sábado, 26 de janeiro de 2013

O amor é mais forte


O mundo precisa fazer-se divino,  fazer-se luz

Assim, se tudo é luz o amor nasce, se fortalece e vive
Mais que qualquer vontade ou sonho, se eterniza...
Os momentos até se fazem perfumados e belos
Renascendo a vontade de viver  e ser feliz.

Mas há de se lembrar que o amor também é troca
As vezes se pensa que é só doação, mas essa troca
Tem que ser divinal, sublime, de corações apaixonados
A necessidade de amar é a mesma de viver.

As histórias se fazem nos momentos alegres ou tristes

São tristes os momentos de vazio e de carência, até
Orações são rezadas como pedidos aflitos da alma,
Lamentações se fazem de rezas sem sentido,
Indo entre as lágrimas e prantos derramados
Dos olhos á alma, do coração à vida ...triste
As horas passam lentas, se arrastam sem querer passar
O soluço no peito se faz um grito alto de dor.


José João
26/01/2.013

Fugindo de mim




Fujo, correndo de mim mesmo, passo por sobre as noites
E seus misteriosos fantasmas, sinto o cheiro da solidão,
Mas não paro para sentir seu gosto, Afinal estou...
Fugindo de mim mesmo. Corro por entre o frio sonolento
Da madrugada, por entre as esperanças que o dia,
A romper-se no horizonte, traz  e não me alcançam.
Corro entre os medos, entre as vontades perdidas,
E vou entre o nada e o tempo, percorrendo caminhos
Onde a poesia deve ter passado sem ter deixado,
Pelo menos seu perfume, ou um pouquinho de sua cor.
Me perco,  a estrada sem marcas parece vazia,
Mas um sussurro chorado me chama, até me assusta,
Era uma saudade de cabelos brancos desfalecida
Sobre uma pedra, pedindo que a levasse comigo.
Não podia estou fugindo de mim. Corri entre sombras
Deitadas na areia, até tropecei em algumas
Eram sombras de sonhos que nunca foram sonhados,
Sonhos de ninguém, coitados perdidos como eu.
Tracei rotas entre as estrelas, dobrei as curvas,
Delas fiz caminhos retos para ir mais longe...
E fui, fugindo de mim. Para onde não sei...
Que fosse apenas um lugar longe de mim. Um lugar
Em que todas as dores, saudades, angustias...
Não me encontrassem, e corria como louco
Haveria de haver esse lugar. Existe, não sei onde...
Mas não tenho pressa, afinal fugir de mim...acho
É ...chegar em algum lugar onde eu não esteja.
Bem ...não sei...se pelo menos...


José João
26/01/2.012









sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Poesia, um mundo infinito



Minhas poesias, tão maiores que eu, verdades infinitas
Que vão ao mundo, rompem fronteiras, rasgam o chão
Invadem corações, fazem sonhos, espantam lágrimas
Calam as angustias e no frio da noite espantam a solidão

Minhas poesias, como nuvens se vão ao vento brando
Em suaves volteios brincando de conversar com o mundo
Falando dos amores vividos, dos amores que se perderam
Vontades, desejos e sonhos que em lágrimas se converteram

Essas poesias que, cativas, a mim se entregam sem reservas
São tão maiores que eu, que nelas me escondo e me conto
Desnudado de vaidades, nelas sou apenas um simples ponto

Não um ponto no fim do verso, mas um perdido no universo
Querendo ser rota para sonhos que ainda não foram sonhados
Se escondendo dentro da poesia como insignificante guardado


José João
25/01/2.012


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Brincar de viver

Não vou deixar meus sonhos morrerem  na frigidez da solidão.
Não vou deixar que a noite, em frios beijos, me alucine a alma
A fazer-te distante, a matar momentos com saudades doloridas
Farei que tua ausência não se faça dor, nem se faça despedida

Não vou deixar que os vazios se façam densos, nem vivos
A sufocar, com silêncios, os sonhos que ainda preciso sonhar
Ou calar-me a voz em prantos a se derramarem entre medos
E nem deixar que a alma, em desespero, conte meus segredos

Não vou deixar que a angustia se faça uma mordaz inquilina
A me tomar as vontades, a fazer de mim triste sombra perdida
A ir-se em passos bêbados, trôpegos, por caminhos sem chão
Vou fazer que todos os momentos se façam doce luz de verão

Vou deixar que a inocente nudez de minha alma se faça alento
À carente nudez do meu corpo que grita em agonia tua vontade
Como se sentisse o calor, sentisse o sabor de teu corpo molhado
Não vou deixar que meus sonhos morram na solidão sufocados

Vou te levar na memória, te fazer  história, viver os instantes.
Te sonhar, brincando de esperar, de ver a madrugada chegar
Te abraçar, beijar, como se nunca tivéssemos estado distantes
E  brincar de viver, sem fazer da noite essa espera constante.


José João
24/01/2.013







Ainda sou romântico


Eu ainda sou aquele romântico que escreve cartas,
Que manda flores, que escreve poemas de amor,
Sou aquele romântico dos bilhetes apaixonados.
Sou ainda aquele romântico amante enamorado

Declamo versos para a amada, sonho seus sonhos
Ainda sou aquele amante que manda sonho de valsa,
Que no papel de bombom escreve para a namorada
Versos de amor, e com ela sonha em noites enluaradas

Sou aquele amante que ainda grita o amor que sente
Sou o eterno romântico que de um jardim rouba uma flor
E de joelhos, entrega à amada numa doce prova de amor

Sou talvez um desses românticos amantes apaixonados
Talvez dos últimos, desses que sem medo entregam a vida
Pisam nos espinhos do mundo para proteger sua querida


José João
24/01/2.013


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Que minha poesia triste...



Tomara minha poesia ecoe longe, mesmo sendo triste
Que não faça mais ninguém chorar, mas ensine a viver.
Que mesmo triste se faça canção gritando ao tempo
Que dores não ficam sempre um dia se vão no vento

Que meus versos cruzem jardins, horizontes, corações
Encantem almas que um dia se perceberam desiludidas
Que mesmo tristes se façam cheios de sentimentos vivos
E se façam de cada alma triste amantes ternos e passivos

Que meus cantos se façam encantos nas tantas rimas vivas
A voarem entre medos de dores por adeus e despedidas,
Faça de cada uma, uma saudade, lembrada sem ser doída

Que minha poesia grite bem alto nos corações mais tristes
Dê a cada um, uma esperança, em todos um novo alento
Que as dores não ficam sempre um dia se vão com o vento.


José João
23/01/2.013








Mar, um caminho sem rastros


O mar, a fazer-se rota sem rumo, se faz caminho
De pensamentos e saudades que com ele vão
A buscar histórias de momentos que passaram,
E levar lágrimas que tantos corações choraram

O mar a se fazer estrada sem rastros marcados
Brinca com o céu bem ali... onde se confundem,
Lá onde a vista alcança e faz a dor ser mais doida
Faz a alma entre tantos olhares trites ficar perdida

Quantas lágrimas caídas em desesperos chorados
Onde um adeus tem que ser dito, ouvido, sentido
E os sussurros nos lábios trêmulos ficam perdidos

Mar de beleza infinda, de horizontes, de mistérios
Mar que também traz sonhos, cantos e encantos
Ah! Se não levasses tantos vazios e tantos prantos!


José João
23/01/2.013




Preciso sentir saudade



Preciso sentir o gosto da saudade. Loucura? Talvez
Me acostumei a senti-la sempre perto, nos olhos,
Na alma, nos sonhos que sonhei, que vou sonhar
Até nos meus sorrisos mais alegres ela sempre está

As vezes dou adeus ao nada para poder senti-la
Faço de dores fingidas a mais cruel das verdades
E me entrego à loucura do devanear sem sentido
Para poder sentir a mais dolorosa das saudades

À loucura me entrego todo sem medo ou reservas
Como se a alma precisasse esconder-se do tempo,
Dessas dores que se fazem cruelmente... perversas

Por isso vivo a saudade, ela não me dói, acalenta
Me faz ficar entre os melhores sonhos que sonhei
Me traz apenas momentos pelos quais nunca chorei.


José João
23/01/2.013



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A lição do outono



Ouçam o lamento das folhas caídas no outono,
Elas choram tristes, moribundas, deitadas na areia,
Rolando ao vento, ao léu, agora como nada...
Apenas folhas secas... folhas secas,  folhas mortas
Um dia foram belas. Verdes, vermelhas, douradas
Dançando ao vento, beijando a brisa, agora...
O que são? Apenas pedaços perdidos, varridos,
Levados, sem pena, pelo vento, cruel verdugo
Que as leva a lugar nenhum, essas mesmas folhas
Que um dia fez carícias, deixou-as nos galhos
A se fazerem dançarinas das canções do tempo.
Ah! Se ouvíssemos os gemidos das folhas...
Se pudéssemos lhes ver os prantos!  
Mas se vão passivas, por agora tão frágeis,
Estão secas, estão mortas, estão nada.
Ah! Essas folhas secas no chão caídas, perdidas...
Quantas não foram tão vaidosas!!
Nos lembram...que um dia...um dia...


José João
22/01/2.012



A outra cor da saudade



Os anos se passam mas tudo parece, foi ontem
O sabor de teus beijos continuam molhando meus lábios.
Os gosto de tuas mãos em meu corpo continuam
A me fazer tremer, a me fazer sentir tua presença,
Nas noites a brisa me traz teu perfume doce
E os raios de luar, nas cortinas esvoaçadas,
Tomam a forma de teu corpo... fecho os olhos,
Me vêm os momentos desenhados na noite,
Povoando a mente, e colorindo o pensamento
Com as cores que a saudade permite.
Minha alma se deita em meus ombros cansados
E me faz confidente de minha própria história,
Sussurra a carência que sente, que sofre
E chora comigo como se as lágrimas fossem nossas.
Até o silêncio se derrama em prantos mudos
E a noite silenciosamente e triste se faz abrigo
De angustias, de sonhos mortos, de dores antigas.
Só o vento lá fora insiste, teimoso, a se fazer voz
Mas sem nada dizer que se possa ouvir, entender
Talvez até chorando a dor alheia, a minha.
A noite caminhando com passos lentos,
Como se estivesse cansada, vai na direção do dia
E tudo começa a iluminar-se, a alma desperta,
Esfrega os olhos através do meus, vê o dia
E percebe que a saudade é a mesma de sempre
Apenas com uma outra cor.e... brilhando mais.


José João
22/01/2.013





segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Será que ainda te lembras...


Será que ainda estão contigo os sorrisos que te dei?
Será que os trata como trato todos os que me deste?
Trago-os guardados carinhosamente dentre de mim
Como fossem relíquias guardadas por tempo sem fim

Será que estão ainda contigo os ternos olhares que te dei?
Os que me deste levo-os sempre como pedaços de mim
Pra onde vou estão comigo como orações que a alma rezou
Como pedaços completos que nem com um adeus terminou

Será que guardas no corpo as carícias que um dia te dei?
As tuas levo comigo gritando em meu peito a falta de ti
Como se fossem pinturas mostrando pra alma o que já vivi

Ainda trago comigo a saudade do beijo que não pude te dar
Será que te lembras? Aquele beijo que não podemos trocar
É, talvez esqueceste. E eu, por ele, ainda me ponha a chorar


José João
21/01/2.013




A dor é castigo ou...



Meu grito é minha alma quem grita, quase sem voz,
Por que reticente, chora sussurrando uma ausência.
Tudo ficou triste de repente, tudo ficou sem cor, vazio
Até o silêncio sufoca  a si mesmo pela própria carência

Quantas vezes nossos olhares se cruzaram aos gritos
Num  lânguido e silencioso grito de uma vontade forte
Que nos invadia pulsando o corpo, o coração e a alma
Que nos levava ao delírio... numa loucura sutil e calma

Lembrar para sempre o que nunca mais se pode sentir.
Castigo? Será que a sublimação de uma dor é castigo?
Talvez por isso que palavras não traduzam um gemido!

Assim ficam os gemidos, sempre sem serem entendidos
Como sendo orações rezadas sem ninguém dar ouvidos
Como tantas histórias que se fizeram sonhos perdidos


José João
21/01/2.013












domingo, 20 de janeiro de 2013

Um momento pra guardar



Respiro a poesia que deixaste com teu perfume
Desde o travesseiro, desde minha alma, até sempre
Te vejo nos sonhos, até nos sonhos que não sonhei
E comigo te levo, e aos momentos que tanto te dei

Levo também dores, essas que se enraízam na alma
Que fazem chorar, essas dores que chamam saudade
Que fazem o tempo parar como se tudo fosse ontem
E ficam na vida, ficam dentro da gente como eternidade

Criei medo dos amanhãs... talvez se façam fantasmas,
Se façam vazios pela tua ausência, pela  falta de você
Talvez se façam pesadelos vivos tão difíceis de viver

Mas a história de um momento, mesmo tão doloroso
Será sempre poesia, esse a vida tem que saber guardar
Foi aquele que me viste sorrir fingindo pra não chorar


José João
20/01;2.012











quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O homem e o poeta


Como poeta me divirto juntando meus pedaços de sonhos
Costurando-os com poesias e alinhavando-os com versos.
Pedaços rotos e sonhos perdidos entre soluços e prantos
Mas como gente... me deixo cair chorando pelos cantos

De um universo que nem sei como fiz, como criei e vivo
Um universo de palavras vazias, de sussurros perdidos
Onde a angustia, gritando estridente, chama a solidão
Que vem,  perversamente lenta,  invadindo o coração

Finjo, ser o vento, a me encharcar os olhos de lágrimas
Afinal sou poeta! Finjo até ser de ontem  a voz do tempo
Me trazendo o eco frio daquele adeus como tormento

Como homem choro minha dor rezando orações vazias,
Grito as tristezas nos espaços vazios que minha alma cria
Como poeta, rio do homem, de suas dores faço fantasias


José João
17/01/2.013



Minhas inacabadas poesias


Sou o que sou. Nunca deixei de ser eu mesmo
Nunca saí de dentro de mim... nem pra viver
Mas se o que escrevo não se parece comigo
Deve ser algum personagem brincando de amigo

Mas  se o que escrevo me vem da alma trazido
Com palavras perdidas, em verbos até descabidos
Não tenho culpa. É minha alma brincando de mim
Fazendo versos sem começo, sem meio, sem fim

Poesias, onde começam? Será que poesia tem fim?
Será, num verso, que a ideia termine com um ponto?
E se antes do ponto o verso falar de dor e de pranto?

Meus versos, sei, são cheios de vazios até sem sentido
Minhas poesias são todas inacabadas, são todas assim
Se as dores são diferentes, que cada uma  tenha um fim.


José João
17/01/2.013




Eternamente


Dos beijos que um dia te dei, nunca ninguém os provou
Se antes beijei, acredite, esses beijos que agora te dou
Jamais outros lábios sentiram o prazer, nem o tremor
Dos meus lábios, que nos teus, aquele beijo eternizou

Deixei que ficassem em meus lábios o mais doce sabor
Como se fosse perfume, que se sente sem se ver a flor
Deixei ficar em meu corpo todos os carinhos que fizeste
E na alma,deixei ficar, todos os sonhos que me deste

Dos tantos sussurros, carícias, promessas, deixei ficar,
Guardei entre os tantos guardados que ficaram comigo,
Dentro de mim. Eu, pra eles, sou o mais perfeito abrigo

Dos olhares que dei, mesmo já tanto tempo passado
Ainda guardo comigo a imagem e a emoção que senti
Fizeram-se séculos os poucos instantes que contigo vivi


José João
17/01/2.012



quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quando a palavra é adeus



De súbito,  tudo parou em minha frente, até a palavra
Que ficou presa na garganta, sufocada, triste, tétrica
Como se demente. Sem som, sem cor e sem voz
O silêncio pulou de dentro de mim como fera feroz

A fazer-se forte, com um amargo gosto de angustia
Tudo ficou parado, o olhar se perdeu entre paredes
As mãos pendiam caídas, sem força, desfalecidas
As pernas tremiam numa dança ridícula e descabida

De dentro do silêncio se ouvia o eco de uma palavra
Que agora parecia um grito dentre tantas outras ditas
Uma palavra, apenas uma, que deixa tantas almas aflitas

O mundo continuou parado, a alma continuou demente
Nem orações foram rezadas nem feito pedidos pra Deus
Ele apenas conforta  quando a palavra dita é... adeus


José João
16/01/2.012






Eu. Uma poesia sem rima



Não sei se um dia serei saudade como a que sinto agora
Mas agora, sei, sou a saudade que sinto de mim mesmo
Não sei se algum dia fui sonhos, desejos ou segredos
Mas agora sou meu próprio sonho, verdades e medos

Quem sabe um dia seja um verso esquecido no tempo
Ou talvez declamado por uma brisa com gosto de vento?
Talvez me faça de nuvem indo a procura de um deus
Que me deixou aqui, assim, poeta sem  nenhum talento

Meus versos será que um dia serão ouvidos, declamados?
Será que, pelo menos num coração, se faça bom inquilino?
Dê sonhos e alentos a quem para o amor esteja dormindo?

Talvez um dia seja apenas um pedaço perdido da história,
Um verso inacabado que ninguém aprende e nem ensina
Por ser  poesia que ninguém ler porque a fizeram sem rima


José João
16/01/2.013



O fingidor


Minha alma. O que será que aprendeu com a dor que sinto?
Será que aprendeu a fingir? Assim como eu. Um  fingidor
Que finjo ser minha a  dor que não sinto e com ela até choro
Que finjo sorrir com a dor que a vida deitou em meu colo?

Eu! Até finjo ser meu o eco de um riso que o tempo guardou
Finjo que são minhas as canções que se ouve falando de amor
Finjo que são minhas as ternas palavras que ninguém nunca diz
Sou tão bom fingidor! Finjo a mim mesmo que ainda sou feliz


Sou até palhaço, brinco de fazer da vida o picadeiro de um circo
Finjo escrever versos, digo até serem poesias as poesias que faço
Que versos incompletos, de minha vida, são seus tantos pedaços

Finjo chorar, e  nos olhos esculpo o mais perfeito dos prantos
Grito alto, com a voz alegre, mas é o mais completo fingimento
Finjo alegre o meu canto,  mas na verdade nem sei o que canto.


José João
16/01/2.013





Nós e o tempo



As vezes o pensamento traz saudade do que não fizemos
E o tempo passa rindo, ironizando e não se dando mais
Então uma angustia, tão grande quanto a vontade de voltar
Comprime o peito, o tempo indo, nos leva sem poder parar.

Assim os vazios que ficaram entre os sonhos, culpa nossa
Se fazem de momentos perdidos... esquecidos de viver
Aqueles momentos que sempre deixamos pra depois
Como se em nossas mãos estivesse todo nosso merecer

Cabisbaixos, confusos, e o tempo rindo as gargalhadas
Os horizontes dos amanhãs  a se fazerem mais distantes
E, estranhamente, a se fazerem mais curtas as estradas

Parece agora, por ironia, o tempo corre mais depressa
A passos largos que já não nos permite acompanhar
Fazendo do que não se viveu essa  vontade de chorar


José João
16/01/2.013





terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Apenas não sei



"Há uma sombra em teu olhar...uma tristeza na tua alma"
Um dia alguém me falou assim, calei. Pra que falar?
Quem sabe das tantas dores que a vida faz acontecer?
Os sonhos mortos, os tantos silêncios pra se poder viver?

Quem sabe exista uma perda que sei sentir e não sei dizer,
Que talvez a alma cale na vã tentativa de tentar esquecer?
Talvez uma dor que nem foi minha, mas tenho que chorar
Como se fosse herança, coisas que não se sabe explicar

Talvez foram despedidas dolorosas de adeus que não disse
De coisas que não falei, de momentos que nem sei se vivi
Sombras no olhar, tristeza na alma, não sei como estão aqui!

Se dentro de mim se escondiam as dores que agora me vêm
Se essa sombra no olhar são prantos que só agora sei chorar
De onde me vem essa dor que não é dor e que não sei explicar?


José João
15/01/2.012
Dulce, obrigado. Foi inspirador.




segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sonhar não é mais preciso








Meus sonhos, todos os meus antigos sonhos se foram,
Pra onde não sei, e os sonhos novos não nasceram ainda.
Talvez por medo de serem sonhados e nascerem tristes
Ou de sonhar coisas que se faria  história que nem existe

Mas não é de agora esse vazio, essa tanta falta de sonhar
Embora já tenha sonhado, sonhos tão difíceis de esquecer
Sonhos que se fazem imagens que nos levam a sempre ter
A certeza de que um dia o sonhar foi tão belo quanto viver

Viver sonhos, já os vivi. Hoje sonhos mortos, caídos por aí
Perdidos nos escombros, nesses tantos pedaços de mim
Nesses fragmentos que como lágrimas me fazem viver assim

Em caminhos, em estradas que não levam em lugar nenhum
Mas também já não importam nem rumo, nem onde chegar
Em qualquer lugar se pode vivesr sem que se precise sonhar


José João
14/01/2.012






quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Selo Literário 2013

O Selo Literário 2013 
foi criado pela blogueira
Érica Bosi


Regras
1)  Citar o nome e o link de quem te indicou
      *Quem me indicou foram 
       a) ANA
            Blog: http://semti2012.blogspot.com.br/
        b) MARI FIGUEIREDO
             Blog: http://poemaseversoslovestories.blogspot.com.br/

2) Indicar 02 livros (no mínimo) que leu em 2012 e gostou
     * Antologia de poetas brasileiros contemporâneos 
        Volume 94
        Publicado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores
        http://www.camarabrasileira.com/
     * Primaveras de Casimiro de Abreu ( relido)


3) Listar 03 livros que pretende ler em 2013     
    - 4ª Antologia da Academia de Letras e Artes de Fortaleza
      com lançamento para 27/01/2013.
    - Antologia de poetas brasileiros contemporâneos 
      Volume 97
      com laçamento para 20/01/2013
    - V Antologia de Poetas Lusófonos
       *Ainda sem data para lançamento

4) Indicar 10 blogs para receber o selo e avisá-los:
     Abaixo segue os escolhidos

http://poesiasesonetos.blogspot.com.br/
http://mundinhodosversos.blogspot.com.br/
http://poramorr.blogspot.com.br/
http://sandra-sentidos.blogspot.com.br/
http://vilmapiva.blogspot.com.br/
http://franciscomigueldemoura.blogspot.com.br/
http://catiabossopoesias.blogspot.com.br/
http://crazy40blog.blogspot.com.br/

Termino agradecendo a Ana e a Mari pela indicação

e dizendo que a leitura é algo fascinante, nos proporciona
conhecimento e nos permite fazer viagens fantásticas, sem
sair do lugar. Vamos ler pessoal. Um abraço do amigo,

José João
09/01/13





segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Um dia



Como o dia daquele adeus, talvez me sejam todos os outros.
Como esquece-lo? Se ele grita toda essa dor dentro de mim!
Se fez de sempre, como se apenas um dia fosse eternamente
Me fez como se tudo fosse nada deixando até a alma carente

E eu a orar-te pelos caminhos que passo, chorando teu nome
Gritando ao tempo, e o eco dele voltando como dor sentida
A invadir-me até os sonhos e a fazer-me da alma um só ferida
A voar entre horizontes perdidos, como ave que voa perdida

Adeus. Palavra que se faz viva, que de tão forte se faz pedra
A crescer, pontiaguda dentro do peito, sufocando os gritos
Que seriam gritados não fosse até o silêncio calar por tão aflito

Um dia. Como se o sol estivesse se escondido entre os prantos,
Como se o mundo calasse em silêncio, assim como por encanto,
Como se tivesse ficado mudo e o silêncio engolido o canto.


José João
07/01/2.012





sábado, 5 de janeiro de 2013

Contigo aprendi


Contigo, brincava de poeta, enfeitava a noite com meus versos,
Voava dentro dos teus olhos para olhar o brilho das estrelas,
Que neles, se perdiam como se mergulhadas num oceano azul...
E eles, a sussurrar-me, diziam coisas que só a alma podia ouvir.
Contigo brincava de fazer poesias que o vento declamava,
A voltear sobre teus cabelos cor da noite, esvoaçados
Sobre teu rosto, como se brincassem com tua beleza
Que a lua tanto invejava, e a brisa ousada, mas inocente,
Ternamente beijava, como se fosse pétala frágil de uma flor
Contigo aprendi a fazer-me sonhador, aprendiz de poeta
Para cantar a ternura de teu rosto e a suavidade de tua alma
Sempre atenta ao amor, a faze-lo de canção viva, a ir-se,
Cuidadoso, entre as noites, entre madrugadas e raios de sol.
Por ti me fiz trovador rimando trovas com teus encantos,
Por ti me fiz vivo, me fiz gente a sentir o coração pulsar...
Buscar lá dentro do peito, lá dentro da alma o calor ardente
De uma paixão, o prazer fervoroso de um sonho...e viver
Contigo eu brincava alegre de flutuar entre as nuvens...
Dar nome às estrelas e fazer rotas infindas até muito além
De qualquer pensamento, de qualquer mais distante horizonte,
De qualquer universo que a mais criativa imaginação pudesse
Imaginar. contigo aprendi a beijar com a alma,
Contigo aprendi que se podia  nascer uma outra vez.
Finalmente contigo aprendi também  sentir saudade,
Que nem sempre a poesia mais bela é que se deve cantar
E o mais triste... contigo aprendi a dizer adeus e...chorar.


José João
05/01/2.013







O mundo em minha volta


Me perco na triste mudez do meu silêncio
Minha voz cala, minha alma chora vazia,
Meu mundo, só agora eu vejo e sinto,
Que era cheio de nadas...mera fantasia

Risos fingidos, palavras apenas faladas
Indo ao vento por tão leves, tão mentiras
Já se perdiam na própria voz que falava
Mas eu? Sonâmbulo demente...acreditava

Ah! Como é difícil ver o mundo em volta
Quando corações se fazem pedras frias
Gritando pra gente palavras tão vazias?!

Como é fácil perder-se em rezas fingidas!
No sussurro falso de ternas juras de amor
Em que a alma escondida não mostra a cor!


José João
05/01/2.012



 







sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pedaços


Como remendar pedaços de sonhos rasgados e rotos,
Caídos no tempo como trapos, apenas restos de nada
Que ficam dançando nos olhos, nos prantos chorados
Em que apenas queixumes e dores se fazem lembrados?

Como juntar fragmentos de vida que lá atrás se perderam?
Que ficaram perdidos entre pedaços de solidão e passado
A se fazerem ecos perdidos dos gritos que o silêncio gritou
Quando tudo se fez tão nada que até o pensamento calou?

Como alinhavar suspiros já remendados de tristezas e dor?
Cerzir pedaços de tempo que a alma se esqueceu de viver
Costurar o que o tempo rasgou sem nada poder esquecer?

O passado se partiu em pedaços que a vida quis nomear
A alguns chamou de tristeza, uns solidão, e outros saudade
E brincando de rimar versos rimou prantos com eternidade


José João
04/01/2.013

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Muito além de mim



Não devia ter sonhado tão além de mim mesmo,
Muito além do que poderia receber, fui ingenuo.
Hoje sei que limites existem, até para os sonhos.
Deveria ter sonhado ser poeta, buscar estrelas,
Brincar de dar voltas em torno do sol e ir além,
Brincar de fazer desenhos nas nuvens, ir com o vento
Em volteios suaves brincando de embalar as flores.
Poderia ter sonhado em pintar horizontes distantes,
Parar o tempo entre meus versos e deixa-los eternos.
Poderia sonhar tantas coisas, tantas coisas bonitas
Mas fui sonhar muito além, além de qualquer tudo,
Além de todos os sonhos, até dos impossíveis.
Me fiz maior, bem maior do que não sou, muito mais.
Me fiz passageiro de minhas descabidas ilusões,
Sonhando sonhos que não deveriam ser sonhados.
Meus sonhos! Se fizeram do tamanho do céu,
Sonhos ousados, sonhos perdidos, sonhos de um louco.
Como pude ousar sonhar tão longe? Lá perto do além?
Poderia ter sonhado todos os sonhos, mas...
Fui sonhar contigo...que muito além de qualquer sonho,
Te fizeste até mesmo além do mundo, desse meu mundo.
Por que tive que sonhar tão além...de mim?


José João
03/01/2.013


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

As lágrimas da saudade



Fiquei deitado em meus sonhos vivendo minha saudade
Que me acalentava, buscava momentos e comigo ficava,
Assim como se quisesse, gentil, velar  meus pensamentos
Ou pena, talvez, pela tanta dor que minha alma chorava

Os dias tão tristes quanto monótonos se pareciam tanto
Que o ontem se fazia hoje e o hoje se fazia de amanhã
Tudo ficava como se todos os dias fosse apenas sempre,
Como se a dores tivessem sido paridas do mesmo ventre

Do passado, lágrimas, e até risos se faziam de fantasmas
A povoar as lembranças. As lágrimas chorando um adeus
Os risos? Fingidos, como se fosse um ateu a louvar Deus

Por entre os olhos, corriam em meu rosto, aos  prantos,
As saudades das tantas perdas, que como dores ficavam,
E por mim, com a saudade, também meus olhos choravam


José João
02/01/2.013







Nós, Um verso apenas

Vai, mas ficas dentro de mim na saudade que deixas,
No perfume que vestiu meu corpo naquele abraço,
Que me deste, em que despiste minha alma e entraste
E lá dentro, mesmo com ela  em pranto, te acomodaste

Vai, apaga as marcas de teus pés por onde passares
Apaga os sonhos, que com teu adeus, tristes morreram
E ainda  que não queira ficam todos meus pensamentos,
A flutuarem nos tantos vazios que deixaste, que ficaram

Não importam os caminhos, se são veredas ou estradas
Se são rumos a serem tomados para horizontes distantes,
Seremos, para cada um de nós, apenas almas errantes

Nossos passos se distanciarão em caminhos inversos,
Nossos horizontes se farão de opostos nesse universo
E nós, sejamos talvez, uma poesia de apenas um verso


José João
02/01/2.013