quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Agora... o tempo é o poeta

Quantas vezes minhas lágrimas molharam as poesias!!
Quantas vezes a solidão, sem cerimônia, se fazia rima!!
Já escrevi versos perdidos de mim, em poesias vazias
Até já fiz do pranto, para meus versos, matéria-prima

Quanto já chorei sentindo a dor sufocante de uma saudade!
Sentindo o peito arfar no desejo de gritar apenas um nome!
Até quis fazer de cada momento um instante de eternidade
Mas apenas consegui prantos, tudo se vai e a dor não some.

Hoje as poesias não são mais minhas, são todas do tempo,
Ele me escreve em contos e versos até desenha meu sonho
E a tudo isso, por tanto que já perdi, deixo, não me oponho

A ele empresto lágrimas, sorrisos tristes, olhares vadios,
Lembranças perdidas, silencio, versos ainda não escritos
Empresto, até a triste perfeição do meu distante olhar vazio.

José João
15/09/2.021

2 comentários:

  1. Soneto lindíssimo. Parabéns pelo talento, inspiração e criatividade poética.
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    Um dia feliz … cumprimentos.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. "Hoje as poesias não são mais minhas, são todas do tempo" que lindo!

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