Hoje não tem poesia, não tive tempo pra elas.
Tive que catalogar as saudades... são tantas!!
Conferir as lágrimas que ainda não chorei,
As que já chorei, não sei, nem lembro quantas.
Tive que pensar uma outra roupa para solidão,
Alguma coisa que não a faça tão fria, tão sombria,
Nem sempre ela é assim, às vezes ela é amiga
Nos ouve calada, até mesmo com uma sutil alegria
Ainda tem as tristezas, e elas não são poucas,
Estão atiradas no tempo, tenho que junta-las,
Pelos momentos, dar um nome a cada uma delas
Cada tristeza, cada momento. Como lembra-las?
E os sorrisos! Alegres e tristes, juntos num canto
É uma algazarra! São gritos e gemidos misturados
Os sorrisos alegres gritam em desmedida euforia
Os sorrisos tristes, coitados, se fazem de gemidos
Ainda tenho que encontrar um pranto que esqueci,
Se recusou chorar uma tristeza que achou pequena
Disse que merecia uma tristeza, das que doem na alma
Tive, com um outro pranto, fingir que era uma dor amena
Hoje, não tenho tempo para poesia, nem saberia começar!
Ainda tenho que cerzir alguns pensamentos que estão rotos,
Estão perdidos entre os ontens, o hoje e alguns amanhãs,
Tenho que buscar esses pedaços de vida, não posso deixa-los soltos...
José João
25/06/2.023
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