sábado, 18 de dezembro de 2021

relíquias perdidas

 Não sei onde estão mas... juro, estavam guardados,
Duas saudades, dois beijos antigos, algumas lágrimas...
Tinha até um sorriso se fazendo de alegre... fingindo
Um sorriso triste, desses que a alma sorri mentindo

Tudo dentro de uma pequena gaveta criada pelo tempo
Ainda cheia de espaços vazios, por guardar tão pouco
Duas saudades, beijos, lágrimas e um sorriso fingido
Mas era tudo, pedaços da vida que eu tinha vivido

Tudo era relíquia, não sei como perdi, pra onde foram
Ficou  um vazio... as saudades me ajudavam sorrir
Os beijos adoçavam o travor amargo do que restou

O sorriso fingido me fazia rir das dores que um dia senti
Tudo que se foi me fez assim, me fez como agora estou
Sem ter nada para mostrar, sem nem mostrar o que sou.

José João
18/12/2.021

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Hoje não tem poesia

Não sei por onde andam as poesias... se foram...
Não sei se partiram nas asas de uma ilusão perdida...
Se nas asas de um sonho que nunca mais voltou
Só sei que as perdi... quiseram se fazer esquecidas

As rimas se perderam nos versos incompletos, vazios
As palavras se esconderam, se perderam sem sentido
Outro dia havia uma poesia escondida dentro da noite
Tentei busca-la, mas se foi, disse que lhe havia mentido

Mentido!! Eu!! Tanto lhe falei de saudades, de sonhos...
Não sei mentir na poesia, está bem que até posso fingir
Declamando versos deixo os olhos fingirem sorrir

Mas mentir... nunca!! Está bem, hoje não tem poesia
Desculpem, vou sentar no pé do meu flamboyant florido
Será que as poesias encontraram um outro poeta preferido??!!

José João
14/12/2.021

domingo, 12 de dezembro de 2021

Nós dois em Veneza.

 Ainda lembro  o gondoleiro ... o violino,
Os acordes flutuavam no ar, como se as notas musicais
Fossem borboletas coloridas e... na água escura,
O reflexo multicolorido das luzes  que em  teus olhos
Refletiam a candura mágica dos anjos de Veneza...
E a volúpia de querer-te se fez tanta que esqueci
Gondola, violonista e gondoleiro... te tomei nos braços,
Sofregamente te beijei os lábios como se Veneza
Fosse o paraíso dos amantes. Ouvi ao longe
Uma guitarra em solo cantando o amor e dizia:
"Dio, come te amo não é possibile tanta felicitá"
Quase desfaleci em teus braços (lembro bem)
Deitei a cabeça em teu colo e chorei, não por tristeza
nem por dor... mas era tamanha a felicidade
Que as estrelas, tão perto, se fizeram luzes divinas
Tomei-as nas mão e te dei todas elas e... sorriste
Qual um anjo criança que abre, alegre, o coração...
Aí Veneza se fez luz, o gondoleiro, de repente
Era um querubim, o violonista se vestiu com asas
De pureza e o violino era uma harpa de acordes divinos
E como amantes ficamos Veneza viu em nós amor eteno.
Nos viu com homem e mulher e se entregou a nós
Tanto que ainda hoje Veneza canta para nós dois:
"Dio, come te amo non é possibile ... Noi due inamorati
Come nessuno ao  mondo, Dio, Dio come te amo"
Até hoje Veneza clama por nós dois, mas não sei ...
Não sei quem és ... nem onde estás

José João
12/12/2.021
(de 30/09/2.005)

Minha solidão preferida

Entre os homens!!! Mas não fosse o mar...
E meus sonhos... estaria só.
Espantaram meu silêncio e minha solidão despertou...
Mais forte, muito mais forte, não é a mesma solidão
Sutil e silenciosa de quando a noite acorda
E me desperta para sonhar e me convida pra chorar.
Essa solidão de entre os homens me angustia, 
Me machuca. Não é a solidão da saudade
Que sinto quando estou só na recordação do que fui.
É um sentimento de inexistência entre os homens,
Como se apenas não existisse.
Prefiro minha solidão da noite, meus sonhos...minha saudade
de  quando estou sozinho, para esses, com certeza,
Minha existência é fundamental.

José João
12/12/2.021

Sou feito de detalhes

 Sou feito de detalhes, uma escultura de mágicos entalhes
Esculpido por um artista divino com um mágico cinzel.
Mas quem sabe eu seja uma pintura feita no tempo
Pintada pelo mesmo artista divino com um mágico pincel?

Ah! Os detalhes de que fui feito todos têm uma razão
Alguns são detalhes comuns, desses cheios de defeitos,
Outros são detalhes raros, só vistos com o coração
E com tanto sentimento que até os julgam perfeitos

Assim, sou feito de pedaços, alguns já completos
Outros ainda em formação, aprendendo com a vida
E tantos já se foram hoje são lembranças esquecidas.

Sou como sou, feito de pedaços incompletos de mim
Detalhes que se juntam apesar das tantas desigualdades
E me fazem como nem eu sei, só sei que sou assim

José João
12/12/2.021

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

... viva uma história nova de amor

 Viver, é o que mundo ensina, as tantas lágrimas, dores,
Sorrisos e saudades que se misturam... se fazem vida,
Caminham no tempo levando a gente como passageiro
O segredo é fazer de tudo isso uma imagem colorida

Aprendi a fazer de qualquer dor, encantadoras cicatrizes
Verdadeiras tatuagens multicoloridas desenhadas na alma
Na aridez de meus pensamentos vazios criei ternas fontes
E desenhei estradas floridas indo até além dos horizontes

Sim, além dos horizontes,  não desses bem aí perto dos olhos,
Os meus vão muito além, onde só se chega em pensamento
Se souber se deixar levar pela doce magia do encantamento

Inventar, sem medo, novas histórias para as velhas cicatrizes, 
Refazer a pintura das tatuagens... pinta-las de outra cor
Ou então escrever na alma uma outra história de um novo amor

José João
24/11/2.021

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Amar... é beijar a alma de quem se ama

 Amar! Como é difícil! Muito fácil dizer: "te amo"
Todos dizem, riem ao dizer, até olham nos olhos, 
Mas, pra mim, sempre foi difícil... apenas falar!!!
Com quantas outras palavras diria a mesma coisa?
Quantos beijos são trocados durante um: "eu te amo"?
Mas beijar para afirmar o que se disse... é tão pouco!
Amar é tão difícil! Tanto quanto mostrar que se ama.
Beijos, até mesmo inocentes, efusivos abraços...
Mas onde neles estão as declarações verdadeiras
De um amor incondicional? Sem olhares ou palavras?
Ah! Essas tantas maneiras tão comuns de falar...
Mostram mais aos outros... e não interessa os outros,
Mas por quem o coração dispara, as mãos tremem...
A voz fica reticente e os sonhos se atropelam...
É fácil dizer te amo com um beijo no rosto...difícil...
É encontrar a alma e, em silêncio, beija-la com ternura
E... faze-la sentir...  e fazer desse momento... eterno.

José João
19/11/2.021

terça-feira, 16 de novembro de 2021

A noite

A noite... seus mistérios, seus silêncios e encantos...
Uma beleza misteriosa, uma mudez que se escuta...
Que se escuta com a alma que mostra, sem medo,
Todos o seus pecados, chega a gritar seus desejos...
E a noite calma, plácida e terna lhe ouve silenciosa.
E continua  solene, cheia de graça, a ser apenas ... noite.
Entre os galhos das árvores, como fossem  braços 
Erguidos clamando aos céus o que só eles sabem...
O luar se espraia, os galhos não lhe tocam e eles
Correm soltos na grama, no tempo na paz e na alma.
Tudo é tão silêncio que nem a brisa ousa se fazer ouvir...
Lá, no meio da noite, como se esta fosse um infinito templo,
Imagina-se palácios, rios correndo sem paradas
O murmúrio da água mansamente cantando amores,
Beijando as flores das margens, talvez levando lágrimas
Que a própria noite faz chorar por despertar saudades.
Ah! As noites! Silenciosas provocando buscas no tempo
Que só ela mesma sabe provocar e... fazer vivo.

José João
16/11/2.021


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

A flor (orgulhosa) e o beija flor


Um beija flor... que brinca entre as tantas flores
Voa irrequieto, rápido, coração batendo forte
Cada flor que beija seria um de seus amores?
Quem lhe dera fosse tanto essa tanta sorte

De repente pousa quieto... ao longe uma flor
Que pena não ter voz para cantar coisas da alma
Quem sabe a flor lhe ouvisse falando de amor
Num gorjear sublime cheio de paz e divina calma?

Arvora-se num voar irrequieto, em busca da flor
Que em pétalas luzidias espairece ao sol da manhã
Vaidosa, orgulhosa por tanta beleza a seu favor
Sente-se única, espreguiça-se como bela castelã

E chega o beija flor beijando-lhe a pétala luzidia
E a flor, com um olhar de tédio, se encrespa arredia
E a ele diz: Quem és tu para me dar assim bom dia?
Eu, a mais bela flor do jardim não te dou essa ousadia

O beija flor, coitado, lhe bateu mais de pressa o coração
Pasmo, timidamente perguntou: Porquê me falas assim?
Sou o beija flor, beijo as flores como se fosse uma oração
Sei que és a flor mais bela e mais viçosa desse jardim...

Se sabes disso, disse a flor, porquê te aproximas de mim?
Desculpa, bela flor, desculpa, admito... foi um engano
Tua beleza me inebriou mas agora me veio a lume
És apenas bela mas, coitada, desprovida de perfume

Vaidosa flor, a beleza se vai ao tempo... ela passa
Que pena se te orgulhas do dom da formosura!
Ao perderes a beleza, te restará apenas o queixume
Imortal na flor não é a beleza... é o doce perfume.

José João
15/11/2.021

sábado, 13 de novembro de 2021

Coisas que só a vida ensina

 Talvez, quem sabe por milagre, entre minhas tantas rugas
Ainda tenho o resto de um sorriso alegre que ficou em mim,
Um resto de olhar festivo, quando os olhos também sorriam
E a expressão prazerosa de um prazer que nunca tinha fim.

Lembro da juventude, todos os amanhãs a minha disposição,
Tinha tempo, não tinha pressa, até beijos ficavam para depois
Caminhava lento entre as horas, sabendo que eram minhas
E sempre, onde eu fosse, os rastros que se via eram de nós dois

Ah! O tempo! As novas rugas do velho rosto contando histórias
A alma cheia de coisas antigas, de detalhes nunca esquecidos
Ainda assim, vou em busca de outras conquistas, outras vitórias

Que os tempos idos e antigas lembranças me ponham ainda atento
Afinal, me prepararam  para sentir, mais que ver, a vida lá na frente
E mesmo com minhas novas rugas, estar vivo ... sem ser carente.

José |João
13/11/2.021


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Fiz do amor uma oração...

 Ah! quem me dera pudesse falar apenas com o olhar!
Não precisar de palavras, tão poucas para tanta ternura
Quais palavras poderiam dizer o que sente minha alma?
Quem dera os olhos mostrassem essa inocente loucura

Essa minha alma! Sempre atenta a apenas se entregar
E sempre desperta para o que mais de meio mundo
Permanece adormecido... essa beleza única de amar
Como se mais nada fosse preciso, como se pensar fosse pecar

Sigo entre meus próprios sonhos sem buscar razões,
E pra quê? A razão não explica o que faz o amor...
A razão é tão louca que até chega a matar as emoções.

Quando uma ansiedade incontida desperta para o viver 
Quando um pulsar forte, desmedido, acorda o coração
Aí a alma confunde o amor com a mais perfeita oração

José João
29/10/2.021

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Onde só os sonhos podem chegar

 Há de haver um lugar, bem longe dos olhos ,,,
Onde só sonhos podem chegar e nele viver,
Um lugar cheio de arco-íris feito de flores
Onde só os beijos fazem o amor florescer

Lá, estrelas brincam de nascer como crianças
Fazem riscos no céu levando os pedidos
Pedidos feitos por quem ainda não sabe sonhar,
Há de haver esse lugar feito apenas para amar

Dizem que, nesse lugar, os corações apaixonados
Não precisam falar, dizem que suas almas se sentem
E que os anjos, com a voz da brisa, se põem a cantar

Canções divinas com acordes que só os anjos sabem
Dizem que até as lágrimas são alegres e sorridentes 
Que lá não existe saudade nem... corações carentes.

José João
25/10/2.021

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Porque ainda não sei se...

 Ah! Já caminhei por tantos caminhos que nem sei,
Estradas, veredas, em alguns deixei meus rastros
De outros trouxe dores, de poucos, muita saudade
Todos esses momentos parecem ter a mesma idade

Me perdi no tempo, perdi as rotas por onde passei
Sei que em muitos, meus rastros foram de prantos
E se perderam sugados pela marca de outras dores
Alguns, me escreveram na alma verdades e encantos

Hoje percorro outros caminhos, cheios do que vivi
Levo cantos, palavras e versos que ainda não escrevi
Tenho até poesias escritas com o que há muito senti

Guardo como se fossem de ontem, porque ainda não sei
Se serão emoções diferentes das que um dia já senti
Ou serão apenas lágrimas novas chorando o que já chorei

José João
16/09/2.021

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Agora... o tempo é o poeta

Quantas vezes minhas lágrimas molharam as poesias!!
Quantas vezes a solidão, sem cerimônia, se fazia rima!!
Já escrevi versos perdidos de mim, em poesias vazias
Até já fiz do pranto, para meus versos, matéria-prima

Quanto já chorei sentindo a dor sufocante de uma saudade!
Sentindo o peito arfar no desejo de gritar apenas um nome!
Até quis fazer de cada momento um instante de eternidade
Mas apenas consegui prantos, tudo se vai e a dor não some.

Hoje as poesias não são mais minhas, são todas do tempo,
Ele me escreve em contos e versos até desenha meu sonho
E a tudo isso, por tanto que já perdi, deixo, não me oponho

A ele empresto lágrimas, sorrisos tristes, olhares vadios,
Lembranças perdidas, silencio, versos ainda não escritos
Empresto, até a triste perfeição do meu distante olhar vazio.

José João
15/09/2.021

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Amar... por sempre amar

 Não há de ser o medo de amar que me afaste do amor,
Não há de ser o medo de chorar que me faça não amar,
Vou falar sempre, mesmo que minha voz perca o calor
E, se me faltar, ensinarei as lágrimas ao amor se confessar

Se um dia o tempo encher minha voz de reticências,
E as palavras se fizerem sussurros, sem querer sair 
Não calarei meu grito, minha alma saberá como falar.
Falarei como os olhos, ensinarei meu olhar a sorrir

Não há de nada me fazer perder a vontade de ser amante
De me entregar em devaneios puros e inocentes, sem temor
De me deixar servo cativo dessa majestade... o amor

Se depois de tanto, se depois de tudo, me perder no tempo
E, por isso, sem que queira, ele me cercar de solidão
Continuarei amando na saudade que vem morar no coração

José João
10/09/2.021

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Só agora e ...não importa mais

 Tempo!! E eu tive tanto! Tive todo o tempo do mundo
Para dizer, te amo. Nas manhãs, ao nascer do sol...
Nós, juntos, mãos dadas e eu... não disse, calei.
Ao por do sol, nós, sentados na frente do mar...
O sol a fazer caminho sobre a água prateada e reluzente 
E eu... não disse. Te olhava nos olhos, sorria...
Me via nos teus olhos, queria gritar te amo e... não fiz.
Tive todo o tempo do mundo... te dei flores, beijos
Mas... não sei porque nunca disse: te amo.
E hoje, depois que te foste, minha alma, alucinada,
Sente vontade de gritar te amo e... quando essa vontade
Vai além de mim... grito, entre soluços... te amo.
Hoje me vi perdido nas lembranças que deixaste...
E as lágrimas que choro, percebo, não é só saudade
É também remorso por ficar tanto tempo calado, sem dizer
O que agora sei que te faria feliz... pedir perdão...
Peço, mas a mim não perdoo por não dizer o que querias
Ou precisavas ouvir. Tive todo o tempo do mundo...
Agora que não estás aqui... agora que vejo o que perdi,
Agora que sei que não vais me ouvir... digo: Te amo,
Chorando, com gosto do pranto que a alma chora

José João
26/08/2.021

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Soneto da loucura!!??

Sim, sou louco! Amo como se amar fosse viver,
Vivo meus sonhos como fossem todos verdade
Não me importa o velho rosto e novas rugas
Para amar... para amar, quem disse que tem idade?

Dou-me ao prazer de me entregar todo e pleno,
Na minha doce loucura de amante, sou todo eu,
Deixo que a alma faça alarde ao dizer... te amo
Que o gosto de amar se divida, não seja apenas meu

Gosto de dividir risos ternos num pulsar forte
Quando o coração alegre sente em ritmo frenético,
A alma... declamando versos em suspiros poéticos

Aí o tempo para, meu velho jovem rosto se ilumina,
Então corro entre meus sonhos, em plena liberdade
De ser eu, um louco amante, sem medo da idade.

José João
04/08/2.021

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Retalhos de sonhos


Quantas vezes meus sonhos foram rasgados, 
Foram rotos, viraram retalhos de mim! 
Quantos como apenas sombras estão agora 
Caídos num esquecimento quase sem fim. 
 
Vivê-los outra vez é tentar o impossível, 
Apenas como lembranças posso senti-los, 
Lembranças quase apagadas no pensamento 
Que saudades insistem em me fazer ouvi-los 

 Alinhavar meus sonhos rasgados... como? 
Costura-los com a linha do tempo, até tentei 
Mas foram outra vez rebentados os que costurei 

 Busquei pedaços perdidos em detalhes vividos 
Procurei rastros talvez perdidos no tempo 
Nada encontrei, todos já se tinham perdidos 

 José João 
30/07/2.021

quarta-feira, 28 de julho de 2021

O amor... um eterno vício

Hoje, não sei porque, os sonhos e lágrimas se foram,
Ficaram algumas lembranças vazias, quase detalhes,
Desses que se perdem no tempo, se fazem pedaços
E ficam fazendo a alma chorar seu tanto cansaço

De ter se entregado, como se loucuras fossem verdades,
Acreditando no que dizem... que o amor é... eterno,
Que se existisse razão no amar nunca ele seria assim
Para sempre, um sonho que não se quer que tenha fim

Rio-me tanto que até as vezes choro, sim, choro de rir
E até não sei se rio da dor que sinto ou se rio mesmo de mim
Que fiz a alma acreditar, inocente, em uma ilusão assim

Ah! O amor! Apenas uma loucura que mora dentro da gente
E grita, e manda, até a própria alma, calmamente, alicia
E como se fosse um ópio, lentamente, sem pressa ele vicia

José João
28/07/2.021

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Noite, prantos e saudade

As vezes é o brilho do prateado do meu pranto 
Que ilumina o escuro da solidão que toma o tempo.
Sento na noite, sem me importar com o escuro
E o pranto se faz luz, se faz rastro, se faz encanto

Brilha, iluminado, na fresta do portal do vazio
Onde a lua derrama toda sua imensidão de silêncio
Brincando se fazer poesia nas sombras da noite
Parindo mistérios e sonhos como estivesse no cio

Eu, o provedor de prantos, deixo-os livres, soltos
A se fazerem palavras mudas, voando sem rumo
Em poesias com rimas perdidas, de versos rotos

Assim, me vêm sonhos que nem sei se mesmo sonhei
Murmuro palavras, dede muito, no tempo perdidas
E chegam saudades que pensava terem sido esquecidas

José João
21/07/2.021

terça-feira, 20 de julho de 2021

Uma saudade distante

 Um dia, quando a noite ainda namorava no horizonte
E as estrelas, ainda pequenas, pareciam mais longe ainda,
Eu, sentado na beira do rio, vendo as águas correrem mansas
Olhava, desenhado no horizonte, mais um dia que finda

Quando, de repente e não sei de onde, chega uma saudade,
Simplesmente do nada, chegou em silêncio, entrou e ficou,
O pensamento voou longe, buscou nomes e... uma verdade
Senti os momentos tão vivos que pareciam ter pouca idade

Mas, buscando no tempo, sabia que eram momentos caducos
E que a saudade, de cabelos brancos, coitada, se fazia de ontem
E gritava para o pranto: andem, quero ser chorada, se aprontem

Como se quisesse ser chorada outra vez com lágrimas novas
E os olhos... que se perdiam buscando estradas no horizonte
Deixaram duas lágrimas caírem para chorar aquela saudade distante

José João
20/07/2.021

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Agora a saudade ri comigo

Apaguei do tempo as horas tristes, me vesti de mim,
Essas horas não me deixavam sentir uma saudade alegre
Dessas, que os olhos, em lágrimas, fazem dourada festa
E brincam de fazer caminho no rosto salgando o sorriso
Que nasce como criança e cresce como grito da alma.
Quantos sorrisos deixei de sorrir nas tantas horas tristes?!
Quanta angustia já vivi!! Quantas dores sentidas me vinham
Parando o tempo nas noites frias em que tudo era vazio!
Ah! Quantas vezes, sozinho, me vi chorando prantos 
Que saiam soltos e iam molhando os versos perdidos
Que insistiam em se fazer tristes, sem forma e sem rima.
Apaguei o tempo, deixei que tudo isso se fizesse escombros,
Lágrimas, agora, só de encantos que chegam em alarde
Fazendo a voz  declamar versos que a alma dita, e a saudade?!
Só de momentos que se fizeram vivos, que fizeram o peito 
Pulsar no descompasso só acontecido quando a emoção
É maior que a razão e esta se esconde atrás do silêncio.
Hoje tenho saudades alegres, acreditem, de momentos que crio
Até mesmo mesmo sem nunca tê-los vivido.

José João
16/07/2.021

quinta-feira, 15 de julho de 2021

O perfume de tua saudade

 ... me entrego a te recriar na ansiedade de minha alma
Que busca  os momentos, os sonhos que sonhamos juntos,
As histórias que escrevemos, os passos que demos no tempo
Tudo me vem, até beijos que não aconteceram... eu invento.

Vou por caminho que passamos um dia, já não há marcas
Sento no mesmo lugar vendo o horizonte que tanto vimos
E sinto tua falta, tua ausência... quanta angustia me invade!!
Tanto é  que juro sentir até o perfume de tua saudade

Um silêncio diferente me toma desde a voz até a alma,
Que se põe a recitar versos cheios da vontade de te
Eu!! Um provedor de lágrimas choro pelo que vivi

E vou entre as vontades, os sonhos e os tantos detalhes
Que agora, depois de tudo, se fizeram histórias vivas
Onde a alma, em desespero, chora lágrimas já cativas.

José João
15/07/2.02

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Hoje não sou poeta... sou apenas eu.

 
Hoje não. Não vou chorar as dores de ninguém,
Nem vou chorar saudades que não sei sentir...
Não batam em minha porta pedindo poesias assim
Hoje, tenho o direito de chorar apenas por mim.

Sintam suas angustias, chorem suas dores, e daí?
Tenho as minhas e quem por mim vai chora-las?
Quem bate em minha porta e vem chorar comigo?
E ainda dizem: toda essa dor deve ser castigo.

Não vou chorar nos meus versos nenhuma saudade
Nem fazer rimas entre dores, angustias e prantos
Quem quiser que escreva suas tristezas e encantos

Hoje, meus prantos são todos e somente meus
Não me achem para fazer versos com dores alheias
Que suas almas chorem os prantos que são seus.

José João
                                                                         12/07/2.021

Será?! Será que sou poeta??

As vezes procuro inspiração em lágrimas alheias,
Choro saudades que não são minhas, invento prantos,
Sonho sonhos que não são meus... que me contam
Se meus versos riem, são prazeres de outros encantos

Empresto até angustias a quem não sabe senti-las,
Quantas vezes emprestei meus olhos para chorarem!
Doei lágrimas avulso, deixei-as livres para mostrar
Dores vivas daqueles que, coitados, não sabem chorar

Dou-me a isso, a escrever versos de dores emprestadas,
Seria muito egoísmo chorar apenas as dores que sinto
Mas, na poesia, toda as lágrimas são minhas, não minto

Choro a tristeza daqueles que, infelizes, nunca amaram,
Também daqueles que se entregaram e hoje estão só, 
Com a alma encharcada dos prantos que nunca choraram.

José João
12/07/2.021

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Nas páginas apagadas vou...

 Meu livro de poesias ficou vazio, páginas em branco,
Ficou mudo, não dizia mais nada, apenas o silêncio
Da falta de palavras que um dia estavam escritas ali,
Página por página se foram, tudo que na vida escrevi

Não sei como, de um livro, todas as páginas se vão,
Por si só se apagam... como não fosse mais preciso,
Como se todas as saudades não tivessem acontecido
Como se as lágrimas ali escritas não tivessem mais sentido.

Um livro sem poesias, sem palavras, sem letras, vazio.
Sem dores para contar, sem mostrar os prantos chorados,
Um livro que, nem ao menos, deixou versos inacabados.

Se foram todas as poesias, de solidão de tristeza, de angustias,
Até beijos antigos, nenhum chorar, nada, nem... um lembrar
Mas... nessas páginas apagadas, vou fazer outro recomeçar.

José João
08/07/2.021

Um rascunho de poesia

Até parece que as poesias fugiram de mim,
Os poemas insistem em não serem escritos,
As rimas se escondem do fim dos versos
E a alma... se agita, triste, em gritos aflitos

Onde estão todas as saudades, os momentos!?
Pergunta ela aos prantos e, cabisbaixa, se cala
Deixa que o silêncio lhe tome e a ela responda
Mas ele, assustado, nada diz, não fala, nada conta.

E os versos, que sempre se fizeram gritos da alma,
Ficaram perdidos no tempo, escondidos entre vazios
Que se multiplicam como se estivessem no cio

Até a brisa, que por vezes sussurrava nomes
Como se me fossem trazidos lá de perto do céu
Calou, e a poesia que não fiz ficou por aí... ao léu

José João
08/07/2.021

sábado, 3 de julho de 2021

A arrogância de uma flor.

Caída ao chão em amargos e doloridos suspiros,
A  flor, que um dia bela, perguntava-se: o que fiz?
Pétalas soltas, perdidas, arrastadas indo ao vento
Agora, em desespero, pede: por favor alguém me diz.

O beija-flor, pairando leve, olha o que agora é a flor,
Se vai sem nada dizer, mas lembra do que dela ouviu.
Um dia, disse: linda flor, se me permites, vou beijar-te, 
Como ousas? Quem és tu pequeno ser pobre e serviu?

Suavemente, brincado ao vento, vem uma borboleta
Alegre em volteios leves, vem como voa a liberdade
Olhando a moribunda flor no chão caída...lhe diz:

Eras bela, todos sabiam, até as outras flores te invejavam
Mas por tua arrogante vaidade todos de te se afastavam,
Agora vês onde estás? A beleza, o tempo lhe contradiz.

José João
03/07/2.021

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Agora... só em sonhos

Hoje, me perdi de mim, flutuei no tempo,
Percorri jardins, corri em quintais... sonhei.
Ah! O pé de flamboyant, viçoso, florido.
Quantas vezes sentado em sua raiz eu chorei!

O rio... que me ouvia acariciando meus pés
Indo lento, sem voltas, me ouvindo calado
Quantas vezes ele bebeu minhas lágrimas!
Levou-as consigo no seu ir quase cansado!

Ah! Meu velho rio... hoje nem existe mais
Onde será que deixou meus tantos prantos?
 E o sabiá? Contando histórias com seu canto!

Até os jardins, que pena, já não existem mais,
As flores que, belas, se miravam nas águas do rio
Morreram, coitadas, afogadas na tristeza do vazio.


José João
02/07/2.021

Para entender as estrelas é preciso...

 Qantos a mim dizem que são mudas as estrelas!!
Eu, em tantas noites, desperto para com elas conversar,
Atento-me a ouvi-las, no divino silêncio dos anjos
Lhes contando, as vezes em lágrimas, a dor de amar.

Quantos a mim dizem que amar não causa dor!!
Calo, me entrego ao tempo, não me dou a responder,
Mesmo com a resposta dentro de mim prefiro me calar
Quem diz: o amor não causa dor, não sabe o que é amar

"Mudas?! As estrelas!!? Quanta tristeza é a isso ouvir
As estrelas, todas serenas, dentro de cotagiante calma
Em voz sublime, divinal, conversam com nossa alma

Só ela tem ouvidos para ouvir o que dizem as estrelas
Só uma alma que se entregou toda ao prazer de amar
Pode entendê-las e nas noites, com carinho, lhes escutar

José João
02/07/2.021

quinta-feira, 17 de junho de 2021

O vazio dói muito mais que a saudade

 Ontem rasguei a saudade, entre raiva e angustia
A fiz de meros pedaços de trapos atirado ao tempo
Atirei, com toda a força da alma, para bem longe
Como fosse folha caída levada a esmo pelo vento

Pendurei nos olhos algumas lágrimas teimosas
Dessas que quase não saem, que quase não caem
E as deixei ficar no desespero de ficarem assim
Perdidas, aparvalhadas pelo vazio de dentro de mim

Ontem, impiedosamente, fiz da saudade... trapos
Rasguei até pedaços de tempos antigos, momentos
Que entre as angustias se faziam também tormentos

Depois, sentei de frente para a tarde, olhando longe,
Escutei, não sei se o pensamento ou o silêncio
Dizendo baixinho: - não tem história sem saudade.

- Também não tem prantos, nem dores, nem tristezas
- Também não tem recordações, suspiros de lembranças...
Vai ficar apenas o vazio, e dói bem mais, essa é a verdade

José João
17/06/2.021

Muito além que apenas viver.

 Vem, fica aqui dentro de mim, dos meus sonhos,
Que minha alma se alegra e canta cantos divinos.
Vem, fica aqui dentro de mim como se fosses
Meu pedaço mais perfeito e mais completo,
Deixo que povoes meus momentos e, deles,
Se faça dona e eu cativo servo a te entregar
O que mais possa te fazer flutuar no tempo...
Como se a vida fosse uma bela poesia para cantar
Ou o mais belo sonho que tua alma possa sonhar.
Vem, deixa que meus olhos te contem histórias
Escritas em lágrimas alegres no meu rosto,
Que meu sorriso seja apenas o reflexo do teu.
 Ah! Essa posse!!! Que mais me liberta...
Que mais me prende na liberdade de amar,
Que me permite gritar, bem alto, no tempo
Que a vida vai muito mais além que apenas viver.

José João
17/06/2.021

terça-feira, 15 de junho de 2021

Que chegue logo a manhã

Solidão, porque não dormes? Porque insistes tanto?
Porque insistes em deixar a noite acordada em mim?
Como se meus olhos, passeando tristes na escuridão,
Nada precisassem ver, apenas sentir e me deixar assim.

Perdido no vazio sem nem poder olhar as estrelas lá fora
Ouvindo o silêncio me contando o que não quero ouvir
E o vagar da alma, nos pensamentos que não sei dizer
Se perdem naquilo que ela, a alma triste, só sabe sentir

Vagueio no escuro do tempo, ávido pelo alvor do dia
Esperando ansioso que chegue, mas até ainda não sei
Se com ele a solidão se vai e me dixa ao que me dei

Com o alvor do dia me darei a buscar sonhos e sonhar,
Me fazer de uma história que só eu sei como contar
E entre as tantas angustias, sorrir como se fosse chorar

José João
15/06/2.021

Te levo sempre comigo

Que bom foi te encontrar entre os tantos desencontros!
Me ver dentro de teus olhos e tu... vendo minha alma.
Quem bom que ela te diga de mim o que não sei dizer,
Que bom é gritar que agora o sentimento me deixa viver

Falar de amor, brincar de pintar fantasias no tempo,
Buscar sonhos e emoções que nunca havia sentido
Cantar versos cheios de ternura com gosto de beijos
E ficar parado no tempo desenhando os desejos

Te levo na alma, dentro de mim, onde quer que esteja.
No tempo, na vida, nos sonhos, só me permito você
Desenho teu rosto nas nuvens para que sempre te veja

Caminho no tempo sem medo, sem pressa nenhuma,
Se te levo comigo cada instante é um... eternamente
E a alma, como crinaça, grita, pula e canta alegremente

José João
15/05/2.021

sábado, 12 de junho de 2021

Tudo ficou para trás

Nunca minhas lágrimas doeram tanto em meus olhos
Como doem agora. Nunca a solidão se fez tão forte
 Minha alma grita em desespero, chora as saudades
E vou por caminhos perdidos, sem rumo e sem norte

Lá de dentro, de sonhos esquecidos... uma recordação
Me chega como uma tempestade impetuosa a ferir-me
Coração e alma, e uma dor lancinante, pior tormento
Me toma todo me deixa inerte, louco, sem pensamento

Grito desesperado um nome e do tempo vem um rosto
Com sorrisos antigos  nos lábios, beijos escondidos
E loucura de ver outra vez os tantos momentos vividos

Entre essa beleza do estar, do sentir, do ser e do amar,
Das entregas, dos momentos onde tudo era sempre mais
Santa  saudade... mas agora vejo, tudo ficou para trás


José João
12/06/2.021

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Não sei responder...mas

Não pergunte. Não saberia responder,
Talvez tenha sido teus olhos,
cheios de alegria, ou teu sorriso,
brincando no teu rosto
com jeito de criança.
Não sei se foi a beleza dos teus cabelos
Acariciando teu rosto! Não sei se foi
o destino marcando corações,
Esses corações que estão sozinho...não sei.
Sei apenas que te senti.
Talvez tenha sido um anjo,
Desses anjos criança, marotos,
Cheios de ternura e, me vendo assim,
Vazio, até de mim, te trouxe.
Talvez tenha sido minha louca
Vontade de ser feliz e fazer alguém feliz...
Não sei...só sei que minha alma
Te viu...sorriu ...e te quis.

José João
10/06/2.021

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Depois que te conheci

Amor depois que te conheci
Descobri que existem jardins, existem flores...
Perfumadas, de pétalas luzidias brilhando ao sol.
Depois que te conheci descobri que as estrelas
Existem, são belas, brilham como teus olhos,
Enfeitam os sonhos e contam histórias de ninar.
Nelas te fazem meu anjo, meu doce anjo mulher.
Depois que te conheci, descobri que os sorrisos
Enfeitam o mundo, enfeitam a vida, brincam
De dizer coisas bonitas, alegres e até aliviam dores...
Minha menina, depois que te conheci me vi
Correndo entre sonhos que agora se deixam sonhar,
Até minha alma, antes tristonha, agora sorridente,
Aprendeu a dizer te amo, sem medo dos amanhãs.
Amor, depois que te conheci, percebi que viver
É isso, é te deixar dentro de mim, brincando,
Como se fosses criança me ensinando ser feliz.
Depois, querida, que te conheci... me sinto vivo.
Como se viver fosse isso, não ter mais medo
De viver os amanhãs

José João
07/06/2.021

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Você ainda está aí?!

Onde você está? Ainda está aí? Apresse-se 
Que estou te esperando, sim, te esperando,
Com todas as folhas novas do outono,
Com flores de todas as primaveras,
Com sonhos novos que me fizeste sonhar,
Tenho até um olhar novo, diferente,
Um olhar só teu, um olhar que nunca olhou ninguém.
Vem, te apressa. Me limpei de todas as saudades,
Desfiz prantos, dei um novo sorriso às lágrimas,
Me fiz canto, me fiz canção...tudo pra ti.
Reinventei rimas em versos completos,
Te escrevi nas linhas, te amei nas entrelinhas,
Apaguei cada um ponto final. Meu verso
Não tem fim, Comecei com teu nome...
No meio do verso gritei te amo, e o verso...
Ah! O verso ficou infinito, cheio de ti.
E entre os tantos sonhos que me fizeste sonhar
Em um, te carreguei no colo, te beijei a fronte,
Te fiz dormir, e busquei um anjo, sim um anjo
Pra embalar teu sono, e eu te ver criança,
A me fazer sorrir...

José João
04/06/2.021

Viver...sem deixar vazios para depois.

A mim, importa viver intensamente todos os dias,
Que a cada hora a intensidade de viver me tome todo,
Que os dias passem se espremendo entre minhas mãos
E eu, sem medo das horas, me entregue a viver amores
Sem temor de chorar, sem temor de prantos ou angustias.
Quero ser intenso a cada momento e sentir o prazer
De olhar nos olhos de quem amo e ver poesia... e ver paz.
Se tiver que correr entre as horas para chegar mais depressa
Ao que me proponho, vou correr com o vento, em suaves volteios, 
Indo sem paradas, por entre jardins, sonhos e quintais... da vida
Não quero deixar espaços vazios enquanto estiver pleno e repleto
De mim para entregar toda a volúpia que minha alma,
Entre vontades, desejos, ânsias e sonhos, se desnuda toda
A mim importa viver intensamente todos os dias...mas
Sem deixar vazios para os outros amanhãs, sem estar completo, 
Ser um ser inacabado para sempre aprender-te mais.

José João
04/06/2.021


Para sempe

Perdoa amor, se apenas agora te encontrei,
Mas não foi culpa minha, te levava comigo
Por onde eu fosse, sem mesmo te conhecer.
Perdoa amor, por te fazer todos os meus sonhos
Sem que deles soubesses, por te deixar
Dentro de mim, carinhosamente guardada,
Sem que nem soubesses de minha existência.
Perdoa por só agora te encontrar, mas, amor,
Todos os meus amanhãs serão teus, só teus,
Vou deixa-los repletos de amor (só pra ti)
Vou até inventar carinhos para te dar todos,
Sem que nunca ninguém os tenha sentido.
Vou te amar tanto e de tal forma que, acredite,
Até o próprio amor sentirá inveja de ti
E te dirá: Nunca vi ninguém amar tanto!
Perdoa se só agora te encontrei, mas farei,
Querida, que sejam eternos os nossos momentos,
Te amo, eternamente ... te amo.
(sem lágrimas, apenas sorria) 

José João
04/06/2.021

terça-feira, 1 de junho de 2021

Abriram minha caixinha de guardar angústias

 Ontem, numa caixinha de guardar angústias,
Deixei algumas palavras tristes, nela guardadas
Queria fazer uma poesia triste, dessas de prantos
Hoje fui busca-las mas... pra meu tanto espanto

Já não estavam lá, não sei como, mas aconteceu,
As palavras tristes se foram não as encontrei mais
Mesmo com a gaveta de guardar angústias, fechada.
De tristeza e angustia, juro, não encontrei nada

Será teria sido aquele olhar doce e terno que vi?
Será que foi aquele sorriso lindo que me deram?
Não sei, mas que estranho a doçura que senti!

E da gaveta de guardar angustias saíram risos,
Palavras ternas, cheias de vontade de voar
Tudo ficou alegre e eu, sem vontade de chorar

José João
01/06/2.021.