Vocês sabem o que é dor? A dor da sede de um rio?
A dor de ver a morte brincando de banhar-se
No desespero de um rio, que nem geme mais,
Que nem se arrasta mais que, na verdade,
Nem cor tem mais? Ah! Quem dera as lágrimas
Se fizessem rio! Mas apenas se fazem água nos olhos
Tristes, vendo a beleza morta dos peixes coloridos
Que brincavam no doce rio mar, de ir e vir.
Rio que corria cantando o que só ele sabia cantar,
Brincando com o vento que lhe acariciava as águas
Como se fosse seu rosto alegre indo sem parar,
Correndo entre as margens brincando de ir,
De correr, de levar sonhos, de brincar de viver,
De sorrir com as flores que, em suas margens,
Miravam suas tantas belezas...e agora...agora...
Nem chorar podem mais, a lama lhes tomou
A leveza, lhes encheu de tristeza, lhes afogou
Cruelmente, lhes arrasta sem dó, e mortas vão,
Como mortas ficarão um dia até as lembranças
De um rio que o homem matou. De um rio doce
Que agora tem gosto de lama, de tristeza e de dor,
Quanto Vale doce rio a tua morte?
José João
16/11/2.015
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