sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Para fingir ... sou poeta.

Quedo-me aos teus desejos, ao teus anseios
Dispo-me de mim para vestir-me de ti
Dou-me ao tempo a me levar em devaneios
Como de costume... desde que te conheci

Como fosse um habito de todas as horas
Te amar sem que peças e até me proponho
A fazer-me teu e fazer-te santa e senhora
E permitir-me até fazer meu o teu sonho

Mas se houver um dia de dizer-se adeus
Se for eu a dizer ainda mesmo chorando
Direi e farei que a alma me pense bincando

Dou-me o direito de chorar e fingindo
Vou sorrir sorrisos largos... sou poeta
De fingir tenho a medida toda e certa

José João
01/12/2.018


As vezes chorar é preciso.

As vezes chorar é preciso, é como fosse um grito
Que a alma não consegue conter, não consegue calar,
Chorar é um grito agudo que não precisa de palavras,
Não precisa de voz, só precisa mesmo de solidão...
Não a solidão de se estar só, mas a de se estar triste...
Quando a saudade fica perdida entre as angustias,
Quando o tempo faz a noite uma extensão do nada
E tudo fica vivo dentro de um doloroso não esquecer 
Aí o pranto escorre livre e faz chorar ser uma oração
Que se reza em murmuros e só a alma ouve e entende.
Mas há de chegar um dia em que chorar seja um verso,
Um verso alegre, que as lágrimas sejam livres e risonhas
E o poema seja repleto de sonhos para fazer dos amanhãs
Muito mais que apenas tempo, muito mais que apenas vontades
Mas verdades... tão vivas que viver será preciso.

José João
01/12/2.018

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Amo porque... amo

Qual razão existiria para esse tanto amar!?
Te amo por apenas e simplesmente te amar
Que me poderia vir mais na alma a te dizer?
Que sem te... não saberia o que é viver?

Mas, se em mim, viver, é amar e... só amar...
Amo porque amo, amar é outra maneira de viver
Quais palavras me permitiriam sobre isso falar?
Palavras são poucas quando se ama por amar.

Faço do amor, um viver, um existir e um sonhar
Faço que seja da alma o melhor que posso dar
Fujo de palavras que ao amor possam acabar

Se me perguntam porque tanto esse entregar?
Essa maneira descabida de amar e não parar?
Porque preparo o amor para o amanhã que vai chegar

José João
19/11/2.018


Poderia ser maior essa dor de agora.

Não me preocupa que a saudade me faça triste,
Que as lágrimas caídas sejam de histórias vividas,
Perdidas mas ainda vivas dentro de mim.
Não me preocupa que a dor se faça viva, forte,
Que aumente minha carência, me faça ajoelhar
E pedir ao tempo um pouco de mim, pra mim mesmo.
Dói, choro, mas poderia ser pior, bem pior que tudo
Que sinto agora, poderia ser a dor do remorso
Por nunca ter sentido o que me faz sentir isso agora,
Não ter histórias, não ter vivido os momentos que vivi,
Não ter ouvido os adeus que ouvi, mesmo dolorosos,
Quanto mais se ama, mais doloroso é o adeus,
Maior é a saudade e, eterna em nós, se faz a história.
Que seria de mim viver com o vazio de nunca
Ter amado? Dos ontens sem alma, sem sonhos,
Sem nada que me fizesse olhar pra trás, sem rastros,
Para que a saudade me encontrasse? Seria pior,
Seria como se não tivesse existido. Pode haver
Dor pior que a de não saber se um dia vivemos?

José João
19/11/2.018


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Agora posso te dizer adeus.

Não me deixes, te pedi, e de mim sorriste,
Chorei prantos que a alma chorou por mim
Te gritei, te chorei, te pedi e não me ouviste
Se falaste, dissete-me apenas: deixa assim

Fui, ombros curvos, passos lentos e o pranto
A molhar-me, a seguir-me em perdidos aís
Tudo, até o horizonte, de frio, perdeu o encanto
Nem chorar podia, prantos já não os tinha mais.

Sentei-me ao pé do tempo, na sombra de um sonho
E me fiz, me refiz, renasci e me fiz outra vez eu
Agora, a pensar em mim, a amar-me eu me ponho

Mas encontrar-te aqui!! A pedir-me que te escute!
A contar-me que erros acontecem e foram teus...
Como me fizeste bem! Agora posso te dizer adeus

José João
15/11/2.018

Esse vazio de mim!!!

Minhas lágrimas, nos versos, são quase alegres,
Fingem mostrando ao mundo o que não sinto
Para que a poesia não se molhe no tanto pranto
Que, em silêncio, minha alma, de joelhos, chora.
Canto, num cantar mudo, em que só eu escuto,
Uma melodia que não sei de onde vem, mas canto,
Como fosse uma oração que não sei até onde vai,
Se vai ser ouvida, ou se perder a esmo no tempo
Sem ir a lugar nenhum além de mim mesmo.
Uma saudade, que não sei de quem, de onde vem 
Mas tão intensa que se faz infinita, fica brincando
Dentro de mim, fazendo as horas passarem lentas,
Fazendo o tempo parar no meio de sonhos
Que há muito foram sonhados ou até vividos,
Não sei ao certo, as vezes, por minha vontade,
Confundo viver e sonhar para assim poder viver.
E no silêncio dos versos que sinto mas não escrevo
Me entrego a um generoso pranto, cheio, repleto
Do vazio de mim... do que agora sou.

José João
15/11/2.018

domingo, 4 de novembro de 2018

Um dia vou sonhar e...viver esse sonho

Sonhos! Quanto custa sonhar! As vezes dói!
Se fazem pedaços perdidos do que se sente
E não se pode viver, perdem-se no tempo e... vão
Deixando um sentimento de perda, de vazio,
Que toma conta da alma e fazem os amanhãs
Ficarem tristes, Uma carência toma conta do tempo,
Uma ausência toma forma, se faz dor, se faz  existência 
E não se sabe porque,.. eram apenas sonhos! Um sonho!
Como sonhar as vezes dói! Queria apenas um sonho,
Que me fizesse ser eu com uma verdade única: Amar,
Que me fizesse ser verdadeira a entrega e o receber,
Que se fizessem eternos os momentos... sonhar...
Quantas vezes sonhei, chorei, perdi, fiquei só,
Mas, meu sonho mais bonito, que fará eterno
Os momentos, que me fará vivo a cada instante...
Ainda vou sonhar, não vou deixar de sonhar esse sonho
Por medo de sentir a dor que outros sonhos causaram.
Ainda há de vir, ainda hei de sonhar esse sonho e...
Vivê-lo. è preciso.

José João
04/11/2.018


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Não sei mais de mim.

Acho que estou doente! Estou sem saudade
Pra sentir, sem lágrimas pra chorar... 
Meus sonhos se fizeram crianças marotas
Brincando de ir e vir, brincado de se esconder
E me deixando perdido, sem nada pra sonhar.
As poesias! Se perderam no tempo, não chegam,
As vczes me espreitam de longe e não vêm,
As palavras se perdem, se acotovelam ocupando
Nos versos, lugares que não são delas, brigam
Nas entrelinhas para expressarem o que não sabem
Mais dizer. O pensamento se perde ao longe,
Indo e vindo sem nenhum lugar pra ficar,
Até histórias que vivi não lembro mais ...
Assim não existe saudade, nem lembranças...
Não existe eu... tão acostumado a sentir
Saudade, a conversar com as lágrimas...
A buscar sonhos de ontens, a chorar nos versos
Os adeus ditos... Tudo isso coube dentro de mim
... agora, não sei onde estão!

José João
02/11/2.018