quinta-feira, 17 de março de 2022

Meus prantos... quase não dão nem pra mim!

Quem dera dentro de mim coubesse, dos outros, suas dores,
Quem dera meus olhos tivessem ânimo e lágrimas para tanto
Mas coitado de mim, para tanto, sou tão pequeno... tão menor,
Em mim só cabe minhas dores, e chorá-las uns poucos prantos

Foram tantas as dores que eu, mesmo como provedor de lágrimas,
Só as tenho para chorar minhas angustias e minhas saudades
Embora a alma, coitada, declame versos tristes da minha vida
Meus olhos, por falta de lágrimas, choram em gargalhadas fingidas

Mas nem sempre foi assim, as vezes meus olhos faziam festa
Brincavam de brilhar sorrindo em reflexos alegres e luzidios
Hoje se perdem tristonhos, cabisbaixos, covardes e fugidios

Ao longe, muito ao longe, lá onde quase a vista não pode alcançar
É pra lá, por vergonha, que ele se perde indo sem cor se esconder
Como se apenas ali, no silêncio da solidão, tivesse o direito de viver

José João
17/03/2.022

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