Que ficaram secas? Passaram pela primavera...
Rolaram por estradas, caminhos, quintais...
Onde será que estão? Nem lembranças são.
Quem vai lembrar de uma folha? Sim, de uma folha.
Aquela folha, amiga daquela flor, aquela flor do espinho,
Sim, do espinho, daquele espinho que...bem do espinho...
Não sei, ele havia ficado no galho que refloresceu
Quando aquela outra primavera chegou.
Ah! Essas folhas! Caem no outono e se vão...
E haja primavera para fazer outras folhas e flores.
Das flores ficam o perfume, sempre o mesmo,
O perfume da rosa é sempre o mesmo perfume
Em todas as primaveras. O perfume dos jasmins
É sempre o mesmo perfume em todas a primaveras,
Por isso são lembrados em todas as primaveras...
Mas quem se lembra das folhas? Pobres folhas...
Sempre folhas em qualquer primavera, sem perfume...
Todas as folhas de uma planta se parecem,
Nenhuma se faz única, nenhuma se faz mais bela...
São tão humildes as folhas! Mas sempre alegres
Brincado de dançar com a brisa, pintando esperanças,
Ah! As folhas como são ... esquecidas! Pobres folhas!
José João
07/12/2.012
Que importa agora?
Que a noite se perca na escuridão de um céu sem estrelas,
Onde a lua, a esconder-se em brumas cinzas, desapareça
Que as estrelas cadentes não respondam a nenhum pedido
Que importa, amor, que me importa que tudo isso aconteça?
Que das flores o perfume se ausente? Que me importa?
Que importa, que delas, caia por terra a nobre beleza?
Que os jardins desfolhem o verde e se vistam de tristeza
Que até a poesia se faça rota, em trapos, sem mais nobreza
Que importa que sequem os rios, se escondam as águas?
Que importa que as nuvens loucas se percam em prantos,
Como chuva a cair no mundo na angustia de tristes cantos?
Que importa? Se tudo agora a fazer-se vida, é essa vida.
Essa vida que vivo agora, lembranças loucas e até perdidas
Essa toda tristeza. Aquele adeus que na alma fez um só ferida.
José João
07/12/2.012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Alma, poesia e poeta
Minha alma ao fazer-se de poeta e poesia
Sofre as dores contadas nos versos que faz
As vezes brinca no tempo de nuvem vadia
As vezes chora amores que ficaram pra trás
Como poeta minha alma escreve em soluços
Se poesia é o próprio soluço que o poeta chora
Como poeta minha alma escreve seu pranto
Como poesia é o pranto que se faz de encanto
Minha alma poeta vagueia brincando com flores
Minha alma poesia é a flor que o poeta perfuma
Na minha alma poesia, chora o poeta suas dores
Minha alma... triste poeta chorando em versos
Minha alma... triste poesia que o poeta escreveu
Alma, poesia e poeta... será que uma delas sou eu?
José João
06/12/2.012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Sempre existe um horizonte
Meu mundo era cheio de amanhãs vazios
De ontens sem histórias, de hojes sem ontens
Era um triste museu vazio cheio de fantasmas
Eram as tantas tristezas copulando em pleno cio
As flores caiam mortas antes de serem flores
Ou se abriam raquíticas, sem cor nem perfume.
Os espinhos se faziam robustos em frágeis galhos
Atrofiados, pendidos, secos de folhas, finos talos
Um mundo de sol cinzento e sem cor, sem calor,
Como se o tempo parado não precisasse de luz
Um mundo louco em que o frio era seu cobertor
Lá longe, num horizonte, que nem mais acreditava
De lá vinha uma canção que não sei quem cantava
Mas dizia: Até que enfim pensei que nunca chegavas.
José João
05/12/2.012
Meu silêncio
Meu silêncio, poço profundo a sugar meu grito,
A engolir a luz que a poesia gritada queria falar
Com minha mesma voz do vento gemendo triste
Entre tantos soluços que um chorar breve insiste
Meu silêncio, noite acesa a acender-se aos olhos
Como luz na nevoa a apagar-se em tétricas sombras
A apagar palavras que nos versos ficaram sem cor,
Sem voz, ficaram não ditas, bêbadas em lívido torpor
Meu silêncio, sepultura de pensamentos que nasciam,
Que se fariam poesias, momentos de breve eternidade
A fazer-se vida desde que ao irem-se ficassem saudade
Meu silêncio, denso vazio a fazer-se morada no tempo
A tomar da poesia, que nascia na alma, sua terna voz
E faze-la apenas um murmurio a chorar dor tão atroz
José João
05/12/2.012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
A poesia que não escrevi
Ela estava bem aqui, dentro de mim, até sorrindo
Como se quisesse chegar, se fez em alguns versos
Foi até buscar pensamentos que nem lembrava mais
Me fez lembrar saudades antigas, de tempos atrás
Ficou parada em minha frente, povoou meu pensamento
Me fez correr entre sonhos antigos de amores vividos
Me deixou sentado no tempo buscando os momentos
Que com ela viriam contando histórias de amores perdidos
De repente um cantar, um passarinho cantando lá fora
Talvez contando suas dores e suas tristezas, angustias...
Aí minha poesia, tão frágil, por medo talvez, foi embora
Meu pensamento ficou mudo, o papel deitado dormindo
Fiquei como o lápis na mão, surpreso perdido no tempo
Não escrevi minha poesia, acho que ela se foi com o vento.
José João
04/12/2.012
Soneto da solidão
De repente o dia se fez noite e a luz se foi com ela,
Um silêncio que incomodava até a pobre alma triste
Se fez tão forte que o vazio se tornou densa solidão
A tornar-se universo dentro de um já perdido coração
A bruma que a noite chorava se tornou sem cor, fria
Como chuva fina que corta a carne nua da madrugada,
Que chora como triste amante toda a dor de sua alma
A esvair-se em tantos prantos mesmo mostrando calma
As mãos se contorciam convulsivas, em tremores lívidos
Os lábios balbuciavam, frenéticos, orações sem sentido
Olhos aflitos procuravam na escuridão os sonhos perdidos
A solidão preenchia toda a escuridão da noite e da vida
Que a partir daquele adeus seria como se nada existisse
Como se viver fosse agora o de menos, apenas uma tolice
José João
04/12/2.012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Ao amor
Amor, desculpa-me por usar-te tanto, ter amado tanto.
Perdoa-me por ter te feito a essência de minha vida,
Ter te tomado pra mim como se apenas eu soubesse amar,
Soubesse teus segredos, soubesse viver contigo
Sempre dentro de mim, como se mais nada fosse preciso.
Desculpa-me, Amor, por ousar te fazer de meu servo,
Se na verdade sou eu o servo cativo e dependente,
Por ter, por toda vida, te usado em todos os momentos,
Até mentido com teu nome, um dia disse: Te amo. Sem amar,
Mas por saber de toda tua força na conquista de um momento.
Agora sei. Te usei, te usei até como blasfêmia, como pecado...
E tu, Amor, tão inocente me deixavas, em teu nome,
Conquistar corações que nem estavam tão disponíveis...
Ah! Amor, essência de todos os outros sentimentos bons,
Como fui egoísta!! Te quis todo pra mim,
Como se apenas eu, precisasse e soubesse amar,
Como se apenas eu fosse o centro de tuas atenções.
Te fiz de oração só pra mim. Te fiz de sonhos só meus,
Te fiz de razão até de beijos que não deviam ser trocados.
Fui egoísta sim. Sou ainda egoísta, eu sei, desculpa.
Na verdade, Amor, não queria ser muito, nem ser pouco,
Ser apenas medida certa que um coração precisa, mas não sei.
Te faço do tamanho dos oceanos, só menor que o céu.
Desculpa, Amor, se te uso tanto...mas eu preciso...
Tanto, que entre todas as dores que senti por perdas,
Entre cada uma delas, lá estás tu, nascendo outra vez.
Mas a culpa é tua, Amor, que me fizeste cativo de ti.
José João
03/12/2.012
Minhas poesias?!
Minhas poesias? Vêm por aí trazidas pelo vento,
Por sonhos, sonhos ainda nem sonhados,
Pela saudade, vem com risos entre lágrimas,
Com palavras ainda não ditas, com versos inacabados.
Talvez venha com um adeus chorado pela alma.
Nunca sei qual poesia vai chegar, se uma triste,
Falando de solidão, de angustias, tristezas,
Ou falando de uma saudade alegre, dessas saudades
Que não passam nunca, deixam os olhos vagos,
Perdidos no horizonte, buscando lembranças,
Lembranças antigas que se fazem vivas, de ontem,
Que ficam como saudade dentro do peito da gente
E se misturam entre pensamentos e momentos vividos,
Entre verdades e sonhos um dia sonhados
Agora perdidos na vida como fragmentos do tempo.
Minhas poesias? Vêm por aí, talvez trazidas
Por um amanhã feito dos sonhos mais lindos,
Das vontades mais ternas, de amanhãs coloridos
Desde agora pela beleza inocente de um desejo.
Minhas poesias podem vir dos ontens que vivi,
Dos amanhãs que minha alma insiste em ter.
De adeus e ausências que tive de viver e chorar,
Ou de momentos que virão. Se alegres ou tristes...
Não sei, mas serão poesias, sim. Minhas poesias
Vêm dos ontens... dos amanhãs... da vida...
José João
03/12/3.012
sábado, 1 de dezembro de 2012
Prantos da alma
Não é esse beijo de ontem, nem um amor de amanhã,
Beijo que dei sem sentir, amor que nem sei se é amor,
Que vai fazer a alma esquecer essa dor que traz consigo
Desde muito, de quase sempre, e sempre chora comigo
Não é uma vontade qualquer, por um qualquer amanhã
Que vai fazer as vontades antigas serem agora esquecidas
Não terá, disso agora sei, uma saudade que seja maior
Que a saudade de sempre, mesmo sendo assim tão doída
Choro dores que foram sentidas, vividas, na alma paridas
Desde quando, não sei, mas que importa agora saber
De ontem não foi, de há muito talvez, ou até de outra vida
Choro os prantos guardados que só mesmo a alma sabia
Agora me vêm em momentos que não são meu chorar
É vontade da alma, das dores que só ela mesma sentia
José João
01/12/2.012
Eu? Fingidor?!
Há quem diga que não são minhas as dores que choro
Que sou um fingidor, que apenas choro a dor alheia.
Rio das minhas dores e faço minha poesia completa,
Se delas não soubesse sorrir, como seria poeta?
Há quem duvide e muito, bem sei, e até mesmo porque
Um dia a mim perguntaram como tão sereno posso viver?
Se todo esse pranto, esse angustia, esse tanto sofrer
Faria qualquer outro por tão desespero até mesmo morrer
Em meus versos conto histórias de amores que perdi
Da alma em pranto, das dores mortais que um dia senti
Entrem em minha alma, ela dirá que nunca na vida menti
Quem já sentiu uma ausência que até a tristeza chorou?
Quem sentou no vazio e por tanta saudade demente ficou?
Esses sabem das dores sentidas, não me chamam de fingidor
José João
01/12/2.012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Alguém vive assim?
Quem já respirou espinhos quando um adeus lhe feriu
Todo o peito, lhe rasgou a carne, lhe tomou o coração
E deixou a alma caída num canto da vida, perdida
Entre os próprios escombros?
Quem se sufocou nas próprias lágrimas que caiam
Como pétalas de flores mortas a rolarem no chão
Sem vida e sem perfume?
Quem já ouviu o silêncio do mundo que calava
O grito desesperado de uma alma perdida no nada
Chorando suas angustias em orações rezadas
Com a aflição dos pecadores que sabem
Nunca vão ter perdão?
Quem já engoliu seu pranto para enganar os olhos
E faze-los ver apenas uma miragem de horizontes
Que se faziam desenhos numa imaginação de loucura
Criada pela demência de uma dor forte, cruel
Como a espada de um carrasco que lhe sangrava,
Do peito até a alma, numa dolorosa e impiedosa incisão?
Quem já correu sozinho por praias desertas
Buscando no horizonte, pelo menos vultos,
Ou até sombras difusas, confusas de nuvens passageiras
Que lhe fizessem pensar não estar só?
Quem no silêncio frio da solidão angustiosa da noite
Esfregava freneticamente as mãos adormecidas
Fingindo que eram carinhos de alguém?
Quem já pediu clemência para a morte, e como resposta
Ela diz apenas: Mas já estás morto! Apenas...estás.
Quem, como eu, vive assim?
José João
30/11/2.012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
A beleza de uma lágrima
A beleza triste, mais bela que pode existir, é uma lágrima,
Apenas uma lágrima, chorada com o coração,
No instante de um adeus gritado em silêncio pela alma.
Não existe beleza mais triste, nem mais bela,
Aquele grito silencioso que sai do peito como louco,
Correndo no espaço sem nenhum lugar para chegar,
Sem ninguém para ouvir e... sem eco para voltar.
E aquela lágrima silenciosa a alongar-se no rosto,
Dos olhos brilhantes até os lábios, que se mordem
Num desespero incontido, na certeza da solidão.
E aquela lágrima, linda por ser única, beleza inocente,
A fazer-se dor, pranto solitário dos olhos... que diz:
Para chorar não se precisa de tantas lágrimas,
Basta apenas aquela que a alma permite fazer-se saudade.
E para sempre fica dentro da gente, sempre atenta
Para fazer-se nos olhos quando o sonhos voltam... e a dor
Chega trazida pelo tempo, que parece nunca passar.
Uma lágrima apenas, a fazer-se a mais bela das belezas.
A fazer-se diferente, a dizer de um amor diferente
A dizer que aquela dor não é uma dor qualquer...
Não é uma dor como são as outras dores, tão comuns
Que são choradas por tantas lágrimas e nenhuma
Se faz especial para a alma... que quer apenas
Uma lágrima especial, para um dor única...
Para um adeus de um amor que não morreu...
Apenas se escondeu dentro do passado.
José João
29/11/2.012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Seria um amor perfeito
Ama-me, pedi-lhe um dia, não com esse amor
Que todos sentem. Mas com um amor terno,
Aquele amor que faz a alma chegar perto do céu
A desmanchar-se em sonhos que vão indo ao léu
Ama-me, não precisa que seja um amor eterno
Não precisa ser aquele amor que o tempo cria,
Nem precisa ser infinito, assim seria monótono
Basta ser perfeito e que se renove a cada dia
Ama-me. Ama-me com a loucura dos aflitos
Ama-me com a ternura da brisa da primavera
Faz desse amor mensagem dos salmos benditos
Querida, ainda é tão pouco perto do que sinto,
Mas amor como o meu não pode ser entendido
Tanta perfeição, aqui, não teria nenhum sentido.
José João
28/11/2.012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Súplica
Fronte pendida como se o peso dos pensamentos
Fosse do tamanho do mundo. Olhos fixos no chão.
O peito arfando em soluços no desejo de gritar,
E a dor lhe rasgando a alma sem pedir para entrar
As lágrimas caiam sempre no mesmo lugar, uma a uma
Como se quisessem regar uma saudade, um sonho...
Assim como se uma doce lembrança pudesse nascer
E naquele chão úmido, mesmo tímida, pudesse crescer
Tudo se fazia muito distante, só não aquele adeus
Que insistia em se fazer de ontem e sempre presente
Que insistia em deixar na alma aquele vazio carente
Um nome era chamado, orações eram rezadas, gritadas
Joelhos curvados, braços ao céu, em cruz, levantados
E um olhar ao tempo, em gritos, por prantos chorados
José João
26/11/2.012
domingo, 25 de novembro de 2012
Meus anjos poetas
Minhas poesias são pequenos contos cheios de ternura e amor
Em que doces anjos, flutuando alegres, me ajudam a compor
Esses anjos divinos me contam histórias daqueles que amaram
E a esse amor, sem medo da dor, um dia a ele, se entregaram
Ah! Esses anjos do espaço que me ajudam a escrever versos!
Me vêm de mansinho, me põem nos olhos os sonhos sonhados
Me buscam no tempo, saudades e prantos na alma guardados
De amores perdidos, até mesmo esquecidos, mas tanto chorados
Em sussurros, que só eu posso ouvir, eles me dizem baixinho
Que ficam comigo, que gostam de sempre a meu lado estar
Por que nunca viram, assim como eu, tanto sofrer e amar
Então me ajudam, nas poesias, contando histórias de mim
Histórias que são verdadeiras, contadas por esses anjos poetas
Que risonhos me falam de amores eternos em poesias completas
José João
25/11/2.012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Parece uma saudade minha
Lá fora a chuva chora uma saudade que parece minha
Deixa que as lágrimas caiam num cantar moroso e triste
O vento soluça em uivos sutis, medrosos, e vai indo
Até onde minhas lágrimas, como chuva, estão caindo
A melancolia canta uma saudosa canção desconhecida
Como se os acordes fossem feitos apenas de saudades,
O dia cabisbaixo e monótono faz as horas serem lentas
Onde tristeza e solidão acordam eufóricas e ficam atentas
A esperar da alma qualquer menor descuido que seja,
Qualquer suspiro, qualquer ai que a solidão atenta veja
Logo se acomoda e sorrateira... com ela vem a tristeza
Mais lentas ainda ficam as horas. Que preguiça de passar!
O dia se contorce como se do frio pudesse se agasalhar,
E a chuva por tanto já cansada me pede os olhos pra chorar
José João
23/11/2.012
Agora guardo minhas lágrimas
Exitem dores que não precisam de lágrimas
Exitem saudades que não precisam de pranto
Por isso nem sempre é preciso que se chore
E nem que, ao mudo, de joelhos se implore
Aprendi escolher as dores que preciso chorar
Aprendi a escolher as saudades e os prantos
Aprendi a sentir os momentos que devo calar.
Não sei que dor amanhã possa em mim chegar
Se for chorar toda e qualquer dor que eu sinta
Dessas dores que uma outra dor vem encobrir
Dessas dores pequenas tão bobas de se sentir
Talvez um dia me falte lágrimas, seque meu olhar
Agora guardo carinhosamente todo meu pranto
Um dia posso ter uma dor verdadeira pra chorar
José João
23/11/2.012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Sou feliz, sim
Sou feliz. Tenho tudo que preciso pra viver
Se não sei sorrir, que importa não saber?
Sei buscar sonhos, sei cantar, sei lembrar
Se não sei sorrir, que importa? Sei chorar
Sei lembrar todos os momentos que vivi,
Sei de todos os motivos pelos quais chorei
Vivi encantos, verdadeiros sonhos divinos.
Sou Feliz. Sei de todo os sonhos que sonhei
Sou Feliz. Minha alma se apraz em recordar.
Imaginem se eu não tivesse amado tanto!
Como agora me sentiria? Vazio, sem encanto
Sem ter nenhuma alegria ao chorar meu pranto
Sou repleto de histórias vivas, e verdadeiras,
Minha alma alegre explode na doce saudade
Que me vem de longe desde aquele adeus
Que me deu nos olhos esse ar de eternidade.
José João
22/11/2.012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Ontem para sempre
Ontem, a casa se encheu toda de ti, teu perfume
Tomou conta desde o quarto até meu pensamento,
Teu sorriso brincava no jardim sorrindo com as flores,
Ouvia tua voz, meiga, como se fosse a voz do vento
Tudo aqui ontem, falava ternamente e só falava de ti,
A saudade corria solta entre meu coração e os olhos
Contando sonhos, momentos que nunca se passaram,
Para sempre, dentro da alma, se acomodaram e ficaram
Nunca havia percebido um ontem tão longo e tão perto
Nunca me disseram que no hoje podia haver um ontem
Nunca imaginei que um ontem pudesse se fazer eterno
A casa está ainda toda cheia de ti, até teus costumes
Insistem ficar. Nem teu lugar vazio na mesa, está vazio
Minha alma vestida de saudade ainda consegue te olhar
José João
21/11/2.012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
O mendigo
Ontem caminhei em estradas coloridas de sonhos
Com o perfume da primavera, solto, livre no tempo
Pisei em jardins onde as flores, pinturas perfumadas,
Contavam histórias alegres todas trazidas pelo vento.
Hoje, quem sou? Um andarilho, um esmoleu triste
A caminhar sem horizontes, mendigando migalhas,
Pedaços de sonhos, um olhar, mesmo sem brilho,
Até pode ser um aceno, de um adeus que não existe
Quem podou minhas flores? Mudou o meu destino?
Quem me fez crescer tão de repente e se fez assim,
Cruel, matando dentro de mim a doçura do menino?
Agora sigo só, como fantasma, em noite sem estrelas
Se um dia as vi, e com elas brinquei, hoje se apagaram
Nem me deixam ver se as marcas de seus pés ficaram
José João
20/11/2.012
domingo, 18 de novembro de 2012
Desespero da alma
Quero te buscar no tempo, mesmo em sonhos,
Talvez assim, engane a alma que te chama tanto,
Ou a mim mesmo, me enganar nas noites frias
Em que o sono engana a noite e se faz de pranto
Buscar momentos que o esquecimento deixou ficar,
Em mim guardados, como prova viva do meu querer
E te-los sempre, e sempre atento a não perde-los
E neles, te trazer bem perto, e assim poder viver
A vida me manda que me contente em te lembrar
Mas a alma, coitada, sempre carente quer te buscar
Mas no caminho em que foste morreram as marcas
E ela insiste, e grita como louca : Vou te encontrar
Meu pensamento, sem que eu peça, voando vai
Entre sonhos, entre dores e saudades te procurar
Até meu grito aflito, como louco, levado ao vento
Me volta em eco como se o grito fosse um lamento
José João
18/11/2.012
Sonhos e momentos
Não. Não me culpo por agora estar chorando
Nem vou lamentar essa dor que estou sentindo
Apenas fui em busca, a procura de uma história
Que se fizesse de sempre, mas o eterno foi agora
É sempre eterno cada instante de um amor intenso
É um amar tão forte que por tanto a vida implora
E foi tão belo! Foi quase infinito cada momento
Que até me disponho, por ele, chorar a cada hora
Se dentro de mim a saudade, por prazer, vier morar
E se com ela vier o pranto aos meus olhos cativar
Chorarei tantas e quantas lágrimas em minha face,
Por solidárias, ou por carinhos se fizerem tatuar
Me entregarei ao pranto, que talvez por piedade
Ponha um novo brilho, brilho que mude meu olhar
E a quem vê-lo, surpreso se confunda sem saber
Se é um brilho de sonhos ou um brilho por chorar
Mas passado o tempo quando a angustia se aplacar
Aí então saberei o quanto pra mim foi bom amar
Nas noites que sozinho o sono em mim não chegar
Terei doces momentos e belos sonhos pra lembrar
José João
18/11/2.012
sábado, 17 de novembro de 2012
Assim como o rio e a flor
...Me lembro da flor sendo levada pela fonte
Que em triste agonia lamentava a cruel sorte,
Impiedosa fonte que sorria em cínica ironia,
Pobre flor que sabia seu destino ser a morte
Em direção ao mar corria a fonte sem paradas
E nas vagas lembranças a flor se amparava
Para esquecer do momento; sorte tão mesquinha
E ainda assim, silenciosa, a pobre flor chorava
E a fonte em turbilhão no seu cantar sinistro
Levava consigo a flor agora mais frágil do que bela
Já sonolenta pela dor do não mais poder voltar
Sonhava com o campo como pintado em aquarela
E a fonte fria, impiedosa, sem alma, sem coração
Por simples capricho arrancava a flor do seu chão
E esta, em resignado silêncio cantava uma oração
Sabendo que sem volta, já a Deus pedia o perdão
Assim como a fonte, a mim é esse o meu destino,
Me leva impiedoso sem que eu saiba o caminho,
E como a flor, sussurro chorando uma oração
E vou, como ela vai, chorando e indo sozinho
Em que mar terá deixado a flor o rio impiedoso?
Em que mar me deixará o destino que me arrasta?
Não sei. Fecho os olhos e me deixo ser levado
Em qualquer mar que apenas viva, isso já me basta
José João
l7/11/2.012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Filha do poeta
Poesia de palavras!!
Poesias que se fazem por si
Não por que eu queira.
Palavras que se parem aleatórias
Na gestação do poeta.
Que pare sem dor a dor que sente
Pelo ventre da poesia,
Estéril, se as palavras não dizem
O que lhe rasga a alma.
Palavras sangradas, mortas,
Paradas, deitadas, inertes,
Que por si, se levantam vivas
Dentro de cada um que se faz poesia.
Ah! Filha do poeta,
Que acalenta o mundo
Contando em pedaços
O que lhe sofre o pai
Em fingidas frases
Que em sorrisos choram
José João
16/11/2.012
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