quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Costurando a poesia

 Uma poesia costurada com cintilante fio dourado,
Toda feita em cetim branco reluzente como pranto
Os foleados eram de rimas cerzidas em ponto cruz
Alinhavos que pareciam versos costurados com luz

No fim de cada linha o ponto era como fosse rima
Mas continuava na costura anterior, um outro verso
Que alinhavava aplicações nos tons mais variados
Como se os versos tivessem sido na alma bordados

A costura aberta deixava os versos soltos no tempo
Os pespontos, como entrelinhas, seguravam o tecido
Sem deixar que pontos ou verso fossem esquecidos

Um verso completo como fosse arremate da poesia
Foi feito em costura fechada, em linha reta marcada
Sem caber mais alinhavos, nem lágrimas, nem nada.

José João
13/11/2.024



Um comentário: