Ombros curvos, voz reticente, passos trôpegos
Vagando no tempo levando as tantas recordações
De momentos que guardo como fossem orações
As vezes rio com sorrisos cansados e até caducos,
Sorrisos que havia esquecido de sorrir... coitados,
Ficaram velhos, cabelos brancos como os meus,
Até lágrimas antigas de momentos nunca chorados
Se perderam dentro do tempo, ficaram esquecidas,
Hoje, velhas, já não sabem o caminho dos olhos
Se escondem num cantinho da alma e lá ficam
Tristes e por um motivo para chorar... mendigam.
O canto dos pássaros perdeu a nitidez, a beleza,
As flores me parecem sem perfume, talvez a idade
Até a primavera não é a mesma, parece mais triste
Talvez porque o belo eu via com olhos da saudade
Mas não reclamo, a vida é feita pelos tantos momentos,
E tem-se que louvar o que nos faz o passar do tempo
Aprende-se a escutar o silêncio, a ouvir pelo coração
E aquilo que dói se aprende a mandar embora, até a ilusão.
José João
22/06/2.023
Excelente e intenso poema!! :)
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Fim de semana chegou. Feliz São João...
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Beijos, e um excelente fim de semana.