A poesia chora silenciosa, em lágrimas carentes,
A tua falta. Rima teu nome com saudade,
Não põe ponto no fim dos versos para que não tenham fim,
Fiquem sempre versos inacabados, na esperança vã
De um final feliz. As palavras se perdem na desordem
De pensamentos feito aos pedaços, em fragmentos,
Pedaços soltos fugindo das dores e dos medos sentidos,
E vividos, desde quando um adeus se fez dor de sempre
E nem era pra ser poesia, não fosse a insistência
Da solidão em fazer de cada verso um pedaço de mim.
O silêncio ensinou palavra por palavra a falar
Apenas para a alma, sem se importarem com os gritos
Que o desespero tentava dar para faze-las mais tristes,
Os versos se faziam passivos, silenciosos, chorosos,
Como se a poesia não precisasse ficar poesia,
Ou não tivesse pressa de ser poesia, ficasse apenas
Como um soluço chamando teu nome.
José João
27/08/2.014
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