Um artifício da alma para esconder tanta dor,
A cada lágrima um sorriso é desenhado no rosto
Mas é do sal do pranto que a alma sente o gosto
Fica salgado o sorriso, o mesmo gosto do pranto
Fica a alma a sentir-se na duvida de como chorar
Se chora e engana a dor com um sorriso fingido
Ou se entrega toda ao pranto pelo sal agora ungido
E assim, fica a alma, coitada, em fecunda incerteza
Que a cada instante a deixa mais só e mais perdida
Sem saber como chora essa tanta dor tão descabida
Se deixa que o sal lhe salgue, nos olhos, o pranto
Ou que o sorriso falso, pelo pranto seja salgado
Mas para alma, com certeza, o alento é ter chorado
José João
27/08/2.025