quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Entre uma lágrima e outra um ...

 Entre uma lágrima e outra, um sorriso fingidor
Um artifício da alma para esconder tanta dor,
A cada lágrima um sorriso é desenhado no rosto
Mas é do sal do pranto que a alma sente o gosto

Fica salgado o sorriso, o mesmo gosto do pranto
Fica a alma a sentir-se na duvida de como chorar
Se chora e engana a dor com um sorriso fingido
Ou se entrega toda ao pranto pelo sal agora ungido

E assim, fica a alma, coitada, em fecunda incerteza
Que a cada instante a deixa mais só e mais perdida 
Sem saber como chora essa tanta dor tão descabida

Se deixa que o sal lhe salgue, nos olhos, o pranto
Ou que o sorriso falso, pelo pranto seja salgado
Mas para alma, com certeza, o alento é ter chorado

José João
27/08/2.025

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Cacos de sonhos jogados ao tempo!

 Ontem, rompi o canto do silêncio que me embalava os sonhos
E a estes, feito quadros sem moldura, quebrei-os, sem remorso
Para que não mais mostrassem lágrimas que chorei por nada
E nem pintassem mais saudades, num rosto triste, estampadas.

Rasguei velhos trapos de sonhos em véus cerzidos pela vida,
Rasguei histórias que escrevia sem nenhuma outra razão
A não ser... apenas contar verdades e, todas elas... fingidas
Por ser resultado do cio entre dor e pranto e por elas  paridas

Desde quando, nas noites, os sonhos se faziam velhos retratos
Mostrando o que nunca acontecia como se fossem fantasias
Que na madrugada fugiam e ficava a tristeza das horas vazias

Resolvi, rompi o canto do silêncio que me embalava os sonhos
Quebrei a todos, sem remorso, e os cacos joguei-os pelo tempo
Eram tantos cacos de sonhos! Pareciam palavras indo ao vento!

José João
26/08/2.025

A dor da solidão.

 A solidão, a verdadeira solidão, aquela que dói na alma,
Ninguém sabe chorar, só sabe sentir, mas a alma, coitada,
E só ela, sabe chorar, essa tanta dor que sufoca até a vida
Que para o tempo e faz das horas, sutis pedaços de nada

São lágrimas pesadas, sem gosto, sem sal, apenas lágrimas,
Tão doída é a dor da solidão que até o pranto se perde
Se faz sem cor, sem brilho, sem luz como não fosse pranto
Fosse apenas gotas orvalhadas, caídas, sem nenhum encanto  

Chorar a dor da solidão sem ter a alma disponível para tanto,
É impossível. Só a alma sabe chorar essa dor insuportável
Que chega sem pedir e se instala ao seu prazer e confortável

Assim se faz dona do tempo, toma para si cada momento
Faz que seja pouco, por maior que seja dor que se sente
E só mesmo a alma para chorar essa dor tão incoerente

José João
25/08/2.025


A vida e a fantasia.

Quando o amor se abre todo em um doar-se pleno,
Num sentimento perfeito de incoerente razão, 
Quando as mãos tremem e o coração se faz criança
Num pulsar forte com se brincasse de esperança

Aí a perfeição se veste de sublime e doce encanto,
A beleza dança valsas abraçando os dois amantes
Que se entregam ao sonhar os sonhos dos amanhãs
Como se cada dia não passasse de alguns instantes

O tempo faz que os dias sejam todos belos e coloridos
Faz que os sonhos  sejam sempre mais perfeitos 
Ah! Quando o amor se abre no coração dos eleitos!!

Sonhar fica tão comum que viver custa a acontecer,
Os sorrisos se fazem versos de divinais poesias
E assim segue a vida, toda vestida de... fantasias

José João
25/08/2.025


O perfume das lágrimas!

 As vezes lembro, distantes lembranças, do porquê chorei
Aí me vem doce saudade,  em que me perco e já nem sei
Se chorei prantos ou orvalhadas lágrimas nos olhos tristes
Ou foi a alma por mim chorando os pecados que pequei

Não. É de saudade os prantos que agora minha alma chora
O perfume inebriante das lágrimas só é sentido pela alma
Quando são lágrimas que choram as saudades nela cativa
Se desprendem em doce aroma mostrando que ela está viva

Ah!  Saudade! Perfumada pelas lágrimas que a alma chora
E se perfuma toda, por toda  noite, até o alvor da aurora
E a mim, me basta a doce fragrância que me invade todo
Que, com o eco que grita ao longe, leva a tristeza embora

Assim, não me importa que por toda a noite a saudade fique,
O perfume das lágrimas, que a alma chora, é divina essência
E o alvor do dia perfumado por lágrimas e tantos prantos 
Me faz que a saudade, pela alma chorada, se faça encanto 

José João
25/08/2.025

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Tem dia que não se vê beleza para contar

 As vezes não entendo a poesia e... nem eu mesmo.
Ou a poesia se faz muda ou eu me faço ... um o quê?
Que não vê a beleza aonde só o poeta sabe ver
E a poesia esconde sua magia e não deixa acontecer

As vezes, vejo o poeta apaixonado namorando a lua
Lhe fazendo versos olhando-a na poça d'água, na rua
Tão apaixonado que se faz passivo e aparvalhado
Diz nos versos... minha musa está linda, toda nua

Outras vezes é apenas sua sombra refletida na lama
Se pula por sobre elas, a poça e a lua e...apenas se vai
Como se fosse comum a lua na lama deitada no chão
Sem que haja versos, nem ladainhas, nem mesmo oração

Nem sempre vejo as flores viçosas, ternas e tão belas,
Nem sempre acho, do lírio, seu perfume doce e divino
Mas que perfume forte, as vezes digo mas ...e a poesia
Com certeza não sei aonde ficou... não está comigo

Outras vezes, as flores me parecem anjos perfumados,
Os lírios, alvos como nuvens de santificado  perfume
Que inebria, perfuma o tempo e até acaricia a alma 
Até faz esquecer dores e manda embora os queixumes

Há dias que minha alma e a poesia se perdem por aí,
Há dias que desperto sem nenhum encanto no olhar
"Olho pedra e vejo pedra mesmo"  como diz a poeta,
Existem dias que não se encontra belezas para contar

José João
18/08/2.025

As vezes, a poesia é só uma...

 Talvez eu devesse... devesse o quê? Dizer... chorar?
Declamar poesias que ainda não fiz, falar de mim...
Mas as palavras se fizeram distantes, esquecidas
Do que posso falar? Não sei, e a poesia fica assim

Perdida... como se não fosse preciso dizer nada
Como se apenas o silêncio pudesse ser ouvido
Ah! Se pudesse escrever poesias com reticências
Do começo ao fim do verso, será que teria sentido?

Lembrei, a poesia gosta de falar de adeus e saudades,
Gosta de contar versos com lembranças e lágrimas
Então posso, sem medo, fingir que escrevi verdades

Talvez eu devesse... devesse o quê? Não escrever nada
Ficar apenas assim... pensando no que poderia escrever
E amanhã, quem sabe? Talvez tivesse mil coisas pra dizer

José João
18/08/2.025


domingo, 10 de agosto de 2025

A noite e seus mistérios!

 De onde vem os tantos mistérios que a noite traz
Mesmo a lua pintando o tempo em matiz de prata?
Mesmo o vento fazendo sombras dançarem nuas
Ainda, continua o medo, o mistério não se desfaz 

No subir da noite, escuras nuvens se fazem véu
Aí, os vagalumes, fadas ou anjos, se entregam todos
A se fazerem, por ordem divina, pedaços de luz
Como fossem estrelas cadentes que vieram do céu

E a lua, bela, inocente e toda nua se faz musa,
Se enfeita ainda mais, se torna pura e completa
Mandando que noite lhes chame todos os poetas

E mais misteriosa ainda fica, como se fosse preciso
Como se os poetas não a vissem plena na sua nudez
Criando poesias novas quando ela chega outra vez

José João
10/08/2.025

Mistério e mistérios ...

 Que amor seria aquele que ao ir-se me levou com ele?
Levou sonhos, pensamentos, desejos, até mesmo o tempo
Levou tudo que alma é... então fui, apenas ficou o corpo
Em que um coração vazio não se apressa, pulsa, lento

Na verdade, nem sei quem foi que me arrastou consigo
Tão de repente se fez tudo, nem a alma se apercebeu,
Um olhar, um sorriso, um tremer de mãos e...  a saudade
Quando me apercebi, com ela tinha ido e ficado apenas eu

Como explicar mistérios que a vida brinca de acontecer?
Um momento pode ser eterno, pode até tudo se perder
Um sonho, toda uma história de vida, tão difícil de esquecer

Quem seria ela? Um sonho? Agora tão difícil de saber
Só sei que me levou até mesmo o que nem pensei
Mistério misterioso é que com ela fui mas... aqui fiquei.

José João
10/08/2.025

sábado, 9 de agosto de 2025

O tempo e a poesia não têm fim.

 Aonde você pensa chegar com essas poesias?
Um dia perguntaram, apenas disse baixinho:
Não sei! Não sou eu quem vai... elas vão
Por entre bandeiras, quintais, almas e coração

Deixe-me aqui, só, sentado na beira da tarde 
Ouvindo o canto do silêncio dobrando o tempo, 
Imaginando poesias que um dia se farão sonhos
Indo inocentes, levadas com carinho pelo vento

Aonde posso chegar com essas tantas poesias?!
Não me importo em percorrer caminhos, estradas,
Mas, para poesias, não existe chão, não existe tempo
Existem apenas os corações carentes e a elas atentos

Eu! Vou por aí, carregando um alforje cheio de sonhos. 
No peito, uma vontade de gritar e ouvir o eco do grito
Em que cada palavra é um pedaço verdadeiro de mim.
Aonde vou chegar? Não sei. Tempo e poesia não têm fim.

José João
09/08/2.025

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Fazer de todo dia um novo acontecer

Ah! Quantas dores se fazem vivas em pleno ocaso!
Quantos sonhos se perdem nos tão poucos amanhãs!
Os ontens, que se pensou viver, agora são sombras
A mostrar que tudo não passava de momentos rasos

Igual promessas que fazem com os dedos cruzados
Mas a olhar nos olhos, com olhar demente, fingido,
A enganar inocente alma que se deixava a mercê
Do que pensava ser verdade aquilo que era ouvido.

Como é cruel acordar com os tantos sonhos sonhados
A se fazerem, agora, pesadelos carregados de pranto!
Transformados em palavras vãs, vazias, sem sentido,
A se fazerem fantasmas por tantas mentiras paridos

Assim vai, aquele que ao saber dos ontens perdeu a fé,
Que agora reza ladainhas perdidas, orações inventadas
Como se novas súplicas lhe fizesse esquecer os ontens
Então não haveria essa dor como dardo na alma cravada

Mas, pelos tantos amanhãs que restam, eu me proponho,
A cada dia, um novo recomeço, um novo acontecer,
Inventar histórias de amor, nelas eternizar cada momento
E ir em frente, que só mesmo viver, me sirva de alento.

José João
08/08/2.025

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

As vezes... o canto é uma oração

Dois rouxinóis conversavam gorjeando alegre
Quando de repente lhes apareceu um enorme gavião
Foi tão grande o susto que os dois pararam de cantar
E o gavião, olhos caídos, disse: não vou lhes incomodar

Estou aqui de passagem estou indo para outro lugar,
Parou de falar e os rouxinóis perceberam um lágrima
Ora Sr. gavião... o Sr. é tão forte o que lhe faz chorar?
Não é choro, disse o gavião, é só uma tristeza no olhar
Mas que tanta tristeza é essa? Vamos lhe ajudar, ouça!
E cantaram o mais lindo gorjear que sabiam cantar
O gavião ouviu... olhou os rouxinóis e disse: obrigado
Nunca esperei que tão frágeis pudessem um dia me ajudar
Melhorei, parece que seus gorjeios de serviram de oração
É que um caçador, por prazer, matou minha companheira
E voei a esmo sem nem saber por onde, apenas queria voar
Voei além das nuvens, para ninguém me ver, triste, chorar
Mas é tão grande a tristeza, que onde se for lá está a dor
Obrigado por estarem aqui, por cantarem para me alegrar
Poderiam vocês me ensinarem a cantar para me distrair?
Claro, disseram os rouxinóis, te ensinamos, é fácil cantar
Vamos começar com sol, como és grande, com o sol maior
Aí o gavião estufou o peito, abriu o enorme bico e... nada
Depois saiu um grito que aos rouxinóis só fez mesmo assustar
Aí o gavião, ao rouxinóis, disse: é melhor mesmo lhes escutar.

José João
04/08/2.025

domingo, 3 de agosto de 2025

A pena do guará

 Um dia, na praia, perdi uma das minhas penas, 
Uma pena que acham linda. Vermelha, cor de paixão
Que provoca as mais fortes emoções e sentimentos
E faz, do pulsar do coração, uma doce e terna canção

Dizem que alguém a achou e guardou como relíquia
Dizem até que escreveu, com ela, poemas de amor
Talvez, quem sabe, nela ele tenha visto a história
De quem voa sobre os mares vivendo esse esplendor

Que beleza! Minha pena nas mãos de um sonhador!
Tomara ele veja nela o refletir de cada pôr-do-sol,
A beleza de cada começo do alvor de todos os dias
E que as seis horas ele escreva uma doce Ave Maria.

Eu... vou bordejando livre por sobre mares e rios 
Me fazendo parte de um quadro que Deus pintou
Mas, por justiça, ao poeta que com minha pena está
Lhe proponho: me ensina poesia que te ensino a voar.

José João
02/08/2.025

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Posso mentir sem pecar... sou poeta.

Pasmem! Mas já caminhei entre estrelas, desde o sol,
Fui até onde ficam as estrelas cadentes, é muito bonito,
São tantas e tantos os pedidos, uns até já caducos
Mas sempre dizendo que um dia serão atendidos

Mas tenho uma casa, fica no pôr-do-sol mais bonito,
Um jardim com flores que aqui na terra não tem.
Á única, um pé de flamboyant que levei daqui
Até um querubim pediu uma muda, coisas do além.

Tenho uma rede tecida com nuvens de todas as cores
Não quis ponto de tricô, muito simples são apenas dois
Fiz de crochê que só pontos básicos são cinco, imagine!
O artesão foi o tecelão-de-taveta, Foi uma obra perfeita.

Para conversar, levei alguns dos mais belos peixes
O mandarim, o palhaço, o leão, todos vivem soltos
 Aqui, tenho a fivela do cinturão de Orion, toda em ouro
E um laço de Carina, ficou bela com cabelos revoltos.

Tenho uma bela coleção. Tenho até um anel de Saturno
Por isso se vê seis e não são pedras de gelo são diamantes
Minha coleção é completa, tenho até pérolas de Alnilan
Se quiserem  posso lhes mostrar, mas só pode ser amanhã.

Como podem ver eu... DO QUE VOCÊ ME CHAMOU?
VOCÊ ESTÁ DIZENDO QUE É TUDO MENTIRA?
NÃO MINTO, MINHA VIDA SEMPRE FOI CORRETA
EU FAÇO DAS MENTIRAS OBRAS DE ARTE.. SOU POETA

José João
31/07/2.025

A culpa é da poesia!

 Ao som de um silêncio onde ouço apenas a voz da alma,
Como fosse um chorar baixinho chorando um lamento
De uma dor que nem sei de quando. Sou tantos comigo
Que quando me chega o pranto nem sei a quem é o castigo

Quantos caminhos, que hoje nem sei, devo ter percorrido!!
Sonhos que não sonhei, misturados com sonhos esquecidos,
Momentos perdidos no tempo, agora como vagas lembranças,
Daí o lamento da alma, o não saber se por mim foram vividos

Como posso ter me perdido em tão pequeno espaço de mim?!
Em tão pequeno espaço de tempo?! Ainda sinto o ontem,
Dele, nem tive tempo ainda de sentir saudade, tão perto está.
Como é difícil para minha alma! Ter tanto do que lembrar!

Nem sei se todos os prantos que chorei foram prantos tristes,
Não sei se hoje... hoje... sou o mesmo eu dos outros dias
Sei apenas que brinco de fazer versos... gosto dessa fantasia
Brincar com as palavras, de mentir e dizer: a culpa  é dá poesia

José João
31/07/2.025

terça-feira, 29 de julho de 2025

Quando não existe culpa

 As vezes nem é dor...  a dor que a gente sente,
Mas fica a marca como tatuagem feita aa alma
Quantas vezes apenas palavras machucam tanto
E a dor é tanta que se chora sem derramar pranto

Um dizer tão difícil de ouvir, mas quando dito
Apagam sentimentos, desfazem o que se sonha
Se fazem dor que não se apaga com desculpas
Que não tiram das palavras o peso de toda culpa

Triste é o pensar de que o tempo a tudo apaga
Que o ontem se desfaz assim como faz o vento
Ledo engano! Fica a cicatriz como um lamento

Quanta dor doída quando a culpa não é da gente!
Aí se ouve em silêncio o veneno das palavras
Quanta angustia se faz! Só mesmo a alma sente

José João
29/07/2.025

Minhas lágrimas e o mar

 ... me ponho em frente ao mar a buscar sonhos,
E nessa busca me vem da alma inocente pranto
A salgar-me os lábios, como dor que a alma chora
E o mar, também salgado, leva meu pranto embora

E vão os dois, minhas lágrimas e um brando mar
Talvez até conversem o porque do meu chorar
E quem diria! O mar levando minhas lágrimas!!
É como se levasse minha história pra contar

Muito além, em qualquer porto, e quem sabe?
O meu pranto, cansado, não queira mais seguir
Mas foi ele que salgou o mar, agora vai ter que ir

É muito comum,, quando sento ao por do sol
Vem o mar, molha meus pés e se põe a lamentar
Me clamando pranto para suas águas ele salgar.

José João
29/07/2.025
 

Eu?! Sou o mundo que habita em mim

 A mim, já disseram que não sou nada, ouvi calado,
 Ninguém sabe os sonhos que em mim fecundo
Só eu sei de mim e de tudo que ainda posso ser
Ainda posso sonhar todos os sonhos do mundo

Eu! Eu sou os tantos que habitam uma só alma
Uma criança esperando colo, posso ser um louco
Que pode pintar o tempo... um pedaço de vento
Posso ser medida certa, nem ser muito nem ser pouco

Se não sou nada!! Ainda penso o que posso ser
Muitos me olham nos olhos sem nem me conhecer
Olham atentos mas não sabem, em mim, o que ver

As vezes, de mim, pensam até mesmo o que não sou
Mas sou uma multidão caminhando entre as multidões
Sou um mundo incompleto cheio de sonhos e ilusões.

José João
29/07/2.025

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Esquecimento!! O bom amigo.

 Eu! O que trago? Trago dentro de mim... saudade.
Quem dera me fosse permitido trazer o esquecimento
A mim, me chamam por um nome feito com letras
Poderia ser meu nome escrito com um sentimento

Esperança, por exemplo, esperando um amanhã!
Gratidão, um bom sentimento pelo que já recebi
Mas me vem alguma coisa, coisa tão fácil de sentir
Essa tal de Solidão, pois bem sei... com ela já vivi

Se meu nome fosse um sonho, chamado de Desejo?
Como seria a contento da alma ser chamado de Amor!!
Mas um nome que não quero é ser chamado de dor

Não me chamo Esperança, nem me chamo Gratidão
Se eu fosse um sorriso? Mas sorriso não é sentimento
Por isso me contento ser chamado de esquecimento

José João
28/07/2.025



domingo, 27 de julho de 2025

Me disseram: amar é... muito mais que viver.

 Emoção estranha a fazer-me tremer o corpo
Como se a sensação de amar fosse maior que viver.
Toma-me uma tão grande letargia que a mim faz
Que o coração bata igual como se fosse gritando,
Dentro de mim, um amor que nunca senti.
Toma-me tanta emoção que fico a ver-me
Como se fosse eu que amasse tanto, mas a quem?
Se me perco na esperança de sentir aquilo que
Não sei sentir? Não me sinto como se fosse 
O amor eternamente, apenas sinto-me estranho,
Apenas sinto a sensação que amar é muito
Mais que viver e me tomo todo a esse pensar
Como se minha vida e o amor fossem apenas um.
Tomo a mim como se fosse eu mesmo aquele que ama
Tanto, que se perde na imensidão de oceanos
Onde a sensação de amar é como fosse num mar
A ficar vendo tudo que a vida te faz,  te fez...
E te quer. Ama-me a mim. como amo a ti
Sem saber nem quem és. Estranho mas, a mim...
Amar é.. muito mais que viver.

José João
27/07/2.025

sábado, 26 de julho de 2025

Saudade... é um momento que não quis ir embora

Já é tarde, já é mais que madrugada. o alvor do dia
Já começa a esconder as estrelas... vão se apagando...
Vão sumindo, talvez até levando sonhos não sonhados
Já é tarde, mas saudades e tristezas ainda estão acordados.

Caem as lágrimas dentro do silêncio de quem chora
O dia em estardalhaço não permite que se ouça o pranto
Quando era noite o pranto era ouvido como lamento
Agora, o dia engole o silêncio que se perde indo ao vento

Se perdeu num pensamento  distante, quase caduco
Que o velho esquecimento se esqueceu de esquecer
Aí chega a saudade, acordando para outra vez se viver

O que já estava a tanto guardado e já quase perdido
Se fazendo na alma uma sombra quase desaparecida
Que volta, não se sabe porque, se arrependeu de ter ido

José João
26/07/2.025

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Para alguns... é mesmo dor.

Se bem se sabe que o poeta um dia disse:
"O amor é fogo que arde sem se ver" ...
E mais "É um contentamento descontente"
Que poeta! Como mostra o amor pra gente!!

A mim me basta olhar-me e saber-me inerte
Na definição do que seja esse tal de amor
Ao poeta, talvez lhe fosse de fácil sentir
Mas a mim, coitado, sentir dor é mesmo dor

É um ardor nos olhos, um chorar sem lágrimas
Um olhar turvo, como se esperasse o pranto,
Um mundo cinza que perdeu todo o encanto

"O amor é fogo que arde sem se ver"
Que queima a alma sem nem se perceber
Mas em mim, é dor que... desatina a doer.

José João
25/07/2.025

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Ah! Não fosse essa saudade!!!

 Ah! Não fosse a saudade...  como seria a vida?
Com ela posso sorrir, chorar,  até mesmo sonhar.
Deixo que ela vá além de mim, vá na minha alma
E de lá, traga tudo que me possa fazer lembrar

Caricias que recebi e o tempo... tentou apagar
Lágrimas alegres que chorei ao ouvir: eu te amo,
Verdades que pareciam sonhos, belos e coloridos
Nomes que não esqueci, até hoje lembro e chamo

Essa saudade! Faz viver os mesmos momentos!
Como se o tempo registrasse tudo aquilo que vivi
Só que agora, com uma outra maneira de sentir

Deixo que as tantas emoções me tomem todo
Que me venham as lágrimas alegres ou tristes, 
Que seja da vida, essa terna saudade, meu soldo.

José João
18/07/2.025



domingo, 6 de julho de 2025

Outra vez!!? ... NÃO

 Não sei se ainda tenho lágrimas para chorar
Foram tantas marcas, dores e tantas saudades
Não sei como outra dor a alma pode suportar
Dores cruas de doloridas e perversas verdades

Sentir o tremer da alma como fosse um frio
Desses que nem o céu serve mais de cobertor
Um sentir insano, cala o que não se sabe dizer
E chorar, talvez seja, o que resta à alma fazer

Ouvir, no silêncio do vazio, uma voz sem razão
Dizendo o que não se precisa nem se quer ouvir
Porque nada é maior que, naquele instante, sentir

Gritar, em desesperado clamor, qualquer oração
Que talvez nem reza seja, seja apenas um grito
Saindo como ladainha de um coração aflito.

José João
06/07/2.025

sábado, 7 de junho de 2025

A juventude... também passa.

 Alguns pensam assim, coitados!
Pensam que nunca vão envelhecer
Pensamento de jovens atordoados
Que nem chegam a velhice viver

Mas é assim mesmo, vocês têm razão
Mas cuidado jovens, a vida dá e tira
Graças a Deus tenho mãos amigas
Já pensou se a vida a costa te vira?

Olha os tantos rastros que deixas 
Não te iludas, a sorte é mesquinha
Hoje ostentas esse tanto orgulho
Amanhã podes estar na  esquina

Te cuida, só se colhe o que se planta
Isso é a vida que dá e ainda ensina
Amanhã, quem sabe te falhe a garganta
Ou as pernas falhem, quem te levanta?

Hoje, depois de tantos anos passados,
Ainda estou aqui, lucro que a vida dá
Ainda revirando meus tantos guardados
E você, jovem, sabe até onde vai chegar?

José João
05/06/2.025


sábado, 31 de maio de 2025

Como o ontem, o hoje e o amanhã são ...

 Como posso, amanhã, sentir qualquer  saudade
Se ontem não me entreguei ao que seria amar?
Não me permiti uma entrega plena, sem razão, 
Apenas entregando de mim o mais doce sonhar

Se doar, se preciso, chorar sem nenhuma culpa
Deixar a alma sentir-se nua, mesmo inocente
Sentindo o calor do mais intenso sentimento
Gritado pelos olhos com um olhar incoerente

Como posso, amanhã, sentir qualquer saudade
Se ontem não aprendi o que é chorar um adeus?
Confundi as fantasias com o que seria verdade

Tomara que o amanhã não me seja tão vazio,
Tão sem sentido que não possa nem chorar
Mas ainda tem o hoje pra tudo isso me ensinar

José João
31/05/2.025

Aos loucos solitários que não sentem solidão

 Minha loucura me permite andar entre as estrelas
Minha solidão me permite admira-las, uma a uma
Só a loucura e a solidão não modificam o tempo,
Não existem ontens, nem amanhãs e nem tormentos

A loucura me permite pintar o mundo a meu contento,
Escrever poesias nas asas do vento com apenas a voz
A solidão, paciente, calada, na lentidão do movimento
Não se apressa, não deixa que o tempo lhe seja algoz

Na minha loucura, invento cantos que nem existem
Invento ladainhas que nunca foram vistas ou rezadas
Mas, por minha solidão, silenciosamente são cantadas

Não me preocupo se as roupas são novas ou cerzidas
Nem me preocupa viver como rei ou mesmo mendigo
O que não sabem é sobre a paz que sempre está comigo 

José João
31/05/2.025


sexta-feira, 30 de maio de 2025

Meus guardados

Sou um escrevedor de versos muito cuidadoso,
Tudo que preciso para a poesia, guardo muito bem
Tudo separado em envelopes invisíveis, com cuidado
Tristezas, em envelope cor de lágrimas e... lacrado.

Lágrimas, em um belo envelope sem cor, transparente,
Saudades, em envelopes coloridos. pintados de adeus
A solidão e o silêncio, são guardados em sacos vazios
Como os envelopes também invisíveis mas diferentes

Versos incompletos, rimas soltas, essas guardo juntas
Com as palavras que não cabem no fim dos versos
Não são tantas assim, não são poucas e nem muitas

Tudo isso é bem guardado num velho baú desbotado
Fica num canto do tempo, bem perto do pôr-do-sol
Num horizonte colorido que pelo amor foi moldado.

José João
30/05/2.025

Acredite... Deus toca na gente

 Há quem não acredite que Deus toca na gente
E, as vezes, creiam, não é assim tão suavemente
Só Ele sabe a necessidade de cada um despertar
Porque despertar é muito mais que apenas acordar

As vezes parece um sonho, Deus tocando em mim!
E as perguntas; será que mereço? Porque Ele fez?
E quem sabe das coisas divinas? Ele é sempre assim.
Afinal apenas Ele pode ser o começo, o meio e o fim.

Pedi e vos será dado. Ah! A simplicidade de Deus!!
Sempre atento ao que se precisa, ao que se possa pedir
Toca teu coração, teu peito, sempre pronto para servir

Deus não tem forma, nem cor, se tivesse não seria Deus
Deus está além do tempo, não fosse assim não seria Deus
Deus é começo, o meio, e o fim. Não fosse não seria Deus

José João
30/05/2.025


quinta-feira, 22 de maio de 2025

Eu e o amigo espelho

 

- Caro amigo. como desenhas fielmente meu rosto!
Até os detalhes que o tempo vai fazendo e deixando!
As marcas feitas no rosto como se contassem histórias
Meu amigo fiel, cada detalhe de mim, vai mostrando

- Ainda bem que você me sabe com um seu fiel amigo.
Afinal, amigo é aquele que lhe diz o que não quer ouvir
Que mostra os detalhes de quem você é, sem esconder
Que está com você te olhando no rosto, sempre contigo

Sou aquele que, calado, quantas vezes te viu chorando, 
Te olhou bem nos olhos, te fez sentir tua própria alma.
Sou aquele a quem perguntastes tanta vezes... Porquê?
Quando choravas um adeus e perguntavas: O que fazer?

- Sabes realmente muito de mim. Pra te não há segredos
Mas diz-me fiel retrato do meu rosto, com me vês agora?
- Como és, embora digam que sou apenas um reflexo 
Mas de dentro de te quando te vês em mim, achas só isso?

José João
22/05/2.025

Ilusão! Quando acorda faz chorar

 Ei. Você! Você aí, amigo, que está chorando, me ajuda.
Pode me emprestar algumas lágrimas? Estou precisando.
Quero fazer uma poesia, mas meus olhos não choram
E você... com tantas lágrimas! Porque está chorando?

Se você me emprestar algumas lágrimas, uma saudade...
Um pedaço de tristeza, faço uma poesia com seu nome
Afinal, o pranto é seu, coisa, infelizmente, que não tenho
Já tive, mas chorei tanto. Como é triste essa minha verdade!

Sei plagiar lágrimas. Há quem ache impossível, se admire.
Plagiar lágrimas! Sim, sou um grande fingidor, sou poeta,
Você me empresta as lágrimas, finjo ser minha sua história
Se quiser posso dizer que são minhas as lágrimas que chora

Como é seu nome? Ilusão! Pensei que você não chorasse.
Afinal, você sabe inventar momentos. sonhos coloridos,
-Sempre fui assim, um inventor, inventava coisas diferentes
Mas chega um dia que a verdade chega e acorda a gente.

José João
22/05/2.025

O escrevedor de versos

Quem me dera fosse eu um poeta... um poeta
Desses que escrevem as poesias com prantos
Nas pétalas de flores como fossem pergaminho,
Fazer que o perfume seja, da poesia, o caminho

Quem me dera fosse eu um poeta... poeta assim
De escrever  versos num idioma único e divino
E que só a alma amante entendesse o que diz,
Que fizesse do amor poesia perfeita, doce hino

Mas coitado! Sou apenas escrevedor de versos,
Desses que se perdem em versos de rimas rotas
Rasgadas, atiradas como fossem palavras soltas

Alinhavando o pranto  em pedaços de solidão,
Costurando tristezas em bordados de saudades
Remendando fragmentos de sonhos com ilusão

José João
22/05/2.025

Meu medo... um poema sem poesia.

 As vezes me pego sozinho perguntando por mim
Aí chegam as palavras voando soltas como loucas
Até gritam alto: queremos ser versos, ser poemas
Mas lhes respondo, vocês ainda são muito poucas

São tantos os gritos que passo a junta-las em versos
Vou buscando rimas com as palavras mais indiscretas
Finalmente, um poema se forma, mesmo sem métrica
O silêncio dos versos fala com as palavras mais incertas

Mas onde está a poesia? A que traduz os sentimentos?
A que faz a alma ajoelhar-se, faz o olhar ir buscando,
Em qualquer horizonte, qualquer saudade, um momento?

Ah! Esses poemas sem poesia! São tão sem sentido!
Coitados! Tão poucos, apenas se fazem versos perdidos
O poema fica sem alma, calado, frio, cheio de vazios

José João
                                                                          22/05/2.025

A ternura de sentir saudade.

Chamam-me de louco por dar boas gargalhadas,
Por rir de sair lágrimas dos olhos, mesmo sozinho
Aí riem de mim, me dizem maluco e... apenas rio
E vou, como é bom com risos colorir o caminho!

Chamam-me  louco ao chorar como faz uma criança
Choro e nos meus olhos o pranto se faz reza, oração 
Aí riem de mim, me dizem louco por chorar sozinho
Como se o pranto precisasse de aplauso, de carinho.

Rir sozinho por uma alegria só minha, é loucura?
É loucura chorar sozinho por uma tristeza só minha?
A mim, minha alma diz: não sabem o que é ternura.

Como não rir ao sentir uma terna saudade ainda viva!?
Como não chorar uma saudade de um doloroso adeus?!
Que sorte! Ter amado tanto e deixado a alma tão cativa!

José João
21/05/2.025

terça-feira, 20 de maio de 2025

Existem palavras que são mais belas na poesia

 Havia guardado  algumas palavras de poesia
(há palavras que são mais belas nas poesias).
Dentro de mim, guardei lágrimas e sonhos
Guardei (o poeta pode) guardar risos tristonhos

Saudades, por si só, se fazem poesias prontas
Contam em silêncio uma história que é nossa
Do pranto faz rosário, cada lágrima uma conta
As vezes, para enganar, se finge contar em prosa

Da tristeza, essa que sai aos gritos pelo olhar
Que vai fazendo eco nos pedaços de solidão
Que faz das lágrimas copioso perdido de perdão

Como se amar fosse um pecado, algo sem razão
Que as palavras, coitadas, são poucas para explicar
As palavras de poesia explicam e até fazem chorar

José João
20/05/2.025

segunda-feira, 19 de maio de 2025

O lírio e a tulipa

 Ah! Esse amor!! Dá razão às loucuras mais loucas!
Não se preocupa com o tempo nem com distâncias
Apenas se faz sentir, entra nos corações e ali fica
O silêncio eloquente do amar deixa as palavras rotas

História impossiveis acontecem, até as flores sentem
O lírio e a tulipa, no mesmo jardim se apaixonaram
O lírio confessava seu amor com o grito do perfume
A tulipa se deitava em risos, os dois assim ficavam

Beijavam-se quando seus perfumes se encontravam
Se acenavam quando a brisa lhes banlançava as pétalas
O lírio e tulipa, amor perene, sem se tocar se amavam

Se fizeram, do jardim, os mais perfeitos dos amantes
Dizem até que se eternizaram pelo tão doce perfume 
E que agora  parece um canto de amor e de queixume

José João
11/05/2.025

quinta-feira, 1 de maio de 2025

... e se forem mentirosas as minhas mentiras?

 Quantos sonhos sonhei!!! Sonhos coloridos!!
Sonhos em preto e branco, perdidos no tempo.
Sonhei acordado quando a insônia me tomava
Sonhei, em sono profundo, e até já não lembro

Foram tantos os sonhos, alguns, não esqueci.
Rosário de estrelas douradas dourando o céu,
Barcos voadores em estranhas rotas, isso vivi
Duas luas azuis e sol transparente, isso eu vi

Naveguei por rios que levavam  flores a chorar
Chorando, pediam: rio, não me leva para o mar
Caudaloso, extenso e sem paradas nem ouvia
Continuava indo, indiferente, sem nem escutar

Sonhei em palácios de elegantes e belas damas
Leques de seda, fios dourados em ouro trançados
Lenços finos, bordados e em lavanda perfumados
Não sei porque sonhei mas ainda são lembrados

Meus sonhos, quem sabe, sejam minhas loucuras?
Loucuras que só pode se dizer apenas em prosas.
Quem sabe se são mentiras as mentiras que conto
Ou são verdadeiras minhas mentiras mentirosas?

José João
01/05/2.025