quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O meu rio de criança

Rios, que levam lágrimas, passageiros, sonhos.
Levam e trazem adeus, cantam no borborinho
De suas leves ondas, eriçadas pelo vento,
Canções que ninguém conhece. Rios. Quantos rios!
Cada um com uma história, com sua beleza,
Mas no mundo, em todo o mundo, não há um rio
Tão belo, tão sereno, tão rio como aquele
Que passava sorrindo pra mim todos os dias.
Vinha cantando de longe, nem sei de onde,
E ia alegre sussurrando canções desconhecidas,
Na frente de minha casa parecia me chamar,
Eu entendia e ia correndo brincar com ele...
Me abraçava carinhosamente, até sorria pra mim,
Sabe aquele senhor bonachão que te põe no colo?
Assim era o meu rio. Amigo, meu melhor amigo,
Carregava minhas lágrimas quando eu chorava,
Lavava meu rosto, para que nele, não ficasse marcas
De tristeza. Se eu ficava muito triste, ele se preocupava
E lá vinha ele como uma porção de peixinhos
Brincando de esconde-esconde entre os mururus.
Na primavera enchia suas margens de flores,
Que nasciam alegres brincando com o vento
Uma dança que só elas sabiam. E os passarinhos!
Irrequietos acompanhavam o vento com trinados
Que só cada um deles conhecia. Ah! Meu rio?
Nem me cobria, mas era vaidoso, se envaidecia
De nunca ter me deixado banhar com a água de ontem
Sinto saudade. Era o rio mais bonito do mundo.

José João
19/12/2.013

Um comentário:

  1. JOSÉ JOÃO !!! QUANTA DOÇURA NESTE TEU POEMA !!! A LEVEZA DAS ÁGUAS DESTE RIO E SUAS FLORES QUE DANÇAM !!! CARA VOCÊ É O CARA !!! FALA SÉRIO UM DIA AINDA VOU MUSICAR UMA POESIA TUA ENQUANTO ESCREVES !!! OLHA VAI DAR NO MAR RSRS UM ABRAÇO GRANDE DO AMIGO Pedro Pugliese

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