Ah! Quantas dores se fazem vivas em pleno ocaso!
Quantos sonhos se perdem nos tão poucos amanhãs!
Os ontens, que se pensou viver, agora são sombras
A mostrar que tudo não passava de momentos rasos
Igual promessas que fazem com os dedos cruzados
Mas a olhar nos olhos, com olhar demente, fingido,
A enganar inocente alma que se deixava a mercê
Do que pensava ser verdade aquilo que era ouvido.
Como é cruel acordar com os tantos sonhos sonhados
A se fazerem, agora, pesadelos carregados de pranto!
Transformados em palavras vãs, vazias, sem sentido,
A se fazerem fantasmas por tantas mentiras paridos
Assim vai, aquele que ao saber dos ontens perdeu a fé,
Que agora reza ladainhas perdidas, orações inventadas
Como se novas súplicas lhe fizesse esquecer os ontens
Então não haveria essa dor como dardo na alma cravada
Mas, pelos tantos amanhãs que restam, eu me proponho,
A cada dia, um novo recomeço, um novo acontecer,
Inventar histórias de amor, nelas eternizar cada momento
E ir em frente, que só mesmo viver, me sirva de alento.
José João
08/08/2.025
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