terça-feira, 1 de maio de 2012
Os gritos do meu pranto
Me perdi de quanto tempo de mim partiste
De tempo igual é a vida que ainda insiste
Em roubar o riso e deixar um pranto triste
Como se na vida, apenas isso existisse
Entre prantos, mas cruel sorte não reclamo
E nem ao vento, ao léu eu não ti chamo
Mas a bem da verdade dentro de mim choro
E pelo menos ti lembrar, ao tempo, imploro
Atento, e muito, fiquei a sempre ti lembrar
Buscando do passado todo e qualquer sonhar
Que me trouxesse, menor detalhe, que fosse
Ainda que assim, em mim, tanto fizesse chorar
Oh! Lembranças que me vêm tão de repente
Cavalgando a saudade que me deixa indolente
E a alma, coitada, por tanta dor adormecida
Que a própria dor, dela, se sente compadecida
E meu pranto, ao mundo à toa, vai aos gritos
Que seu próprio eco volta em mim aflito
Que se recusa em me fazer de novo ouvir
O desespero triste do meu mais triste grito
José João
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