Hoje já não conto mais histórias divertidas,
Mesmo porque minha voz reticente é triste,
Quase um silêncio que se perde num murmúrio
Tentando contar o que talvez nem mais existe
Hoje me perdi no tempo sem saber dos anos
Me perdi nas estradas e nos tantos caminhos
Ouço minha voz reticente talvez chorando
Um sussurro da alma fingindo estar cantando
Hoje, com passos lentos vou buscando horizontes,
Vistos ao longe na penumbra de desgastado olhar,
Ombros curvos, mãos trêmulas segurando o tempo
Que agora passa e vai como se imitando o vento
Hoje, saudades se perdem em lamurioso pranto
Como se cada uma quisesse uma lágrima para chorar
Como se cada uma fosse a história mais perfeita
Que a vida, em prantos, quisesse ao mudo contar
Hoje imito pássaros presos no seu triste gorjear
Em notas baixas por não ter mais força de cantar
O céu ficou tão distante já nem mais pode alcançar
Coitado, lhes atrofiaram as asas e não pode mais voar
Hoje, na insônia da vida, procuro sonhos para sonhar
E a alma de olhos abertos não se cansa de procurar
E não vale buscar momentos que a muito já se foram
Sento no tempo e... paciente, ainda espero... amar
José João
14/09/2.022
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