sexta-feira, 11 de maio de 2012
Minha alma triste
Minha alma é triste como ave perdida
Que sozinha voa a lugar nenhum
Minha alma é triste como flor podada
Atirada ao chão sem enfeitar mais nada
Minha alma é triste como a andorinha
Caída ao chão, coitada, sem poder voar
Lhes quebraram as asas por cruel despeito
E ela triste pedindo ao tempo: vem me matar
Minha alma é triste como triste é o rio
Morrendo aos pouco por tão longo estio
Minha alma é triste como a mãe que chora
A perda do filho que lhe foi embora
Minha alma é triste como badalar do sino
Que o exilado, a Ave Maria, reza sozinho
Minha alma é triste como triste é o canto
Que vem misturado entre soluço e pranto
Asim minha alma, que já nem sei se existe
Mesmo com essas dores vivas em viver insiste
Mas que vida que lhe mata aos poucos!
Ou que lhe impõe a viver como vivem os loucos
José João
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