sábado, 21 de novembro de 2020

Eu, o plágio de mim

 
                                                  Hoje resolvi plagiar a mim mesmo, os sonhos
Que já sonhei, as lágrimas, a saudade, tudo...
Me enganar plagiando as mesmas poesias
Até o canto que não cantei... me fiz de mudo

Hoje vou plagiar meus contos e cantos, todos...
Escrever em linhas tristes o que um dia escrevi
Buscar momentos que o esquecer deixou ficar
E chorar as mesmas dores que um dia já senti

Buscar poemas incompletos e perdidos por aí
Poesias inacabadas escritas em qualquer papel,
Sorrisos fingidos com gosto de tristeza e solidão 
Dos tantos momentos que, com certeza ... eu vivi

Hoje vou me plagiar, me sentir nas antigas poesias
E nelas contar o que hoje sinto como fosse ontem
Chorar com letras molhadas os mesmos prantos
Repletos de nada, sem rimas, risos e nem encantos

Sou hoje, o plágio de mim, dos velhos tempos idos
Das tantas coisas que me permitiam a pouca idade
Ah! Velhos tempos idos onde o amanhã eram detalhes
E hoje o que me resta é o prazer de sentir saudade.

José João
21/11/2.020


domingo, 15 de novembro de 2020

Minhas lágrimas

Ah! Essas minha lágrimas! Tão efusivas!
Não gostam de ficar escondidas nos olhos,
Saem como se fossem pedaços de mim
Contando histórias cheias de saudades, 
Falando dos ontens que passaram
Sem passar, que apenas ficaram 
Como fossem tatuagens vivas marcando
O tempo, marcando a alma, me fazendo
Ser a saudade de mim mesmo, do que fui...
Me faço sombra nas noites, contando estrelas,
Cantando versos incompletos, esperando 
O amanhecer para a solidão ficar menos
Doída, brincar de ver o sol nascendo,
Buscando até mesmo mentiras para enganar
A tristeza. Minhas lágrimas aprenderam fingir
E brilham nos olhos como fossem sorrisos
Alegres de uma alma que também finge
Sorrir escondendo a tristeza em que vive.

José João
15/11/2.020

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A perda

Calei na alma um grito com teu nome
Corri entre as saudades que deixaste
Me perdi entre os caminhos te buscando
E me vi, entre minhas sobras, chorando

Não essas lágrimas que todos choram
Mas pedaços de mim como pranto
E me fiz sombra... assim, me fiz nada
E chorava uma poesia sem encanto

Senti no tempo a solidão por tua perda
A angustia, louca, gritava dentro de mim
Palavras soltas sem começo e nem fim

Como se fosse um soluço, coitado, doente
Desses que se perdem e ficam na garganta
Sufocando, a voz, espremendo a alma da gente

José João 
26/10/2.020

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

O sonho do pôr do sol

 
Não me envergonho de dizer que fujo da razão
Quando a saudade chega sem nada dizer, apenas chega...
Trazendo momentos que vivi, que sonhei, que se foram.
Deixo que o por do sol me acalente a alma, me abrace,
Me faça sonhar, me faça caminhos de luz sobre a água
E me leve para portos distantes, onde o mar brinca
De cantar em dueto com a brisa, fabrica sonhos
Inocentes para que a alma se alegre brincando de sonhar.
Ah! O mar! O por do sol! O silêncio, a beleza do tempo!!!
Até as lágrimas respeitam, não se fazem tão frias,
Nem tão tristes, os soluços se fazem pedaços de canção
Cantadas no silêncio da alma, só o pensamento escuta
E voa solto como fosse pássaro brincando de voar,
Cheia de belezas que só a poesia sabe dizer...
Quando estou triste, o por do sol me acalenta, me leva
Para lugares que só ele sabe onde é, para horizontes
Distantes, cheios de histórias que ninguém sabe contar
Porque são todas minhas... só minhas.

José João
21/09/2.020

Só as vezes (rsrsrs)


      As vezes me sento na beira do tempo,
                                                     Esse tempo que não passa, que se faz rede         
                                                         Quando a tristeza é maior que viver                                          
Quando as palavras gritam em desespero,
Quando a saudade mais doída insiste
Em trazer para a alma o que ainda é dor,
Quando isso acontece, fico buscando em mim
Sonhos, sorrisos, invento histórias que nunca vivi.
Desenho horizontes distantes que, talvez, nem existam,
Até finjo ouvir da brisa cantos que nem ela,
A brisa, sabe que canta. Ah! Como se voa longe!!!
Aí a poesia se faz viva, se faz versos molhados
Em prantos que os olhos deixam cair sem pudor,
Sem medo de chorar, sem medo de ser poesia,
Sem medo de contar o que a alma sente.
 
 José João
                                                                          21/09/2.020

 

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Hoje, estou ocupado comigo

                                           Ontem, as flores do meu jardim choravam comigo,
O sol parecia turvo, como se não interessasse mostrar seu brilho,
Os pássaros, em acordes tristes, pareciam chorar nos gorjeios
Que mais pareciam soluços. O rio, lá longe, ia sem sussurros,
Sem som, sem melodia, como se quisesse passar despercebido...
Tudo isso eu percebi, uma dia bom para fazer poesia, mas...
Ninguém me pediu uma, ninguém veio a mim pedindo que
Contasse sua história, que emprestasse minha dor para falar
Da sua. Ninguém bateu em minha porta, apesar da poesia
Estar no tempo, desperta pedindo para ser vivida...
E ninguém me pediu para fazer uma... ontem que estava
Desperto para emprestar a alma para qualquer dor alheia.
Hoje que as flores sorriem louvando minha saudade...
Que o sol brilha para lustrar minhas lágrimas por uma dor
Que é só minha, que os pássaros traduzem em seus cantos
Uma tirsteza que é só minha... veem me pedir poesia...
Voltem amanhã... hoje estou ocupado comigo mesmo...
Hoje é o dia de chorar minha saudade. Voltem amanhã.

José João
11/09/2.020


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Os prantos não são encantos?


                                         Dizem que nunca escrevi encantos mas...  e os prantos!
Os prantos não são encantos? Não são palavras, as vezes
silenciosas, outras gritadas, algumas no desespero da alma? 
Outras na beleza triste de sentir uma saudade que não passa?
Por acaso as lágrimas não contam histórias verdadeiras?
Alegres, tristes,, por vezea quase perdidas no tempo
Mas que voltam como se ele não tivesse havido?
Por acaso os prantos não fazem caminhos nos rostos tristes
Como fossem poesias contando o que palavras não dizem?
Os prantos!!! São encantos tão sutis que é preciso a alma
Para vê-los, mas sentir é a beleza maior, é sentir-se vivo.
Se achan que prantos não são encantos... não me importo,
Há quem diga que saudade é a ausência do que se quis,
Eu, já acho que a saudade é a presença de quem foi
Mas nunca saiu de dentro de nós, da nossa alma.
José João
10/09/2.020

terça-feira, 28 de julho de 2020

Eu, depois dos ontens.

Acho que deixei pedaços de mim no tempo,
Por onde passei, por tudo que dei de mim,
Pelas dores que senti, pelas tristezas que chorei,
Pelas saudades que senti, em cada um desses
Momentos ficou um pedaço de mim e,
Deles, trouxe comigo suas lembranças, muitas.
Algumas, ainda hoje, me fazem prantos, outras,
Me fazem risos e tantas me fazem saudade...
Saudade de mim mesmo. Mas não lamento,
Cada dor foi uma história, cada lágrima
Um verso e o pranto... se fez poesia que a alma
Declama no silêncio que aprendi a ouvir.
Tudo em mim ficou como fossem cicatrizes
Marcando o tempo, lembrando momentos...
Falando as verdades de tudo que vivi.
O que para muitos seria o que dizem: padecer
Pra mim me ensinaram a viver... viver

José João
28/07/2.020

terça-feira, 23 de junho de 2020

Amar... as vezes dói

É tão doce a canção que a saudade canta...
Que fico horas sentado no nada, ouvindo,
Eu e a solidão juntos num silêncio só nosso
E a alma chorando triste... mesmo sorrindo

Me atento a ouvir o que me diz a canção
Mas só os acordes como se fossem voz
Povoam meus pensamentos, tanto encanto
Que os olhos fazem poesia com meu pranto

Dou-me a sussurrar o que nem mesmo sei
Palavras que não ouço, que se vão perdidas
Como fossem histórias de há muito vencidas

Mas de muito longe me chega um pensar
Que até pensava tivesse ido num esquecer
Dizendo que amar, amar também é chorar

José João
23/06/2.020

domingo, 14 de junho de 2020

Quem sabe ... eu aprenda...

Ah! Como queria estar em teus sonhos!!
Até mesmo cantar pra te ver dormir,
Te fazer flutuar no mais belo horizonte,
Te fazer sonhar e embalar teu sono.
Ah! Quem me dera te fazer uma canção...
Dessas que se ouve com a alma!
Te fazer criança brincando de ser feliz.
Te levar em jardins coloridos, floridos,
Te fazer ouvir a voz da brisa em gemidos
Dadivosos de ternura, de amor, de tudo
Que faz o coração pulsar mais forte.
Mas sou tão pequeno! Sou ainda
Quem quer aprender a ser mais...
Não ser muito, nem ser pouco... ser
A medida certa, ter o sorriso mais cativo,
Ter o olhar que te faça entender sem falar
Ah! Como queria ser teu pensamento, teu rio
Onde pudesses banhar teu corpo e tua alma...
Mas sou tão pouco!! Mas um dia... um dia
Quem sabe... eu aprenda ...

José João
14/06/2.020

domingo, 7 de junho de 2020

... sou apenas um poeta

Dobrei o vento que não sei pra onde ia
No fim do verso, pus um ponto final
No vôo da gaivota que brincava de voar
Busquei uma nuvem para nela me deitar

Parei o rio e acomodei minhas lágrimas
Fiz que as levasse com carinho para o mar
Fiz uma estrada de flores até o por-do-sol
E brinquei de declamar versos... sem falar

Com raios de luar que se deitavam no chão
Teci uma trança e guardei numa caixa de amor
Em cima de um sorriso, um sorriso já senhor

Surpresos? Mas juro, isso ainda é pouco
Afinal, pra tudo eu tenho a medida certa
Não sou louco, rsrsrs sou apenas um poeta

José João
07/06/2.020

Eu e a flor

Oh? Flor de tão doce encanto que calada está!
Diz-me dessa tristeza, desse quase desmaiar
O que te fez oh bela flor essa tanta palidez
Tu, que todas as manhãs acorda com altivez?

Pendente no forte caule que novo ainda está
Tuas pétalas ainda novas não estão a reluzir
Causa-me dor essa tua tanta e cruel tristeza,
Bela flor, altiva, das flores a nata da realeza!

- Triste vida! Essa dor não sei como suportar
Não me alegra a brisa, nem o doce orvalhar
Meu beija-flor nunca mais veio aqui me beijar

Minha doce e triste flor, entendo teu padecer
A vida é mesmo assim, não te posso consolar
É essa a mema dor que também  me faz chorar

José João
07/06/2.020

O valsar dos poemas

Os poemas parecem uma valsa, são sublimes,
Flutuam como acordes angelicais e divinos
Voam entre corações, acalentam amantes
Se fazem encanto, sonhos, se fazem hinos

Esses poemas! Melodia escrita em versos
Contando histórias, saudades e ... amores
Contam lágrimas, contam sorrisos tristes
Mas são belos mesmo quando cantam dores

Poemas! Onde a alma flutua e nele se perde
Num valsar leve, num flutuar cheio de encanto
Onde até a mudez do tempo se faz de canto

Os versos se fazem acordes no tom das rimas
As letras são notas musicais que beijam a alma
Aí os anjos poetas, referenciam e batem palma

José João
07/06/2.020

E a saudade se foi...

Deixa-me, saudade, ficar entre os sonhos,
Os sonhos de sempre que me fazes sonhar,
Ou preferes que vás e aqui me dixes
A tentar novos sonhos que nem sei buscar?

Se fores, os sonhos antigos contigo se vão
Aí fico sentado no tempo num lento passar
Vazio, sem ter nenhum qualquer pensamento
Será saudade, que queres minha alma limpar?

Será, por acaso, que não sei o que sabes? 
E baixinho ela diz: Tenho razões pra te dixar
Vou te fazer que viver seja melhor que sonhar

E lá se foi ela, a saudade, gritando sorridente:
-Viva, não há mais motivos para que eu fique
fiquei apenas um tempo... enquanto eras carente.

José João
07/06/2.020

segunda-feira, 4 de maio de 2020

A verdade de viver um sonho

Hoje não me preocupo mais com lágrimas,
As que já chorei ficaram distantes, 
Como saudades antigas de momentos
Que vivi, que ficaram marcando minha alma
Mas não doem mais, são só mesmo lembranças.
Hoje não choro, minhas lágrimas se perderam
Dentro de mim, talvez estejam como crianças,
Escondidas nos cantos do tempo ou brincando
De sonhar em se fazerem sorrisos nos meus olhos.
O tempo brinca comigo, traz sonhos vivos...
Desses que não se quer acordar, só viver,
Estar dentro deles, vivê-los com a certeza
De que é uma história viva, pulsante e pura.
Hoje, se chorasse, com certeza, minhas lágrimas
Seriam coloridas, impulsivamente risonhas,
Marotas, traquinas, enchendo os olhos
 De risos numa alegria contagiante...
Dessas que só chorando alegremente
Mostram a verdade de viver um sonho.

José João
04/05/2.020

terça-feira, 24 de março de 2020

Basta que sejam versos

Se em mim tiver que ser triste meu canto
Em canções chorosas de saudades vivas
Que então me seja dado, na beleza dos prantos,
Fazer versos chorados mesmo sem ter encantos

Que angustias ou solidão sejam ditas sem temor
Em sussurros chorados em poesias sem rimas
E que a alma, por elas, entre lágrimas confesse,
Entre silêcio e gritos de ais a dor de que padece

Talvez, quem sabe, me console uma saudade
Que de há tanto tempo ainda em mim existe
Me fazendo fingir que meu sorriso não é triste?

Ou talvez me fazendo um pedeço de mim mesmo
Que perdido, se faz sombras indo sem querer ir,
Como fosse uma alegria triste brincando de fingir

José João
24/03/2.020


sábado, 21 de março de 2020

Vamos brincar de fazer poesia!!


- Mas... onde estão as lágrimas? Só vejo sorrisos!!
- Que sorrisos vês, se brinco de fazer poesia... sou poeta...
   Se sou poeta não preciso de lágrimas, 
   Choro as lágrimas de qualquer um, até saudades eu busco
   Em outras histórias tristes, momentos que choraram, 
   Sonhos que me contaram... não preciso chorar para ser poeta.
- Mas... também roubas dos outros os sorrisos?
- Claro, principamente se são sorrisos tristes, adoro esses...
  Faço-os mais tristes ainda, invento soluços, suspiros...
  Invento até gritos de ais, como disse... sou poeta
- Como inventas e enganas tantos? Como podes?
- Já disse, sou poeta, o poeta pode mentir, fingir, iludir...rsrsrs
- Não tens consciência? Há quem acredite que seja verdade...
  Há quem acredite nas tuas lágrimas, na tristeza que dizes sentir,
  Na saudade que contas com tanta dor que se pensa ser tua.
- rsrsrs é isso, é assim que se faz poesia, mas o bom do poeta
  é que ele aprende a sentir a dor dos outros e fazer ser sua,
  pode fingir tão verdadeiramente uma mentira...
  que juram ser mentira a verdade que ele sente.
- Isso quer dizer que as vezes a dor que ele chora é dele mesmo?
- Isso quer dizer que são verdades as mentiras que ele mente.

José João
21/03/2.020
  

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Lembranças... apenas lembranças

As vezes paro no tempo, no silêncio de mim,
Para pensar em tudo que não fiz, nos sonhos
Que sonhei e não se fizeram verdade, nos beijos
Que não dei, na saudade que não senti porque pra ela
Não houve adeus, houveram para outras saudades
Mas tudo que foi sentido se fez história menos...
O que passou por mim sem acontecer... me perco
Em vãs devaneios, perguntando ao tempo, 
Como estaria agora se tivesse acontecido o que
Não aconteceu? Será que existiriam essas lágrimas?
Será que seriam mais e bem mais doídas ou...
Quem sabe nem existissem!! Quem sabe teriam
Melhor sabor os beijos que não dei? Só sei que
Esses tantos pensamentos permitem que minha alma,
Atenta ao que sinto, se faça em prantos e deixe
Perdidas as palavras que nada dizem, porque 
Só o pranto tem voz para dizer dessa tanta dor.
Os olhos, cerrados, se desesperam em busca
De momentos quase esquecidos, até de detalhes,
Que agora se tornam pedaços importantes
De mim, da história que, hoje... é só lembrança

José João
29/01/2.020

domingo, 26 de janeiro de 2020

Te amo sem te conhecer

Te busquei entre meus guardados, revirei
As relíquias da alma, corri no tempo,
Desde quando a solidão brinca comigo,
Nas lembranças que guardo, busquei em todas,
Briguei com o esquecimento que zombava
De mim dizendo que sabia onde estavas.
Procurei nas poesias... até nas inacabadas,
Nas que ainda não fiz, procurei... juro...
Até na minha mais coerente locura...
E não te encontrava... lembrava momentos,
Beijos que não te dei, lembrei de detalhes,
Tantos que se fizeram histórias minhas.
Te busquei na minha mais incoerente razão,
Te gritava, te sentia perto, mas... não sabia
Onde estavas, quase desespero... corri
Entre os sonhos que sonhei, e... não te via...
Não estavas neles... de repente, um pedaço
De saudade que nunca havia sentido me diz
Que te procurasse nos sonhos que não sonhei...
Aí... te encontrei (risos) te amo sem te conhecer.
Vem logo...

José João
26/01/2.029

Nem fingir sorrir eu sei mais.


Meus sorrisos?!! Se perderam por aí...
Caíram ao tempo com as lágrimas choradas
Desde que nem fingir a dor que sinto,
Como sempre faço... me foi permitido.
Lágrimas e tristes sorrisos se fizeram
Meu grito de angustia, só assim poderia
Mostrar a tanta saudade que me toma...
O vazio que ficou em mim e, o pranto
Saltando da alma, como oração rezada
Sem fé por não ter mais sentido.
Não é adeus nem ausência, sou eu
A buscar-me, lá de dentro de mim mesmo
O que um dia fui, mas o medo... o medo
De não me encontrar mais, de não estar,
De não ser mais eu, de ter-me perdido
Nessa dor de agora, me deixa aqui,
Escondido, sem saber brincar mais...
Como fazia nas poesias... fingindo
Ser dos outros a dor que sentia.

José João
26/01/2.020

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Pobre alma triste

Minha alma é triste e nasceu chorando
Buscando sonhos que nem eu mesmo sei
Vai a esmo, desvairada, gritando dores
De saudades, de amores que nunca amei

Vai, em volteios lentos, onde nunca fui
Busca, desde muito, o que ainda nem vivi
E se perde toda em devaneios e lágrimas
Por sentimentos distantes que nunca senti

Talvez, quem sabe, sejam apenas de prantos
Os tantos momentos de seu largo existir 
E, por tanto, assim sorrindo, aprendeu fingir

Pobre alma triste que ainda não aprendeu
Viver sua própria e a minha solidão
Assim entre prantos a coitada se escondeu

José João
22/01/2.020