domingo, 24 de março de 2019

Nenhuma dor é para sempre.

Não há de ser para sempre a dor que se sente,
Ou a dor que se sentiu um dia.
Não há de ser para sempre a mesma saudade,
Tudo passa, as vezes, depois da saudade ir,
Ficam lembranças que não dizem mais nada,
Palavras são esquecidas, os momentos se tornam
Detalhes e, quando isso acontece, há de haver
Outro recomeço, outras promessas, outros sons
Gritados com o coração, e tudo se faz outra vez
Para sempre, até perceber-se mais uma vez
Que nada é para sempre. Mas os momentos
Valem ser vividos, se fazem histórias, 
Depois se fazem fragmentos perdidos na lembrança
Mas... há de ficar a dor para quem mais recebeu,
Assim se faz o mundo, a vida, o existir
Sonhos nascem, crescem e morrem... são sonhos,
Ficam os vazios, mas há de ser passageira a dor
De quem mais deu de si, dor maior, é de quem
Menos deu... pois essea dor um dia... 
Acredite... se fará... remorso.

José João
24/03/2.018


sábado, 23 de março de 2019

Hoje não tem poesia... volte amanhã

Eu aqui, dentro de mim, pensando nos ontens,
Nos sorrisos que não dei, nos adeus que ouvi...
De repente alguém bate em minha porta...
O que é? Pergunto sem muita paciência, afinal,
Estava pensando nos meus ontens... aí gritaram,
- Estou precisando de uma poesia  faça uma pra mim.
- Precisando de quê? pergunto mais irritado, ainda.
- De uma poesia, faça uma pra mim.
Respirei fundo, olhei o tempo pela janela aberta,
O céu cinzento, cor de tristeza, um silêncio!!!
Respondi, sem vontade de responder...
Hoje não é dia de poesia... ontem estava só eu...
Não teve nenhuma saudade que visse me visitar...
E você não veio pedir poesia... ontem, acredite,
Estava inventando novos nomes para as flores e...
Você não veio me pedir poesia, fiz versos avulsos,
Sem lágrimas, cheios de sorrisos e ... você...
Não veio me pedir poesia. Hoje, que não estou só,
Estou com saudade de mim, estou em meu silêncio
Gritando o nome dela entre lágrimas ... vem você
Me pedir poesia?! Não sei escrever poesias hoje...
Volte amanhã

José João
23/03/2.019

Quando a dor é remorso

Chove, aqui dentro... dentro de mim, é um silêncio
Triste, a solidão preencheu tudo, até o vazio
Que ficava entre sonhos, vontades e ilusões...
Lá fora, a chuva parece gritar me chamando,
Dizendo que veio chorar comigo e diz ter
Muitas lágrimas pra nós dois... fecho os olhos,
Sinto a tristeza do tempo contada pela chuva,
A saudade chega, nos abraçamos ternamente
E vamos buscar momentos que nunca foram,
Nunca se fizeran esquecidos, ficaram vivos
Como se tivessem acontecido ontem, e dói, 
Se fazem pontiagudas farpas de remorso
Por te-los deixado sem se fazerem história
Dessas que se diz... para sempre... ficaram
Lembranças apenas, doloridas lembranças
Que acalentam a raiva (quem tem a culpa do
ter perdido, entende)  a tristeza, e a vontade
De gritar; Deus... o que eu fiz...

José João
23/03/2.019

Meus sorrisos!! Apenas lágrimas diferentes

Deixo que minhas lágrimas caiam, saiam de mim
Como fossem pedaços de dor, de tristezas, saudades,
Deixo que contem ao mundo minha solidão,
Meus sonhos perdidos e sorrisos que nunca dei.
E lá vão elas, algumas levadas pela poesia,
Outras pelo eco do meu silêncio, talvez até doentio,
Vão sem paradas, em volteios vadios pelo tempo,
As que vão na poesia talvez façam morada
Em algum coração, mas as que vão vadiando
Triste no tempo, coitadas, essas se perdem
Sem dizer nada, sem serem vistas ou sentidas,
Nunca se fizeram além de lágrimas, assim,
Como eu, que nunca fui além do sentir
A vontade de gritar amores que nunca vi,
De fazer versos coloridos em poesias alegres,
De fabricar sorrisos verdadeiros, sem fingir,
Como sempre faço, aprendi, choro sorrisos, 
Que... enganam a dor que sinto.

José João
23/03/2.019

quinta-feira, 14 de março de 2019

Não é estrela...

Em triste canto a noite chora
Estrelas fogem da bela aurora
Que enfeitada recebe o dia
Enquanto a noite já vai embora...

Mas uma estrela rebelde fica
Quase sem luz do sol se esconde
A noite a chma... gritando aflita
Mas a estrela não lhe responde

Apenas eu que lhe vejo o brilho
Embora aos olhos seja invisível
Minha alma a acompanha sempre
Jamais lhe deixa em mim ausente

As vezes penso lhe ouvir o canto
Ao som de harpas e voz tão bela
Minha alma alerta, me diz baixinho
Não é estrela... são os olhos dela

José João
(reedição)
14/03/2.019