As vezes minha solidão, sem nenhum pudor, me sorri,
Divertindo-se com minha dor no meio da multidão,
Se faz forte, se faz viva, se faz presente, sem se importar,
Com os tantos rostos que passam por mim, alguns sorrindo,
Outros fingindo, alguns sem nenhuma expressão, e vão...
Indo não sei pra onde, mas a solidão fica ali comigo,
No meio da rua, onde ela se faz bem mais dolorida.
Outras vezes ela é discreta, se faz passar despercebida,
Me permite até gargalhar, contar histórias divertidas...
Mas de repente ela me envolve, sem que ninguém perceba,
Sorrateira se escondendo entre minhas lembranças e sonhos,
Espera paciente que a noite chegue e se faz dona de mim.
Nunca fico só, nem entre a multidão, ou no silêncio do quarto.
Ela sempre está ali, junto, perto, até sinto seu gosto,
É um gosto de lágrimas tristes, de soluços, acho...é isso.
As vezes ela fica comigo até a madrugada chegar...
Quando, talvez cansada de me acalentar, me deixa
Dormir um pouco. Um sono rápido, porque ela diz
Ser impossível que possamos viver separados
Por um tempo maior que a distância entre duas lágrimas.
José João
30/08/2.014
Lindo!! Gosto desse teu jeito único de construir as frases, coisas que só um grande Poeta como tu, somente tu, sabes fazer. Parabéns. Eu Silvia Tereza Faray
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