terça-feira, 20 de novembro de 2012

O mendigo


Ontem caminhei em estradas coloridas de sonhos
Com o perfume da primavera, solto, livre no tempo
Pisei em jardins onde as flores, pinturas perfumadas,
Contavam histórias alegres todas trazidas pelo vento.

Hoje, quem sou? Um andarilho, um esmoleu triste
A caminhar sem horizontes, mendigando migalhas,
Pedaços de sonhos, um olhar, mesmo sem brilho,
Até pode ser um aceno, de um adeus que não existe

Quem podou minhas flores? Mudou o meu destino?
Quem me fez crescer tão de repente e se fez assim,
Cruel, matando dentro de mim a doçura do menino?

Agora sigo só, como fantasma, em noite sem estrelas
Se um dia as vi, e com elas brinquei, hoje se apagaram
Nem me deixam ver se as marcas de seus pés ficaram


José João
20/11/2.012








2 comentários:

  1. Meu amigo querido Muito belo este texto ...acabei de ler e muito emocionado voltei a ficar ...Um grande e afetuoso abraço Pedro Pugliese

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