Qualquer espaço se faz pequeno para tanto sofrer
Campos, jardins, montes, até mesmo o horizonte
Tanto que os ais se vão como nuvens ao vento
Mas o eco dos lamentos comigo ficam no tempo
As flores parecem sentir minha dor e choram comigo
Até os espinhos escondem suas pontas e não me ferem
Quando procuro com os dedos o carinho de cada flor
Tentando assim fazer a carência ir embora com a dor
Parece que todos os caminhos não levam a nenhum lugar
Pois se fizeram parecidos, perdidos, sem rumo ou direção
Apenas se fizeram veredas, pequenos pedaços de chão
Sem marcas, sem margens, vazios, cheios apenas de nada
Esse nada, cruel, que faz um peito carente desejoso de gritar
Mas a garganta, pela alma tomada, só pode e só sabe chorar.
José João
06/03/2.013
Espetando os dedos nos espinhos para que, com a dor, a carência vá embora... maravilhoso isso. Belíssimo soneto poeta. Bjus
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