domingo, 12 de dezembro de 2021

Nós dois em Veneza.

 Ainda lembro  o gondoleiro ... o violino,
Os acordes flutuavam no ar, como se as notas musicais
Fossem borboletas coloridas e... na água escura,
O reflexo multicolorido das luzes  que em  teus olhos
Refletiam a candura mágica dos anjos de Veneza...
E a volúpia de querer-te se fez tanta que esqueci
Gondola, violonista e gondoleiro... te tomei nos braços,
Sofregamente te beijei os lábios como se Veneza
Fosse o paraíso dos amantes. Ouvi ao longe
Uma guitarra em solo cantando o amor e dizia:
"Dio, come te amo não é possibile tanta felicitá"
Quase desfaleci em teus braços (lembro bem)
Deitei a cabeça em teu colo e chorei, não por tristeza
nem por dor... mas era tamanha a felicidade
Que as estrelas, tão perto, se fizeram luzes divinas
Tomei-as nas mão e te dei todas elas e... sorriste
Qual um anjo criança que abre, alegre, o coração...
Aí Veneza se fez luz, o gondoleiro, de repente
Era um querubim, o violonista se vestiu com asas
De pureza e o violino era uma harpa de acordes divinos
E como amantes ficamos Veneza viu em nós amor eteno.
Nos viu com homem e mulher e se entregou a nós
Tanto que ainda hoje Veneza canta para nós dois:
"Dio, come te amo non é possibile ... Noi due inamorati
Come nessuno ao  mondo, Dio, Dio come te amo"
Até hoje Veneza clama por nós dois, mas não sei ...
Não sei quem és ... nem onde estás

José João
12/12/2.021
(de 30/09/2.005)

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