As vezes procuro inspiração em lágrimas alheias,
Choro saudades que não são minhas, invento prantos,
Sonho sonhos que não são meus... que me contam
Se meus versos riem, são prazeres de outros encantos
Empresto até angustias a quem não sabe senti-las,
Quantas vezes emprestei meus olhos para chorarem!
Doei lágrimas avulso, deixei-as livres para mostrar
Dores vivas daqueles que, coitados, não sabem chorar
Dou-me a isso, a escrever versos de dores emprestadas,
Seria muito egoísmo chorar apenas as dores que sinto
Mas, na poesia, toda as lágrimas são minhas, não minto
Choro a tristeza daqueles que, infelizes, nunca amaram,
Também daqueles que se entregaram e hoje estão só,
Com a alma encharcada dos prantos que nunca choraram.
José João
12/07/2.021
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