sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Minha caixa de poesias

Minha caixa de poesias fica solta no tempo, sem trancas...
Guarda poesias completas, por fazer, guarda palavras soltas,
Lágrimas, sorrisos, pensamentos, olhares... até de saudades
Guarda versos perdidos, de frases rasgadas, tristes e rotas

Dizem que é mágica, mas é apenas uma caixa de ... poesias
E de tudo que a ela precisa para se fazer viva e ir ao tempo
Nela estão guardados sonhos antigos que falam de amar
Acham-na mágica por guardar sonhos que ainda vou sonhar

Nela guardo cordas trançadas de nuvens amarrando o vento
Flores em profusão, tem até pássaros em liberdade perene
Borboletas voando soltas, acreditem, até anjos ela guarda
Outro dia fugiu um para consolar uma alma amargurada

As vezes, e muitas, mesmo sem tranca, ela não quer abrir
Ponho-a em minha frente, pego uma taça cheia de solidão
(ela não gosta de guardar solidão) imploro que ela se abra
E nada. Mesmo com lágrimas nos olhos lápis e papel na mão

Ela, minha caixa de poesia, que muitos dizem ser mágica,
Impassível, se fecha toda, como se me desse um sonoro não
Aí tenho que buscar saudades, as mais doidas, prantos tristes
Ela só se abre efusiva e sem segredos com um toque de coração

Aí voam flores prantos, lágrimas, saudades, tudo de uma vez
E lá vou eu buscando o lugar de cada uma, as rimas... essas então!!
Se põem, como loucas, no fim de um verso que nem é o seu
Depois da poesia pronta, me pergunto: será que o poeta sou eu?

José João
16/09/2.022

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