...Nem o cinzel do escultor, nem o pincel do pintor,
Nem os versos do poeta, podem retratar minha dor,
Ou desenhar minhas lágrimas caindo avulso dos olhos,
Agora sem cor e sem brilho pela tanta saudade que chora.
Nem as orações rezadas, nem as ladainhas cantadas,
Nem as preces choradas, podem fazer essa angustia
Em meu peito instalada, ir embora, sumir com os nadas
Que se fizeram morada dentro de um coração tão sozinho.
Mas por obra ou graça divina, talvez por estar tão sozinha
Vem a solidão e me chama para o horizonte olhar
Parece até foi milagre, como se o céu ardendo em chamas,
O por-do-sol moribundo me convida pra chorar.
Promete se fazer estrada por onde voa o pensamento
E levar meus desejos, dentro da alma calados,
Como se fossem sonhos perdidos, lá num cantinho
Escondidos, esquecidos por tantos guardados.
Só mesmo o céu para saber dessa dor, desse amor,
Que mesmo depois de um adeus, sem cerimônia,
Como se fosse meu dono, dentro de mim se guardou.
José João
28/12/2.013
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