Não, motivos os tenho... mas, é a falta de pranto
Desde muito, desde um adeus que não quis dizer,
Que apenas ouvi, e nada, nem acenar pude fazer
As mãos tremeram, o coração pulsou mais forte
A voz se fez apenas um tímido e doloroso soluço,
Os olhos, pela falta de voz, gritavam em desespero
E uma dor lancinante se fazia afiada pedra de corte
Que cortava a alma como fosse um mero brincar
De uma cruel tristeza que se vestia até de vazio,
E, por ser tanta, se fazia assim para a alma enganar
Olhos perdidos, chorando, como fosse um acenar
Apenas seguia, agora um vulto, a ir-se para sempre
Daí, chorei tanto, que fiquei sem pranto para chorar
José João
16/11/2.025
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