segunda-feira, 12 de junho de 2023

Eu e a folha branca de papel

Uma folha de papel, branca, de um branco divino
Se deita em minha frente, entre dadivosa e carente,
Como, se ansiosa, esperasse que lhe beijasse a  face
Com doçura, como fazem os amantes... ternamente

Mas como, macular tão precioso e inocente rosto
Sem causar nenhum dano, deixa-la mais pura ainda?
Ah! Se eu fosse um poeta! Desses que brincam de pecar!!
Desses que parecem anjos, acomodam o céu dentro do mar.

Ah! Eu fosse um poeta assim!! Na inocente folha branca
Escreveria um poema com o doce perfume de um lírio,
Com a beleza inocente da mais pura de todas as saudades,
Um poema etéreo, sem tempo, sem corpo e sem idade

Mas sou apenas um escrevedor de versos parido ao tempo
Desses, que os versos saem tortos, sem a métrica completa
Não teria a ousadia de macular tão inocente dádiva divina
Portanto, que essa folha seja beijada por verdadeiros poetas.

José João
12/06/2.023

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