Eu, cheio de cicatrizes na alma e lembranças mortas,
Cheio de ontens que marcaram o hoje e os amanhãs
Dias tristes, solidão constante, ouvindo palavras tortas
Caminhei sobre pedras e as regava com meu pranto
Sorte que não nascem, senão eu teria um jardim delas
Cantava a solidão em sussurros, num choroso canto
E do rosto, as lágrimas caídas, lhe faziam fria aquarela
... Se já não tivesse chorado tanto, choraria agora.
Ao ouvir palavras que doem como espinhos na carne
Ferindo a alma onde as cicatrizes já haviam sarado
Para não chorar novas feridas é melhor ficar calado
Sentir mais que ouvir, me ensinou os cabelos brancos,
Assim, parece que o silêncio deixa a hora, inerte, parada,
Quando, do tempo, são gritadas, com insensível dizer
Palavras que o mundo diz: Porque ficas sem fazer nada?
Mas... não sei fazer nada! Só sei escrever pequenos versos,
Poesias que vão pelo mundo invadindo corações tristes,
Que se fazem de pranto para quem ainda não sabe chorar,
Para os que, como eu, não fazem nada. Só fazem... amar.
José João
23/11/2.025
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