quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Hoje não tem poesia.

Apaguei uns tantos versos, alguns por palavras vazias
Que não diziam mais nada, outros, por conta de mim,
Não diziam o que eu queria, se faziam versos mudos
Falando do silêncio como fosse uma história sem fim

Não encontrei nenhuma saudade que se fizesse poesia,
Não encontrei sonhos, os sonhados, perdidos no tempo
Os ainda não sonhados, escondidos dentro dos amanhãs,
A se fazem gavetas com trancas escondendo sentimentos

Busquei momentos que pensava guardados em mim,
No rosto, busquei marcas de mãos que nele passearam
Nem nas lembranças encontrei marcas, não ficaram.

Nem o pranto chegou, até o tempo em solidão se fazia
E eu, calado, clamando pelas palavras que não vinham
Percebi, triste, hoje não sou poeta, hoje não tem poesia

José João
13/11/2.025

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