quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Para alma... das lágrimas, só importa o gosto

 Ontem pintei um quadro difícil de entender
Se misturavam cores, sentimentos e sonhos,
Que estranho quadro! Pintei até a eternidade,
A tristeza chorando com lágrimas da saudade

Colori o silêncio com a cor do eco de um grito,
Cor de solidão, e ele ia levado pelo vento ligeiro,
Com pernas longas como se logo quisesse chegar
E o eco do grito, cavalgando o vento, seguia aflito

Medo de não aparecer no quadro, que cor teria?
O eco de um grito poderia ser pintado de que cor?
Cor da tristeza chorando com lágrimas da saudade?
Mas qual a cor da tristeza? Se tivesse cor, qual seria?

A saudade, quase certeza, tem a cor da eternidade
E pintei a eternidade, só não lembro com qual cor
Será que foi cor de um sonho que ainda não sonhei?
Ou cor das lágrimas de uma saudade que já chorei?

Não sei, vou escondê-lo, sei que ninguém entenderia,
O eco ficou com uma cor estranha, cheio de riscos
Pareciam marcas de lágrimas, as que escorrem no rosto 
E a alma, inquieta, queria das lágrimas apenas o gosto

José João
05/12/2.024

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