Um dia, pelas estradas do mundo, andei perdido
Qual folha caída no outono levada pelo vento,
Indo sem saber onde, perdido, indo por apenas ir
Caminhando em pedras e chorando meu tormento
Se flores havia nos caminhos... não as via nunca
Meus olhos tristes sempre encharcados pelo pranto
Nem chegavam até o horizonte, se perdiam no vazio
E a frieza cinzenta do tempo apagava qualquer encanto
Os passos trôpegos, cambaleantes como os de um bêbado
A voz morria na garganta como fosse um suspiro da alma
E a solidão, inseparável companhia... sempre a meu lado
Um dia, no alvor de uma madrugada que começava o dia
Um rouxinol gorjeando alegre, mais alegre que mesmo belo
Me disse num trinado: Sorri, canta que acaba essa agonia
(Parei, ouvi, esqueci e o mundo se fez soneto e poesia.)
José João
11/03/2.022
Gostei muito deste poema... Adoro a Natureza!
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É tão cinzenta a paisagem...
Beijos. Bom fim de semana...