sábado, 7 de junho de 2025

A juventude... também passa.

 Alguns pensam assim, coitados!
Pensam que nunca vão envelhecer
Pensamento de jovens atordoados
Que nem chegam a velhice viver

Mas é assim mesmo, vocês têm razão
Mas cuidado jovens, a vida dá e tira
Graças a Deus tenho mãos amigas
Já pensou se a vida a costa te vira?

Olha os tantos rastros que deixas 
Não te iludas, a sorte é mesquinha
Hoje ostentas esse tanto orgulho
Amanhã podes estar na  esquina

Te cuida, só se colhe o que se planta
Isso é a vida que dá e ainda ensina
Amanhã, quem sabe te falhe a garganta
Ou as pernas falhem, quem te levanta?

Hoje, depois de tantos anos passados,
Ainda estou aqui, lucro que a vida dá
Ainda revirando meus tantos guardados
E você, jovem, sabe até onde vai chegar?

José João
05/06/2.025


sábado, 31 de maio de 2025

Como o ontem, o hoje e o amanhã são ...

 Como posso, amanhã, sentir qualquer  saudade
Se ontem não me entreguei ao que seria amar?
Não me permiti uma entrega plena, sem razão, 
Apenas entregando de mim o mais doce sonhar

Se doar, se preciso, chorar sem nenhuma culpa
Deixar a alma sentir-se nua, mesmo inocente
Sentindo o calor do mais intenso sentimento
Gritado pelos olhos com um olhar incoerente

Como posso, amanhã, sentir qualquer saudade
Se ontem não aprendi o que é chorar um adeus?
Confundi as fantasias com o que seria verdade

Tomara que o amanhã não me seja tão vazio,
Tão sem sentido que não possa nem chorar
Mas ainda tem o hoje pra tudo isso me ensinar

José João
31/05/2.025

Aos loucos solitários que não sentem solidão

 Minha loucura me permite andar entre as estrelas
Minha solidão me permite admira-las, uma a uma
Só a loucura e a solidão não modificam o tempo,
Não existem ontens, nem amanhãs e nem tormentos

A loucura me permite pintar o mundo a meu contento,
Escrever poesias nas asas do vento com apenas a voz
A solidão, paciente, calada, na lentidão do movimento
Não se apressa, não deixa que o tempo lhe seja algoz

Na minha loucura, invento cantos que nem existem
Invento ladainhas que nunca foram vistas ou rezadas
Mas, por minha solidão, silenciosamente são cantadas

Não me preocupo se as roupas são novas ou cerzidas
Nem me preocupa viver como rei ou mesmo mendigo
O que não sabem é sobre a paz que sempre está comigo 

José João
31/05/2.025


sexta-feira, 30 de maio de 2025

Meus guardados

Sou um escrevedor de versos muito cuidadoso,
Tudo que preciso para a poesia, guardo muito bem
Tudo separado em envelopes invisíveis, com cuidado
Tristezas, em envelope cor de lágrimas e... lacrado.

Lágrimas, em um belo envelope sem cor, transparente,
Saudades, em envelopes coloridos. pintados de adeus
A solidão e o silêncio, são guardados em sacos vazios
Como os envelopes também invisíveis mas diferentes

Versos incompletos, rimas soltas, esses guardo juntas
Com as palavras que não cabem no fim dos versos
Não são tantas assim, não são poucas e nem muitas

Tudo isso é bem guardado num velho baú desbotado
Fica num canto do tempo, bem perto do pôr-do-sol
Num horizonte colorido que pelo amor foi moldado.

José João
30/05/2.025

Acredite... Deus toca na gente

 Há quem não acredite que Deus toca na gente
E, as vezes, creiam, não é assim tão suavemente
Só Ele sabe a necessidade de cada um despertar
Porque despertar é muito mais que apenas acordar

As vezes parece um sonho, Deus tocando em mim!
E as perguntas; será que mereço? Porque Ele fez?
E quem sabe das coisas divinas? Ele é sempre assim.
Afinal apenas Ele pode ser o começo, o meio e o fim.

Pedi e vos será dado. Ah! A simplicidade de Deus!!
Sempre atento ao que se precisa, ao que se possa pedir
Toca teu coração, teu peito, sempre pronto para servir

Deus não tem forma, nem cor, se tivesse não seria Deus
Deus está além do tempo, não fosse assim não seria Deus
Deus é começo, o meio, e o fim. Não fosse não seria Deus

José João
30/05/2.025


quinta-feira, 22 de maio de 2025

Eu e o amigo espelho

 

- Caro amigo. como desenhas fielmente meu rosto!
Até os detalhes que o tempo vai fazendo e deixando!
As marcas feitas no rosto como se contassem histórias
Meu amigo fiel, cada detalhe de mim, vai mostrando

- Ainda bem que você me sabe com um seu fiel amigo.
Afinal, amigo é aquele que lhe diz o que não quer ouvir
Que mostra os detalhes de quem você é, sem esconder
Que está com você te olhando no rosto, sempre contigo

Sou aquele que, calado, quantas vezes te viu chorando, 
Te olhou bem nos olhos, te fez sentir tua própria alma.
Sou aquele a quem perguntastes tanta vezes... Porquê?
Quando choravas um adeus e perguntavas: O que fazer?

- Sabes realmente muito de mim. Pra te não há segredos
Mas diz-me fiel retrato do meu rosto, com me vês agora?
- Como és, embora digam que sou apenas um reflexo 
Mas de dentro de te quando te vês em mim, achas só isso?

José João
22/05/2.025

Ilusão! Quando acorda faz chorar

 Ei. Você! Você aí, amigo, que está chorando, me ajuda.
Pode me emprestar algumas lágrimas? Estou precisando.
Quero fazer uma poesia, mas meus olhos não choram
E você... com tantas lágrimas! Porque está chorando?

Se você me emprestar algumas lágrimas, uma saudade...
Um pedaço de tristeza, faço uma poesia com seu nome
Afinal, o pranto é seu, coisa, infelizmente, que não tenho
Já tive, mas chorei tanto. Como é triste essa minha verdade!

Sei plagiar lágrimas. Há quem ache impossível, se admire.
Plagiar lágrimas! Sim, sou um grande fingidor, sou poeta,
Você me empresta as lágrimas, finjo ser minha sua história
Se quiser posso dizer que são minhas as lágrimas que chora

Como é seu nome? Ilusão! Pensei que você não chorasse.
Afinal, você sabe inventar momentos. sonhos coloridos,
-Sempre fui assim, um inventor, inventava coisas diferentes
Mas chega um dia que a verdade chega e acorda a gente.

José João
22/05/2.025

O escrevedor de versos

Quem me dera fosse eu um poeta... um poeta
Desses que escrevem as poesias com prantos
Nas pétalas de flores como fossem pergaminho,
Fazer que o perfume seja, da poesia, o caminho

Quem me dera fosse eu um poeta... poeta assim
De escrever  versos num idioma único e divino
E que só a alma amante entendesse o que diz,
Que fizesse do amor poesia perfeita, doce hino

Mas coitado! Sou apenas escrevedor de versos,
Desses que se perdem em versos de rimas rotas
Rasgadas, atiradas como fossem palavras soltas

Alinhavando o pranto  em pedaços de solidão,
Costurando tristezas em bordados de saudades
Remendando fragmentos de sonhos com ilusão

José João
22/05/2.025

Meu medo... um poema sem poesia.

 As vezes me pego sozinho perguntando por mim
Aí chegam as palavras voando soltas como loucas
Até gritam alto: queremos ser versos, ser poemas
Mas lhes respondo, vocês ainda são muito poucas

São tantos os gritos que passo a junta-las em versos
Vou buscando rimas com as palavras mais indiscretas
Finalmente, um poema se forma, mesmo sem métrica
O silêncio dos versos fala com as palavras mais incertas

Mas onde está a poesia? A que traduz os sentimentos?
A que faz a alma ajoelhar-se, faz o olhar ir buscando,
Em qualquer horizonte, qualquer saudade, um momento?

Ah! Esses poemas sem poesia! São tão sem sentido!
Coitados! Tão poucos, apenas se fazem versos perdidos
O poema fica sem alma, calado, frio, cheio de vazios

José João
                                                                          22/05/2.025

A ternura de sentir saudade.

Chamam-me de louco por dar boas gargalhadas,
Por rir de sair lágrimas dos olhos, mesmo sozinho
Aí riem de mim, me dizem maluco e... apenas rio
E vou, como é bom com risos colorir o caminho!

Chamam-me  louco ao chorar como faz uma criança
Choro e nos meus olhos o pranto se faz reza, oração 
Aí riem de mim, me dizem louco por chorar sozinho
Como se o pranto precisasse de aplauso, de carinho.

Rir sozinho por uma alegria só minha, é loucura?
É loucura chorar sozinho por uma tristeza só minha?
A mim, minha alma diz: não sabem o que é ternura.

Como não rir ao sentir uma terna saudade ainda viva!?
Como não chorar uma saudade de um doloroso adeus?!
Que sorte! Ter amado tanto e deixado a alma tão cativa!

José João
21/05/2.025

terça-feira, 20 de maio de 2025

Existem palavras que são mais belas na poesia

 Havia guardado  algumas palavras de poesia
(há palavras que são mais belas nas poesias).
Dentro de mim, guardei lágrimas e sonhos
Guardei (o poeta pode) guardar risos tristonhos

Saudades, por si só, se fazem poesias prontas
Contam em silêncio uma história que é nossa
Do pranto faz rosário, cada lágrima uma conta
As vezes, para enganar, se finge contar em prosa

Da tristeza, essa que sai aos gritos pelo olhar
Que vai fazendo eco nos pedaços de solidão
Que faz das lágrimas copioso perdido de perdão

Como se amar fosse um pecado, algo sem razão
Que as palavras, coitadas, são poucas para explicar
As palavras de poesia explicam e até fazem chorar

José João
20/05/2.025

segunda-feira, 19 de maio de 2025

O lírio e a tulipa

 Ah! Esse amor!! Dá razão às loucuras mais loucas!
Não se preocupa com o tempo nem com distâncias
Apenas se faz sentir, entra nos corações e ali fica
O silêncio eloquente do amar deixa as palavras rotas

História impossiveis acontecem, até as flores sentem
O lírio e a tulipa, no mesmo jardim se apaixonaram
O lírio confessava seu amor com o grito do perfume
A tulipa se deitava em risos, os dois assim ficavam

Beijavam-se quando seus perfumes se encontravam
Se acenavam quando a brisa lhes banlançava as pétalas
O lírio e tulipa, amor perene, sem se tocar se amavam

Se fizeram, do jardim, os mais perfeitos dos amantes
Dizem até que se eternizaram pelo tão doce perfume 
E que agora  parece um canto de amor e de queixume

José João
11/05/2.025

quinta-feira, 1 de maio de 2025

... e se forem mentirosas as minhas mentiras?

 Quantos sonhos sonhei!!! Sonhos coloridos!!
Sonhos em preto e branco, perdidos no tempo.
Sonhei acordado quando a insônia me tomava
Sonhei, em sono profundo, e até já não lembro

Foram tantos os sonhos, alguns, não esqueci.
Rosário de estrelas douradas dourando o céu,
Barcos voadores em estranhas rotas, isso vivi
Duas luas azuis e sol transparente, isso eu vi

Naveguei por rios que levavam  flores a chorar
Chorando, pediam: rio, não me leva para o mar
Caudaloso, extenso e sem paradas nem ouvia
Continuava indo, indiferente, sem nem escutar

Sonhei em palácios de elegantes e belas damas
Leques de seda, fios dourados em ouro trançados
Lenços finos, bordados e em lavanda perfumados
Não sei porque sonhei mas ainda são lembrados

Meus sonhos, quem sabe, sejam minhas loucuras?
Loucuras que só pode se dizer apenas em prosas.
Quem sabe se são mentiras as mentiras que conto
Ou são verdadeiras minhas mentiras mentirosas?

José João
01/05/2.025

quarta-feira, 30 de abril de 2025

A eternidade de um... para sempre

Para sempre, poderia ser um beijo? Sim, um beijo!
Um beijo que continuaria vivo até além do tempo?
Ou seria um: eu te amo...  a ecoar até o infinito?
Para sempre!  O que seria esse... para sempre?
Seria levar um nome, como oração, muito além
Dos amanhãs? Será que seria um sonhar acordado?
Mesmo nas noites, na noite de amanhã, na de depois...
Todas as noites até ... chegar na eternidade...
Não nessa eternidade que nem reconhece o tempo,
Mas na eternidade de cada momento... de cada
Segundo que ficaria como marca eterna de vida!
Finalmente, alguém sabe o que seria: para sempre?
Seria um pedaço completo de vida que se vive
Num segundo infinito, quando se ouve: te amo?

José João
30/04/2.025

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Quem somos nós no espaço?

Não sei. Mas que existe um Deus, disso eu sei.
Há quem diga que somos poeira de estrelas,
Estrelas gigantes, imensas, que explodiram 
Pedaços de nós que... podemos ver ao vê-las?

Há quem diga que viemos de toscas amebas
Despejadas no tempo, hoje postas em altares.
Me ponho a pensar, finalmente quem somos?
 Com certeza, ainda assim, fruto de milagres

Acredito que somos um milagre mais perfeito.
Seria mais fácil para Deus, apenas transformar
Os homens dizem? Na natureza nada se cria...
Tudo se transforma, isso é apenas mudar, trocar

Deus é muito para fazer tão pequeno milagre!
O pó, se for das estrela, foram por ele criadas
A vida, em apenas um sopro!! Que maravilha!
Ele pode dar vida, criar, fazer crescer do nada. 

O que os faz desprezar tanto os feitos de Deus?
Se perderem em pensamento pobres e dispersos?
Em fazer der Deus, um simples transformador?
Eu acredito... é Deus, o arquiteto  do Universo

José João
23/04/2.025

Agora... lembro quem sou eu.

 Um outro dia esqueci quem sou, não fosse a poesia,
Até hoje, juro, ainda não teria lembrado de mim
Ela que se lembrou quem sou, disse o que eu fazia
Falou tão ternamente, disse mais ou menos assim,

Tu és aquele da gaveta mágica, que guarda as flores
Que guarda também saudades, pensamentos, ilusões
A gaveta do poeta, Lembra? Onde guarda estrelas,
Versos inacabados, tristezas, dores, cantos e orações

Onde guardas o tempo, o vento os sonhos doirados
Aquelas palavras em desordem, nem parecem poesias
A gaveta que só você sabe abrir com o toque do coração?
Onde estão guardados os beijos que nunca foram dados?

Você é aquele que pinta horizontes com a cor do pranto
Que se a dor é forte ri com os olhos... sorrisos fingidos.
Faz que a noite, se você quiser, componha versos e cantos
És esse poeta que deixa sonhos e solidão no tempo cerzido.

José João
22/04/2.025

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Senhoras palavras, hoje... se enganaram

 
As palavras saíram correndo loucas, alucinadas
Por acharem que ia escrever uma poesia triste
Correram e levaram com elas todos os sorrisos
Deixaram lágrimas, um adeus dito e mais nada

Mas coitadas delas, não havia tristeza em mim
Só um olhar triste lembrando uma saudade alegre
Uma saudade que logo logo se faria riso festivo
Iluminando rosto e alma em uma poesia assim

Escondi as lágrimas que as palavras deixaram,
Busquei sorrisos que ainda estavam guardados,
Um olhar risonho desses que trazem os recados

Vindos da alma dizendo: hoje não tem tristeza
Assim a poesia se fez, os versos não choraram
Então senhoras palavras, hoje... se enganaram

José João
17/04/2.025

terça-feira, 15 de abril de 2025

Confidências dos Flamboyants

 
Não sei porque os flamboyants falam comigo
Me mostram  suas flores vermelhas e alegres,
Falam da beleza natural em eloquente silêncio
Parece que há muito tempo já somos amigos

Suas folhas verdes e leves dançam ao vento
Num valsar sutil e solto como fossem plumas,
As flores parecem rir em contagiante alegria
Embalam-se com a brisa em terno movimento

Porque são tão meus amigos os flamboyants?
A ponto de me fazerem íntimas confidências?
E dizem que aos outros escondem as evidências.

Disseram que, como eu. gostam de estrelas cadentes
Se dizem parecidos nas suas fortes cores vibrantes
Até afirmam que por isso os chamam de flamejantes

José João
15/04/2.025


segunda-feira, 14 de abril de 2025

Bya tristeza ... tchau!

 Tristeza, o que você disse?! Que eu não posso ir?!
Pobre tristeza! Tão prepotente!, Fria e ridícula.
O sol vem vindo, o alvor do dia está chegando,
Os pássaros, despertos, batem as asas em alvoroço,
A brisa leve da madrugada balança os galhos
E as flores começam a ficar luzidias com o sol,
Balançam o orvalho das pétalas ao se espreguiçar,
A estrada, por elas perfumadas, convidam a ir
Até o horizonte, por sobre caminhos que o sol
Deixa sobre a água do rio que canta, num murmurar
Quase inaudível, mas cheio de ternura na voz,
Tudo pronto para uma poesia e tu, tristeza, a dizer
Que não posso ir e fazer versos cheios de mim? 
Deixar o pensamento voar nas asas do vento
Brincando de contar o tempo nos versos que faço?
De neles gritar o gosto da liberdade que tenho?
Caminhando leve, sem o teu peso, tristeza, e ir
Sem me preocupar com prantos, nem saudades,
Apenas fazendo versos que o tempo deixou ficar.

José João
14/04/2.025

Meus olhos podem chorar, sorrir, fingir ...

 As vezes... riem de mim quando minha voz cala
E deixa que os olhos gritem em fervoroso pranto
Toda a dor que a alma sente. As vezes riem de mim
Se digo que saudade, tem começo mas não tem fim

Não me importo, as vezes até eu mesmo rio de mim
Quando é muito a dor que o tempo me faz sentir
Tanta que a fonte do pranto seca, os olhos emudecem
Aí busco sorrisos desses que só existem no fingir

As vezes, coitados, riem comigo ao me verem sorrir
Dizem que é minha alma cantando versos de amor
Contando momentos que ficaram e que nunca esqueci

Rio-me, um triste sorrir, pelo que só eu sei sentir
Mas os olhos sabem chorar, emudecer ou sorrir
Com um choro de verdade, com o outro é só fingir

José João
11/04/2.025

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Como lidar com a saudade?!

 Como lidar com a saudade?! É tão simples,
Acreditem, eu a chamo, desde muito aprendi
Sentamos juntos e me entrego todo pleno a ela
Como velhos amigos, ela me conta o que vivi

Quando aprendi a senti-la, fabriquei lágrimas
Assim, como fossem rios a nascerem nos olhos
Procurei pintar o rosto com alegria e tristeza
A saudade que vem... não se tem tanta certeza

Na verdade. é muito melhor guardar o pranto
Uma vez, queria sentir saudade de só um beijo
Me vieram o beijo, um eu te amo, e um adeus
Aí o pranto se fez farto, aproveitando o ensejo

Não tivesse eu guardado o pranto, o que faria?
Onde teria lágrimas para buscar ou para pedir?
Como poderia desenhar no rosto tantas saudades?
Mas guarde um sorriso, as vezes é preciso fingir

José João
03/04/2.025

Saudade... é uma história que fica dentro da gente

Nas poesias que minha alma, tão carente, grita
Sempre me perco nas palavras e até nas rimas
Nunca sei como falar, como  escrever o pranto
Esse, que vem lágrima e depois se faz encanto

Minha alma chora as tantas saudades antigas
Algumas já incompletas, no tempo esquecidas
Me perco em busca-las sem nem saber onde ir
Não verdade, saudades, só sei chorar e sentir

Como escrever no papel o que só a alma sente?
Mostrar no rosto o que não tem forma nem cor?
Saudade é uma história que fica dentro da gente

É como viver outra vez o que se gostou de viver
É como se o tempo voltasse sem nunca ter ido
É fazer presente o que não pode ser esquecido

José João
03/04/2.025

terça-feira, 1 de abril de 2025

Que o mundo "ouça" os versos que escrevo

Minhas poesias, que bom! Vão soltas ao tempo
Embalando corações, indo por tantas páginas,
Por tantas vidas, usam-nas sem precisar pedir
Ah! Minha poesia, vai, o mundo precisa sentir

O canto do silêncio que já não sabem  ouvir
Outro dia, me escreveram com pedaços de mim
Muitos, alguns com prantos, outros com saudades
Expõem meus versos, talvez sejam suas verdades

Mas os versos vão por aí, nem se importarem mais
Se são lidos com a alma ou só escritos no papel
É de mim que saem como orações indo para o céu

Nas páginas que não são minhas, os versos tímidos,
Esses que escrevo com minhas dores e meus prantos
Se fazem vivos, ardentes, por minha alma paridos

José João
01/04/2.025

quinta-feira, 27 de março de 2025

Até o vento sente ciúmes!

 Acho que perdi uma poesia, ela estava bem aqui
Na minha frente, parte dela estava deitada no papel
Haviam versos já completos, rima no fim dos versos
Haviam um que por inspiração rimei sonho com céu

Não sei para onde foi, se o vento que levou o papel
E com ele a poesia, a folha branca se deitava passiva
E o lápis lhe percorria como se escrever fosse carícias
Não sei como, até penei que a poesia estivesse cativa

O lápis caiu, quebrou a ponta, acho que por raiva
Não tive culpa, como pode o papel ter desaparecido
Só fui ali enxugar os olhos que estavam umedecidos!!

Vou procurar a poesia, ela não pode assim ter sumido!
Ah! Lá está ela, vou fazer a ponta do lápis e termina-la
Foi o vento que, por ciúme, correu com ela... o atrevido.

José João
27/03/2.025



É tua, a colheita do que plantaste

Um dia, e não longe, as palavras cairão por terra
Como se fossem lágrimas gritando por perdão
Não serão ouvidas... mas serão sacrificadas,
Serão pisadas com simples lixo rolando no chão

Gritarão como... se quisessem rezar ladainhas
Mas suas vozes serão mudas, roucas, sem som
Apenas lamúrias sussurradas sem nenhum valor
E os lábios, em frenesi, tentarão gritar ao Senhor

Esse mesmo Senhor que agora é ridicularizado
Nos indecentes carnavais, é arrastado nas avenidas
Sob os olhares extasiados de que nem sabe quem é
De quem se perdeu, de quem jogou fora a própria fé

Não serão poucos os joelho feridos em vã tentativa
De apagar os pecados, com as mão postas ao céus
Como histérico e incoerente pedido de clemência
Verdadeiras mostras de uma humanidade em falência

Aos gritos dirão: Senhor, profetizamos em teu nome.
Em teu nome expulsamos demônios e bem o sabes,
Mas ouvirão: Nunca os conheci apartai-vos de mim
Muito ouvirão, e o ranger de dentes não será o fim

O amor esfriou nos corações a verdade desapareceu
Mas o Senhor está bem aí, bem perto de te e não vês
Não permites que Ele entre, tome conta do teu coração
É tua a escolha, mas lembra, o produto da colheita é teu.

José João
27/03/2.025

segunda-feira, 24 de março de 2025

Ah! Se pudesse voltar no tempo!


Ah! Se pudesse voltar no tempo! Se pudesse!
Não perderia os recomeços que deixei passar,
Não deixaria de dar os sorrisos que não dei
Não diria, por apenas desprezo. um: não sei

Ah! Quem me dera pudesse voltar no tempo!
Não negaria sorrisos, nem um estender de mão
Não negaria palavras que eram fáceis de dizer
Que fariam pulsar alegre o mais triste coração

Diria: te amo, como maior verdade da alma
Faria que fosse belo todo e qualquer sonhar
Ensinaria meu coração a doce arte de amar

Ah! Se pudesse voltar no tempo! Se pudesse!
Deixaria saudades guardadas pelos caminhos
Com elas não estaria chorando tão sozinho

José João
24/03/2.025



quinta-feira, 20 de março de 2025

A voz de um sorriso

 Quanto mais a tristeza se fazia uma verdade
Mas me chegavam o desprazer e o pranto
Buscava sorrisos antigos há muito perdidos
Mas a voz, rouca, escondia o meu canto

Balbuciava palavras até mesmo sem sentido
Mas a razão se escondia em aparente loucura
Dessas em que o silêncio grita tão mais alto
Que o próprio tempo se perde em amargura

Aí, o pensamento se rasga em trapos soltos
Como velho tecido carcomidos pelo tempo
Em que até os remendos que se faz, são rotos

Quando, de repente, um cantar ao longe
Como se viesse de sonhos, de um paraíso
Se faz ouvir, divino, na voz de um sorriso.

José João
20/03/2.025

quarta-feira, 19 de março de 2025

... só depois aprendi viver

Ontem, eu era todo eu, completo, cheio de mim,
Os dias eram apenas dias, um depois do outro
Como a se fazerem pequenos pontos de tempo
Iam e voltavam parecidos com o voltear do vento

E eu!!? Brincava de me fazer mais, sempre mais
Quando, de repente, dei por mim, cabelos brancos,
Sem saudades pra sentir, sem histórias para contar
Tão pequeno, sem nada, foi quando aprendi chorar

Aí aprendi a me dividir, a procurar mais que buscar
Comecei a dar um pouco de mim. Tantas cobranças!!
Um pouco de mim para a tristeza, para as lembranças

Para saudade, para o terno silêncio do fim das tardes,
Depois de aprender a dar um pouco de mim, do ser
Vi que havia aprendido muito mais, aprendi viver

José João
19/03/2.025

quarta-feira, 12 de março de 2025

A poesia...

Estou cansado de ver essa tanta hipocrisia!
A poesia, já desbotada, atirada num canto
Desprezada como se nenhum valor tivesse,
Aos trapos, não lhe veem mais o encanto

Os versos, para os homens, ficaram inertes,
As palavras deixaram de ser entendidas,
Não dizem mais nada, perderam o sentido,
Coitadas, somem no nada e não são ouvidas

O doce falar da poesia mudou, se fez rude
Porque a profanaram, agora é apenas dizer
Sem a doçura, qualquer palavra agora serve
Tão pobre ficou o falar, ficaram a alma e o ser

 A poesia! Elegante na beleza de suas rimas
Nascia como flor que se desenha num papel
Agora se faz linhas contando um acontecer
Desde que confundiram felicidade com prazer

A saudade perdeu o sentido, até mesmo o adeus,
Quando este era dito a saudade logo se produzia
Chegava como um sonho... um sonho distante,
Embargava a voz e chegava com lágrimas luzidias

Hoje, o adeus é um simples e frio até, ou "fui"
Da saudade, nem o nome sabem mais, fantasia
Se a alma é o sopro vital que ao corpo anima
Parece ter se perdido e, com ela ... a poesia

José João
12/03/2.025

segunda-feira, 10 de março de 2025

Assim se foi o dia



Desculpem, agora vou almoçar, é preciso.
Tenho uma torta feita com saudades antigas
Um copo de solidão, cheio que transborda
Um prato de tristezas e lembranças amigas

Também me deixaram um cálice de angustia
Uma sopa de lágrimas e pedaços de ansiedade
Um pires de sobremesa, feita de desencanto,
Uma drink forte, uma mistura de dor e pranto

Para o jantar um outro cardápio bem diferente,
Raios de luar ao molho de brisa com orvalho,
Cokitel de sonhos, feito com  doce aguardente

Ah! O café da manhã! Um prato de esperança
Um  pedaço de bolo feito de desejos e sonhos
E uma xícara cheia de recordações e lembranças

José João
10/03/2.025




A única lágrima que restou...

Não sei aonde estão meus guardados! Esqueci!
Jurava que estavam aqui... dentro dessa gaveta,
Eram cinco ou seis lágrimas, duas saudades,
Alguns versos fingidos, outros falando verdades

Guardei-os, as poesias estavam escondidas de mim
Por mais que as buscasse elas se faziam distantes
Então guardei o que tinha para quando quisessem vir
As poesias têm vontade, as vezes são só visitantes

A gaveta... desapareceu, esqueci onde guardei?
Encontrei apenas uma lágrima perdida no tempo
Se foram as duas saudades... saudades que chorei

Os versos todos se foram, os que escrevi verdades
Até os versos fingidos... nenhum estava mais ali
A lágrima, a única que restou, sem poder chorar, bebi.

José João
10/03/2.025

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A magia da poesia, do poeta e do tempo...

 Ah! A poesia! Tão jovem na sua eternidade!!
Passam-se séculos e ela ali, jovem, suave e bela
A entregar-se toda ao falar de amor... de saudade
Minha alma, juro, tem dela quase a mesma idade

Só o corpo se prende ao peso dos setenta tempos
Mãos que insistem em ter o lápis como amigo
Uma folha de papel pintada em branco... virgem
A atiçar-me a ideia de trazer a poesia comigo

Aí, a juventude de meus tantos anos se alvoroça
E a poesia meiga, doce e virgem me toma todo
Vai dentro da alma, busca todos os meus sonhos 
Como, se da vida, me fosse todo o meu soldo

Algumas vezes as palavras se escondem de mim
No começo, ou no fim do verso, até no pensar
Paro, a jovem eterna poesia, desde muito ensinou
Que ela, a poesia, também se faz bela sem rimar

Rio-me quando riem dos meus cabelos brancos,
Lembro da poesia, tão jovem na sua eternidade!
E desde muito brincamos de contar coisas da vida
Minha alma, tem mais ou menos a sua mesma idade

José João
27/02/2.025




terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

O passarinho triste

 Pobre pássaro emudecido, calado pela dor da saudade
Perdido sob um céu que, coitado, nem conhece mais
Busca no silêncio de um canto mudo, sem melodia
A lembrança de um gorjear quando amanhecia o dia

Qual dor tão forte chora esse pobre pássaro sem voz?
Porque parar, triste no tempo, se é seu o espaço inteiro?
Que sentimento lhe toma todo de maneira tão atroz?
- Perdi a companheira no laço de malvado passarinheiro

Desde aí que importa o canto, mesmo no doce entardecer?
Se todos me ouvissem, que me importa? São apenas eles
Não ouviriam como ela me ouvia, alegre já no amanhecer

Perdi, disse o passarinho em lágrimas, a alegria de gorjear
A angustia me faz que o canto seja apenas um murmúrio,
Dói tanto essa dor que, acredite, perdi até o prazer de voar

José João
25/02/2.025

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

As flores do meu jardim

 As flores do meu jardim sempre me pedem poesia
Como sei? Pelo brilho de sua pétalas, elas se lustram
Quando querem um poesia... ficam mais belas, soltas
Se põem a valsar como se o vento fosse uma melodia

Me olham carinhosamente dizendo: estamos todas aqui
Eu as entendo, afinal, são as flores do meu jardim
Conversamos, falam em silêncio: se escuta com a alma
E tão doce a voz que parece a voz de um anjo querubim

Quando querem uma poesia, se fazem mais perfumadas
Se entregam à brisa para mais longe ir o gentil perfume
Mas algumas vezes parece uma saudade um queixume

As flores do meu jardim bordam versos: a beleza ensina
Criam fantasias, contam de histórias de contos de fadas
Ficam tão eufóricas que até dizem como deve ser a rima

José João
21/02/2.025


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Quem vive sem uma saudade?

 Até a vida pergunta: quem nunca ouviu um adeus?
E o que resta depois dele? Lágrimas a cântaros?
Lembranças doloridas? A alma em silencioso chorar
Faz que tudo fosse muito e lágrimas se fizeram prantos

Como se os olhos, portais da alma, fossem nascentes,
O rosto se faz rio sem margens, espelhando a dor
Que fica marcado até onde o pranto salga os lábios
E esses balbuciam o sentir em heresias, sem pudor

Não fossem apenas soluços o grito iria ao tempo
Voando entre tristezas e o eco, gritando como louco,
Queria apenas ser ouvido, mesmo num grito rouco

Mas a alma, tão sofrida, apenas soluçou no adeus
E, cabisbaixa, sem reação contra tão atroz verdade
Consolava-se dizendo: quem vive sem uma saudade?

José João
10/02/2.025

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Se as flores cantassem...

 Como eu gostaria de ouvir a voz das flores!!
Como seria a voz do Lírio? Seria ele um tenor?
Se sua voz fosse como seu perfume... seria...
Talvez fosse o mais perfeito e altivo cantor

A voz da misteriosa Orquídea que voz seria?
Será que seria imponente como sua rara beleza?
Um soprano lírico além da própria orquestra
Embalando o tempo com sua terna e doce leveza?

Como seria a voz do perfumado e alvo Jasmim?
Será que seria a de um barítono, entre alto e baixo?
Que dueto seria com a doce e perfumada Azaleia
Seria um divino cantar, seria uma beleza sem fim.

E a Verbena, com aroma cativante, teria bela voz?
Se veste de tantas cores, parece um quadro temático
Deslumbrante em seu vermelho, ou azul, ou lilás
Com essa efusão de cores seria ela lírico dramático?

Como gostaria de ouvir a voz das flores, que belo!
Ficar sonhando! Deixar o pensamento ir solto ao léu.
Criar quadros coloridos, pintar pássaros em volteios
E deixar que levassem meus sonhos até perto do céu

José João
02/02/2.025

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

As estrelas mentiram pra mim

 Não sei porque as estrelas mentiram pra mim... 
Todas as noites, quando os sonhos iam embora
Sentava no tempo vendo-as passarem ligeiras
Levando não sei pra onde segredos e histórias

Me apressava no pedir... até olhavam pra mim...
Pedia para que os sonhos se fizessem coloridos
Que as saudades fossem alegres, elas me ouviam
E iam risonhas, gritando, somos toda ouvidos

E eu pedia que se houvesse de haver prantos
Que não fosse por angustias nem por tristezas
Que os lamentos não se fizessem assim.. tantos
E nunca tivesse adeus, mesmo dito com sutileza

Ela me prometiam, até sorriam comigo e iam
Há quantas eu pedi, todas prometeram me ouvir
Mas... se foram, se perderam, não sei em que céu
E os pedidos... ficaram por aí, perdidos, ao léu

Minhas saudades são tristes, tristes são os prantos
Foi dito um adeus tão doído, fez a alma descrente
Os lamentos gritam em repetidos ecos, tristes cantos
E aqui ainda estou, esperando outra estrela cadente


José João
28/01/2.025

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Até além do tempo

 Quando uma lágrima luzidia cair dos olhos
E correr livre no rosto até salgar os lábios
Aí a alma sentirá o gosto de uma saudade
Que se fará a mais doce e cruel verdade

Os beijos com sabor de inocentes pecados,
Ficarão vivos, passando por sobre o tempo
Tatuagens divinas. milagre que aconteceu
Doces beijos, cruel verdade, ouvir o adeus

Apenas uma lágrima para molhar os versos
Uma lágrima apenas, que começou ser chorada
Desde quando o destino escrevia a história

Desde o começo quando um olhar era poesia
Quando um carinho no rosto acariciava a alma
Até existir, até além do tempo, uma memória

José João
27/01/2.025

sábado, 25 de janeiro de 2025

Quando alma e coração choram juntos

 Quando as palavras se vão, perdidas no nada,
Porque a dor emudeceu um grito da alma,
A poesia fica triste, incompleta e sem sentido
Nos risos dos versos de sentimentos fingidos

Do começo ao fim da poesia a festa é do pranto
Que se faz rio fazendo dos olhos uma nascente
De água com gosto de sal salgando o manto
De lágrimas caindo no rosto como água corrente

Pensamentos se perdem em saudades distantes
As rimas se molham no fim de cada verso
Por serem tantos os soluços doídos e constantes

Um gemido silencioso... tímido, se faz presente
Como fosse uma ladainha rezada pela alma,
Ou um clamor gritado por um coração carente

José João
25/01/2.025