Chuva e vento declamam, lá fora, poesias incompreensíveis
Como se a noite com gritos e gemidos contasse uma história,
De repente trovões e relâmpagos como gritos da alma da noite
Se fazem ver e ouvir raivosos como se ao mundo fossem açoite
Mas dentro de um vazio intransponível a solidão se acomoda,
Não se importa com chuva, vento, relâmpagos e nem trovões
Escondida na noite, espera impassível, imóvel, sem pressa
Apenas entrar na alma a qualquer hora é o que lhe interessa
Quase manhã, cessam chuva, vento, trovões e relâmpagos
E ela, a solidão, de olhos fitos no nada, atentos e bem abertos
Vê com calma irritante, flores, pássaros, todos bem despertos
Aí pensariam... ela foi embora, a solidão se foi com a noite
Ledo engano! Ela não tem hora para tomar, invadir um coração
Ela é mais plena, dói mais, quando está no meio da multidão
José João
27/08/2.022
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