sexta-feira, 25 de março de 2022

Aquele tempo não era tempo era... um lugar

Onde está o amor? Onde se esconderam o afeto, a ternura...
O que fizeram com os sorrisos? Com a meiguice de um olhar?
Estou perdido, vou voltar no tempo, num tempo bem distante
Onde amar era oração e os amantes ainda sabiam conversar

Vou voltar a esse tempo... de cartas perfumadas com flores
De namorados, sem medo, deitarem na relva contando estelas
De sentarem num banco da praça ao por do sol falando de amor
De brincar de bem-me-quer com pétalas coloridas de tantas cores

Era um lugar tão inocente! Todos que ali viviam sabiam sorrir
Não esse sorriso falso de uma self, mas verdadeiro, aberto, solto
Que fazia os olhos lacrimejarem alegres pelo tanto prazer de rir
Os amanhãs não incutiam medo, na verdade era um novo porvir

Ah! Que belo lugar! Não se tinha medo, as noite eram amigas
Os amantes ficavam até tarde na porta contando suas vontades
As crianças brincavam, corriam cheias de vida pelos campos
Que em festa se enfeitava todo com a luz leve dos pirilampos

E nas quermesses!! O alto falante em cima de um alto mastro 
Falando aos namorados, marcando encontros e mandando beijos!!
E as barquinhas!! Os mais ousados ganhavam olhares das garotas
Haja força, esconder o cansaço e fazer piruetas novas e marotas

Ah! quanta beleza, inocência, e fascinante ternura naquele lugar!
No pé do flamboyant florido os mais velhos contavam histórias
Falavam de suas experiências, falavam da vida, das coisas de Deus
Eram lições nunca esquecidas dessas que o tempo costuma cobrar

Saudade! Deixavam as crianças serem inocentemente crianças
Faziam seus brinquedos, trocavam figurinhas, "assistiam" rádio
Namorados escrevendo cartas perfumadas ansiosos por resposta
Tudo isso se foi com o tempo, agora só mesmo as lembranças

José João
25/03/2.022





Um comentário:

  1. Um poema tão verdadeiro que me levou a vaguear ao passado. Adorei :)
    --
    Coisas de uma Vida

    Votos de um excelente fim de semana. Beijos

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