segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Minha saudade é ...

Talvez esse silêncio que escuto, toda sua beleza,
É porque fala de ti, me diz coisas que não sei
Dizer, fala pra minha alma o que queria ouvir,
Fala de ti, fala de nós, do que fomos, sentimos,
E depois fica um silêncio triste, sem voz, perdido
Dentro de mim como se não precisasse mais ouvi-lo.
Um vazio, desses que faz chorar ser pouco, me toma,
Me inivade sem pecisar pedir, e um vagar sem rumo,
Sem estradas, sem caminhos, me leva pra dentro
De uma saudade tão difícil de sentir, de dizer...
Porque vem cheia de tantos momentos vividos
Que lembra-los, sem que o pranto grite em meus
Olhos, é impossível. Toda essa falta de ti.
Todo esse silêncio gritando teu nome ao tempo,
Toda essa tua ausência tomando todos os espaços,
Me fazem que seja triste a saudade que sinto...
Tanto, que agora sei como dize-la no meu silêncio, 
Minha saudade, mesmo triste, é a beleza 
De te ter sempre dentro de mim, todas as horas,
E o martírio que tua ausência me traz.

José João
12/02/2.018

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Alguém quer dividir comigo?

Ontem brinquei de brincar com o mundo,
Fiz caminhos que não queria percorrer...
Deixei para os tantos amanhãs coisas minhas,
Coisas que poderiam ter sido feitas...
Deixei beijos para depois, sorrisos, abraços,
Até alguns eu te amo, deixei para depois,
Me fazia dono do tempo... não contava dias,
Nem horas, tudo podia esperar, hoje, vejo triste,
Como me enganei! O tempo passava, ia embora
Sem que eu percebesse e deixava que ele fosse
Como se pudesse um dia pará-lo por acha-lo meu.
Quantas coisas deixei de dar, de receber, de trocar...
E hoje me vejo assim, caminhando sozinho
Por estradas que não sei, pedindo sorrisos,
Um olhar, restos de beijos, pedaços de abraços
Que talvez tenham ficado por aí. E entre prantos,
Cabisbaixo, voz reticente, pergunto murmurando
Num quase silêncio: Alguém quer dividir 
Minha vida comigo?

José João
08/02/2,016

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Quem sabe?

Antes, lá atrás de mim mesmo, meu universo era só eu.
Corria sozinho dentro dos sonhos que sonhava...
Brincava de chorar sentindo uma solidão só minha,
Corria dentro das horas, e elas sempre tristes
Me faziam fingir sorrisos que não sabia sorrir.
Tudo tão vago, tão vazio, que até a esperança
Se escondia atrás do tempo que não queria passar,
Como se quisesse aumentar meu desespero
De ser só. Minha história, quase nenhuma,
Se escrevia entre pedaços de poesias soltas,
Em versos inacabados, sem rimas e sem razões,
Mas um dia, um anjo, desses que brincam de encantar,
De brincar com alma da gente, de faze-la criança.
Não sei se caiu do céu ou se desceu pela escada
Da minha tanta vontade, apareceu sorridente,
E fazendo cocegas carinhosas na alma fê-la sorrir
E tanto, que até as lágrimas gritavam eufóricas
Nos olhos silenciosas palavras alegres e vivas.
Mas de repente, não sei, se foi um ponto final
No meio da história ou se foram reticências
Para ela continuar, mas é uma saudade...
Gostosa de sentir, quem sabe seja só até...
Amanhã?!

José João
03/02/2.018