quinta-feira, 31 de outubro de 2024

O que não podem esses poetas!?

 
Chorar, já chorei muito, chorei tanto que os prantos
Se faziam rios, inundando jardins, afogando flores
No alvor do dia, prantos e orvalho se confundiam
E as folhas ainda sonolentas de iguais lhes faziam

O orvalho, nas pétalas, pareciam lágrimas choradas
O pranto que também nelas caiam eram dores gritadas
Mas o orvalho, por ternura divina, é um pranto doce
E as lágrimas chorando dores se fazem todas salgadas

Com certeza as flores não sabem do gosto do pranto
Do orvalho o que sabem é que lhes dão mais encanto
Sendo assim, os dois às fores. se fazem de acalanto

É o que consola a quem tem saudades para sentir
Fabrica orvalho com os olhos no seu penoso chorar
E se falta pranto, chora orvalho, tão bem sabe fingir

José João
31/10/2.024

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