quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Quando a poesia escreve a si mesma.

 Algumas vezes, na poesia, quem se importa com rima?
As palavras vêm loucas, como se as dores fossem delas
E para se fazerem vivas se escrevem até faltando letras
Nem se importam de são completas, rimadas ou belas

A poesias se escreves mas não se fazem em linha reta
As vezes contam os ontens, fazem curvas para o hoje
Correm em zigue zague entre os dias, vão no amanhã
Voltam trazendo sonhos para se sonhar, sem hora certa

Sobem no tempo sem escadas, buscam estrelas cadentes
Com elas vão bem pertinho do céu, inventam pedidos
Que se perdem na decepção daqueles que são carentes

As vezes se escrevem em qualquer papel, são humildes
Outras, se escrevem na alma, no coração de quem as lê
As vezes provocam lágrimas sem mesmo saber porquê.

José João
31/10/2.024

O que não podem esses poetas!?

 
Chorar, já chorei muito, chorei tanto que os prantos
Se faziam rios, inundando jardins, afogando flores
No alvor do dia, prantos e orvalho se confundiam
E as folhas ainda sonolentas de iguais lhes faziam

O orvalho, nas pétalas, pareciam lágrimas choradas
O pranto que também nelas caiam eram dores gritadas
Mas o orvalho, por ternura divina, é um pranto doce
E as lágrimas chorando dores se fazem todas salgadas

Com certeza as flores não sabem do gosto do pranto
Do orvalho o que sabem é que lhes dão mais encanto
Sendo assim, os dois às fores. se fazem de acalanto

É o que consola a quem tem saudades para sentir
Fabrica orvalho com os olhos no seu penoso chorar
E se falta pranto, chora orvalho, tão bem sabe fingir

José João
31/10/2.024

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

As vezes a beleza está na moldura

 Sentimentos, lágrimas, saudades, até mesmo o pranto
Se fizeram sombras, como se senti-los fosse vê-los
Por traz de uma nuvem que a luz insistia em não passar
Como se nada,  mas nada mesmo, tivesse algum encanto
 
O sentimento fugia como se quisesse não ser sentido
As lágrimas escorriam pelos olhos em doloroso silêncio
A saudade... a se fazer pedaços de tempo quase perdidos
E tanto era o pranto que parecia parido das lágrimas no cio

Só a tristeza, em estardalhaços, se fazia ouvir...gritava...
Como se o tempo lhe fosse pouco ou ela se fizesse tanto
Como se seus gritos, tresloucados, se tornassem canto

E assim, sentimentos, lágrimas, saudades e até os prantos
Se fizeram rotina, como se para o vazio se fizessem cura
São os quadros da vida em que a beleza está na moldura 

José João
30/10/2.024

sábado, 26 de outubro de 2024

Porque tantas interrogações?


O ra! Porque me atormentar? Já passou.
Não vai voltar, vai ficar sempre ali
T razer problemas de lá, pra que?
E , verdade, alguns insistem em vir
M as... é melhor não lembra-los
(já foi vivido)

H aja vida para se viver, coisas para fazer
O s sonhos!! Melhor fazê-los verdadeiros
J á estão desde muito só no sonhar
E agora é hora fazer valer, vive-los
(que bom estar aqui)

A h! Aonde vou? Que fazer?? Como?
M as, talvez, não sei. Alguém sabe?
A ssim se vai indo. Certezas??? Quais??
N a verdade, não seria melhor fazer hoje?
H averá alguma certeza no: depois eu faço?
A ssim são os amanhãs, só interrogações
(?????????????)

José João
26/10/2.024


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

A saudade sempre sabe nos encontrar

 Gosto quando a saudade fica batendo desesperada
Na porta do tempo, Parece louca... desvairada
Gritando nomes, misturando risos com prantos
Misturando histórias que nem têm tantos encantos

Ela não diz a hora de chegar, apenas chega e pronto
Se instala confortável dentro da gente, traz lágrimas,
Risos, depende muito da história que quer contar
Mas quase sempre vem pronta para fazer chorar

Como a saudade tem tantas desculpas para chegar!!
Um olhar, daqueles que ainda hoje se vê ternura,
Uma caricia, um sussurro, um jeitinho de olhar,

Um beijo, um simples e mágico toque de mãos
O lembrar daquele grito dos olhos dizendo te amo
São muitas as maneiras da saudade nos encontrar

José João
25/10/2.024

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Não se consegue enganar a alma

 Esses versos que contam saudades e histórias tristes,
Que me vêm sem esperar a hora de me ver chorar
Apenas se escrevem como fossem suas as minhas dores
Chegam... como se a mim viessem como favores

Assim, as vezes, até me perco na procura de palavras
Quando preciso delas tristes... elas vêm cheias de risos
Alheias ao que sinto se perdem no meio dos versos
Aí busco, lá dentro de mim, sentimentos já perdidos

As vezes minto, deixo os olhos falarem o que sinto,
Deixo a voz calada no embargo de qualquer silêncio
Aí escrevo versos rasgados, de sentimentos fingidos

Sim, sei fingir saudades antigas em versos de agora
Bom fingidor, finjo que choro e o verso bate palma
Mas triste, percebo... não consigo enganar a alma

José João
24/10/2.024

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

As lágrimas ... sempre com a mesma cor!

 Nunca consegui colorir minhas lágrimas...
As vezes elas vinham com o nascer do sol
Quando a noite me acordava para não sonhar
E suas fanáticas sombras se faziam de lençol

Outras vezes vinham correndo ao pôr do sol
Que, colorido, sombreava o mar em veludo
Mas sempre eram sem cor, parecia a tristeza
Descolorida, parada no tempo em silêncio  mudo

Nunca consegui dar matiz às minhas lágrimas
Nem ao se fazerem um caudaloso rio de prantos
Eram sempre sem cor, frias sem nenhum encanto

Por mais colorida que fosse a saudade chorada
Mesmo buscando os momentos mais coloridos
Elas choravam, sem cor, os meus ais doloridos 

José João
22/10/2.024 

sábado, 19 de outubro de 2024

Ser amado... é apenas um detalhe

 Ah! O amor! Mas o que é mesmo o amor?
Apenas um sentimento? Não seria muito mais?
Não seria entregar-se sem pensar em volta?
Sentir a distância do silêncio e ainda assim amar?
Será que o amor é feito de palavras bonitas,
Dessas que não deixam rastros, se apagam
Por serem apenas palavras, mesmo bonitas? 
Não são orações rezadas e ditas de dentro alma?
A alma quando diz: te amo é uma oração...
Uma oração verdadeira cheia de sentimentos,
Como é complicado falar de amor, desse amor
Em que até as lágrimas desenham no rosto
Uma saudade e chamam, baixinho, um nome,
Um momento, uma história, uma saudade...
Amar!!! É continuar se entregando sempre
Ainda que só mesmo em pensamentos...
Amar é saber que valeu a pena e gritar bem alto
Amei e ainda amo... aí perguntam: e ser amado?
Ser amado?  hahahaha Isso é apenas um detalhe!

José João
19/10/2.024

O sabiá e a voz do pranto

Sabiá que canta triste
Vê se tu tem pena d'eu
Como tu, também sou triste
Mas não tenho esse cantar
Que engana a dor da gente
E fica mais fácil de chorar

Me ensina esse teu canto
Esse tão belo gorjear
Pois que meu canto é mudo
Ninguém a mim pode escutar
Ensina a chorar como tu choras
Pra minha alma eu enganar

Meu canto é mudo, sem harmonia
Não tem nenhuma beleza na voz
Mas sabiá que canta triste...
Não sei se é mesmo um canto,
Mas o que me sai de dentro d'alma
 É meu triste cantar na voz do pranto

José João
19/10/2.024

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

As vezes... nem é solidão

 As vezes não me deixam ouvir minha alma
O silêncio fica distante, espantam o lembrar,
Fazem que os momentos se percam de mim
Espantam até as palavras que custam chegar

Os versos se perdem na dificuldade de sonhar,
De buscar as saudades que ficaram distantes
As vezes não me deixam ouvir minha alma
E as rimas me vêm como se fossem carentes

Se a falta de silêncio emudece o pensamento
Não há como buscar as lembranças passadas
O vazio toma o tempo, deixa as horas paradas

Nem sempre é solidão o silêncio que nos toma
Por vezes... é a própria alma querendo se ouvir
Buscar algum momento que ela gostou de sentir

José João
18/10/2.024

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

... desde que os ontens não existiram mais

Havia uma musica que a brisa cantava se estava triste
Não tinha palavras, apenas o sentido e eu entendia...
Os acordes eram pedaços do tempo, cheios de mim,
Das minhas verdades, saudades, do tudo que sentia

Havia uma estrofe que parecia ser escrita pela solidão
Dizia do silêncio com que a tristeza sempre chegava
Falava da falta de sentido quando a razão se perdia
Dizia do não dizer nada quando a palavra faltava

Havia também um jardim cheio de beijos não dados
De palavras não ditas, de olhares perdidos, de sonhos
Esse jardim só existe agora nos momentos guardados

Havia flor perfumando desde o ontem, até os amanhãs
No hoje eram perfumes vivos, alegres, de flores reais
Agora se foram desde que os ontens não existiram mais

José João
16/10/2.024

Coisas do pôr do sol

 O sol, em confidência para o mar, escrevia em linhas retas,
Com uma tinta prateada, desde o horizonte até a areia,
O mar sussurrando um canto, deixa suas águas bailando
Como se fosse música o que o sol, ao mar, estava falando

O prateado da água mais parecia um caminho, uma estrada
Que juntava passos impossíveis, pensamentos perdidos,
Sonhos que nunca foram sonhados, até vontade de voar
E assim o pensamento, com infinitas asas, ia até além mar

Perdido por tanto espaço, não sabia que saudade buscar
Os olhos, coitados, se perdiam no horizonte do tempo
Sem saber se era hora de lágrimas de risos ou de pranto

Mas sabia que era hora de, entre tantas lembranças, chorar
Mas não com qualquer um chorar, o momento era divino
O pranto, para os olhos, é oração, é o mais sublime canto

José João
16/10/2.024 

O Ipê, o flamboyant e ...

 Queria escrever uma poesia diferente, com gosto de gente
Sentei na raiz de um flamboyant que conversava com o Ipê,
Fiquei ouvindo o que diziam, o flamboyant, todo vermelho,
Dizia para o Ipê amarelo... que bom conversar com você

As pessoas, dizia o flamboyant, são tão vaidosas, convencidas...
É, e não sei porque, disse o pé de Ipê balançado, não têm raiz,
Não são firmes, não se sustentam na menor ventania, coitados!
Continuou o Ipê, e o pior, cada um fala e não sabe o que diz

O pé de flamboyant balançando as folhas, com uma leve brisa,
Disse: não se enfeitam nem sabem o que é viver uma primavera
Não sabem o prazer de enfeitar o mundo com sua própria flor
Sentir a leveza dos pássaros, que deles têm verdadeiro horror

Não sei porque são tão vaidosos, disse o pé de Ipê... são maus,
Prendem pássaros por mero prazer, até se matam a si mesmos
Secam os rios, queimam a nós por apenas estarmos no caminho
Não sabem o que seja uma brisa, essa que só sabe fazer carinho

Balançar nossas folhas para que eles mesmos sintam conforto,
Continuou o pé de Ipê, matam as borboletas, dizem ser coleção
Arrancam as flores e logo as atiram no chão, sem compaixão
Depois, sem pudor, dizem ser nós que não temos coração.

Queria escrever uma poesia diferente, uma com gosto de gente
Dessas  que saem da alma, que gritam hinos, um hino sagrado
Mas calei no meu silêncio ao ouvir os amigos Ipê e Flamboyant
Saí cabisbaixo, que não me vissem, por tão envergonhado

José João
16/10/2.024

Prantos!!? São só para os que amam

 Pouco importa que zombem das minhas lágrimas,
Que riam dos prantos que contam minhas saudades
Não importa que riam das minhas perdidas súplicas
Ainda é minha história, ainda são minhas verdades

Dessas que ficam no tempo, na alma, no pensamento
Desenham poesias como se fossem lágrimas escritas
Sentidas no rosto como triste afago de mãos divinas
Como fosse, por tanta pena, uma doce carícia do vento

Não me importam os risos, o desprezo, que zombem... 
 O que fazer se minhas lágrimas são como palavras
Que meus olhos gritam alto sem medo e sem travas

O que me consola é que a dor é só e apenas minha
Parida de sentimentos vivos que em mim ficaram
Pena dos que zombam! Coitados... nunca amaram

José João
16/10/2.024

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Eu e os versos que... escrevo??!!

 Escrevo versos que as vezes nem sei o que dizem
Não me preocupam as rimas... são palavras apenas
Umas contam amores, outras prantos. se contradizem
Mas se é a alma quem escreve usa palavras amenas

Os versos trocam o sentido, se fazem donos de si
Alguns se encharcam de lágrimas chorando cantos
Um outro, fingindo ser um sorriso ri as gargalhadas
Outro, para se fazer verso completo se faz encanto

Em mim os versos brincam de se fazerem saudades
As vezes se fazem apenas de lembranças antigas
Também se fazem lágrimas, verdadeiras ou fingidas

Não sei se escrevo ou eles, os versos, se escrevem
Não sei se saem de  mim ou se em mim chegam
Talvez, não sei, sejam dores por outra alma sentida

José João
14/10/2.024



quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Grita: vou ser feliz

 Sorri! Deixa os momentos tristes irem embora,
Busca dentro de te as tantas alegrias guardadas,
Com certeza tens, apenas as escondeste dentro de te.
Tens sorrisos guardados, alegrias sentidas, lembranças,
Como aquela quando te disseram sorrindo: te amo!
Não mergulha nos momentos tristes.. existiram...
Mas agora, vê, não faz mais sentido lembra-los,
Podes buscar os momentos alegres que aconteceram.
Não faz como tantos que, inutilmente, procuram
lugares para serem felizes, como se a felicidade
Escolhesse um lugar para existir e espera-los...
Sorri pra vida, te olha e sonha novos sonhos... 
Coloridos como bem quiseres colorir, inventa
Sabor de beijos, inventa uma história alegre
Em que você é a principal e verdadeira personagem.
Pensa bem, a tristeza é tua e está dentro de tua alma,
Logo, em que lugar podes ir que ela não vá contigo?
Grita teu melhor sonho, grita tua melhor verdade,
Grita; eu quero ser feliz, grita para tua alma:
Não te quero mais triste...Ninguém melhor
Para expulsar tua tristeza,,, que você mesmo;

José João
10/10/2.024

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Quando a alma escreve a poesia

    A brisa passava suave em volteios sobre o tempo
 O dia começava a despedir-se, num lento ir-se
Como se quisesse deixar saudades para amanhã.
O por do sol cantava uma canção melancólica,
Num silêncio colorido, desde o distante horizonte
Até minha alma carente que se perdia em prantos
Como fossem pingos de luz a iluminar meu rosto.
Muito longe, dentro de um pensamento quase perdido,
Uma lembrança, que caminhava para o esquecimento,
Despertou, se fez viva e se entregou sem reservas
A aquele momento que, agora, parecia santificado.
Os olhos se perderam ansiosos na busca de um olhar
Mágico que criasse uma figura esculpida na mente
Que a saudade ali deixou ficar como doce relíquia.
Assim se passou a tarde, as estrelas, como vagalumes
Do céu, apareceram brilhantes, despertando sonhos...
Sonhos que... jurava terem sido verdade.

AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 07/10/2.024