sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Musica e poesia... as vozes do amor

 Não sei compor a beleza em notas musicais
Nelas, minhas rimas são notas dissonantes
Os agudos e os graves se perdem distorcidos
Desafinados, perdidos... ruídos inconstantes

Apenas em versos, escrevo notas musicais
Dessas que fazem a alma ir buscar sonhos
Nela, rimo até tristeza e pranto com fantasia
Em perfeitos acordes, cantados pela poesia

Na partitura, as notas musicais feitas a mão
Ágeis, tocando com carinho cordas e teclados
Na poesia, a melodia é toda feita no coração

Ah! Mas que beleza são as notas musicais!!
Algumas fazem viajar, ir solto, voar, sonhar
Musica e poesia, são as vozes verbo amar

José João
27/12/2.024

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Sonhos e fantasias

Em mim, sempre se confundem sonhos e fantasias,
Coloridos da mesma cor, se parecem tanto, me perco
Sem saber qual dos dois é o meu sonho verdadeiro
A fantasia grita estridente querendo chegar primeiro

Mas a alma não se engana, os sonhos chegam tristes
Isso porque os ontens não tiveram momentos risonhos
Enquanto as fantasias fabricam risos rotos e fingidos
Os sonhos, coitados, se fazem de lamentos doloridos

Mas a existência dos dois em mim, não me oponho
Afinal, a vida é comum ser vivida entre risos e prantos
Com o riso vem a fantasia, as lágrimas com o sonho

Mas a vida ensina, mesmo fingindo, sorrir da fantasia
Dos sonhos, saber até onde possam ser uma verdade
Enquanto a fantasia é vazia, os sonhos trazem saudade

José João
17/12/2.024

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Crie, pelo menos uma flor, e tome o lugar D'Ele

 Existe, infelizmente, quem ainda não acredita em Deus
Mas, não sei como, acredita em sua própria existência!!!
Eu, para acreditar em mim, que sou tão pequeno...
Tenho que ser humilde e acreditar numa existência maior,
Num Ser atemporal, infinito e eterno. O infinito é um só.
Não existem dois infinitos, logo, só existe um Ser Superior,
Que está além do tempo, além do espaço porque Ele é
O INFINITO. E eu, sou apenas uma criação desse infinito.
Deus, não nascido, nunca morto, além do tempo, do espaço
Além da compreensão humana, portanto, além de mim.
Então, como entender Deus se Ele é infinito e eterno
E o homem é tão pequeno? Sujeito ao tempo e ao espaço?
Olhe muito além de você, de seu orgulho de humano,
Você criaria as estrelas? Estão muito longe?? Então...
Olhe-se e crie, por sua vontade, uma unha sua... não!!?
Está bem, uma coisa menor, crie a pétala de uma flor...
Com sua cor, suas matizes, sua leveza, suas ranhuras...
Não! Não tem capacidade de cria-la?? Mas como não?!!
Se você diz que Deus não existe,  sendo assim há no universo
Uma lacuna, um lugar vago, ocupe-o, ou não consegue??
Você pode ocupar qualquer lugar vazio, se está vago...
Não consegue ocupar, então não está vazio... logo
Quem é você perto de Deus? Escolha seu lugar...

José João
11/05/2.024

A razão diz que é o destino que...

 As vezes a razão é tão incoerente, tão sem sentido!
Se perde em explicar o que não pode ser explicado,
Muitas vezes ela se perde na sua própria existência
Se faz verdade como se ela, a razão fosse referência

Como a razão explica o silêncio eloquente do pranto
Se ele é um grito estridente da alma ecoando no rosto?
A se fazer marcas de rio na face que chora uma dor
Que nem sabe se é dor ou uma saudade que dói tanto

Que a razão explique essa vontade louca de não ficar,
Mas também não ir quando lhe toma um pensar aflito
Que lhe chega de qualquer ontem por um adeus dito?

As vezes a razão se larga dela mesma e perde o tino
Aí faz do pranto uma oração, faz do riso... ladainha
E diz que junta-las é apenas uma história do destino

José João
13/12/2.024

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Para alma... das lágrimas, só importa o gosto

 Ontem pintei um quadro difícil de entender
Se misturavam cores, sentimentos e sonhos,
Que estranho quadro! Pintei até a eternidade,
A tristeza chorando com lágrimas da saudade

Colori o silêncio com a cor do eco de um grito,
Cor de solidão, e ele ia levado pelo vento ligeiro,
Com pernas longas como se logo quisesse chegar
E o eco do grito, cavalgando o vento, seguia aflito

Medo de não aparecer no quadro, que cor teria?
O eco de um grito poderia ser pintado de que cor?
Cor da tristeza chorando com lágrimas da saudade?
Mas qual a cor da tristeza? Se tivesse cor, qual seria?

A saudade, quase certeza, tem a cor da eternidade
E pintei a eternidade, só não lembro com qual cor
Será que foi cor de um sonho que ainda não sonhei?
Ou cor das lágrimas de uma saudade que já chorei?

Não sei, vou escondê-lo, sei que ninguém entenderia,
O eco ficou com uma cor estranha, cheio de riscos
Pareciam marcas de lágrimas, as que escorrem no rosto 
E a alma, inquieta, queria das lágrimas apenas o gosto

José João
05/12/2.024

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Poesias?! Só quando as palavras estão no cio

Fazer poesia é tão fácil! É só falar de saudade
Dizer que a solidão existe no silêncio do pranto
Ser verdadeiro, fingir uma dor que a alma sente
E que as lágrimas são apenas pelos risos ausentes

Também pode se fazer poesias sem nenhuma dor,
Sem qualquer saudade, com o sentimento mais frio
Como se os ontens e nem recordações existissem
Mas ai, coitado, que tristeza... alguém tão vazio!!!

Tem poesias feitas com coisas que ninguém viu
Nem o poeta sabe como buscou palavras e a fez
Será que elas, se pergunta o poeta, estão no cio

Assim, fazer poesia é fácil, palavras na medida certa,
No cio, soltas no tempo, juntando-se ao pensamento
As vezes até se parecem com obras de anjos poetas.

José João
03/12/2.024


domingo, 1 de dezembro de 2024

Alma livre... roupas rotas e sem rotas

Indo ao tempo, sem pressa, por apenas ir, sem rumo,
Caminhante silencioso, sem voz, perdido e sem rota
Vou cantando modinhas que ninguém nunca ouviu
Não importa minha roupa rota, já que vou sem rota

Na direção do horizonte, vou indo, minha voz sem eco
Andarilho, a canção pendurada no peito, roupas rotas
Pés descalços, brincando de confundir quem me ouve
Não importa se ando sem rota, nem minhas roupas rotas

Canto canções que o vento ensinou e só eu sei cantar
Banho no orvalho da madrugada mesmo com roupas rotas
Mudo a rima se for preciso, faço versos com palavras soltas

Indo sempre, na liberdade do caminhante que vai sem  rota
Vai contando estrelas, pulando porteiras, regando jardins
Na certeza, por ser andarilho, não se fechará nenhuma porta

José João
01/12/2.024

Hoje, sem poesia... deixei as palavras soltas

 Hoje, não quero escrever versos, quero apenas voar
Deixar o pensamento correr no tempo, sem paradas
Passar por jardins, pular porteiras, cruzar rios, vales
Ir com a brisa entre flores num belo e leve voltear

Hoje, quero estar assim, sentado na beira do tempo
Ouvindo a voz do silêncio a contar coisas que não sei
Deixar o pensamento solto, brincar de bem-me-quer
Não quero escrever versos, nem lembrar o que sonhei

É uma vontade de nada, deixar o tempo espreguiçar-se
Sem pressa de passar, esquecido das horas, sem querer ir
Como se já fosse o pôr-do-sol e ele só quisesse dormir

Assim estou hoje, sem sentir pressa, vendo as nuvens!
Engraçado, nunca parei para vê-las, tão leves, tão soltas!
E eu brincando de deixar as palavras incompletas e rotas

José João
01/12/2.024

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Meus sonhos!? São apenas lugares diferentes

                                              
 As vezes viajo no tempo visitando meus sonhos
Tão vivos que nem sei se são sonhos o lugares
Alguns são longas estradas que vão ao horizonte
Em outros, brinco de colher lírios sobre os montes
  
Viajo nos meus sonhos como se fossem histórias,
Dessas que se guardam no tempo como verdades
Meus sonhos são como paragens, sítios onde morei
E sempre, quando só, dou umas voltas pela saudade

Já estive no infinito, traçando rotas entre as estrelas
Estive em frente ao sol cavalgando estrelas cadentes
Estrelas cadentes frente ao sol!! São meus os sonhos

Vou em qualquer sonho ainda mais se me sentir carente
Lugares onde eu faço os caminhos e neles me ponho
Meus sonhos, não são sonhos são só lugares diferentes

José João
29/11/2.024


terça-feira, 26 de novembro de 2024

Para a saudade não tem ponto final.

 Sonhos se escondem, até dentro de um ponto final
Não daqueles pontos que determinam o fim do verso
Mas daqueles que determinam o triste fim dos ontens
Dizem ser um tal adeus... o ponto final mais perverso

Esse ponto final, o adeus, dizem que nunca vem só
Dizem que tem companheiros inseparáveis e fiéis,
Desses que deixam a alma dentro dela mesma presa
Fazendo que os olhos chorem, essa se chama tristeza

Também tem outra amiga do ponto final dos ontens,
Esse tal de adeus, é a tal da solidão, sutil e silenciosa,
Falsa, tira a quietude do silêncio se fingindo graciosa

Mas para o amar é apenas um ponto no fim do verso
Faz do adeus um ponto continuando. Sim, é verdade
E escreve aos ontens um belo texto chamado saudade..

José João
26/11/2.024

Deus... a humildade de ser verdadeiro rei

É com uma explosão de luz a certeza do começo da vida,
Sem que eu saiba quem sou, de onde vim, aonde vou.
Um pequeno ponto inerte, sem sangue, sem coração,
Mas... embora ainda assim, a criação mais perfeita,
Uma imagem, a semelhança de quem nem se conhece.
A semelhança com a perfeição, assim que me fizeram.
Assim Ele nos fez, nem perguntou o que queríamos ser,
Apenas olhou e disse: Vai, que tu escolhas teu caminho.
Aí, como milagre, tudo acontece, e aquele ponto inerte,
Cresce, pensa, toma conta de si, porque Ele permitiu e,
Ainda disse: A escolha é tua, TE FIZ, mas não sou teu dono,
Sou o teu DEUS. Se queres me chama, anda comigo, vem,
Vamos ser nós, Eu em ti, se não queres, vai, o caminho é teu,
Tuas vontades serão respeitadas, estarei sempre a espreita,
As vezes até angustiado por algumas de tuas ações... mas
Sou Deus, não me permito te guiar sem que me permitas.
Se queres, vem, senta aqui comigo, posso até te ensinar,
 Amar, sonhar, ser aquele que estende a mão, ser luz,
Vê bem: Sou teu Deus, não sou teu dono, sou teu amigo
Teu amigo verdadeiro, até diz o que não gostas de ouvir,
Então, cuidado, podes fazer que Eu pare de ti sentir.

José João
26/11/2.024



segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Poesia... um céu em versos

Ah! A poesia!! Sempre repleta, cheia, sem vazios.
Na poesia, cabem anos de saudades, rios de prantos,
Tristezas infindas, sonhos sonhados, ainda a sonhar
E nela, juntos, cabem risos, angustias e até encantos!

Na poesia, cabe o pôr-do-sol, estrelas, até as cadentes,
Cabe o céu desenhado de nuvens, cabe a brisa viajante
Delírios, anseios, até os desejos mais loucos dos amantes
Vidas completas, vontades, até as tentações mais ardentes

A poesia é um pedaço do céu feito em forma de versos
Em que as linhas costuram palavras em divinal esmero
E assim, falam de vida, com infinito e... profundo zelo

A poesia é mágica, acho que foi inventada por anjos
Contam histórias completas, escondidas nas entrelinhas
É divina! Como cabe tanto em apenas catorze linhas?

José João
25/11/1.024

sábado, 23 de novembro de 2024

Que culpa tenho de nunca terem amado?

 Dizem que minha poesia não tem beleza, são tristes,
Só tem lágrimas, saudades e histórias já esquecidas,
Dizem até que os sonhos já não têm mais nem cor,
Que as lembranças ficaram no tempo, todas perdidas

Não sei fazer poesias belas, contaria de dores fingidas,
Minhas poesias são o que sou, cheias dos meus defeitos
E as dores que chorei, as tristezas, todas foram sentidas
Como fazer poesias belas se acham as lágrimas ridículas?

As poesias que me veem, se de dentro da alma, não sei
São todas histórias que, se não vivi, com certeza sonhei
E nunca disse: te amo, se verdadeiramente não amei

Mas não me preocupa não ter beleza nas minhas poesias
Se lágrimas nunca contidas, detalhes vividos, chorados, 
Não são belos!! Que culpa tenho de nunca terem amado?

José João
23/11/2.024

O sertão é mais belo, lá a beleza é inocente

 Na minha veia cabocla, por onde corre sangue do sertão,
Com cheiro de flor do mato no nascer da primavera,
Sendo cor da alamanda quando se derrama  pelo chão
Enfeitando o prado, seria utopia não tocasse o coração

Quando das seis horas se ouve a sinfonia mais perfeita,
Sabiá, urutau, assum-preto, rouxinol, sublime harmonia,
Se juntam sem nem se ver, formam orquestra de retreta
E em solene gorjeio, louvam a Santíssima Virgem Maria

Aí já vai o sol se escondendo, bocejando que nem criança,
Se pintando de pôr do sol colorindo sonhos e horizontes
Vai indo, cruzando o rio choroso, carregado de esperança,
E a lua, dengosa, faceira e nua aparece por sobre o monte

Derrama-se graciosa feito mar de prata  prateando o sertão
Os vagalumes, como anjos encarnados, brincam de fazer luz
O rio, assim como rio de prantos, também canta uma canção
Que até a noite fica acordada e, o suave canto, até a ela seduz

No amanhecer, no alvor do dia, a algazarra é mais completa,
Borboletas e beija-flores disputam os beijos doce das flores
Os passarinhos, de gorjeios matinais, deixam a manhã repleta,
Então o sertão se abre em risos, e tudo, tudo na medida certa

Que saudade! O suor molhando o corpo parece lágrimas do sol,
As nuvens se espaçando, indo ao vento, são flores de algodão,
Para o sertanejo, o manto azul celeste, é o mais perfeito lençol
Nem a poesia, para tanta beleza, tem nos versos explicação

José João
23/11/2.024

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

No meio do verso tinha uma lágrima

É verdade,  as vezes tropeço no meio do verso.
Não sei se nas palavras que se perdem de mim
Ou, se nos prantos que caem parecendo cristais
Tantas lágrimas, faz que o verso não tenha  fim

Tropeço nas saudades que não quero lembrar,
No silêncio, quando, em mim, a vontade é gritar,
Em um sonho que se perdeu e esqueci de sonhar
Nas tristezas, quando não sei qual delas chorar

Um dia, no fim do verso, tropecei escrevendo amar,
No fim dos versos se tropeça também, acreditem
Era o esquecer insistindo em rimar amar com lembrar

 É difícil escrever um verso que insiste em não vir
Que se esconde entre pensamentos já quase perdidos
Nele, se tropeça nas letras, nas palavras, até no sentir

José João
20/11/2;-24

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Minhas lágrimas não choram por qualquer motivo

Quantas lágrimas!! As vezes choradas até sem razão
Nem ao menos foi dito um adeus, nem um aceno...
Daqueles que não se quer olhar para traz ... mas
É mais forte, hoje choram por motivos tão pequeno!!

Não choram mais por saudades antigas que não se vão
Que ficam, marcam o tempo, insistem para alma chorar
Hoje, choram saudades quem nem amadureceram ainda
Saudade de um ontem tão próximo, tão fácil de lembrar!!

As vezes até desperdiçam prantos por não dizer até logo,
Às três horas choram saudade de quem vem as quatro
Confundem saudade com espera e perdem o fim do ato

Minhas lágrimas não são fáceis, não gostam de passear
No meu rosto, a não ser que haja motivo forte de chorar
Mas nem sempre chegam em mim apenas pelo meu gosto

AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postagem: 18/11/2.024



Como é triste ser verbo hoje

- Bom dia, sr, verbo, belo sol, como o sr está?
- Onde você está vendo um bom dia? 
  Por acaso, não ser visto na plenitude é um bom dia?
- Como assim, sr.  verbo? Como não ser visto?
 Como formar uma oração sem que esteja presente?
- Quando falo plenitude, é plenitude (disse gritando)
Você tem ouvido conjugar o verbo doar? Rezar? Estudar?
Gostar? Namorar? Tem ouvido conjugar o verbo amar?
O verbo amar!! Plenitude é isso (disse outra vez gritando)
Estou cansado! Como era bonito dizer: Eu amo...
Eu te quero... o verbo viver,!!!!Vivo por ti. Era lindo!!
Eu me enfeitava todo, tinha orgulho de ser verbo,
Tempo feliz... Faz muito tempo... quase choro ao lembrar!
Sabia me transformar até em substantivo, não acredita?!
Por exemplo amar, meu nome de verbo, um artigo antes
E os poetas diziam O amar. Pronto era eu dando nome
Aos sentimentos (acho que vou chorar) hoje sou apenas isso.
Um pobre e velho verbo esquecido!! Como era importante!!!
Com todo respeito, eu era era o centro das atenções!!!
Eu, o verbo, determino o tempo, voz, hoje não sabem mais,
Eu determino a oração, até a oração rezada, mas hoje...
Não me sabem mais. Desculpem... mas eu, o verbo, hoje
Só sei chorar... eu choro, tu choras... todos choram...
Mas quase ninguém, hoje ... sabe do verbo amar
  

AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico:  J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental




As vezes as palavras são tão sem sentido

 As vezes ouço palavras que nem sei, apenas sinto
Outras vezes fazem chorar, cantadas pelo pranto
Também saem em versos escorrendo pelo rosto
Como notas musicais de silencioso e terno canto

Algumas vezes as palavras nem me dizem nada
Apenas, quando, quase em sussurros, elas veem
Em suave volteio cantada em silêncio pela brisa
Que chega como caricia na alma, bela e concisa

As vezes as palavras são tão vazias, quase mudas
Outras vezes em quase desespero de serem ouvidas
Não bastam histórias mudas, nem só serem sentidas

Quando uma saudade lhes chama, voam como vento
Se atropelam no querer dizer o que a alma sente
Sem se importarem a quem é devido o pensamento

José João
18/11/2.024

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Costurando a poesia

 Uma poesia costurada com cintilante fio dourado,
Toda feita em cetim branco reluzente como pranto
Os foleados eram de rimas cerzidas em ponto cruz
Alinhavos que pareciam versos costurados com luz

No fim de cada linha o ponto era como fosse rima
Mas continuava na costura anterior, um outro verso
Que alinhavava aplicações nos tons mais variados
Como se os versos tivessem sido na alma bordados

A costura aberta deixava os versos soltos no tempo
Os pespontos, como entrelinhas, seguravam o tecido
Sem deixar que pontos ou verso fossem esquecidos

Um verso completo como fosse arremate da poesia
Foi feito em costura fechada, em linha reta marcada
Sem caber mais alinhavos, nem lágrimas, nem nada.

José João
13/11/2.024



terça-feira, 12 de novembro de 2024

Sonho... uma história de ninar

Sonhar é voar, é ir sem nenhuma direção,
Ao som do cantar silencioso do silêncio 
Que inventa melodias sem notas musicais
È dobrar o tempo, é ir além e querer ir mais

Sonhar!! É se deixar ir na leveza da brisa,
Pintar o mundo com as cores que se quer
Reescrever histórias ou inventar amanhãs
Fazer novas rotas e ir para onde se quiser

Sonhar!! São histórias que um anjo conta
Como fosses a criança que ele quer consolar
Tirar as horas tristes, te ver sorrir sem chorar

Sonhar!! É o mesmo que uma canção de ninar
Canto que te embala sem te permite adormecer
Uma história que só em sonhos, tu poderias viver

José João
12/11/2.024

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Copiam as palavras, mas... e os sentimentos...

Como podem chorar com minhas lágrimas...
Até mesmo sentir minhas tantas saudades...?
Como podem gritar a tristeza que é só minha
Na mesma poesia que escrevo minhas verdades?

Porque não choram com seus próprio prantos?
Será que suas almas não lhes permitem chorar
Sentir suas saudades e ...delas fazer um canto?
Até das minhas noites roubam o meu sonhar!

Coitados! Pobres sem alma... perdidos no vazio...
Fingem ser sua, a dor que a poesia conta chorando
Alma infértil, árida e seca, pobre coração baldio!!

Se sentissem a verdadeira dor que o verso chora!
Se ao menos fingissem o que o poeta deveras sente...
Mas se fazem donos,  não sei como se acham gente!!

José João
11/11/2.024


sábado, 9 de novembro de 2024

O poeta? É apenas... gente

 Não sei o que pensam ser um poeta... um poeta...!
É gente como qualquer gente, sente dor, sente raiva,
Por exemplo, eu agora... me roubaram as palavras,
Pedaços de silêncio, tudo de poesia que eu guardava

Roubaram as folhas de papel onde guardava as lágrimas,
Todas elas, aonde vou encontrar lágrimas para a poesia?!
Até um sorriso que havia guardado para ocasiões especiais
Vontade de gritar, só não o faço para não dizer heresias

Só deixaram um velho sonho caduco perdido no tempo,
Cabelos e barba branca, insiste, o coitado, em ser de ontem
Procura pedaços dele mesmo, num vagar penoso e lento

O poeta é gente como qualquer gente, grita, soluça e chora
Guarda seus guardados para busca-los se sente saudade...
Mas, e agora? Palavras, letras, encantos, levaram embora!

José João
09/11/2.025

A poesia que se foi.

Ei! Dona borboleta, a sra. viu uma poesia por aí?
Ela ainda está incompleta, faltam letras e versos
Ela estava bem aqui, perto de mim, toda elegante...
Não! Não dona borboleta... ela não era arrogante

Ô seu lírio! O sr, viu passar por aqui uma poesia? 
Estava perto de mim mas um vento forte a espantou
Ficou parte dela, coitada, ainda não estava completa
Apenas um pedaço dela que quase nada dizia... ficou

A parte que falava de um doce olhar sutil e carinhoso
Se foi, um outro, o da saudade risonha, também se foi
Até o sorriso alegre de um pranto se foi todo choroso

Ficou, foi um velho sonho caduco, até da outra poesia,
Ficaram duas lágrimas muito tristes, uma para cada olhar
E  um vazio de palavras como se só precisasse chorar.

José João
09/11/2.024

A magia da poesia

 A poesia me confunde, vai de ingênua a maliciosa,
As vezes em tão poucos versos, com palavras soltas
Sem se preocupar com rimas, sem querer ser bela
Apenas poesia, mesmo escrita com palavras rotas

Que até rasga verbos, mas... costuram sentimentos
Dão nome a risos fingidos, mentem chorando saudade
Se quiser, traz o passado distante como... fosse ontem
Brinca de fingir mentiras como verdadeiras verdades

A poesia pode fingir fingindo que a lágrima é mentirosa
Pode fazer-se no silêncio se a tristeza se fizer pequena
Ou até contar aos gritos o que alma sente ela... só encena

Brinca de fazer rir,  de fabricar histórias, de fazer chorar,  
Conversa com a saudade, acalenta prantos e lágrimas
Dobra o tempo, a poesia faz até alma mais triste, sonhar

José João
09/11/2.024

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

A simplicidade da poesia

 Chegaram, hoje, algumas palavras em minha frente,
Elegantes, se diziam notáveis e até mesmo eruditas
Como se quisessem me impor coloca-las nos versos
Diziam que com elas as poesias ficariam mais bonitas

Perguntei se alguma delas falava da ternura da saudade
Ou da sublime beleza do brilho dos olhos em pranto,
Do choro triste da tristeza quando a alma ouvia um adeus
Alguma de vocês faz que a alma finja e minta uma verdade?

Emudeceram, nem sempre palavras bonitas cabem na poesia
Palavras simples podem costurar ideias e completar versos,
Alinhavar dores em saudades, fazer do pranto... fantasia

Encharcar os versos com lágrimas sem nem molhar o papel 
Rasgar o vazio em pedaços e em cada um colocar um sonho
Palavras... esculpem no rosto uma dor sem precisar de cinzel

José João
06/11/2.024

domingo, 3 de novembro de 2024

Escrever poesia com os olhos... sinta uma saudade.

 Sempre quis escrever uma poesia com os olhos,
Via o nascer do sol, logo na beleza do alvor do dia,
As flores, num despertar sereno, se espreguiçavam,
Lhes balançava o caule, aquela brisa marota, vadia

O orvalho lhes lustrava as pétalas, doces caricias,
As borboletas coloridas lhes beijavam docemente
Se perdiam entre as tantas flores que se lustravam
Fazendo que o próprio tempo se fizesse carente

Eu, louco para escrever uma poesia com os olhos
Que não precisasse de palavras para ser entendida
Que apenas com os olhos escrevesse, só e mais nada

Para isso, fingia lágrimas, mentiras e até verdade
E não conseguia escrever uma poesia com os olhos
Até que um dia, aprendi, tamanha foi uma saudade

José João
03/11/2.024

São loucas... essas poesias!

 Hoje as poesias ficaram por aí fazendo festa
Corriam entre os jardins desde o alvor do dia,
Passavam pelas horas num brincar com o tempo,
Provocam passarinhos a fazer dueto com o vento

Estavam impossíveis hoje, num frenético buscar,
Entravam no pensamento, como se fossem elas
A escrever, vinham e não deixavam nem pensar
Ao poeta, verdade, não restava nenhum querer

Voavam nas asas das borboletas, buscavam rimas
Queriam ter o frescor, a cor e o perfume dos lírios
Até juravam que dálias e papoulas eram suas primas

Imaginem... queriam até imitar o canto do rouxinol!!
Foi aí que me olharam, me olharam bem nos olhos,
Pediram: escreve uma de nós com um lápis feito de sol.
(essas poesias são loucas!!)

José João
03/11/2.024





Há pranto mais belo que o da saudade?

Há pranto mais bonito que o chorado pela saudade
Até parecem lágrimas risonhas contando histórias
Das belezas vividas e que nunca serão esquecidas
Ficarão dentro da alma, relíquias da própria vida

Há sentimento mais terno que sentir uma saudade?
Que eterniza os sonhos, faz deles verdades eternas
Faz que se viva no agora o que há tanto foi vivido
E mesmo, depois de tanto tempo, ainda faz sentido

As lembranças ficam todas costuradas num só sentir
Cerzidas dentro da alma com o tempo que se cala,
Perdido, como se o que passou ainda estivesse ali

Assim é a saudade, dona do mais belo e terno pranto
Desenha em cada rosto momentos nunca esquecidos
E os imprime  na alma, como verdades e encantos

José João
03/11/2.024

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Quando a poesia escreve a si mesma.

 Algumas vezes, na poesia, quem se importa com rima?
As palavras vêm loucas, como se as dores fossem delas
E para se fazerem vivas se escrevem até faltando letras
Nem se importam de são completas, rimadas ou belas

A poesias se escreves mas não se fazem em linha reta
As vezes contam os ontens, fazem curvas para o hoje
Correm em zigue zague entre os dias, vão no amanhã
Voltam trazendo sonhos para se sonhar, sem hora certa

Sobem no tempo sem escadas, buscam estrelas cadentes
Com elas vão bem pertinho do céu, inventam pedidos
Que se perdem na decepção daqueles que são carentes

As vezes se escrevem em qualquer papel, são humildes
Outras, se escrevem na alma, no coração de quem as lê
As vezes provocam lágrimas sem mesmo saber porquê.

José João
31/10/2.024

O que não podem esses poetas!?

 
Chorar, já chorei muito, chorei tanto que os prantos
Se faziam rios, inundando jardins, afogando flores
No alvor do dia, prantos e orvalho se confundiam
E as folhas ainda sonolentas de iguais lhes faziam

O orvalho, nas pétalas, pareciam lágrimas choradas
O pranto que também nelas caiam eram dores gritadas
Mas o orvalho, por ternura divina, é um pranto doce
E as lágrimas chorando dores se fazem todas salgadas

Com certeza as flores não sabem do gosto do pranto
Do orvalho o que sabem é que lhes dão mais encanto
Sendo assim, os dois às fores. se fazem de acalanto

É o que consola a quem tem saudades para sentir
Fabrica orvalho com os olhos no seu penoso chorar
E se falta pranto, chora orvalho, tão bem sabe fingir

José João
31/10/2.024

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

As vezes a beleza está na moldura

 Sentimentos, lágrimas, saudades, até mesmo o pranto
Se fizeram sombras, como se senti-los fosse vê-los
Por traz de uma nuvem que a luz insistia em não passar
Como se nada,  mas nada mesmo, tivesse algum encanto
 
O sentimento fugia como se quisesse não ser sentido
As lágrimas escorriam pelos olhos em doloroso silêncio
A saudade... a se fazer pedaços de tempo quase perdidos
E tanto era o pranto que parecia parido das lágrimas no cio

Só a tristeza, em estardalhaços, se fazia ouvir...gritava...
Como se o tempo lhe fosse pouco ou ela se fizesse tanto
Como se seus gritos, tresloucados, se tornassem canto

E assim, sentimentos, lágrimas, saudades e até os prantos
Se fizeram rotina, como se para o vazio se fizessem cura
São os quadros da vida em que a beleza está na moldura 

José João
30/10/2.024

sábado, 26 de outubro de 2024

Porque tantas interrogações?


O ra! Porque me atormentar? Já passou.
Não vai voltar, vai ficar sempre ali
T razer problemas de lá, pra que?
E , verdade, alguns insistem em vir
M as... é melhor não lembra-los
(já foi vivido)

H aja vida para se viver, coisas para fazer
O s sonhos!! Melhor fazê-los verdadeiros
J á estão desde muito só no sonhar
E agora é hora fazer valer, vive-los
(que bom estar aqui)

A h! Aonde vou? Que fazer?? Como?
M as, talvez, não sei. Alguém sabe?
A ssim se vai indo. Certezas??? Quais??
N a verdade, não seria melhor fazer hoje?
H averá alguma certeza no: depois eu faço?
A ssim são os amanhãs, só interrogações
(?????????????)

José João
26/10/2.024


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

A saudade sempre sabe nos encontrar

 Gosto quando a saudade fica batendo desesperada
Na porta do tempo, Parece louca... desvairada
Gritando nomes, misturando risos com prantos
Misturando histórias que nem têm tantos encantos

Ela não diz a hora de chegar, apenas chega e pronto
Se instala confortável dentro da gente, traz lágrimas,
Risos, depende muito da história que quer contar
Mas quase sempre vem pronta para fazer chorar

Como a saudade tem tantas desculpas para chegar!!
Um olhar, daqueles que ainda hoje se vê ternura,
Uma caricia, um sussurro, um jeitinho de olhar,

Um beijo, um simples e mágico toque de mãos
O lembrar daquele grito dos olhos dizendo te amo
São muitas as maneiras da saudade nos encontrar

José João
25/10/2.024

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Não se consegue enganar a alma

 Esses versos que contam saudades e histórias tristes,
Que me vêm sem esperar a hora de me ver chorar
Apenas se escrevem como fossem suas as minhas dores
Chegam... como se a mim viessem como favores

Assim, as vezes, até me perco na procura de palavras
Quando preciso delas tristes... elas vêm cheias de risos
Alheias ao que sinto se perdem no meio dos versos
Aí busco, lá dentro de mim, sentimentos já perdidos

As vezes minto, deixo os olhos falarem o que sinto,
Deixo a voz calada no embargo de qualquer silêncio
Aí escrevo versos rasgados, de sentimentos fingidos

Sim, sei fingir saudades antigas em versos de agora
Bom fingidor, finjo que choro e o verso bate palma
Mas triste, percebo... não consigo enganar a alma

José João
24/10/2.024

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

As lágrimas ... sempre com a mesma cor!

 Nunca consegui colorir minhas lágrimas...
As vezes elas vinham com o nascer do sol
Quando a noite me acordava para não sonhar
E suas fanáticas sombras se faziam de lençol

Outras vezes vinham correndo ao pôr do sol
Que, colorido, sombreava o mar em veludo
Mas sempre eram sem cor, parecia a tristeza
Descolorida, parada no tempo em silêncio  mudo

Nunca consegui dar matiz às minhas lágrimas
Nem ao se fazerem um caudaloso rio de prantos
Eram sempre sem cor, frias sem nenhum encanto

Por mais colorida que fosse a saudade chorada
Mesmo buscando os momentos mais coloridos
Elas choravam, sem cor, os meus ais doloridos 

José João
22/10/2.024 

sábado, 19 de outubro de 2024

Ser amado... é apenas um detalhe

 Ah! O amor! Mas o que é mesmo o amor?
Apenas um sentimento? Não seria muito mais?
Não seria entregar-se sem pensar em volta?
Sentir a distância do silêncio e ainda assim amar?
Será que o amor é feito de palavras bonitas,
Dessas que não deixam rastros, se apagam
Por serem apenas palavras, mesmo bonitas? 
Não são orações rezadas e ditas de dentro alma?
A alma quando diz: te amo é uma oração...
Uma oração verdadeira cheia de sentimentos,
Como é complicado falar de amor, desse amor
Em que até as lágrimas desenham no rosto
Uma saudade e chamam, baixinho, um nome,
Um momento, uma história, uma saudade...
Amar!!! É continuar se entregando sempre
Ainda que só mesmo em pensamentos...
Amar é saber que valeu a pena e gritar bem alto
Amei e ainda amo... aí perguntam: e ser amado?
Ser amado?  hahahaha Isso é apenas um detalhe!

José João
19/10/2.024

O sabiá e a voz do pranto

Sabiá que canta triste
Vê se tu tem pena d'eu
Como tu, também sou triste
Mas não tenho esse cantar
Que engana a dor da gente
E fica mais fácil de chorar

Me ensina esse teu canto
Esse tão belo gorjear
Pois que meu canto é mudo
Ninguém a mim pode escutar
Ensina a chorar como tu choras
Pra minha alma eu enganar

Meu canto é mudo, sem harmonia
Não tem nenhuma beleza na voz
Mas sabiá que canta triste...
Não sei se é mesmo um canto,
Mas o que me sai de dentro d'alma
 É meu triste cantar na voz do pranto

José João
19/10/2.024

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

As vezes... nem é solidão

 As vezes não me deixam ouvir minha alma
O silêncio fica distante, espantam o lembrar,
Fazem que os momentos se percam de mim
Espantam até as palavras que custam chegar

Os versos se perdem na dificuldade de sonhar,
De buscar as saudades que ficaram distantes
As vezes não me deixam ouvir minha alma
E as rimas me vêm como se fossem carentes

Se a falta de silêncio emudece o pensamento
Não há como buscar as lembranças passadas
O vazio toma o tempo, deixa as horas paradas

Nem sempre é solidão o silêncio que nos toma
Por vezes... é a própria alma querendo se ouvir
Buscar algum momento que ela gostou de sentir

José João
18/10/2.024

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

... desde que os ontens não existiram mais

Havia uma musica que a brisa cantava se estava triste
Não tinha palavras, apenas o sentido e eu entendia...
Os acordes eram pedaços do tempo, cheios de mim,
Das minhas verdades, saudades, do tudo que sentia

Havia uma estrofe que parecia ser escrita pela solidão
Dizia do silêncio com que a tristeza sempre chegava
Falava da falta de sentido quando a razão se perdia
Dizia do não dizer nada quando a palavra faltava

Havia também um jardim cheio de beijos não dados
De palavras não ditas, de olhares perdidos, de sonhos
Esse jardim só existe agora nos momentos guardados

Havia flor perfumando desde o ontem, até os amanhãs
No hoje eram perfumes vivos, alegres, de flores reais
Agora se foram desde que os ontens não existiram mais

José João
16/10/2.024