sexta-feira, 11 de março de 2022

O gorjeio de um rouxinol

Um dia, pelas estradas do mundo andei perdido
Qual folha caída no outono levada pelo vento
Indo sem saber onde, perdido, indo por apenas ir
Caminhando em pedras e chorando meu tormento

Se flores havia nos caminhos... não as via nunca
Meus olhos tristes sempre encharcados pelo pranto
Nem chegavam até o horizonte, se perdiam no vazio
E a frieza  cinzenta do tempo apagava qualquer encanto

Os passos trôpegos, cambaleantes como os de um bêbado
A voz morria na garganta  como fosse um suspiro da alma
E a solidão, inseparável companhia... sempre a meu lado

Um dia, no alvor de uma madrugada que começava o dia
Um rouxinol gorjeando alegre, mais alegre que mesmo belo
Me disse num trinado: Sorri, canta que acaba essa agonia
(Parei, ouvi, esqueci e o mundo se fez soneto e poesia.)

José João
11/03/2.022


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